4. A Grécia localiza-se na Península Balcânica e é banhada a Sul pelo
mar Mediterrâneo, a este pelo mar Egeu e a Oeste pelo mar Jónico.
As características geográficas marcaram a sua evolução:
• Terreno muito montanhoso;
• Apresenta vales profundos e pequenas planícies;
• Costa muito recortada e numerosos portos naturais.
5. O relevo montanhoso dificultava o contacto entre as cidades, pelo
que as populações começaram a desenvolver-se isoladamente,
formando cidades-estado ou pólis, cidades com governo, leis e exército
próprios. Era fundamental a existência do território, das leis (Nomos) e
do corpo cívico para que a pólis existisse em pleno. A pólis deveria
bastar-se a si própria (ideal de autarcia).
6. Atenas transformou-se na mais rica e prospera cidade do
mundo grego para o qual contribuíram:
Situação geográfica, perto do mar Egeu que permitiu aos
atenienses dedicarem-se, predominantemente, ao comércio
marítimo;
O comércio florescente e o uso da prata na cunhagem de moeda
– dracma – que passou a ser aceite, no comércio realizado em
todo o Mediterrâneo;
O assumir a liderança da Liga de Delos, aliança defensiva,
contra as invasões dos persa.
7. Acrópole,
situada na parte mais alta
da cidade, era o centro
da vida religiosa e onde
se encontravam os
templos.
Partenon
Erectéion
A pólis era
constituída por:
Acrópole
8. ou praça pública, era
a parte mais baixa da
cidade, onde se
encontravam as
zonas residenciais,
administrativas e
comerciais. Constituía
o centro da cidade.
A zona rural, com campos, pastos e bosques,
servia para abastecer a cidade de produtos
agrícolas.
9. A sociedade grega estava dividida em três grupos:
Cidadãos
Metecos
Escravos
10. Atenas foi governada por diversos sistemas políticos:
• Monarquia (época micénica - até aos inícios do séc. VII a.C.);
• Oligarquia ou aristocracia (séc. IX-VII a.C.). Primeira colonização
(fixação). Como reformadores, Drácon e Sólon.
• Tirania de Pisístrato e de Clístenes (séc. VI a V a.C.). Segunda
colonização (comercial).
Os conflitos sociais levaram Clístenes a realizar reformas que
defendiam a igualdade de direitos políticos, entre todos os cidadãos.
Esta reforma foi concluída por Péricles no séc. V a.C., dando origem
à DEMOCRACIA.
11.
12. A democracia ateniense apresenta algumas contradições e
limitações:
Limitação à liberdade de expressão: quem conspirasse contra a
democracia era condenado ao ostracismo;
Só os cidadãos podiam participar no governo da cidade;
Segregação de sexos;
Participação na política vedada aos metecos e mulheres;
13. Existência de escravos numa forma de governo que defendia a
igualdade de direitos ;
Imperialismo exercido por Atenas através da Liga de Delos; exigia o
pagamento de tributos e não respeitava os direitos das outras
cidades;
Apesar de todas estas limitações a democracia ateniense foi um
exemplo de participação cívica, sendo um dos mais importantes
legados que a civilização grega nos deixou.
Limites da democracia ateniense
14.
15. A cultura adquiriu, em Atenas, um estatuto especial durante os
séculos V e IV a.C. O jovem grego aprendia, desde o berço, a
comportar-se e a preparar-se para a vida de adulto. Ao chegar aos 20
anos, o jovem tinha que estar pronto para participar no governo da Polis.
A educação começava em casa com a mãe. Até aos sete anos,
rapazes e raparigas permaneciam no Gineceu, a parte da casa onde a
mãe ensinava às crianças as regras de comportamento e os rudimentos
(princípios) da religião e das tradições culturais. A partir dos sete anos,
os rapazes e as raparigas separavam-se, para cada um deles se
preparar para o futuro que os esperava .
16. O estado grego não interferia na educação dos jovens, que
considerava responsabilidade dos pais. No entanto, todos deveriam
saber ler, escrever e nadar.
As raparigas permaneciam em casa, aprendendo as "artes" da
economia doméstica, regras de etiqueta
e música.
17. Os rapazes iam à escola onde aprendiam a ler e a escrever. Até aos
14 anos, tinham que aprender de cor os Poemas Homéricos (livro base
de aprendizagem). Aos 15, entravam para o Ginásio, onde aprendiam a
arte da harmonia entre o corpo físico e o espírito (a ginástica era a parte
fundamental dessa harmonia). Entre os 18 e os 20 anos, os jovens
cumpriam o serviço militar (parte final da sua preparação como
cidadãos), o que lhes garantia o acesso aos cargos de administração
pública, do governo da cidade.
18. Características da religião grega:
• de toda a sociedade, com raízes nos Poemas Homéricos.
• Politeísta.
• Antropomorfismo dos deuses.
• Diferentes tipos de culto.
• Locais sagrados:
• Oráculos (de consulta, como o de Delfos);
• Santuários (como o de Olímpia).
19. Hera - Deusa
do casamento
Atena - Deusa da
inteligência e da
sabedoria;
Hades - Deus do
mundo subterrâneo
(inferno)
Apolo - Deus do
Sol, das artes e da
razão;
Dionísio - Deus
do vinho e do
prazer
Afrodite - Deusa do amor
e da beleza
Diana – Deusa da
caça
20.
21. A arte grega é feita à medida do
homem. A sua arquitetura e escultura
não têm qualquer semelhança com a
das civilizações anteriores. As obras
de arte são feitas à escala humana. A
sua execução atinge uma perfeição,
proporção, equilíbrio e harmonia
que servirá de modelo a outras
civilizações, ao longo dos tempos.
22. Características:
Racionalismo (concordância entre a estrutura e a forma);
Atenção aos pormenores;
Harmonia e proporção;
Simplicidade e elegância;
Aliança da escultura à arquitetura;
Obediência a uma das três ordens arquitetónicas.
23. Friso dividido em triglifos
e métopas
Arquitrave ou lintel liso
Fuste estriado e com arestas
vivas
(não é um bloco monolítico,está
dividido em peças, chamadas
de “tambor”.
Sem base
(o fuste descansa sobre o estilóbato)
Capitel composto por ábaco
e equino)
cornija
Frontão
Tímpano
24. Ictino e Calícrates. 447-432 a. C. Atenas.
A obra foi dirigida por Fidias. Pág. 55
25.
26. Base ática
Fuste cilíndrico
estriado
(monolítico, de uma
peça)
Capitel com 2 volutas,
(Decorado com uma linha
de ovas e um cordão de
Pérolas)
Arquitrave
(dividida em 3 franjas
horizontais escalonadas)
Friso, decorado
com relevo
28. ERECTEION
Templo dedicado a 3 deuses:
Poseidón, Krekrops e Athena.
Jónico, destaca-se aqui o uso
das Cariátides como colunas.
Quando as figuras eram masculinas, eram chamadas de Atlantes.
O seu construtor foi Mnesicles.
29.
30. Com Base
Fuste cilíndrico
estriado e
muito trabalhado
Capitel com volutas e
folhas de acanto
Arquitrave
(dividida)
Friso, muito decorado
com relevo
34. A - arcaica - primitiva (figuras
estilizadas de corpo triangular e
longo pescoço) e matura ou tardia
(séc. VII/VI a.C.). Caracteriza-se:
• pelo sentido de volume e
desenho;
• figuras de influência egípcia e
suméria;
•simetria rigorosa, rigidez e falta de naturalidade;
• utilização de corpos cilíndricos, rosto triangular ovoidal, braços ligados
ao longo do corpo. Cabelos em caracóis agarrados à cabeça, sem
leveza. São características as Kóre (femininas) e os Kouros (masculinos).
35. B - fase de transição - fins do séc. VI à segunda metade do séc. V a.C.
36. C - clássica - da segunda metade do séc. V e séc. IV a.C.
Caracteriza-se:
• pela representação de uma beleza idealizada e perfeita. É a
perfeição dos deuses humanizados. As vestes são suaves, delicadas
e transparentes, dando a ideia de movimento, vida e volume por
debaixo delas;
37. • a anatomia do corpo é atentamente
estudada de modo a ser representada de
forma realista. Durante o século IV, as
figuras tornam-se mais delicadas e
graciosas. O artista consegue fazer do
material aquilo que quer, criando obras de
uma graça natural e coesão perfeita.
40. D - helenística - dos fins do séc. IV ao séc. II a.C.
Tem como características, a expressividade, a emoção, ação,
sentimento, dor, angústia, alegria... Por outro lado, movimento,
teatralidade, realismo, são o comum deste período. O séc. III é um
século racionalista, onde os deuses olímpicos já não têm razão de
existir. Criou-se uma arte à medida do homem e virada para a
realidade da vida. Agora, os temas são o homem e a vida na terra,
desde o seu nascimento à sua morte, retratando o sofrimento e a
alegria.
Gal moribundo
41.
42. Da pintura grega só já nos restam os desenhos
que decoram as peças cerâmicas. Estas peças eram
decoradas com temas inspirados na mitologia e no
quotidiano. Até ao séc. VI a.C., o fundo dos vasos era
pintado a vermelho e as figuras a negro. A partir do
séc. V a.C., esta tendência inverteu-se. Agora, as
figuras apresentam-se a vermelho sobre
um fundo negro.
43. A palavra cerâmica vem do termo grego kéramos, que
significa "argila".
O uso da cerâmica entre os Gregos foi introduzido desde
o Oriente, a partir do Neolítico (c. 6000 a. C.).
Os recipientes de cerâmica mais antigos eram cobertos a
negro ou tons muito escuros, evoluindo depois para cores
mais claras. Algum tempo depois, na Tessália, começaram a
aparecer as primeiras pinturas a vermelho com decoração
linear (já com espirais e encurvamentos).
44. No início, apenas os vasos utilizados como oferendas
fúnebres eram pintados. Com o tempo, os vasos de uso do
dia a dia passaram a ser também decorados em quase toda
a sua superfície com motivos geométricos, figuras de
animais, cenas mitológicas e cenas do dia-a-dia.
São estas cenas tão elaboradas que distinguem
a decoração dos vasos gregos em relação aos
vasos produzidos pelas demais civilizações
antigas.
45. Podem considerar-se cinco fases distintas na cerâmica
grega:
• Proto Geométrico,
• Geométrico,
• Arcaico (figuras negras sob fundo vermelho),
• Clássico (figuras vermelhas sob fundo preto / branco),
• Helenístico (até ao inicio da era cristã).
Todavia, neste módulo apenas iremos considerar as três
mais características.
58. A forma e tipo de vaso gregos foram muitas ao longo do
tempo:
59. A ânfora era um jarro de armazenagem de tamanho médio,
com alças dos dois lados.
A hídria tinha três alças e servia para carregar água; uma
das alças, a vertical, ajudava a verter o líquido.
A cratera caracterizava-se pela boca muito larga e servia
para misturar o vinho e a água.
Retirado de http://greciantiga.org/img/index.asp?num=0023
60. A enócoa era uma espécie de jarra e, assim como o cálice,
uma espécie de prato fundo com pé e alças, servia para
beber vinho.
O skýphos era uma taça um tanto funda, semelhante a
uma caneca com duas alças, e era também usado para
beber.
Retirado de http://greciantiga.org/img/index.asp?num=0023
61. O alabastro, alongado, de fundo ovalado e sem alças;
o lécito era também alongado, mas com pé, alças e
gargalo estreito; ambos serviam para guardar perfumes e
essências e era em geral usado por mulheres.
Um tipo especial, o lécito de fundo branco, era usado para
guardar o óleo oferecido aos mortos.
Retirado de http://greciantiga.org/img/index.asp?num=0023
62. O aríbalo, pequeno e redondo, era utilizado pelos homens
para carregar o óleo usado para a limpeza após
exercícios.
O enorme lutróforo, de forma semelhante
a uma ânfora de pescoço fino e alongado,
servia para levar a água utilizada no
banho ritual das noivas. Ocasionalmente,
servia para marcar o túmulo de moças
que morriam solteiras.
Retirado de http://greciantiga.org/img/index.asp?num=0023
63. Os vasos eram feitos da seguinte forma:
• primeiro, a argila era preparada e o pote moldado, em
partes separadas, numa roda simples de oleiro, posta a girar
pelo próprio ceramista ou um ajudante.
• Depois a peça era deixada a secar ao ar.
• Após secar algum tempo, eram novamente levadas à roda,
para dar a forma final.
• As peças eram então unidas com argila líquida, as alças
eram colocadas e as superfícies alisadas. Só dpois disso
vinha a pintura, efetuada com diversas técnicas.
• Na última etapa, o vaso era levado ao fogo.
64. Durante os períodos Protogeométrico e Geométrico a
cerâmica grega foi decorada com projetos abstratos. Exemplos
de obras deste período podem ser encontradas no sítio
arqueológico de Lefcandi e no cemitério de Dypilon, em
Atenas.
Com as mudanças ao nível estético os temas mudaram,
passando a ser figuras humanas. A batalha e cenas de caçada
também eram populares. Em períodos posteriores, temas
eróticos, tanto homossexual quanto heterossexual, tornaram-
se comuns.
65.
66. Tal como na escultura, no Período Arcaico a pintura grega
era muito semelhante à egípcia, com todos os símbolos e
detalhes usados de forma a simplificar o desenho:
- Uso da lei da frontalidade (os pés sempre de lado - são
mais difíceis de serem desenhados vistos de frente - e os
rostos de perfil com o olho virado para a frente.
As pinturas representavam o
quotidiano das pessoas e cenas
mitológicas, como deuses e semi-
deuses.
A pintura grega de vasos servia
assim para contar as histórias.
67. • deposição das cinzas dos defuntos;
• armazenamento de produtos alimentares;
• transporte comercial de produtos;
• conservação e armazenamento de óleos, de perfumes e de
cosméticos;
• utilização em rituais religiosos;
• utilização como recipiente para beber.