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Trabalho de Língua Portuguesa II

Inspirado no livro “A contadora de Filmes” de Letelier

                                            ESPM-SP
Prefácio


   Ruas congestionadas, edifícios margeando todas as avenidas, acidentes e assaltos.

                   Essa é a realidade de quem trafega por São Paulo.

Essa é a realidade de Tim Burton, Quentin Tarantino e Selton Mello na pele de taxistas da
                               maior metrópole brasileira.

Metrópole que, à medida que viu suas ruas se alongando, seus prédios crescendo e seus
 habitantes tendo que se esconder em ambientes blindados, filmados e protegidos por
                   cercas elétricas, perdeu o ar cultural de outrora.

    É aí que entram os grandes mestres do cinema e seu amor por contar histórias.

 Tim Burton se espanta com a falta de imaginação dos paulistas, Tarantino banaliza a
 violência tão comum nos dias de hoje das ruas e Selton se orgulha de ser Brasileiro e,
                  mais que isso, se orgulha de morar em São Paulo.

  No entanto, o que é comum para todos é o desejo de, ao mesmo tempo, absorver e
  modificar, através de histórias, a identidade dessa cidade que percorreu um grande
                          caminho cinematográfico e literário.
Sumário


Imaginação Poluída .......................................................................................................... 01

Taxímetro Vermelho ......................................................................................................... 07

Corrida pelo Brasil ............................................................................................................ 13
01
Ás vezes, contar filmes dentro do meu carro, para pessoas desconhecidas é a melhor
     Meu nome é Tim Bueno R. Tomás. Não me pergunte de onde veio esse R ai no meio               coisa do mundo, no entanto, de vez em quando me chateia. O descaso dos paulistas é
     porque, sinceramente, não tenho a menor ideia. Gosto de pensar que minha mãe quis           tanto que parece cutucar o fundo do meu peito. Semana passada, por exemplo, eu me
     esconder algum segredo no meu nome para eu descobrir quando fosse mais velho, só            lembro bem, um homem no seus 21 anos fez uma corrida comigo. Ele perguntou se eu
     que, quanto mais eu envelheço, mais percebo que minha pobre mãezinha só gostou do           podia leva-lo para o Campo Belo, entrou no Taxi e, como muitas pessoas fazem, se calou.
     nome e colocou-o em seu único filho. Uma pena.                                              Essa era minha deixa. Então comecei a contar uma história que eu havia visto num filme.
                                                                                                 A história era incrível, muitas explosões, perseguições e coisas que essa idade gosta, além
     Meu ganha pão é ser taxista, levar as pessoas para cima e para baixo no meio dessa grande   de uma mensagem que deve ser guardada muito bem. No começo da minha fala, ele ainda
     metrópole. Porém minha profissão, meu oficio, é interferir de alguma maneira na vida de     comentava poucas coisas – quando eu o cutucava para tal – mas, aos poucos foi ficando
     meus passageiros. É incrível pensar assim. Pesar que você muda, mesmo que seja muito        quieto. Olhei pelo retrovisor e vi que o paulistano estava dormindo. Foi a minha vez de
     pouco, a vida de cada uma das pessoas com quem você entra em contato. E esse é meu          me calar. Ele deveria estar com sono, cansado ou, simplesmente, não tinha se interessado
     objetivo. Trabalho como taxista em São Paulo à 19 anos e, cada vez mais, vejo que o         pela história contada. Aceitável. No entanto, quando o homem acordou – por causa de uma
     transito é o maior estresse dos habitantes dessa cidade. Gritam, xingam, buzinam e até se   buzina qualquer – olhou para mim e disse:
     matam, literalmente. Meu papel, como gosto de pensar, é transformar esse momento em
     algo muito mais prazeroso e procuro fazer isso contando filmes. Sim, filmes. Porque esse    “Desculpa moço, mil perdões. Mas é que ouvir histórias assim é um tanto quanto chato.
     é meu outro trabalho, entrar no universo dos filmes e imaginar um mundo completamente       Não tem a tela te mostrando como as coisas acontecem e também não tem páginas te
     novo, um mundo onde posso ser o que eu quiser e fazer o que vier na cabeça.                 explicando cada detalhe da situação. Então não tem como imaginar.”




03                                                                                                                                                                                             04
Não tem como imaginar! Imaginar! Foi nesse dia que eu percebi o quão crítico era o estado
     da cidade de São Paulo. Cheguei no destino pedido pelo rapaz, recebi meu dinheiro e fiquei
     alguns minutos parado no carro, pensando no que acabara de ouvir. As pessoas estão
     tão presas na correria de seu dia a dia, que nem se dão ao trabalho de tentar imaginar.
     Acordam, comem, trabalham ou estudam, comem, trabalham ou estudam mais, comem
     e dormem. Todo dia movimentam essa grande metrópole. E, mesmo quando leem livros
     e veem filmes, querem tudo pronto, ali, mastigado na mão delas. A tv, o computador, os
     livros e o cinema perderam seu propósito para algumas pessoas. Um único motivo: esses
     indivíduos perderam sua capacidade de imaginar. Isso é lamentável.

     Seria fácil acreditar que a partir desse dia desisti de contar histórias. Muito pelo contrario.
     Eu acredito nas pessoas que ainda trabalham sua imaginação (que não são poucas) e, mais
     que isso, acredito nas pessoas que estão presas em seus casulos de problemas. Eu sei
     que, um dia, vão ver a importância que tem a criatividade, vão ver o quanto perderam por
     deixa-la de lado. Meu trabalho é abrir os olhos e a mente dessas pessoas.




05
07
Olho meu crachá, que balança de um lado para outro, pendurado no retrovisor. Lá, leio o      Certo dia um rapaz barbudo, de pouco cabelo, social, jovem, entrou no taxi, já pedindo seu
     meu nome, Albertino, que, naturalmente, virou Tino entre os amigos. Se aquela foto 3x4       rumo: Augusta, na altura da Paulista. Isso me fez lembrar uma história das boas daquela
     que parece olhar para cada passageiro que entra em meu taxi tivesse visto as mesmas          esquina, imaginei que ele gostaria de saber.
     coisas que eu, ah, com certeza teria muita história para contar.
                                                                                                  O causo envolvia uma briga, um assalto, não sei ao certo. Mas o que vi, de um lugar
     Histórias das boas, sabe, da capital, das ruas truculentas de São Paulo, sem respeito e de   próximo, praticamente um camarote, é que um indivíduo havia esfaqueado uma garota
     egoísmo maior que prédio da Paulista ou da Berrini. Mas, vou te contar, já são 30 anos de    de uma forma cruel, em que se enfia a faca e, não estando satisfeito, ainda a movimenta,
     taxímetro ligado, que o vermelho do sangue das ruas paulistanas já não me surpreende. É      aumentando o corte e o sangue esparramado. A calçada estava cheia, parecia pouco se
     tanto trânsito por causa de acidentes que um corpo ao chão não me tira o apetite.            importar, e, assim que desferiu o golpe, o assassino pôs-se a correr.

     Sabe essas histórias que disse que sei? Então, eu sei e não guardo comigo: divido com cada   O indivíduo, chegando na esquina que meu querido passageiro se destinava, tentou
     ser que me faz companhia neste carro. Ser taxista é um trabalho um tanto solitário e o       atravessar sem olhar e foi pego em cheio por um ônibus, que fez seu corpo cair desfalecido
     passageiro, poxa, devia compreender isso. Sem contar que seria muito egoísmo da minha        ao chão. Cruel e brincalhão que é o destino, não satisfeito em esfarelar os ossos do moço,
     parte guardar apenas para mim o que meus olhos têm privilégio de presenciar.                 um outro carro que vinha ao lado passou por cima de sua cabeça.




09                                                                                                                                                                                             10
Fui começar a contar os detalhes dos restos da cabeça que se espalharam pelo chão, mas
     o rapaz disse que onde estávamos, na Brigadeiro, já estava bom. Deu-me uma nota de
     cinquenta e disse que podia ficar com o troco. Teria visto algum conhecido na rua? Não
     sei, mas aceitei o dinheiro e apenas fiquei pensando como ele aguentaria de curiosidade,
     sem saber o final de história que eu contava.

     No final das contas, tive sorte em dobro, pois, onde o deixei, uma moça, executiva talvez,
     já fez sinal para mim. Tinha duas maletas, parecia alguém importante, e pediu para levar
     até a Henrique Schaumann.

     Engraçado, pois foi nessa mesma avenida que, dias atrás, ocorreu um acidente que envolveu
     dois carros e uma pedestre entre eles, que, quem diria, tinha o mesmo jeito da moça ao
     meu lado. Aquela, certeza, seria uma história que ela gostaria de ouvir.




11
13
Meu nome é Ton Mello. Num desses dias começaram a me chamar de Johnny. Não sei de           Eu sei, ainda não respondi aquela pergunta. Você ainda deve estar se perguntando porque
     onde tiraram esse trem. Meu nome não é Jonnhy. Aliás, odeio essa história de brasileiro     estou nessa terra que, dizia-se, tanto garoava. Olha... não vejo essa tal de garoa tanto
     querer americanizar tudo. Eu gosto mesmo é da nossa terrinha.                               hoje em dia, não. Ah! Então, estou aqui porque estando em São Paulo estou em cada canto
                                                                                                 do Brasil: aqui tem de tudo, sô! Desde caiçara a mineiro. Você pode até dizer que com
     Por falar em terra me lembro de onde nasci e cresci: minha Minas Gerais. Você pode estar    tanto cinza e tanto prédio esse meu papo do Brasil em São Paulo é loucura, ou sintoma de
     se perguntando como um mineiro veio passar a ser taxista na cidade de São Paulo. Acontece   saudade. Pois eu já te digo que nesses espaços geométricos formados pelas construções,
     que é assim que eu consigo fazer aquilo que eu mais gosto, parece até que eu nasci para     enquanto eu vejo o quadro, você vê só a moldura. Já te explico: eu vejo as pessoas, os
     fazer isso: contar filmes... pois é, mais que taxista, sou um contador de filmes.           sentimentos, os risos, as manias e as pressas que se passam dentro dessa moldura, que é
                                                                                                 a cidade. Enquanto você tá olhando, mas não tá vendo. Que nem agora. Ei! Para de mexer
     Gosto de pensar que todo esse nosso Brasil é um grande filme e é dessa maneira, contando    nesse iPim!
     esse filme, que eu consigo alertar meus passageiros que eles também são personagens
     dessa história. Isso tudo pode parecer loucura, mas como diria meu falecido pai: o rato     Ô trem! Hoje as cenas desse filme não estão desenrolando... também no trânsito que
     come queijo, o gato bebe leite... e eu, eu sou um taxista contador de filmes.               estamos! Mas, calma, eu sei que um dia a gente chega lá. Aliás, para o seu destino final, a
                                                                                                 Avenida Paulista, é um tirinho de espingarda.




15                                                                                                                                                                                             16
Para passar o tempo, vou te contar um filme... ou uma história, já não lembro bem qual
     dos dois ela é. Certo dia, aqui em São Paulo mesmo, tinha um moreno de pai paulista, avô
     pernambucano, bisavô mineiro, e tataravô baiano. E ele tava aqui, olha só!, pra ver o jogo
     do São Paulo contra o Bahia. E aí ele entrou no meu taxi... ah! lembrei! Isso é uma história
     e não um filme, mas bem que podia ser um. Ele entrou agitado e com o coração apertado,
     já que não sabia se preferia ver o São Paulo perder ou ganhar. Com tanto Brasil dentro
     dele era difícil escolher um dos lados. Que azar o dele! De todas as pessoas, veio falar
     justamente comigo! Só consegui piorar a dúvida do rapaz. Falei que ele devia mesmo era
     torcer pro Brasil. Afinal, pra que torcer pra um pedaço se o bonito mesmo é a união de
     todos eles...

     - Chegamos no meu destino, senhor!

     Opa! Até me perdi, sempre perco a noção do tempo quando conto esses filmes. Bem, já que
     estamos aqui, a sessão ficou R$ 45,00.




17
Ana Paula Ishizaki Alves dos Anjos
     Anna Paula Pereira Menezes
            Beatriz Furlani Adriano
     Caroline Boaventura Moreira
                   Leonardo Uono

                          CSOS2D

                 Outubro de 2012
Bandeira Paulista

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Bandeira Paulista

  • 1.
  • 2. Trabalho de Língua Portuguesa II Inspirado no livro “A contadora de Filmes” de Letelier ESPM-SP
  • 3. Prefácio Ruas congestionadas, edifícios margeando todas as avenidas, acidentes e assaltos. Essa é a realidade de quem trafega por São Paulo. Essa é a realidade de Tim Burton, Quentin Tarantino e Selton Mello na pele de taxistas da maior metrópole brasileira. Metrópole que, à medida que viu suas ruas se alongando, seus prédios crescendo e seus habitantes tendo que se esconder em ambientes blindados, filmados e protegidos por cercas elétricas, perdeu o ar cultural de outrora. É aí que entram os grandes mestres do cinema e seu amor por contar histórias. Tim Burton se espanta com a falta de imaginação dos paulistas, Tarantino banaliza a violência tão comum nos dias de hoje das ruas e Selton se orgulha de ser Brasileiro e, mais que isso, se orgulha de morar em São Paulo. No entanto, o que é comum para todos é o desejo de, ao mesmo tempo, absorver e modificar, através de histórias, a identidade dessa cidade que percorreu um grande caminho cinematográfico e literário.
  • 4. Sumário Imaginação Poluída .......................................................................................................... 01 Taxímetro Vermelho ......................................................................................................... 07 Corrida pelo Brasil ............................................................................................................ 13
  • 5. 01
  • 6. Ás vezes, contar filmes dentro do meu carro, para pessoas desconhecidas é a melhor Meu nome é Tim Bueno R. Tomás. Não me pergunte de onde veio esse R ai no meio coisa do mundo, no entanto, de vez em quando me chateia. O descaso dos paulistas é porque, sinceramente, não tenho a menor ideia. Gosto de pensar que minha mãe quis tanto que parece cutucar o fundo do meu peito. Semana passada, por exemplo, eu me esconder algum segredo no meu nome para eu descobrir quando fosse mais velho, só lembro bem, um homem no seus 21 anos fez uma corrida comigo. Ele perguntou se eu que, quanto mais eu envelheço, mais percebo que minha pobre mãezinha só gostou do podia leva-lo para o Campo Belo, entrou no Taxi e, como muitas pessoas fazem, se calou. nome e colocou-o em seu único filho. Uma pena. Essa era minha deixa. Então comecei a contar uma história que eu havia visto num filme. A história era incrível, muitas explosões, perseguições e coisas que essa idade gosta, além Meu ganha pão é ser taxista, levar as pessoas para cima e para baixo no meio dessa grande de uma mensagem que deve ser guardada muito bem. No começo da minha fala, ele ainda metrópole. Porém minha profissão, meu oficio, é interferir de alguma maneira na vida de comentava poucas coisas – quando eu o cutucava para tal – mas, aos poucos foi ficando meus passageiros. É incrível pensar assim. Pesar que você muda, mesmo que seja muito quieto. Olhei pelo retrovisor e vi que o paulistano estava dormindo. Foi a minha vez de pouco, a vida de cada uma das pessoas com quem você entra em contato. E esse é meu me calar. Ele deveria estar com sono, cansado ou, simplesmente, não tinha se interessado objetivo. Trabalho como taxista em São Paulo à 19 anos e, cada vez mais, vejo que o pela história contada. Aceitável. No entanto, quando o homem acordou – por causa de uma transito é o maior estresse dos habitantes dessa cidade. Gritam, xingam, buzinam e até se buzina qualquer – olhou para mim e disse: matam, literalmente. Meu papel, como gosto de pensar, é transformar esse momento em algo muito mais prazeroso e procuro fazer isso contando filmes. Sim, filmes. Porque esse “Desculpa moço, mil perdões. Mas é que ouvir histórias assim é um tanto quanto chato. é meu outro trabalho, entrar no universo dos filmes e imaginar um mundo completamente Não tem a tela te mostrando como as coisas acontecem e também não tem páginas te novo, um mundo onde posso ser o que eu quiser e fazer o que vier na cabeça. explicando cada detalhe da situação. Então não tem como imaginar.” 03 04
  • 7. Não tem como imaginar! Imaginar! Foi nesse dia que eu percebi o quão crítico era o estado da cidade de São Paulo. Cheguei no destino pedido pelo rapaz, recebi meu dinheiro e fiquei alguns minutos parado no carro, pensando no que acabara de ouvir. As pessoas estão tão presas na correria de seu dia a dia, que nem se dão ao trabalho de tentar imaginar. Acordam, comem, trabalham ou estudam, comem, trabalham ou estudam mais, comem e dormem. Todo dia movimentam essa grande metrópole. E, mesmo quando leem livros e veem filmes, querem tudo pronto, ali, mastigado na mão delas. A tv, o computador, os livros e o cinema perderam seu propósito para algumas pessoas. Um único motivo: esses indivíduos perderam sua capacidade de imaginar. Isso é lamentável. Seria fácil acreditar que a partir desse dia desisti de contar histórias. Muito pelo contrario. Eu acredito nas pessoas que ainda trabalham sua imaginação (que não são poucas) e, mais que isso, acredito nas pessoas que estão presas em seus casulos de problemas. Eu sei que, um dia, vão ver a importância que tem a criatividade, vão ver o quanto perderam por deixa-la de lado. Meu trabalho é abrir os olhos e a mente dessas pessoas. 05
  • 8. 07
  • 9. Olho meu crachá, que balança de um lado para outro, pendurado no retrovisor. Lá, leio o Certo dia um rapaz barbudo, de pouco cabelo, social, jovem, entrou no taxi, já pedindo seu meu nome, Albertino, que, naturalmente, virou Tino entre os amigos. Se aquela foto 3x4 rumo: Augusta, na altura da Paulista. Isso me fez lembrar uma história das boas daquela que parece olhar para cada passageiro que entra em meu taxi tivesse visto as mesmas esquina, imaginei que ele gostaria de saber. coisas que eu, ah, com certeza teria muita história para contar. O causo envolvia uma briga, um assalto, não sei ao certo. Mas o que vi, de um lugar Histórias das boas, sabe, da capital, das ruas truculentas de São Paulo, sem respeito e de próximo, praticamente um camarote, é que um indivíduo havia esfaqueado uma garota egoísmo maior que prédio da Paulista ou da Berrini. Mas, vou te contar, já são 30 anos de de uma forma cruel, em que se enfia a faca e, não estando satisfeito, ainda a movimenta, taxímetro ligado, que o vermelho do sangue das ruas paulistanas já não me surpreende. É aumentando o corte e o sangue esparramado. A calçada estava cheia, parecia pouco se tanto trânsito por causa de acidentes que um corpo ao chão não me tira o apetite. importar, e, assim que desferiu o golpe, o assassino pôs-se a correr. Sabe essas histórias que disse que sei? Então, eu sei e não guardo comigo: divido com cada O indivíduo, chegando na esquina que meu querido passageiro se destinava, tentou ser que me faz companhia neste carro. Ser taxista é um trabalho um tanto solitário e o atravessar sem olhar e foi pego em cheio por um ônibus, que fez seu corpo cair desfalecido passageiro, poxa, devia compreender isso. Sem contar que seria muito egoísmo da minha ao chão. Cruel e brincalhão que é o destino, não satisfeito em esfarelar os ossos do moço, parte guardar apenas para mim o que meus olhos têm privilégio de presenciar. um outro carro que vinha ao lado passou por cima de sua cabeça. 09 10
  • 10. Fui começar a contar os detalhes dos restos da cabeça que se espalharam pelo chão, mas o rapaz disse que onde estávamos, na Brigadeiro, já estava bom. Deu-me uma nota de cinquenta e disse que podia ficar com o troco. Teria visto algum conhecido na rua? Não sei, mas aceitei o dinheiro e apenas fiquei pensando como ele aguentaria de curiosidade, sem saber o final de história que eu contava. No final das contas, tive sorte em dobro, pois, onde o deixei, uma moça, executiva talvez, já fez sinal para mim. Tinha duas maletas, parecia alguém importante, e pediu para levar até a Henrique Schaumann. Engraçado, pois foi nessa mesma avenida que, dias atrás, ocorreu um acidente que envolveu dois carros e uma pedestre entre eles, que, quem diria, tinha o mesmo jeito da moça ao meu lado. Aquela, certeza, seria uma história que ela gostaria de ouvir. 11
  • 11. 13
  • 12. Meu nome é Ton Mello. Num desses dias começaram a me chamar de Johnny. Não sei de Eu sei, ainda não respondi aquela pergunta. Você ainda deve estar se perguntando porque onde tiraram esse trem. Meu nome não é Jonnhy. Aliás, odeio essa história de brasileiro estou nessa terra que, dizia-se, tanto garoava. Olha... não vejo essa tal de garoa tanto querer americanizar tudo. Eu gosto mesmo é da nossa terrinha. hoje em dia, não. Ah! Então, estou aqui porque estando em São Paulo estou em cada canto do Brasil: aqui tem de tudo, sô! Desde caiçara a mineiro. Você pode até dizer que com Por falar em terra me lembro de onde nasci e cresci: minha Minas Gerais. Você pode estar tanto cinza e tanto prédio esse meu papo do Brasil em São Paulo é loucura, ou sintoma de se perguntando como um mineiro veio passar a ser taxista na cidade de São Paulo. Acontece saudade. Pois eu já te digo que nesses espaços geométricos formados pelas construções, que é assim que eu consigo fazer aquilo que eu mais gosto, parece até que eu nasci para enquanto eu vejo o quadro, você vê só a moldura. Já te explico: eu vejo as pessoas, os fazer isso: contar filmes... pois é, mais que taxista, sou um contador de filmes. sentimentos, os risos, as manias e as pressas que se passam dentro dessa moldura, que é a cidade. Enquanto você tá olhando, mas não tá vendo. Que nem agora. Ei! Para de mexer Gosto de pensar que todo esse nosso Brasil é um grande filme e é dessa maneira, contando nesse iPim! esse filme, que eu consigo alertar meus passageiros que eles também são personagens dessa história. Isso tudo pode parecer loucura, mas como diria meu falecido pai: o rato Ô trem! Hoje as cenas desse filme não estão desenrolando... também no trânsito que come queijo, o gato bebe leite... e eu, eu sou um taxista contador de filmes. estamos! Mas, calma, eu sei que um dia a gente chega lá. Aliás, para o seu destino final, a Avenida Paulista, é um tirinho de espingarda. 15 16
  • 13. Para passar o tempo, vou te contar um filme... ou uma história, já não lembro bem qual dos dois ela é. Certo dia, aqui em São Paulo mesmo, tinha um moreno de pai paulista, avô pernambucano, bisavô mineiro, e tataravô baiano. E ele tava aqui, olha só!, pra ver o jogo do São Paulo contra o Bahia. E aí ele entrou no meu taxi... ah! lembrei! Isso é uma história e não um filme, mas bem que podia ser um. Ele entrou agitado e com o coração apertado, já que não sabia se preferia ver o São Paulo perder ou ganhar. Com tanto Brasil dentro dele era difícil escolher um dos lados. Que azar o dele! De todas as pessoas, veio falar justamente comigo! Só consegui piorar a dúvida do rapaz. Falei que ele devia mesmo era torcer pro Brasil. Afinal, pra que torcer pra um pedaço se o bonito mesmo é a união de todos eles... - Chegamos no meu destino, senhor! Opa! Até me perdi, sempre perco a noção do tempo quando conto esses filmes. Bem, já que estamos aqui, a sessão ficou R$ 45,00. 17
  • 14. Ana Paula Ishizaki Alves dos Anjos Anna Paula Pereira Menezes Beatriz Furlani Adriano Caroline Boaventura Moreira Leonardo Uono CSOS2D Outubro de 2012