O PJP busca formar jovens como pesquisadores de suas realidades, com base nos pressupostos do diagnóstico social, bem como sistematizar e disseminar esta metodologia como referência para outros educadores. A edição 2015 pretende formar jovens, de 16 a 20 anos, oriundos de organizações sociais da cidade de São Paulo.
2. Quem somos
A CASA7 pretende contribuir para o fortalecimento da prática social e de seus atores pela via da valorização e articulação das memórias, aprendizagens e conhecimentos que dela derivam.
Objetivo Geral do Programa Jovens Pesquisadores
O PJP busca formar jovens como pesquisadores de suas realidades, com base nos pressupostos do diagnóstico social, bem como sistematizar e disseminar esta metodologia como referência para outros educadores.
A Edição Piloto incluiu a formação direta de 20 jovens de 16 a 20 anos oriundos de 10 organizações sociais da zona leste e zona sul de São Paulo, bem como o acompanhamento de seus educadores. Foram realizadas 12 oficinas e atividades de campo, acompanhamento entre as oficinas de abril a setembro de 2013, dois encontros com os educadores e um seminário para divulgação dos resultados (parceria Fundação Tide Setúbal e FICAS). Os vídeos produzidos pelos jovens estão disponíveis em www.casa7.org.br/biblioteca.
3. Estratégias do PJP
•Articulação de organizações sociais, escolas, jovens e educadores.
•Realização de oficinas presenciais de formação e pesquisa de campo com os jovens.
•Realização de encontros com educadores e coordenadores das organizações envolvidas para tratar das etapas da pesquisa.
•Utilização do vídeo como instrumento de pesquisa qualitativa e estratégia para disseminar práticas e resultados.
•Utilização de meios virtuais para conectar e orientar os diferentes atores sociais envolvidos no Programa. Objetivos específicos
•Selecionar e articular organizações e jovens.
•Formar jovens como pesquisadores de suas realidades.
•Sistematizar boas metodologias de pesquisa em conjunto com os educadores das organizações participantes.
•Formar rede de colaboração e troca entre os atores envolvidos no Programa.
•Disseminar as informações coletadas nas pesquisas nas comunidades envolvidas, assim como as experiências e metodologias criadas ao longo das edições do Programa para outras ONGs.
4. •Baseada na visão de pesquisa como instrumento político de mobilização social, a pesquisa diagnóstica é utilizada para identificação e análise de questões, potencialidades e desafios próprios da realidade investigada a partir da ótica dos sujeitos que a vivem.
•O diagnóstico social é um estudo local (contexto social, espacial e temporal) que compila dados sobre as mais variadas áreas, trazendo uma visão, o mais possível, inter setorial das questões, avanços e desafios.
•A partir da observação e análise dos diferentes atores que compõe a comunidade pesquisada, o diagnóstico social joga luz sobre os recursos existentes e prioridades em cada localidade, contribuindo assim para o planejamento e orientação de ações sustentáveis.
•A formação é compreendida como um conjunto de atividades e ações que favorecem a reflexão sistemática sobre os processos e sentidos da pesquisa, sempre a partir da prática concreta, fornecendo aos jovens os instrumentos necessários para a realização efetiva de diagnósticos em suas comunidades.
•Sistematização é no Programa compreendida como um instrumento de produção e disseminação do conhecimento construído a partir da prática.
PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS
5. Vídeo como instrumento de pesquisa e disseminação dos resultados
A produção de vídeo neste Programa tem o objetivo de desenvolver projetos de pesquisa por meio das técnicas audiovisuais, contribuindo assim para a disseminação dos resultados nas comunidades estudadas. Durante o processo, são demonstradas de que forma as etapas de uma pesquisa dialogam com o processo de produção de um filme. Como produto, cada dupla de jovem elabora um vídeo-documentário de aproximadamente 5 minutos compilando as informações coletadas ao longo do processo de pesquisa.
Vídeo PJP Edição Piloto https://www.youtube.com/watch?v=CyKYl_XOUFA
6. •As atividades formativas incluem: pesquisa experimental; análise de dados; construção de instrumentos de pesquisa; trabalho de campo; produção de vídeo diagnóstico; processamento, análise e disseminação dos resultados nas comunidades.
•As atividades de campo são primeiramente exercitadas nos encontros presenciais e a realização do diagnóstico (em parceria com os educadores) é acompanhada à distância e em visitas técnicas nas organizações.
•Os encontros com educadores objetivam garantir a sua participação nas atividades externas e sistematizar a metodologia em roteiros formativos que podem ser disseminados.
•TEMPO DE DURAÇÃO: 8 meses
A partir da avaliação realizada pelos jovens participantes da edição piloto e da equipe CASA7 algumas etapas formativas foram ampliadas e outras incorporadas ao Programa para aprimorar o processo formativo. Assim, para a segunda edição do PJP o número de encontros presenciais com jovens e educadores foi ampliado e dedicado mais tempo para o ensino e uso de ferramentas tecnológicas.
Sínteses das Ações do Programa
7. ATIVIDADES
1) Selecionar e articular organizações e jovens Público alvo: 20 jovens (10 duplas) de 16 a 20 anos, ativos no bairro / comunidade e/ou interessados em pesquisa integrantes de 10 ONGs Seleção: 20 horas para visitar as organizações interessadas em participar do PJP
Pré-requisitos para as organizações: destacar um educador para participar do PJP, de preferência que domine Excel e programa básico de edição de vídeo; possuir computadores com programas de edição de vídeo e Excel e disponibilizá-los para que os jovens possam realizar as atividades propostas nas organizações; disponibilizar espaço para encontros, seminários e reuniões com a comunidade.
8. 2) Formar Jovens pesquisadores
10 horas para saída a campo e seminário
8 horas para oficinas de vídeo, tabulação e uso do Excel
48 horas em 12 encontros semanais presenciais com os jovens, na sede da CASA7
Aproximadamente 50 horas para a realização de atividades de campo e produção de materiais, com acompanhamento à distância pela CASA7.
•Delimitação geográfica
•Levantamento de lideranças
•Roteiros de entrevista
•Oficina: vídeo
•Entrevistas com lideranças
•Definição dos focos da pesquisa
ETAPA 1 – Pesquisa Exploratória
•Construção de Metodologia e Instrumentos de Pesquisa
•Definição da amostra
•Oficina: Excel e Tabulação
•Saída a campo
•Aplicação de questionário
•Tabulação de dados
ETAPA 2 – Pesquisa de Campo
•Análise dos resultados
•Captação de novas imagens a partir dos resultados
•Edição de vídeo
ETAPA 3 – Análise e Edição
•Visita técnica às organizações
•Edição final dos vídeos
•Apresentação nas comunidades
•Seminário final
ETAPA 4 – Socialização dos resultados
9. Trechos de depoimentos dos jovens participantes da primeira edição do PJP Aprender a expor e respeitar opiniões diferentes;
•“o mais importante foi conhecer o local onde moro e aceitar a opinião dos outros” Aprender a trabalhar em equipe;
“minha dupla me completou e estou seguro do nosso trabalho”; Ampliação do repertório sobre o contexto social paulistano.
“descobri coisas em outras comunidades que não achei que poderia ter, achava que a minha comunidade era ruim, mas existem outras na mesma situação”
“conseguiram (equipe do Programa) fazer com que eu venha a observar as coisas ao meu redor e que eu venha saber e ter coragem de expor minha opinião”
A experiência da primeira edição do PJP mostrou o valor e importância que os jovens atribuem, além do exercício do diagnósticos, para a troca e interação afetiva entre eles, pela diversidade, pelas novidades, curiosidade, etc. Esta constatação fez com que o Programa abrisse espaço para a realização de atividades práticas nos temas das pesquisas sempre em grupo e subgrupos como forma de dar espaço para estes conteúdos. A partir da avaliação dos jovens o Programa além de formá-los como pesquisadores, também contribuiu para a ampliação de repertório, desenvolvimento de habilidades pessoais e de relacionamento, promovendo a construção de novos laços de sociabilidade.
10. Desenvolvimento da capacidade de comunicação; segurança e autoconfiança. 77% dos jovens se sentiram seguros para apresentar em público o trabalho final.
“me sinto mais à vontade e confiante”
“O principal é que (o Programa) me passou segurança e consegui me descobrir”
“estou segura porque tinha muita vergonha, me sinto mais à vontade em falar”
“vou falar o que fiz aqui e me orgulho muito(...) por que acredito que nosso trabalho ficou bom”. Somam-se a estes aprendizados diversos depoimentos que apontaram para a formação de novas redes de sociabilidade, marcadas principalmente pelo estabelecimento de novos laços de amizade.
“O mais importante foi o conhecimento e amigos que estarão no meu coração”
“Novos conhecimentos e novas amizades”
“amor, amizade, união.”
A partir destas devolutivas se explicitou a importância de incorporar ao planejamento da segunda edição do PJP novas estratégias e um tempo maior para a integração e socialização do grupo, o que consequentemente pode contribuir para um melhor andamento das atividades coletivas e para a formação de uma rede de colaboração e troca. Para tanto, foram incorporadas às ações do PJP mais duas atividades: um encontro inaugural e uma vivência no centro da cidade.
11. 3) Formar grupo de trabalho, rede de colaboração e acompanhar trabalhos de campo
Encontro inaugural de 6 horas envolvendo todos os atores do Programa para: socializar os objetivos do PJP; as diferentes organizações conhecerem o trabalho que realizam; promover a integração do grupo.
40 horas para a equipe da CASA7 visitar cada uma das 10 organizações integrantes do programa para acompanhar e orientar o trabalho dos jovens.
Apresentação dos diagnósticos sociais para a comunidade
Criação de comunidades virtuais em redes sociais
Criação de espaço virtual (site ou blog) do Programa
Outro aprendizado importante da primeira edição do Programa é que é fundamental aperfeiçoar os canais de comunicação entre a equipe da CASA7 e os jovens. 76,9% dos participantes da primeira edição apontaram que o acompanhamento virtual é fundamental para a execução das tarefas nas comunidades. Assim, além de e-mail e Facebook para a segunda edição está prevista a criação de um (site ou blog) para concentrar orientações, materiais, dúvidas e produções. Na mesma linha, outra ação que visa ampliar o acompanhamento do trabalho dos jovens é a realização de uma visita técnica da equipe CASA7 a cada uma das organizações participantes para orientar e qualificar o acabamento dos produtos finais.
12. Em questão dirigida as jovens a CASA7 buscou saber quais temas e atividades poderiam ser mais explorados durante o Programa. Como resultado as principais propostas que surgiram foram:
Mais tempo para as oficinas de vídeo e principalmente para a etapa de edição
Ter mais oficinas e mais tempo para realizar parte das tarefas nos encontros. Estas sugestões são reforçadas pela avaliação dos jovens que apontou que 92,3% se disseram satisfeitos com a produção de campo (Atividades), mas apenas 7,7% ficaram muito satisfeitos. Estes dados se somam a avaliação da equipe da CASA7, que observou que apesar da excelente participação dos jovens nas oficinas, muitos apresentaram dificuldades na produção e entrega das atividades propostas. Assim, ficou clara a necessidade de ampliar o processo formativo e de se dedicar mais tempo para:
•Ensino de edição e uso do vídeo como ferramenta de pesquisa
•Edição das entrevistas e imagens captadas ao longo do processo
•Ensino de comandos básicos do Excel, processamento e tabulação
13. •Oficina: vídeo
ETAPA 1 – Pesquisa Exploratória
•Encontro de formação I
•Oficina: Excel e Tabulação
•Saída a campo
ETAPA 2 – Pesquisa de Campo
•Encontro de formação II
•Visita Técnica às organizações
•Seminário final
ETAPA 4 – Socialização dos resultados
4) Acompanhamento e Sistematização da Metodologia com Educadores
8 horas em 2 encontros para sistematizar metodologias de pesquisa e construir roteiros formativos
8 horas de oficinas de vídeo, tabulação e uso do Excel
10 horas para saída a campo e seminário
Para 76,9% dos jovens a participação dos educadores (ONG) nas atividades foi considerada muito importante. Internamente a equipe CASA7 também avaliou que é de extrema importância formar os educadores para que eles possam orientar e acompanhar os jovens na execução das tarefas que compõe o Programa. Assim foram previstos dois encontros exclusivos para formação dos educadores e mais 4 atividades envolvendo jovens e educadores das Ongs.
14. Resultados esperados
20 jovens formados em metodologia de diagnóstico e multiplicadores da proposta
Diagnósticos sociais realizados em 10 comunidades
Metodologia de pesquisa e de formação de jovens sistematizada
10 educadores disseminando a metodologia para 10 ONGs (aproximadamente 50 educadores desenvolvendo a metodologia)
10 comunidades (ONGs, lideranças locais, poder público, escolas, etc.) mobilizadas
10 ONGs articuladas e trocando experiência Produtos
10 vídeos produzidos com resultados diagnósticos
Roteiro formativo publicado / Caderno da Prática Avaliação As perguntas avaliativas serão construídas com base nos resultados esperados e em conjunto com os jovens e educadores. A avaliação qualitativa será realizada processualmente por meio de rodas de aprendizagens a serem realizadas ao final de cada encontro formativo. Além disso, também servirão de parâmetro para avaliar o processo, a qualidade dos vídeos e a pesquisa de campo produzidas ao longo do Programa. A avaliação quantitativa será feita por meio de questionários para educadores jovens ao final do processo.
15. Como apoiar: Investimento social privado Convênios com outras organizações nacionais e internacionais; Doação de pessoas jurídicas e físicas. Para mais informações, entre em contato pelo telefone 11 – 21 933777 ou pelo e-mail casa7@casa7.org.br