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Shibu lijackSandra Santos
• As descobertas marítimas, para além de alterarem as concepções geográficas e
incrementarem o capitalismo comercial, deram um novo significado às relações
entre os povos e à conceção de humanidade.
• Segundo a interpretação providencialista, Deus criou o homem e, em
resultado do seu erro, fê-lo espalhar-se pelo mundo.
Pág. 140
Pág. 140
• Acreditava-se que alguns desses homens teriam resultado em seres
monstruosos (recordar os parvines, por exemplo), que os descobrimentos
provaram não existir.
• Mas a expansão, se desmistificou os monstros,
apresentou novas realidades e costumes
humanos que os europeus desconheciam.
• Na África encontraram, pela primeira vez,
negros seminómadas e que viviam da caça, da
pesca, da pastorícia e de uma agricultura
primitiva.
Pág. 140
Pág. 140
• A fixação na África não foi grande, sendo
mais notória em certas feitorias
comerciais do litoral e alguns casos
isolados do interior. Os Europeus
defendiam a necessidade de civilizar estas
civilizações atrasadas e bárbaras, ou seja,
cristianizá-las.
• Na Ásia, as relações tiveram início já na idade média, com as primeiras viagens
dos descobrimentos. Os europeus encontraram terras muito povoadas, com
civilizações bem estruturadas como a hindu, a chinesa e a japonesa.
• Numa primeira fase, estas civilizações admiraram os europeus, embora os
considerassem atrasados, pois eram fechados a influências estrangeiras.
Mesmo assim, difundiram produtos para comércio, inventos técnicos e saberes
na área da ciência, da medicina ou das artes.
• Na América Central, encontraram-se populações muito antigas (como os
astecas, maias, incas e outros) e muito desenvolvidas. Nas montanhas da
Bolívia e do Peru, os Quíchuas viviam em aldeias comunitárias, num regime
social semelhante ao feudalismo. Na zona do atual Brasil, as populações
encontravam-se muito atrasadas a nível cultural e civilizacional, subdivididos
em tribos de dialetos e costumes diferentes.
• A chegada dos europeus à América teve um grande impacto. Portugueses e
espanhóis difundiram um processo de europeização. Esta aculturação forçada
provocou a estagnação ou a destruição de certas culturas e um enorme recuo
demográfico (quer pelas guerras de ocupação, como pelo contacto nos
aldeamentos e missões com doenças desconhecidas para a América, para as
quais os indígenas não possuíam defesas orgânicas).
• Deste encontro de culturas rapidamente se passou para um confronto.
• Os europeus viam os outros homens com desconfiança: uns por serem de cor
diferente, outros por terem costumes diferentes (muitas mulheres)…
• Os europeus cedo se revelam preconceituosos e racistas, defendendo a teoria
de que o branco era um ser superior, descendente de Adão, e de que a religião
cristã era também ela superior aos outros credos.
Pág. 142
• Não hesitaram, assim, a recorrer às armas e a subjugar os povos com que
contactaram.
• Defendendo a teoria de que negros africanos e índios ameríndios eram de
outras raças que não a do verdadeiro descendente de Adão, justificou-se a
escravatura destes povos.
Pág. 142
• Não sendo um conceito novo, a escravidão conhece um grande impulso na era
dos descobrimentos e com a construção dos impérios ibéricos.
• Já praticada entre as tribos africanas, os portugueses aproveitaram a
escravatura e começaram a traficar escravos para o reino (sobretudo, para
serviços domésticos). A captura e comércio de escravos africanos intensificou-
se após a descoberta e exploração do Brasil.
Pág. 143
• Esta atitude justificava-se pelo facto dos povos conhecidos serem vistos pelos
europeus mais como animais do que como humanos. O escravo era visto como
alguém que conseguia civilizar-se e abandonar a vida inferior ao se integrar no
mundo do seu senhor.
• Esta prática tornou-se o método mais eficaz para obter mão-de-obra, vendo-se
o escravo como uma mercadoria, uma peça para consumo.
Pág. 143
• Nas Antilhas ficaram célebres os abusos dos
conquistadores que contribuíram para a
brutal quebra demográfica da população
ameríndia.
• Chegam então as primeiras informações
sobre os maus tratos infringidos a estes
povos não europeus e iniciam-se os debates
acerca do estatuto de humanidade dos índios
americanos.“Todo o tráfico negreiro é uma história de
desrespeito pelos direitos humanos”.
• Apesar de tudo, alguns acreditaram e compreenderam que as diferenças
resultavam dos contextos da história, ou seja, das circunstâncias em que as
civilizações se tinham desenvolvido e na sua essência, eram tão humanos
como os outros.
• Desenvolveu-se um sentimento de fraternidade, comprovado pelo aumento
crescente dos casamentos mistos, que estenderam o fenómeno da mestiçagem
e da miscigenação.
• Na América espanhola e no Brasil, os padres jesuítas iniciaram um movimento
em defesa dos direitos humanos. Destaca-se aqui o papel de Bartolomeu de Las
Casas ou do Padre António Vieira.
Pág. 145/148
• A questão da humanidade também foi importante para os intelectuais. O
pensamento humanista defendia que a grandeza do homem assentava na sua
origem divina, concedendo-lhe Deus dois bens essenciais: razão e liberdade.
Assim, o bicho era diferente do homem natural (em estado selvagem e à espera
que lhe fosse concedida a aprendizagem).
Pág. 145/148
• A religião constituía uma força impulsionadora,
quer se tratasse da expansão marítima, da
conquista de terras ou do movimento das
cruzadas.
• Defender a cristandade e espalhar a fé cristã era
o princípio pretendido.
• A tarefa de missionação, de educação dos novos
povos na vida católica, coube principalmente aos
franciscanos, dominicanos e, fundamentalmente,
aos Jesuítas.
Pág. 149/152
• Exercida de uma forma ostensiva e militarizante, a missionação ibérica foi,
assim, uma forte arma de aculturação. A catequese tinha um duplo objetivo:
evangelizar e promover padrões culturais.
• Na Ásia esta evangelização foi mais difícil. Esta região possuía uma cultura
avançada e uma religião fortemente enraizada. Em resultado disso, são vários
os movimentos contrários a missionação: a China e o Japão chegam mesmo a
perseguir e expulsar os missionários católicos.
Pág. 149/152
• Os povos ibéricos perceberam a importância de se formar um clero autóctone.
Todavia, esta ideia, se boa em teoria, na prática revelou-se pouco significativa.
Os elementos indígenas eram sempre vistos como secundários.
Pág. 149/152
• Produto da miscigenação, os mestiços eram também eles considerados
inferiores, pelo que não representavam papel de relevância nestas sociedades.
• Crescia assim o preconceito racial.
Em resumo
ENCONTRO DE
CULTURAS
ANTES DO ALARGAMENTO
DO MUNDO
DEPOIS DO ALARGAMENTO
DO MUNDO
- Conceção do homem
influenciada pela Anti-
guidade Clássica e pela
Idade Média,
- Providencialismo.
- interação com outras
etnias,
- etnocentrismo,
- evangelização,
- proselitismo,
- miscigenação.
DEFESA DOS POVOS E
DOS DIREITOS
HUMANOS
• Papa Paulo III;
• Bartolomeu de Las Casas;
• Fernão de Oliveira;
• Padre António Vieira…
RACISMO EVANGELIZAÇÃO
ESCRAVATURA ACULTURAÇÃO

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Encontros culturais

  • 2.
  • 3. • As descobertas marítimas, para além de alterarem as concepções geográficas e incrementarem o capitalismo comercial, deram um novo significado às relações entre os povos e à conceção de humanidade. • Segundo a interpretação providencialista, Deus criou o homem e, em resultado do seu erro, fê-lo espalhar-se pelo mundo. Pág. 140
  • 4. Pág. 140 • Acreditava-se que alguns desses homens teriam resultado em seres monstruosos (recordar os parvines, por exemplo), que os descobrimentos provaram não existir.
  • 5. • Mas a expansão, se desmistificou os monstros, apresentou novas realidades e costumes humanos que os europeus desconheciam. • Na África encontraram, pela primeira vez, negros seminómadas e que viviam da caça, da pesca, da pastorícia e de uma agricultura primitiva. Pág. 140
  • 6. Pág. 140 • A fixação na África não foi grande, sendo mais notória em certas feitorias comerciais do litoral e alguns casos isolados do interior. Os Europeus defendiam a necessidade de civilizar estas civilizações atrasadas e bárbaras, ou seja, cristianizá-las.
  • 7. • Na Ásia, as relações tiveram início já na idade média, com as primeiras viagens dos descobrimentos. Os europeus encontraram terras muito povoadas, com civilizações bem estruturadas como a hindu, a chinesa e a japonesa. • Numa primeira fase, estas civilizações admiraram os europeus, embora os considerassem atrasados, pois eram fechados a influências estrangeiras. Mesmo assim, difundiram produtos para comércio, inventos técnicos e saberes na área da ciência, da medicina ou das artes.
  • 8. • Na América Central, encontraram-se populações muito antigas (como os astecas, maias, incas e outros) e muito desenvolvidas. Nas montanhas da Bolívia e do Peru, os Quíchuas viviam em aldeias comunitárias, num regime social semelhante ao feudalismo. Na zona do atual Brasil, as populações encontravam-se muito atrasadas a nível cultural e civilizacional, subdivididos em tribos de dialetos e costumes diferentes.
  • 9. • A chegada dos europeus à América teve um grande impacto. Portugueses e espanhóis difundiram um processo de europeização. Esta aculturação forçada provocou a estagnação ou a destruição de certas culturas e um enorme recuo demográfico (quer pelas guerras de ocupação, como pelo contacto nos aldeamentos e missões com doenças desconhecidas para a América, para as quais os indígenas não possuíam defesas orgânicas).
  • 10. • Deste encontro de culturas rapidamente se passou para um confronto. • Os europeus viam os outros homens com desconfiança: uns por serem de cor diferente, outros por terem costumes diferentes (muitas mulheres)… • Os europeus cedo se revelam preconceituosos e racistas, defendendo a teoria de que o branco era um ser superior, descendente de Adão, e de que a religião cristã era também ela superior aos outros credos. Pág. 142
  • 11. • Não hesitaram, assim, a recorrer às armas e a subjugar os povos com que contactaram. • Defendendo a teoria de que negros africanos e índios ameríndios eram de outras raças que não a do verdadeiro descendente de Adão, justificou-se a escravatura destes povos. Pág. 142
  • 12. • Não sendo um conceito novo, a escravidão conhece um grande impulso na era dos descobrimentos e com a construção dos impérios ibéricos. • Já praticada entre as tribos africanas, os portugueses aproveitaram a escravatura e começaram a traficar escravos para o reino (sobretudo, para serviços domésticos). A captura e comércio de escravos africanos intensificou- se após a descoberta e exploração do Brasil. Pág. 143
  • 13. • Esta atitude justificava-se pelo facto dos povos conhecidos serem vistos pelos europeus mais como animais do que como humanos. O escravo era visto como alguém que conseguia civilizar-se e abandonar a vida inferior ao se integrar no mundo do seu senhor. • Esta prática tornou-se o método mais eficaz para obter mão-de-obra, vendo-se o escravo como uma mercadoria, uma peça para consumo. Pág. 143
  • 14. • Nas Antilhas ficaram célebres os abusos dos conquistadores que contribuíram para a brutal quebra demográfica da população ameríndia. • Chegam então as primeiras informações sobre os maus tratos infringidos a estes povos não europeus e iniciam-se os debates acerca do estatuto de humanidade dos índios americanos.“Todo o tráfico negreiro é uma história de desrespeito pelos direitos humanos”.
  • 15. • Apesar de tudo, alguns acreditaram e compreenderam que as diferenças resultavam dos contextos da história, ou seja, das circunstâncias em que as civilizações se tinham desenvolvido e na sua essência, eram tão humanos como os outros.
  • 16. • Desenvolveu-se um sentimento de fraternidade, comprovado pelo aumento crescente dos casamentos mistos, que estenderam o fenómeno da mestiçagem e da miscigenação. • Na América espanhola e no Brasil, os padres jesuítas iniciaram um movimento em defesa dos direitos humanos. Destaca-se aqui o papel de Bartolomeu de Las Casas ou do Padre António Vieira. Pág. 145/148
  • 17. • A questão da humanidade também foi importante para os intelectuais. O pensamento humanista defendia que a grandeza do homem assentava na sua origem divina, concedendo-lhe Deus dois bens essenciais: razão e liberdade. Assim, o bicho era diferente do homem natural (em estado selvagem e à espera que lhe fosse concedida a aprendizagem). Pág. 145/148
  • 18. • A religião constituía uma força impulsionadora, quer se tratasse da expansão marítima, da conquista de terras ou do movimento das cruzadas. • Defender a cristandade e espalhar a fé cristã era o princípio pretendido. • A tarefa de missionação, de educação dos novos povos na vida católica, coube principalmente aos franciscanos, dominicanos e, fundamentalmente, aos Jesuítas. Pág. 149/152
  • 19. • Exercida de uma forma ostensiva e militarizante, a missionação ibérica foi, assim, uma forte arma de aculturação. A catequese tinha um duplo objetivo: evangelizar e promover padrões culturais. • Na Ásia esta evangelização foi mais difícil. Esta região possuía uma cultura avançada e uma religião fortemente enraizada. Em resultado disso, são vários os movimentos contrários a missionação: a China e o Japão chegam mesmo a perseguir e expulsar os missionários católicos. Pág. 149/152
  • 20. • Os povos ibéricos perceberam a importância de se formar um clero autóctone. Todavia, esta ideia, se boa em teoria, na prática revelou-se pouco significativa. Os elementos indígenas eram sempre vistos como secundários. Pág. 149/152
  • 21. • Produto da miscigenação, os mestiços eram também eles considerados inferiores, pelo que não representavam papel de relevância nestas sociedades. • Crescia assim o preconceito racial.
  • 22. Em resumo ENCONTRO DE CULTURAS ANTES DO ALARGAMENTO DO MUNDO DEPOIS DO ALARGAMENTO DO MUNDO - Conceção do homem influenciada pela Anti- guidade Clássica e pela Idade Média, - Providencialismo. - interação com outras etnias, - etnocentrismo, - evangelização, - proselitismo, - miscigenação. DEFESA DOS POVOS E DOS DIREITOS HUMANOS • Papa Paulo III; • Bartolomeu de Las Casas; • Fernão de Oliveira; • Padre António Vieira… RACISMO EVANGELIZAÇÃO ESCRAVATURA ACULTURAÇÃO