Este documento apresenta informações sobre a literatura de Guiné-Bissau, focando no poeta Hélder Proença e seu poema "Quando te propus". Discutem-se detalhes sobre a vida e obra de Proença, assim como uma análise do poema examinando sua estrutura, tema, recursos estilísticos e mensagem sobre a luta do povo guineense.
2. Introdução Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Literaturas de Língua Portuguesa, onde iremos explorar agora a Literatura Guineense e alguns dos seus principais escritores. O escritor que iremos abordar, primeiramente, será Hélder Proença com o poema Quando Te Propus,contido na sua obra Não posso adiar a palavra.
6. "Unidade, Luta, Progresso" Esta é a Nossa Pátria Bem Amada Refrão Viva a pátria gloriosa!Floriu nos céus a bandeira da luta.Avante, contra o jugo estrangeiro!Nós vamos construirNa pátria imortalA paz e o progresso!(repete as três linhas anteriores)Paz e o progresso! Ramos do mesmo tronco,Olhos na mesma luz:Esta é a força da nossa união!Cantem o mar e a terraA madrugada e o solQue a nossa luta fecundou. Esta é a nossa Pátria amada Sol, suor e o verde e mar,Séculos de dor e esperança!Esta é a terra dos nossos avós!Fruto das nossas mãos,Da flôr do nosso sangue:Esta é a nossa pátria amada
8. A moeda oficial é o Peso (GWP). Um GWP equivale a 100 centavos. Está proibida a importação ou exportação da moeda do país, mas não é necessária uma declaração da moeda à entrada. Pode-se realizar as trocas nos hotéis e nos bancos.
9. Guiné-Bissau tem estado fechada ao turismo por muitos anos e só recentemente tem-se aberto ao visitante. E é uma sorte, porque, apesar de ser um dos países mais pobres do continente, é ainda um remanso de paz, com povoações tranquilas, gente amistosa e praias inexploradas.
11. É por reconhecer o valor deste património que o arquipélago foi classificado pela UNESCO como Reserva da Biosfera. O modo de vida tradicional dos Bijagós é baseado numa economia de subsistência onde o conjunto dos recursos naturais do território é aproveitado de forma diversificada.
15. Hélder Proença Caro AlaiSidibé, Hélder Proença foi meu professor no Liceu Nacional KwameN´Krumah em Bissau. Fazia parte de um grupo de jovens promessas guineenses, um grupo de jovens com muita capacidade, visão, amor e compromisso para com a Guiné-Bissau e os guineenses. Dessa geração de que o Hélder Proença fazia parte, acreditei, pela primeira vez, que o futuro da Guiné-Bissau estava garantido, porque tínhamos jovens valores que a nível da consciencialização e do compromisso patriótico, davam as melhores garantias nesse sentido.
16. Hélder Proença Hélder Proença dominava os manuais da política! Sempre vi nele um grande estratega político; um dos melhores ideólogos que a Guiné-Bissau teve até agora! Acreditei sempre que ele poderia tornar-se num elemento de referência quer na cena política, quer na área literária. Desde que me ausentei da Guiné-Bissau, nunca mais nos vimos pessoalmente. Entretanto, ele esteve sempre no topo, pois era na verdade, um grande estratega, um predestinado para a política.
17. Hélder Proença Infelizmente, o Hélder Proença que era uma das minhas grandes esperanças para a Guiné-Bissau, tinha-se descomprometido com o país e com os seus irmãos. Fiquei profundamente triste e decepcionado ao constatar que ele, que era dos BONS, tinha decidido passar para o lado dos MAUS... O momento não é para julgamentos, mas a Guiné-Bissau, há muito que perdera um dos seus mais conceituados políticos e poetas...Hélder Proença! Que a sua alma descanse em Paz! Sinceras condolências à família. Fernando Casimiro (Didinho)
19. Perfil Literário Hélder Proença começou por se dedicar à literatura era ainda adolescente, escrevendo poemas anticolonialistas, de afirmação da identidade nacional, que acompanharam a sua actividade política. Os textos desta fase foram reunidos no volume Não Posso Adiar a Palavra, editado apenas em 1982. Este carácter panfletário foi-se atenuando progressivamente, embora o autor nunca tenha descurado uma vertente de intervenção política e social.
20. Considerado uma das grandes figuras da nova literatura guineense, escrevendo tanto em português como em crioulo, foi o co-organizador e prefaciador da primeira antologia poética do seu país Mantenhas Para Quem Luta! (1977). Alguma da sua produção continua inédita. Perfil Literário
22. Quando te propus Quando te propus um amanhecer diferente a terra ainda fervia em lavas e os homens ainda eram bestas ferozes Quando te propus a conquista do futuro vazias eram as mãos negras como breu o silêncio da resposta
23. Quando te propus o acumular de forças o sangue nómada e igual coagulava em todos os cárceres em toda a terra e em todos os homens Quando te propus um amanhecer diferente, amor a eternidade voraz das nossas dores era igual a «Deus Pai todo poderoso criador dos céus e da terra»
24. Quando te propus olhos secos, pés na terra, e convicção firme surdos eram os céus e a terra receptivos as balas e punhais as amaldiçoavam cada existência nossa Quando te propus abraçar a história, amor tantas foram as esperanças comidas insondável a fé forjada no extenso breu de canto e morte Foi assim que te propus no circuito de lágrimas e fogo, Povo meu o hastear eterno do nosso sangue para um amanhecer diferente!
25. Tema Este poema engloba várias temáticas, principalmente a do povo e das suas lutas e conquistas diárias resultantes da opressão estrangeira. Onde há os valores morais e individuais da esperança irrecusável necessária para se sobreviver. O poeta mostra, aqui, uma visão idealista e moralista do povo de Guiné-Bissau. O sujeito poético dedica-se à causa do povo na luta contra o invasor, e incita os camponeses-guerrilheiros à firmeza com a esperança num “amanhecer diferente”
26. Este texto poético está dividido em duas partes. A primeira parte corresponde às sete primeiras estrofes onde o sujeito poético propõe a mudança de vida do seu “amor”, ou seja, de seu povo para uma nova vida, uma vida onde não haja opressão, obrigações, proibições ou reservas. A última estrofe corresponde à segunda e última parte do poema onde o sujeito poético conclui a sua proposta, o seu desejo de querer mudar para melhor a vida do seu povo, “para um amanhecer diferente”, onde há liberdade e esperança. Assunto
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30. Apóstrofe “um amanhecer diferente, amor” “no circuito de lágrimas e fogo, Povo meu” A apóstrofe é utilizada pelo sujeito poético para se dirigir ao seu povo de Guiné-Bissau e incentivá-lo a lutar por um “amanhecer diferente”. Recursos Estilísticos
31. Estrutura formal Esta composição poética é constituída por oito estrofes livres: a primeira com quatro versos, a segunda com três, a terceira com um, a quarta com seis, a quinta com quatro, a sexta e a sétima com cinco e a última com quatro versos. O esquema rimático é irregular e a métrica dos versos não segue nenhuma lógica. Apresenta uma rima pobre e um ritmo rápido, bem como a utilização de várias exclamações.
32. Este trabalho, tal como os anteriores, foi bastante gratificante para o nosso grupo uma vez que nos deu a conhecer mais um notável escritor, Hélder Proença, do qual analisámos o poema “Quando te propus”. Também nos pôs a par da situação política tumultuosa que se vive em Guiné-Bissau, da qual este exímio escritor foi vitima por lutar pelos seus ideais de liberdade e esperança para o povo da sua terra. Mas como nem sempre tudo é negativo também passamos a conhecer o fabuloso Arquipélago dos Bijagós e as suas esplêndidas paisagens, bem como a própria Guiné-Bissau, com os seus costumes e cultura. Concluindo, novamente, a disciplina de Literaturas da Língua Portuguesa abre os nossos horizontes, não só literários, mas também culturais a um país e a um povo tão diferentes do nosso mas ao mesmo tempo tão iguais. Fazendo-nos vero mundo com uma perspectiva cada vez mais diferente da que tínhamos anteriormente. Reflexão
34. Classifica as seguintes afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F) A Capital de Guiné-Bissau é Bissau O Nome do poema analisado é “Um amanhecer diferente” O poema apresenta uma estrutura tripartida A primeira parte do poema propõe o povo a mudar Na segunda parte do poema o sujeito lírico desiste de querer mudar a vida do seu povo “amanhecer diferente” é uma adjectivação V F F V F V