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Gui e o Estendal Mágico
História . Sandra Serra
Ilustração . Sandra Serra

Revisão . Ana Marques
Design . Espiral Inversa
Pré-impressão . Espiral Inversa
Editora . Espiral Inversa
Tel (+351) 261 853 458   . geral@espiralinversa.pt
Um Projeto de:
Multi Mall Management Portugal

Outubro de 2011
ISBN . 978-989-95566-7-6
Dep. Legal . 333636/11
Sandra Serra




Espiral Inversa
O Gui estava a dar os últimos retoques no seu quarto.
Ajeitou o cachecol da seleção nacional pendurado na
cadeira, esticou a colcha da cama de hóspedes que a avó
tinha preparado, escondeu as meias sujas debaixo do tapete,
e estava a alinhar os livros na prateleira quando ouviu o
ronco de um carro a aproximar-se de casa.
   O Gui saltou para a janela e lá estava ele. Um carrão
vermelho e brilhante, daqueles que só se veem nos anúncios
de televisão.
   — Avó, avô — gritou, enquanto escorregava pelo
corrimão da escada — já chegaram!
Pouco se lembrava do primo Pierre. Da última vez que se
tinham visto eram ainda muito pequeninos.
    O tio João vinha a Portugal sempre que podia e morria de
saudades da sua aldeia.
    Falavam muitas vezes pela internet e o tio João não se cansava
de suspirar pela comidinha portuguesa, pelas paisagens e cheiros
da sua aldeia, pelos seus amigos e família, que tão bem o sabiam
receber. Tinha saudades das coisas mais incríveis, e dizia, como
se fosse possível, que o sol português era o mais bonito do
mundo. O Gui não compreendia muito bem essa história das
saudades, mas estava em pulgas para ver o primo.
    O Pierre não estava menos ansioso. Era bem mais alto do
que o Gui, embora só tivesse um ano a mais. Tinha o cabelo
comprido, despenteado e tão louro que até parecia branco.
    Saltou do carro todo descontraído e sorridente — Salut,
primo Gui!!! — disse o Pierre ao abraçar o primo com
toda a força.
    — Gui, estás tão grande, miúdo! —
abraçou-o também o tio João. — Não
imaginas quantas vezes falamos de ti.
    Passaram um serão animado, a contar
histórias e a saborear os petiscos
tradicionais de que o tio João tinha
tantas saudades.
De manhã, quando o Pierre apareceu na sala, ainda
mais despenteado do que no dia anterior, já o Gui estava
pronto e ansioso para o levar a conhecer os amigos e a
aldeia. E, de seguida, saíram a tagarelar como se estivessem
sempre juntos.
   O Gui mostrou-lhe todos os cantos e recantos da
aldeia. Passaram pela Quinta das Macieiras, pela casa do
Manel pastor, pela escola, que tinha a melhor biblioteca
das redondezas e, finalmente, chegaram à praça da igreja.
No centro da praça saltava aos olhos um
imponente coreto, todo em ferro, pintado de
verde.
   Nessa altura já muitos outros meninos se
tinham juntado aos dois primos, curiosos por
conhecer o Pierre e todos vaidosos em mostrar
a sua aldeia.
   — E já está! — exclamou o Gui de braços
abertos. — Esta é a minha aldeia. Gostas?!
   O Pierre estava a adorar ser o centro das
atenções, e estava feliz com a simpatia e
hospitalidade dos outros miúdos. Estava tão
entusiasmado que saltou para o coreto, com
o seu jeito desgrenhado, e com a voz bem
colocada começou a representar e a cantar.
Ora imitava um valente cavaleiro, ora chorava
como uma donzela, ora cantava e dançava
com o seu ar cómico.
   Todos, até os adultos que iam a passar,
pararam de boca aberta a apreciar a atuação
do Pierre.
No final, agradeceu os aplausos, todo pomposo,
e saltou para junto das outras crianças, que
estavam ansiosas por saber onde tinha aprendido
a representar e a cantar tão bem. Falavam todos
ao mesmo tempo, até que o Pierre, sem conseguir
responder a nada, falou mais alto.
    — Calma, calma! Eu faço teatro lá na minha
escola e também ando num grupo de canto no meu
bairro. Por falar em teatro, vocês não me mostraram
o teatro da aldeia.
    — Nós não temos teatro — disse o Gui um pouco
envergonhado. Mas logo se recompôs e continuou.
— Não temos teatro, mas temos o coreto. Quando a
banda toca ou o rancho dança é aqui que fazemos a
festa — e apontou vaidoso para o grande coreto.
    A Ana olhava para o Pierre com um ar derretido
e, mesmo cheia de vergonha, arriscou perguntar:
— Podes ensinar-me a representar assim tão bem
como tu? Eu queria tanto ser atriz de telenovelas —
suspirou.
    O Gui, que adorava filmes de ação, interrompeu
imediatamente — De telenovelas?! Nem pensar!
Eu gostava de ser ator de cinema, p’ra dar aquelas
piruetas no ar e lutar contra os extraterrestres.
— Pois o que eu gosto mesmo é de
representar — concluiu o Pierre. — Seja no
teatro, no cinema, na escola ou no meu quarto,
o que é divertido é fazer de conta que somos
outra pessoa, e que estamos em outro lugar
ou em outra época. Eu e os meus amigos
arranjamos chapéus, construímos espadas,
enfeitamos casacos e começamos a inventar
histórias para representá-las.
    — Boa ideia! Vamos brincar a isso! Vamos
brincar aos teatros! — disse o Gui já aos saltos.
    O Pierre viu o entusiasmo de todos e propôs
que fizessem uma peça para apresentarem no
coreto, para toda a aldeia. As crianças adoraram
a ideia e resolveram que a apresentariam na
véspera de Natal.
    O Pierre assumiu, por indicação de todos, o
papel de diretor da peça e começou a distribuir
tarefas.
    A Isabelinha e o Gui ficaram responsáveis
por escrever a peça, pois eram os mais criativos
e os melhores alunos de português.
    Ficou ainda decidido, sem dúvida alguma,
que o tema seria o Natal.
— Agora temos de tratar do cenário e dos figurinos — o Pierre falava como um
profissional.
   — O que é isso de figurinos? Isso devem ser invenções dos artistas — o Rui estava
impaciente e queria começar logo a ensaiar.
   — Os figurinos são as roupas que vamos usar durante a atuação.
   — A minha mãe não me vai deixar trazer as roupas dela — disse a Ana.
   — Nem a minha avó! Punha-me de castigo até ao Ano Novo! Mas tenho uma ideia...
podemos pedir às pessoas da aldeia para nos darem as roupas que já não usam.
   Todos concordaram. Fizeram um cartaz a anunciar a peça e outro a pedir as vestimentas
para os figurinos. E para que as roupas não se sujassem, improvisaram um estendal, mesmo
em frente ao coreto, onde as pessoas poderiam deixá-las.
Estiveram todo o dia entretidos com aquela
nova brincadeira.
   Durante o jantar os primos não se calaram.
Estavam eufóricos a contar aos avós e ao tio João
o que iam fazer.
   A seguir à refeição, como de costume, a avó
pediu ao Gui que levasse o lixo ao ecoponto. Foi
a oportunidade que os dois primos esperavam.
Estavam ansiosos para ver se alguém já tinha
colocado roupas no estendal.
   A aldeia estava deserta e o vento frio fazia-se
sentir e ouvir pelas ruas pouco iluminadas.
As árvores projetavam sombras que os faziam
arrepiar e os portões e as tabuletas enferrujadas
rangiam como se chorassem por dias mais
quentes. Mas a curiosidade era maior do que
o medo e os dois seguiram, sem pestanejar,
até ao coreto.
Ao chegar à praça nem queriam acreditar.
   — Olha, Gui! Já há roupa pendurada!
   Pararam subitamente, os dois ao mesmo tempo.
   — Viste aquele vulto por trás da manta vermelha, Pierre?
   — Parecia um velho, grande e barrigudo — disse o primo com a voz trémula e baixinha.
   — Tinha uma grande marreca e umas barbas enormes.
   O Gui, armado em valente, sugeriu que fossem ver mais de perto, mas o primo não
estava muito convencido.
   — Não sejas medricas, ele já se foi embora. Se houver algum problema, eu protejo-te —
rematou o Gui de peito inchado.
   O Pierre, que era bastante mais alto do que o primo, olhou-o de cima, deu uma
gargalhada e aceitou o desafio.
Aproximando-se um pouco mais, observaram que já
havia várias peças de roupa no estendal.
    — Vê só, Gui! Uma manta, um cachecol, um
pijama... — desataram os dois numa grande risota,
quando viram umas ceroulas brancas com coraçõezinhos
vermelhos.
    De repente, no meio das gargalhadas, ouviram:
    — Qual é a graça, miúdos?
    Os dois empalideceram e pararam imediatamente a
galhofa.
    — Quem é que disse isto, Gui?
    — Eu não fui! Deve ter sido o homem gordo. Mas
onde é que ele está? Não o vejo!
    — Eu não sou nada gordo… — a voz misteriosa
parecia estar mesmo ali ao lado.
    — Quem está aí? — balbuciaram, os dois ao mesmo
tempo, escondendo-se por trás das ceroulas.
    — Larguem-me! Estão a amarrotar-me!
    Os primos deram um grande pinote cada um para o
seu lado e esconderam-se atrás do coreto.
    Afinal quem estava a falar eram as próprias ceroulas.
    — Venham cá, miúdos, não tenham medo! Acham
que umas ceroulas aos coraçõezinhos vos vão fazer mal?
Ali o Sr. Cachecol até vos podia apertar o gasganete, mas
eu não faço mal a uma mosca.
Saíram os dois cautelosamente de trás do coreto e o Gui arriscou dizer umas palavras, para ter a
certeza de que não estava a sonhar.
   — Mas-mas... Se-senhora ce-ce-ceroulas... Como é possível que umas ceroulas falem?
   — Mau, mau, Maria! Eu não sou uma senhora! Sou o Sr. Ceroulas.
   — Ninguém diria! Com esses coraçõezinhos todos... — disse o Pierre entre dentes.
   — Hi, hi, hi!!! Estão a gozar contigo! – riram-se as peúgas, que falavam sempre ao mesmo tempo.
   De repente todas as roupas começaram a rir e a agitar-se no estendal.
   — Muito prazer, meninos. Eu sou o Sr. Capote Alentejano. Já estou um pouco velhote mas ainda
posso aquecer quem me quiser.
   — Eu sou a Dª Mantinha, quentinha e fofinha! Fico bem enroladinha ou toda esticadinha, na caminha
ou na salinha, sou sempre boa vizinha...
   Após todas as apresentações o Sr. Capote quis saber porque é que estava ali pendurado no meio da
praça e o Gui, prontamente, explicou toda a história e as suas intenções.
   — E quando acabar o teatro, o que vão fazer connosco? — perguntaram as peúgas.
   Os primos ficaram engasgados. Ainda não tinham pensado nisso.
   — Já estou mesmo a ver o que nos vai acontecer — resmungou o Sr. Cachecol. — Vão enfiar-nos
num baú ou num saco de plástico até ficarmos cheios de traças e depois... LIXO!
   — Não pode ser! Isso é muito injusto! — as roupas estavam em alvoroço, indignadas, inconsoláveis.
— Há muita gente que precisa de nós!
   O Gui rapidamente percebeu a gravidade da situação. Aquelas roupas eram demasiado importantes
para serem esquecidas depois da peça de teatro. Começou a ter um turbilhão de ideias. Saltou
para a frente de todos e disse empolgado: — Vamos juntar o maior número de peças de roupa que
conseguirmos para dar a quem precisa.
   — VAMOS FAZER O MAIOR ESTENDAL DO MUNDO!!!!
E assim foi!
   As crianças espalharam cartazes com o pedido por toda a aldeia e pelas aldeias vizinhas!
   As pessoas foram colocando no estendal todo o tipo de roupa: casacos, camisas, vestidos, pijamas,
cobertores, toalhas, lençóis e até babetes lá penduraram...
   E aconteceu uma magia incrível! Cada vez que alguém punha uma peça no estendal, ele crescia
sozinho. O estendal cresceu, cresceu e cresceu! Já estava tão comprido que
parecia desaparecer nas nuvens.
Enquanto isso, o Pierre tentava organizar o grupo para começar os ensaios.
    Recolheram do estendal algumas roupas que acharam adequadas aos figurinos e foram até
ao esconderijo secreto do Gui. Era o local perfeito para os ensaios: um moinho abandonado que
ficava no alto de um monte e onde, com toda a certeza, não seriam incomodados.
    Espalharam todas as peças de roupa para que cada um pudesse escolher o seu fato.
    A Ana apaixonou-se logo por uma saia de bailarina cor-de-rosa. Vestiu-a com ligeireza e, para
espanto de todos, começou a rodopiar sem parar. Dava longos saltos, levantava a perna, enrolava
os braços e rodopiava sem cessar.
    O Rui calçou umas botas da tropa e desatou a marchar, aos círculos, também sem conseguir
controlar os braços e as pernas.
A Rita envolveu-se num xaile preto, com bordados coloridos, e começou
a cantar fado, com trinados estridentes e intermináveis.
    A Maria caiu na asneira de agarrar numa sombrinha e assim que a abriu
foi puxada pelo ar, às voltas e reviravoltas, até desaparecer nas nuvens.
    O Pedro, que vestiu um pijama de riscas, dormia profundamente
no meio de toda aquela confusão.
O Gui e o primo estavam de boca aberta a assistir
àquele espetáculo maluco.
    — As roupas têm vida própria!
    — E agora, como é que as fazemos parar, Gui?!!
    — Tu é que és o diretor da peça! Não tens
nenhuma ideia genial?!
    O Pierre começou a gritar — Parem
  imediatamente! Voltem todos aqui!
     Mas enquanto gritava foi apanhado por um
  cinto de karaté e desatou aos pinotes, a lutar sem
  saber com quem.
    O Gui estava desesperado. Já havia crianças em
cima das árvores, em cima do moinho... A Maria
tinha mesmo desaparecido nas nuvens... Estavam
todos desgovernados.
    Olhou à sua volta, à procura de algo que fizesse
as roupas parar, viu um velho balde encostado ao
moinho e teve uma ideia. Correu para o ribeiro,
encheu o balde de água e despejou-o, com toda a
força, por cima da Ana que continuava a rodopiar.
              De imediato a Ana caiu ao chão,
                encharcada, confusa, mas quieta.
O Gui continuou a encher o balde e foi atirando
água para cima de todas as outras crianças que,
com as roupas encharcadas e pesadas, acabaram
também por parar estateladas no chão.
    O Pedro também apanhou com um balde de
água e acordou assustado, sem perceber o que
é que se estava a passar. — O que é que te deu,
Gui?! Eu estava a dormir tão bem...
    — Ufa! Finalmente consegui pôr-vos quietos! —
exclamou o Gui, exausto.
    Aos poucos as crianças foram tomando
consciência do que tinha acontecido. Enquanto
se livravam das roupas molhadas ouviram uma
voz muito ao longe: — E eu?! E eu?! Tirem-me
daquiiiii!
    Era a Maria que continuava a voar entre as
nuvens, agarrada à sombrinha.
    — Não tenhas medo! Eu vou ajudar-te! —
berrou o Gui, aflito por ver a sua melhor amiga
naquela situação.
    Em jeito de herói, calçou uns ténis de jogador
de basquete e deu um salto, tão alto que conseguiu
alcançar a Maria e agarrar-se também à sombrinha.
— Temos de fazer descer esta sombrinha
maluca! Temos de a conseguir fechar! —
exclamou o Gui.
    Mesmo com todas as voltas e solavancos
que davam, e reunindo todas as suas forças,
conseguiram fechá-la. Mas assim que o
fizeram, começaram a cair a pique. Em
pânico, ainda tentaram voltar a abri-la, mas
o vento era tanto que não conseguiram.
Agarraram-se, com toda a força, um ao
outro e fecharam os olhos...
    Lá em baixo, as outras crianças assistiam
à queda sem conseguir reagir. Não havia
nada a fazer... Eles iam cair no meio do
chão e podiam magoar-se a sério.
    Mas quando estavam quase a chegar ao
solo, Dª Mantinha, que estava sequinha,
deu um salto e esticou-se bem esticadinha
amparando o Gui e a Maria, sem os deixar
tocar no chão.
As crianças nem queriam acreditar que aquela aventura tinha
acabado sem que ninguém sofresse um único arranhão.
    Enquanto todos recuperavam as forças, e com as roupas
ainda quietas e encharcadas, o Pierre pegou no Sr. Capote, que
era o mais velho e o mais sábio, pedindo-lhe ajuda. Se as roupas
continuassem a portar-se daquela maneira nunca conseguiriam
ensaiar a peça até à véspera de Natal.
    O Sr. Capote sugeriu que pusessem
as roupas a secar e que depois ele
falaria com elas. E assim fez. Deu-lhes
um grande raspanete, e as roupas
envergonhadas, por se terem portado
mal, prometeram que iam ter mais juízo.
    Os dias seguintes, enquanto o
estendal continuava a crescer sem parar,
foram passados entre ensaios e grandes
risotas, até que chegou o grande dia...
Era véspera de Natal e a aldeia nunca tinha tido tanta agitação.
Estava cheia de gente de fora, que queria ver a peça de teatro
daquele grupo de meninos que tinha inventado o Maior Estendal do
Mundo.
   Estava lá a rádio local e um canal de televisão que ia transmitir a
peça, em direto, para todo o mundo.
   O Pierre não cabia em si de contente! Os seus amigos de França
iam vê-lo pela televisão!
   Os nervos eram tantos que a Ana não parava de correr para a
casa de banho. A Rita tremia como varas verdes e o Rui estava tão
apavorado que nem piscava os olhos.
O Pierre juntou todos os pequenos atores em roda e falou como
um verdadeiro diretor.
   — A nossa responsabilidade esta noite é muito grande! Todas estas
pessoas estão aqui para nos verem, por isso vamos dar o nosso melhor!
Vamos representar com os nossos corações!
   A peça era muito simples, escrita por duas crianças pequenas, mas falava
de sentimentos muito fortes, que tocam o coração de todos. Falava de amor
e de solidariedade.
   Foi um grande sucesso. As crianças tiveram que repetir a vénia 12 vezes.
    A noite estava muito fria, mas o calor dos corações de todas aquelas
   pessoas e o céu forrado de estrelas, até fazia parecer que estavam numa
     noite quente de verão.
No dia 25 de manhã o Gui saltou da cama com uma grande preocupação: como iriam recolher e
distribuir todas aquelas roupas? Ele nem fazia ideia até onde ia aquele estendal, por que terras passava
ou quantos oceanos atravessava. Estava em pânico. Se não conseguissem entregar as roupas a quem
realmente precisava delas, todo aquele esforço teria sido em vão.
   Sacudiu o primo da cama e saíram de casa. Foram batendo de porta em porta, arrastando as crianças
ainda ensonadas para uma nova reunião junto ao coreto.
   Ao chegar à praça tiveram uma grande surpresa. O estendal estava de novo pequenino e nele só
se encontravam uma série de barretes vermelhos.
   Aproximaram-se em silêncio, sem saber o que pensar, e o Gui reparou que também lá estava colocado
um envelope branco com coraçõezinhos vermelhos.
   Abriu-o muito depressa...


                                                                                                   petacular.
                                                                                 eo  teatro foi es vai ficar
                                                                   s como nunca              quem
         Qu erido Gui,                    ásticos ! Divertimo-no e a quem nos entregar e
                          ias foram fant                  atament
          Os últimos d eio buscar-nos. Ele sabe e x                                            iparam nesta
          O Pai Na   tal v                     ite  .                       ianç as que partic
                                ceber esta no                 a todas as cr
        muito f eliz por nos re obrigado a ti, ao Pierre e
                            uito
           Parabéns e m
        aventura.                  TAL!
                   FELI Z NA
                                                                      e lembrança.
                    S r. Ceroulas                     ros quentinhos d nte abraço.
                                     vos estes gor              nchega
            PS: O P  ai Natal dei xa-anda-vos um grande e aco s também. .
                              ote m                      s Peúga
            PS 2: O Sr. Cap inha, o Sr. Cachecol e aroupas que estavam no est
                                                                                    endal!
             PS 3: A Dª Mant beijinho de todas as
                              e
                                                                                                         FIM
                  Um grand
Atividades
Descobre como são bonitos
os trajes tradicionais
portugueses.                                                                                          o
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Pinta-os de acordo          n
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com as cores da legenda.
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Sabias que...
Atividades

                Sabias que o hino e a bandeira de Portugal são considerados dos mais bonitos do mundo? A nossa bandeira tem as cores:
                verde, cor da esperança; e vermelho, cor da alegria e da vontade de vencer.
                O escudo de armas de Portugal ocupa o centro da bandeira. Este escudo é composto por cinco escudetes azuis, com cinco
                quinas brancas cada um, que representam as vitórias de D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, sobre cinco reis
                mouros e os seus soldados. Os sete castelos à volta lembram outras conquistas e vitórias de Portugal sobre os seus
                inimigos. O escudo de Portugal está colocado sobre uma grande esfera armilar dourada, que representa os descobrimentos
                portugueses em todo o mundo.
                                     «              »
              O nosso hino chama-se A Portuguesa . Preenche os
              espaços com as palavras que encontras na coluna da esquerda,
              divertindo-te e aprendendo o Hino Nacional.
               Pátria   Heróis do ________, nobre _________,                  Não te esqueças de pintar também a nossa bandeira.
               Armas    Nação _______, imortal,
                  Mar
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               Pátria   O esplendor de ___________!
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               Armas    Ó ________, sente-se a ________
                 Povo   Dos teus egrégios _________,
                 Hoje   Que há de guiar-te à vitória!
             Canhões
                 Novo
                 Avós   Às ________, às ________!
               Armas    Sobre a ________, sobre o _________,
                  Voz
                        Às ________, às _________!
              Valente
               Armas    Pela ________ lutar
             Portugal   Contra os ________ marchar, marchar!
Atividades
        Assim como o Gui e os seus amigos conseguiram oferecer inúmeras peças de roupa a quem mais precisa,
                        também tu podes contribuir para a maior doação de roupa de sempre.
 Com a ajuda dos teus pais, escolhe as peças de roupa que já não te servem. Junta todas as peças que estiverem
 limpinhas, bonitas, e que ainda gostarias de poder vestir se te servissem. Depois só tens que nos vir entregá-las,
                  para oferecermos a quem possa precisar delas. Pede aos teus pais que consultem
                 o site do centro comercial que mais visitam, e lá estará toda a informação necessária.
    Já agora, podes também falar com a tua família e os teus amigos para fazerem a mesma coisa. E não precisam
         de ser só roupas de vestir. Também pode ser de roupa de casa, como lençóis, mantas ou cobertores.
     Com a tua ajuda muitas famílias vão ficar muito felizes, ao receber esta grande surpresa!
     · Almada Forum - www.almadaforum.com                               · Forum Coimbra - www.forum-coimbra.com
     · Armazéns do Chiado - www.armazensdochiado.com                    · Forum Madeira - www.forummadeira.com
     · Braga Retail Center - www.braga-retailcenter.com                 · Forum Montijo - www.forumontijo.com
     · Espaço Guimarães - www.espacoguimaraes.pt                        · Forum Viseu - www.forumviseu.net
     · Forum Algarve - www.forumalgarve.net                             · Forum Sintra - www.forumsintra.com
     · Forum Aveiro - www.forumaveiro.com                               · Parque Mondego - www.parquemondego.com


                                Centros Comerciais geridos pela Multi Mall Management Portugal


O projeto «Livro do Gui» integra-se nas políticas de Sustentabilidade desenvolvidas pela Multi Mall Management Portugal.
Nesta 5ªEdição estendemos novamente a ação deste livro a uma causa solidária, ao termos por objetivo ajudar muitas famílias necessitadas,
com a doação de um bem de primeira necessidade. Iremos recolher roupa em boas condições de utilização, e oferecê-la a diversas
instituições de solidariedade social, da área de influência de cada centro comercial.
Na vertente educacional, procurámos, através desta história e jogo infantis, alertar as crianças e os seus educadores para a riqueza da cultura
portuguesa e, consequentemente, realçar o orgulho na nossa nação.
Novamente na área ambiental, o nosso compromisso climático passa por assumirmos a responsabilidade pela compensação das emissões de
carbono resultantes da produção deste livro, através do apoio à reflorestação de uma área localizada nos concelhos de Palmela e Setúbal.
Distri buição gratuita




                               Este é um livro com impacto nulo no clima.
                             As emissões de gases com efeito de estufa associadas
                          à produção do papel que o compõe e à respetiva impressão,
                           foram quantificadas e compensadas, através do sequestro
                               em quantidade equivalente de dióxido de carbono
                                    na área florestal da Herdade da Gâmbia.
                          A Herdade da Gâmbia está localizada na Reserva Natural do
                              Estuário do Sado, e integra povoamentos de sobreiro
                         e pinheiro manso. Ao apoiar esta área florestal a MMM está a
                          contribuir para a gestão sustentável da floresta em Portugal,
                                  assumindo a sua responsabilidade climática.




                                                                     Um projeto Multi Mall Management Portugal

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Gui e o estendal mágico

  • 1.
  • 2.
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  • 4. Gui e o Estendal Mágico História . Sandra Serra Ilustração . Sandra Serra Revisão . Ana Marques Design . Espiral Inversa Pré-impressão . Espiral Inversa Editora . Espiral Inversa Tel (+351) 261 853 458 . geral@espiralinversa.pt Um Projeto de: Multi Mall Management Portugal Outubro de 2011 ISBN . 978-989-95566-7-6 Dep. Legal . 333636/11
  • 6. O Gui estava a dar os últimos retoques no seu quarto. Ajeitou o cachecol da seleção nacional pendurado na cadeira, esticou a colcha da cama de hóspedes que a avó tinha preparado, escondeu as meias sujas debaixo do tapete, e estava a alinhar os livros na prateleira quando ouviu o ronco de um carro a aproximar-se de casa. O Gui saltou para a janela e lá estava ele. Um carrão vermelho e brilhante, daqueles que só se veem nos anúncios de televisão. — Avó, avô — gritou, enquanto escorregava pelo corrimão da escada — já chegaram!
  • 7. Pouco se lembrava do primo Pierre. Da última vez que se tinham visto eram ainda muito pequeninos. O tio João vinha a Portugal sempre que podia e morria de saudades da sua aldeia. Falavam muitas vezes pela internet e o tio João não se cansava de suspirar pela comidinha portuguesa, pelas paisagens e cheiros da sua aldeia, pelos seus amigos e família, que tão bem o sabiam receber. Tinha saudades das coisas mais incríveis, e dizia, como se fosse possível, que o sol português era o mais bonito do mundo. O Gui não compreendia muito bem essa história das saudades, mas estava em pulgas para ver o primo. O Pierre não estava menos ansioso. Era bem mais alto do que o Gui, embora só tivesse um ano a mais. Tinha o cabelo comprido, despenteado e tão louro que até parecia branco. Saltou do carro todo descontraído e sorridente — Salut, primo Gui!!! — disse o Pierre ao abraçar o primo com toda a força. — Gui, estás tão grande, miúdo! — abraçou-o também o tio João. — Não imaginas quantas vezes falamos de ti. Passaram um serão animado, a contar histórias e a saborear os petiscos tradicionais de que o tio João tinha tantas saudades.
  • 8. De manhã, quando o Pierre apareceu na sala, ainda mais despenteado do que no dia anterior, já o Gui estava pronto e ansioso para o levar a conhecer os amigos e a aldeia. E, de seguida, saíram a tagarelar como se estivessem sempre juntos. O Gui mostrou-lhe todos os cantos e recantos da aldeia. Passaram pela Quinta das Macieiras, pela casa do Manel pastor, pela escola, que tinha a melhor biblioteca das redondezas e, finalmente, chegaram à praça da igreja.
  • 9. No centro da praça saltava aos olhos um imponente coreto, todo em ferro, pintado de verde. Nessa altura já muitos outros meninos se tinham juntado aos dois primos, curiosos por conhecer o Pierre e todos vaidosos em mostrar a sua aldeia. — E já está! — exclamou o Gui de braços abertos. — Esta é a minha aldeia. Gostas?! O Pierre estava a adorar ser o centro das atenções, e estava feliz com a simpatia e hospitalidade dos outros miúdos. Estava tão entusiasmado que saltou para o coreto, com o seu jeito desgrenhado, e com a voz bem colocada começou a representar e a cantar. Ora imitava um valente cavaleiro, ora chorava como uma donzela, ora cantava e dançava com o seu ar cómico. Todos, até os adultos que iam a passar, pararam de boca aberta a apreciar a atuação do Pierre.
  • 10. No final, agradeceu os aplausos, todo pomposo, e saltou para junto das outras crianças, que estavam ansiosas por saber onde tinha aprendido a representar e a cantar tão bem. Falavam todos ao mesmo tempo, até que o Pierre, sem conseguir responder a nada, falou mais alto. — Calma, calma! Eu faço teatro lá na minha escola e também ando num grupo de canto no meu bairro. Por falar em teatro, vocês não me mostraram o teatro da aldeia. — Nós não temos teatro — disse o Gui um pouco envergonhado. Mas logo se recompôs e continuou. — Não temos teatro, mas temos o coreto. Quando a banda toca ou o rancho dança é aqui que fazemos a festa — e apontou vaidoso para o grande coreto. A Ana olhava para o Pierre com um ar derretido e, mesmo cheia de vergonha, arriscou perguntar: — Podes ensinar-me a representar assim tão bem como tu? Eu queria tanto ser atriz de telenovelas — suspirou. O Gui, que adorava filmes de ação, interrompeu imediatamente — De telenovelas?! Nem pensar! Eu gostava de ser ator de cinema, p’ra dar aquelas piruetas no ar e lutar contra os extraterrestres.
  • 11. — Pois o que eu gosto mesmo é de representar — concluiu o Pierre. — Seja no teatro, no cinema, na escola ou no meu quarto, o que é divertido é fazer de conta que somos outra pessoa, e que estamos em outro lugar ou em outra época. Eu e os meus amigos arranjamos chapéus, construímos espadas, enfeitamos casacos e começamos a inventar histórias para representá-las. — Boa ideia! Vamos brincar a isso! Vamos brincar aos teatros! — disse o Gui já aos saltos. O Pierre viu o entusiasmo de todos e propôs que fizessem uma peça para apresentarem no coreto, para toda a aldeia. As crianças adoraram a ideia e resolveram que a apresentariam na véspera de Natal. O Pierre assumiu, por indicação de todos, o papel de diretor da peça e começou a distribuir tarefas. A Isabelinha e o Gui ficaram responsáveis por escrever a peça, pois eram os mais criativos e os melhores alunos de português. Ficou ainda decidido, sem dúvida alguma, que o tema seria o Natal.
  • 12. — Agora temos de tratar do cenário e dos figurinos — o Pierre falava como um profissional. — O que é isso de figurinos? Isso devem ser invenções dos artistas — o Rui estava impaciente e queria começar logo a ensaiar. — Os figurinos são as roupas que vamos usar durante a atuação. — A minha mãe não me vai deixar trazer as roupas dela — disse a Ana. — Nem a minha avó! Punha-me de castigo até ao Ano Novo! Mas tenho uma ideia... podemos pedir às pessoas da aldeia para nos darem as roupas que já não usam. Todos concordaram. Fizeram um cartaz a anunciar a peça e outro a pedir as vestimentas para os figurinos. E para que as roupas não se sujassem, improvisaram um estendal, mesmo em frente ao coreto, onde as pessoas poderiam deixá-las.
  • 13. Estiveram todo o dia entretidos com aquela nova brincadeira. Durante o jantar os primos não se calaram. Estavam eufóricos a contar aos avós e ao tio João o que iam fazer. A seguir à refeição, como de costume, a avó pediu ao Gui que levasse o lixo ao ecoponto. Foi a oportunidade que os dois primos esperavam. Estavam ansiosos para ver se alguém já tinha colocado roupas no estendal. A aldeia estava deserta e o vento frio fazia-se sentir e ouvir pelas ruas pouco iluminadas. As árvores projetavam sombras que os faziam arrepiar e os portões e as tabuletas enferrujadas rangiam como se chorassem por dias mais quentes. Mas a curiosidade era maior do que o medo e os dois seguiram, sem pestanejar, até ao coreto.
  • 14. Ao chegar à praça nem queriam acreditar. — Olha, Gui! Já há roupa pendurada! Pararam subitamente, os dois ao mesmo tempo. — Viste aquele vulto por trás da manta vermelha, Pierre? — Parecia um velho, grande e barrigudo — disse o primo com a voz trémula e baixinha. — Tinha uma grande marreca e umas barbas enormes. O Gui, armado em valente, sugeriu que fossem ver mais de perto, mas o primo não estava muito convencido. — Não sejas medricas, ele já se foi embora. Se houver algum problema, eu protejo-te — rematou o Gui de peito inchado. O Pierre, que era bastante mais alto do que o primo, olhou-o de cima, deu uma gargalhada e aceitou o desafio.
  • 15. Aproximando-se um pouco mais, observaram que já havia várias peças de roupa no estendal. — Vê só, Gui! Uma manta, um cachecol, um pijama... — desataram os dois numa grande risota, quando viram umas ceroulas brancas com coraçõezinhos vermelhos. De repente, no meio das gargalhadas, ouviram: — Qual é a graça, miúdos? Os dois empalideceram e pararam imediatamente a galhofa. — Quem é que disse isto, Gui? — Eu não fui! Deve ter sido o homem gordo. Mas onde é que ele está? Não o vejo! — Eu não sou nada gordo… — a voz misteriosa parecia estar mesmo ali ao lado. — Quem está aí? — balbuciaram, os dois ao mesmo tempo, escondendo-se por trás das ceroulas. — Larguem-me! Estão a amarrotar-me! Os primos deram um grande pinote cada um para o seu lado e esconderam-se atrás do coreto. Afinal quem estava a falar eram as próprias ceroulas. — Venham cá, miúdos, não tenham medo! Acham que umas ceroulas aos coraçõezinhos vos vão fazer mal? Ali o Sr. Cachecol até vos podia apertar o gasganete, mas eu não faço mal a uma mosca.
  • 16. Saíram os dois cautelosamente de trás do coreto e o Gui arriscou dizer umas palavras, para ter a certeza de que não estava a sonhar. — Mas-mas... Se-senhora ce-ce-ceroulas... Como é possível que umas ceroulas falem? — Mau, mau, Maria! Eu não sou uma senhora! Sou o Sr. Ceroulas. — Ninguém diria! Com esses coraçõezinhos todos... — disse o Pierre entre dentes. — Hi, hi, hi!!! Estão a gozar contigo! – riram-se as peúgas, que falavam sempre ao mesmo tempo. De repente todas as roupas começaram a rir e a agitar-se no estendal. — Muito prazer, meninos. Eu sou o Sr. Capote Alentejano. Já estou um pouco velhote mas ainda posso aquecer quem me quiser. — Eu sou a Dª Mantinha, quentinha e fofinha! Fico bem enroladinha ou toda esticadinha, na caminha ou na salinha, sou sempre boa vizinha... Após todas as apresentações o Sr. Capote quis saber porque é que estava ali pendurado no meio da praça e o Gui, prontamente, explicou toda a história e as suas intenções. — E quando acabar o teatro, o que vão fazer connosco? — perguntaram as peúgas. Os primos ficaram engasgados. Ainda não tinham pensado nisso. — Já estou mesmo a ver o que nos vai acontecer — resmungou o Sr. Cachecol. — Vão enfiar-nos num baú ou num saco de plástico até ficarmos cheios de traças e depois... LIXO! — Não pode ser! Isso é muito injusto! — as roupas estavam em alvoroço, indignadas, inconsoláveis. — Há muita gente que precisa de nós! O Gui rapidamente percebeu a gravidade da situação. Aquelas roupas eram demasiado importantes para serem esquecidas depois da peça de teatro. Começou a ter um turbilhão de ideias. Saltou para a frente de todos e disse empolgado: — Vamos juntar o maior número de peças de roupa que conseguirmos para dar a quem precisa. — VAMOS FAZER O MAIOR ESTENDAL DO MUNDO!!!!
  • 17. E assim foi! As crianças espalharam cartazes com o pedido por toda a aldeia e pelas aldeias vizinhas! As pessoas foram colocando no estendal todo o tipo de roupa: casacos, camisas, vestidos, pijamas, cobertores, toalhas, lençóis e até babetes lá penduraram... E aconteceu uma magia incrível! Cada vez que alguém punha uma peça no estendal, ele crescia sozinho. O estendal cresceu, cresceu e cresceu! Já estava tão comprido que parecia desaparecer nas nuvens.
  • 18. Enquanto isso, o Pierre tentava organizar o grupo para começar os ensaios. Recolheram do estendal algumas roupas que acharam adequadas aos figurinos e foram até ao esconderijo secreto do Gui. Era o local perfeito para os ensaios: um moinho abandonado que ficava no alto de um monte e onde, com toda a certeza, não seriam incomodados. Espalharam todas as peças de roupa para que cada um pudesse escolher o seu fato. A Ana apaixonou-se logo por uma saia de bailarina cor-de-rosa. Vestiu-a com ligeireza e, para espanto de todos, começou a rodopiar sem parar. Dava longos saltos, levantava a perna, enrolava os braços e rodopiava sem cessar. O Rui calçou umas botas da tropa e desatou a marchar, aos círculos, também sem conseguir controlar os braços e as pernas.
  • 19. A Rita envolveu-se num xaile preto, com bordados coloridos, e começou a cantar fado, com trinados estridentes e intermináveis. A Maria caiu na asneira de agarrar numa sombrinha e assim que a abriu foi puxada pelo ar, às voltas e reviravoltas, até desaparecer nas nuvens. O Pedro, que vestiu um pijama de riscas, dormia profundamente no meio de toda aquela confusão.
  • 20. O Gui e o primo estavam de boca aberta a assistir àquele espetáculo maluco. — As roupas têm vida própria! — E agora, como é que as fazemos parar, Gui?!! — Tu é que és o diretor da peça! Não tens nenhuma ideia genial?! O Pierre começou a gritar — Parem imediatamente! Voltem todos aqui! Mas enquanto gritava foi apanhado por um cinto de karaté e desatou aos pinotes, a lutar sem saber com quem. O Gui estava desesperado. Já havia crianças em cima das árvores, em cima do moinho... A Maria tinha mesmo desaparecido nas nuvens... Estavam todos desgovernados. Olhou à sua volta, à procura de algo que fizesse as roupas parar, viu um velho balde encostado ao moinho e teve uma ideia. Correu para o ribeiro, encheu o balde de água e despejou-o, com toda a força, por cima da Ana que continuava a rodopiar. De imediato a Ana caiu ao chão, encharcada, confusa, mas quieta.
  • 21. O Gui continuou a encher o balde e foi atirando água para cima de todas as outras crianças que, com as roupas encharcadas e pesadas, acabaram também por parar estateladas no chão. O Pedro também apanhou com um balde de água e acordou assustado, sem perceber o que é que se estava a passar. — O que é que te deu, Gui?! Eu estava a dormir tão bem... — Ufa! Finalmente consegui pôr-vos quietos! — exclamou o Gui, exausto. Aos poucos as crianças foram tomando consciência do que tinha acontecido. Enquanto se livravam das roupas molhadas ouviram uma voz muito ao longe: — E eu?! E eu?! Tirem-me daquiiiii! Era a Maria que continuava a voar entre as nuvens, agarrada à sombrinha. — Não tenhas medo! Eu vou ajudar-te! — berrou o Gui, aflito por ver a sua melhor amiga naquela situação. Em jeito de herói, calçou uns ténis de jogador de basquete e deu um salto, tão alto que conseguiu alcançar a Maria e agarrar-se também à sombrinha.
  • 22. — Temos de fazer descer esta sombrinha maluca! Temos de a conseguir fechar! — exclamou o Gui. Mesmo com todas as voltas e solavancos que davam, e reunindo todas as suas forças, conseguiram fechá-la. Mas assim que o fizeram, começaram a cair a pique. Em pânico, ainda tentaram voltar a abri-la, mas o vento era tanto que não conseguiram. Agarraram-se, com toda a força, um ao outro e fecharam os olhos... Lá em baixo, as outras crianças assistiam à queda sem conseguir reagir. Não havia nada a fazer... Eles iam cair no meio do chão e podiam magoar-se a sério. Mas quando estavam quase a chegar ao solo, Dª Mantinha, que estava sequinha, deu um salto e esticou-se bem esticadinha amparando o Gui e a Maria, sem os deixar tocar no chão.
  • 23. As crianças nem queriam acreditar que aquela aventura tinha acabado sem que ninguém sofresse um único arranhão. Enquanto todos recuperavam as forças, e com as roupas ainda quietas e encharcadas, o Pierre pegou no Sr. Capote, que era o mais velho e o mais sábio, pedindo-lhe ajuda. Se as roupas continuassem a portar-se daquela maneira nunca conseguiriam ensaiar a peça até à véspera de Natal. O Sr. Capote sugeriu que pusessem as roupas a secar e que depois ele falaria com elas. E assim fez. Deu-lhes um grande raspanete, e as roupas envergonhadas, por se terem portado mal, prometeram que iam ter mais juízo. Os dias seguintes, enquanto o estendal continuava a crescer sem parar, foram passados entre ensaios e grandes risotas, até que chegou o grande dia...
  • 24. Era véspera de Natal e a aldeia nunca tinha tido tanta agitação. Estava cheia de gente de fora, que queria ver a peça de teatro daquele grupo de meninos que tinha inventado o Maior Estendal do Mundo. Estava lá a rádio local e um canal de televisão que ia transmitir a peça, em direto, para todo o mundo. O Pierre não cabia em si de contente! Os seus amigos de França iam vê-lo pela televisão! Os nervos eram tantos que a Ana não parava de correr para a casa de banho. A Rita tremia como varas verdes e o Rui estava tão apavorado que nem piscava os olhos.
  • 25. O Pierre juntou todos os pequenos atores em roda e falou como um verdadeiro diretor. — A nossa responsabilidade esta noite é muito grande! Todas estas pessoas estão aqui para nos verem, por isso vamos dar o nosso melhor! Vamos representar com os nossos corações! A peça era muito simples, escrita por duas crianças pequenas, mas falava de sentimentos muito fortes, que tocam o coração de todos. Falava de amor e de solidariedade. Foi um grande sucesso. As crianças tiveram que repetir a vénia 12 vezes. A noite estava muito fria, mas o calor dos corações de todas aquelas pessoas e o céu forrado de estrelas, até fazia parecer que estavam numa noite quente de verão.
  • 26. No dia 25 de manhã o Gui saltou da cama com uma grande preocupação: como iriam recolher e distribuir todas aquelas roupas? Ele nem fazia ideia até onde ia aquele estendal, por que terras passava ou quantos oceanos atravessava. Estava em pânico. Se não conseguissem entregar as roupas a quem realmente precisava delas, todo aquele esforço teria sido em vão. Sacudiu o primo da cama e saíram de casa. Foram batendo de porta em porta, arrastando as crianças ainda ensonadas para uma nova reunião junto ao coreto. Ao chegar à praça tiveram uma grande surpresa. O estendal estava de novo pequenino e nele só se encontravam uma série de barretes vermelhos. Aproximaram-se em silêncio, sem saber o que pensar, e o Gui reparou que também lá estava colocado um envelope branco com coraçõezinhos vermelhos. Abriu-o muito depressa... petacular. eo teatro foi es vai ficar s como nunca quem Qu erido Gui, ásticos ! Divertimo-no e a quem nos entregar e ias foram fant atament Os últimos d eio buscar-nos. Ele sabe e x iparam nesta O Pai Na tal v ite . ianç as que partic ceber esta no a todas as cr muito f eliz por nos re obrigado a ti, ao Pierre e uito Parabéns e m aventura. TAL! FELI Z NA e lembrança. S r. Ceroulas ros quentinhos d nte abraço. vos estes gor nchega PS: O P ai Natal dei xa-anda-vos um grande e aco s também. . ote m s Peúga PS 2: O Sr. Cap inha, o Sr. Cachecol e aroupas que estavam no est endal! PS 3: A Dª Mant beijinho de todas as e FIM Um grand
  • 27. Atividades Descobre como são bonitos os trajes tradicionais portugueses. o s s s 6 Pinta-os de acordo n 6 l com as cores da legenda. s l n n t 6 t 6 6 t 6 t o n o n l o s l l o t n 6 s o o l l l l l l
  • 28. Sabias que... Atividades Sabias que o hino e a bandeira de Portugal são considerados dos mais bonitos do mundo? A nossa bandeira tem as cores: verde, cor da esperança; e vermelho, cor da alegria e da vontade de vencer. O escudo de armas de Portugal ocupa o centro da bandeira. Este escudo é composto por cinco escudetes azuis, com cinco quinas brancas cada um, que representam as vitórias de D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, sobre cinco reis mouros e os seus soldados. Os sete castelos à volta lembram outras conquistas e vitórias de Portugal sobre os seus inimigos. O escudo de Portugal está colocado sobre uma grande esfera armilar dourada, que representa os descobrimentos portugueses em todo o mundo. « » O nosso hino chama-se A Portuguesa . Preenche os espaços com as palavras que encontras na coluna da esquerda, divertindo-te e aprendendo o Hino Nacional. Pátria Heróis do ________, nobre _________, Não te esqueças de pintar também a nossa bandeira. Armas Nação _______, imortal, Mar Terra Levantai _____ de _______ Pátria O esplendor de ___________! Memória Entre as brumas da __________, Mar Armas Ó ________, sente-se a ________ Povo Dos teus egrégios _________, Hoje Que há de guiar-te à vitória! Canhões Novo Avós Às ________, às ________! Armas Sobre a ________, sobre o _________, Voz Às ________, às _________! Valente Armas Pela ________ lutar Portugal Contra os ________ marchar, marchar!
  • 29. Atividades Assim como o Gui e os seus amigos conseguiram oferecer inúmeras peças de roupa a quem mais precisa, também tu podes contribuir para a maior doação de roupa de sempre. Com a ajuda dos teus pais, escolhe as peças de roupa que já não te servem. Junta todas as peças que estiverem limpinhas, bonitas, e que ainda gostarias de poder vestir se te servissem. Depois só tens que nos vir entregá-las, para oferecermos a quem possa precisar delas. Pede aos teus pais que consultem o site do centro comercial que mais visitam, e lá estará toda a informação necessária. Já agora, podes também falar com a tua família e os teus amigos para fazerem a mesma coisa. E não precisam de ser só roupas de vestir. Também pode ser de roupa de casa, como lençóis, mantas ou cobertores. Com a tua ajuda muitas famílias vão ficar muito felizes, ao receber esta grande surpresa! · Almada Forum - www.almadaforum.com · Forum Coimbra - www.forum-coimbra.com · Armazéns do Chiado - www.armazensdochiado.com · Forum Madeira - www.forummadeira.com · Braga Retail Center - www.braga-retailcenter.com · Forum Montijo - www.forumontijo.com · Espaço Guimarães - www.espacoguimaraes.pt · Forum Viseu - www.forumviseu.net · Forum Algarve - www.forumalgarve.net · Forum Sintra - www.forumsintra.com · Forum Aveiro - www.forumaveiro.com · Parque Mondego - www.parquemondego.com Centros Comerciais geridos pela Multi Mall Management Portugal O projeto «Livro do Gui» integra-se nas políticas de Sustentabilidade desenvolvidas pela Multi Mall Management Portugal. Nesta 5ªEdição estendemos novamente a ação deste livro a uma causa solidária, ao termos por objetivo ajudar muitas famílias necessitadas, com a doação de um bem de primeira necessidade. Iremos recolher roupa em boas condições de utilização, e oferecê-la a diversas instituições de solidariedade social, da área de influência de cada centro comercial. Na vertente educacional, procurámos, através desta história e jogo infantis, alertar as crianças e os seus educadores para a riqueza da cultura portuguesa e, consequentemente, realçar o orgulho na nossa nação. Novamente na área ambiental, o nosso compromisso climático passa por assumirmos a responsabilidade pela compensação das emissões de carbono resultantes da produção deste livro, através do apoio à reflorestação de uma área localizada nos concelhos de Palmela e Setúbal.
  • 30.
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  • 32. Distri buição gratuita Este é um livro com impacto nulo no clima. As emissões de gases com efeito de estufa associadas à produção do papel que o compõe e à respetiva impressão, foram quantificadas e compensadas, através do sequestro em quantidade equivalente de dióxido de carbono na área florestal da Herdade da Gâmbia. A Herdade da Gâmbia está localizada na Reserva Natural do Estuário do Sado, e integra povoamentos de sobreiro e pinheiro manso. Ao apoiar esta área florestal a MMM está a contribuir para a gestão sustentável da floresta em Portugal, assumindo a sua responsabilidade climática. Um projeto Multi Mall Management Portugal