O documento discute a importância do trabalho ativo e do serviço para o progresso espiritual, em contraste com a inércia ou o êxtase ocioso. Emmanuel enfatiza que o Espiritismo deve promover o aperfeiçoamento da Terra através do movimento libertador das consciências e não subtrair o homem de suas funções para distraí-lo com narrativas vazias. O verdadeiro aprendizado requer esforço individual ao invés de depender passivamente da ajuda dos espíritos.
2. A cada lição do livro Roteiro somos convidados a refletir sobre
questões que são importantes em nossa existência. Caminhamos pela
criação, pelos reinos, pela evolução do homem, física e espiritual, por
sua história em diversos povos e, também, refletimos sobre algumas
Leis Divinas como a do trabalho e chegamos a lição anterior que trata
da Doutrina Espírita.
Sem o Cristo não há espiritismo, ainda que alguns o queiram, basta
um olhar mais atento sobre a codificação e veremos que ele está
inteiramente alicerçado nos ensinamentos deixados por Jesus. Somos,
então, convidados a adentrar na seara do Mestre, como trabalhadores,
como colaboradores de sua missão na Terra. E é preciso compreender
que o Mestre não trabalha para si mesmo.
3. Eis, então, que Emmanuel nos traz
importantes reflexões sobre a nossa conduta
na Terra.
Caminhemos com ele iniciando as lições do
livro Roteiro.
“Que seria do Espiritismo se não guardasse
finalidades de aperfeiçoamento da
própria Terra, onde se expressa por
movimento libertador das consciências?
Seria louvável subtrair o homem do
campo à função laboriosa da sementeira,
distraindo-o com narrativas brilhantes e
induzindo-o à inércia?
Seria aconselhável a imposição do êxtase ao
esforço ativo, congelando-se preciosas
oportunidades de realização para o
bem?” Roteiro
4. Três perguntas que nosTrês perguntas que nos
trazem, também, trêstrazem, também, três
direcionamentos:direcionamentos:
- aperfeiçoamento da- aperfeiçoamento da
própria Terra;própria Terra;
- não subtrair o homem- não subtrair o homem
do campo à funçãodo campo à função
laboriosa da sementeira;laboriosa da sementeira;
- realização para o bem.- realização para o bem.
5. Temos, então, que o espírita e, também, todos os corações sinceros queTemos, então, que o espírita e, também, todos os corações sinceros que
sigam a Cristo, são convidados a trabalhar para que a Terra seja umsigam a Cristo, são convidados a trabalhar para que a Terra seja um
lugar melhor para se viver. A questão que se impõe e que nos fazlugar melhor para se viver. A questão que se impõe e que nos faz
tropeçar ao longo dos séculos é justamente o complemento destetropeçar ao longo dos séculos é justamente o complemento deste
movimento de querer aperfeiçoar o nosso lindo planeta azul. Vejam quemovimento de querer aperfeiçoar o nosso lindo planeta azul. Vejam que
Emmanuel nos diz que ele (aperfeiçoamento da Terra) se expressa porEmmanuel nos diz que ele (aperfeiçoamento da Terra) se expressa por
movimento libertador de consciências.movimento libertador de consciências.
Criamos regras de conduta e queremos impor aos que estão sob a nossaCriamos regras de conduta e queremos impor aos que estão sob a nossa
direção que pensem e ajam conforme o nosso entendimento, porém,direção que pensem e ajam conforme o nosso entendimento, porém,
isto não é liberdade. A consciência livre se expressa de forma única eisto não é liberdade. A consciência livre se expressa de forma única e
apenas um ambiente amoroso está apto a acolhê-la.apenas um ambiente amoroso está apto a acolhê-la.
Evangelho de Lucas 9:62
6. Queremos, muita vez, que a transformação se dê de fora para dentro,
cristalizados neste movimento ao longo dos milênios, porém, o que se pede é
justamente o inverso, que tenhamos um ambiente fraterno para que as
consciências se expressem com liberdade e neste conjunto sejamos capazes de
construir algo bom.
É certo que diante de nossa condição evolutiva, teremos dificuldades com
trabalhadores que destoam do grupo e tomam atitudes que não promovem nem
o seu aperfeiçoamento nem o do ambiente em que se encontra, não obstante,
temos que lembrar que a transformação está em seu querer, em sua vontade e de
nada adiantará a nossa intenção de impor o nosso pensar. Teremos sempre
regras a serem seguidas, e cada um usará de sua liberdade para aderir ou não ao
que é proposto e neste caminhar teremos a oportunidade de melhorarmo-nos e,
também, melhorar o lugar em que estamos.
7. A segunda pergunta também nos traz reflexão importante.A segunda pergunta também nos traz reflexão importante.
Emmanuel nos diz: “Seria louvável subtrair o homem doEmmanuel nos diz: “Seria louvável subtrair o homem do
campo à função laboriosa da sementeira, distraindo-o comcampo à função laboriosa da sementeira, distraindo-o com
narrativas brilhantes e induzindo-o à inércia?”narrativas brilhantes e induzindo-o à inércia?”
Quando ouço uma palestra ou leio um livro ou realizoQuando ouço uma palestra ou leio um livro ou realizo
um estudo, ao final, sempre pergunto a mim mesma: oum estudo, ao final, sempre pergunto a mim mesma: o
que ficou? De tudo o que ouvi, o que levarei para a minhaque ficou? De tudo o que ouvi, o que levarei para a minha
vida? O que me fez refletir sobre a minha conduta?vida? O que me fez refletir sobre a minha conduta?
Tudo o que fazemos necessita ter um propósito, assim,Tudo o que fazemos necessita ter um propósito, assim,
as sementes de luz que recebemos não podem nos levar àas sementes de luz que recebemos não podem nos levar à
inércia, a ficarmos parados no tempo em reflexão inócua.inércia, a ficarmos parados no tempo em reflexão inócua.
O fato do discurso ser brilhante, do orador ou oradora nosO fato do discurso ser brilhante, do orador ou oradora nos
brindar oratórias eloquentes e frases cheias de complexasbrindar oratórias eloquentes e frases cheias de complexas
referências não é garantia de aprendizado. Assim como oreferências não é garantia de aprendizado. Assim como o
homem do campo, o trabalhador do Cristo deve pegar ohomem do campo, o trabalhador do Cristo deve pegar o
seu arado e ir para a terra, realizar o trabalho, preparar oseu arado e ir para a terra, realizar o trabalho, preparar o
solo para amanhã aproveitar da colheita.solo para amanhã aproveitar da colheita.
8. Emmanuel nos esclarece sobre a questão do
aprendizado:
“Na aquisição do conhecimento superior, não
acredites que o deslumbramento substitua o
trabalho.
Nem julgues que o benfeitor espiritual, por mais
amigo, possa efetuar a obra que te compete.
O professor esclarece. O aluno, porém, deve
equacionar os problemas da escola.
O médico auxilia. O doente, contudo, deve
atender-lhe as indicações.
Toda realização pede esforço. Toda construção
pede tempo.
(...)
9. Agradece, pois, o carinho dos Espíritos generosos,
encarnados ou desencarnados, que te amparam a
experiência, aplicando-te às lições de que são
mensageiros.
Não admitas, contudo, que a presença deles te
baste ao aprimoramento individual.
Recorda que nem os companheiros da glória do
Cristo escaparam ao impositivo do serviço
constante.
Os apóstolos que lhe respiraram a convivência não
repousam ante as flamas do Pentecostes, mas
seguem, luta diante, de renúncia em renúncia,
adquirindo, pouco a pouco, a grande libertação,
e Saulo de Tarso, visitado pelo próprio Mestre, em
pessoa, não para sob o jorro solar da senda de
Damasco, mas avança, de suplício em suplício,
assimilando, a preço de sofrimento, o dom da
Divina Luz.
Livro Seara dos Mediuns, lição Conhecimento Superior
10. Por fim, a terceira pergunta que Emmanuel nos traz: “Seria
aconselhável a imposição do êxtase ao esforço ativo, congelando-se
preciosas oportunidades de realização para o bem?”
O intercâmbio com o mundo espiritual nos remete a ambientes de
profunda paz, contemplamoscontemplamos um mundo diferente, porém, estamos aqui
na Terra para o trabalho e não podemos nos esquecer que toda tarefa na
seara espiritual deve ter um propósito de auxiliar aos que sofrem e
necessitam de uma mão amiga para seguir em frente.
Não se trata, assim, da prece ou da comunicação com os espíritos amigos
ou sofredores, será sempre o propósito que levamos em nosso coração de
viver e agir em favor do outro, buscando, através de nossas vidas,
oferecer algo de nós mesmos.
11. Há quem pense que nadaHá quem pense que nada
possui de si mesmo parapossui de si mesmo para
oferecer e é certo que aindaoferecer e é certo que ainda
não temos a luz interior como anão temos a luz interior como a
do Sol que leva vida por tododo Sol que leva vida por todo
um sistema, não obstante,um sistema, não obstante,
quando se está na escuridão,quando se está na escuridão,
muitas vezes bastará ummuitas vezes bastará um
pequeno fósforo para nospequeno fósforo para nos
apontar o caminho. Assim, nãoapontar o caminho. Assim, não
deixemos de brilhar, toda luz édeixemos de brilhar, toda luz é
necessária, até mesmo a de umnecessária, até mesmo a de um
pequenino fósforo.pequenino fósforo.
12. Sigamos em frente com a lição.
“Mas, se nos abeirarmos do trabalhador, com o intuito de estimula-lo
ao serviço, auxiliando-lhe o entendimento, para que a tarefa se lhe faça
menos sacrificial, e favorecendo-o a fim de que descubra, por si
mesmo, os degraus da própria elevação, estaremos edificando o
bem legítimo, no aprimoramento da vida e da coletividade.
De que valeria a intimidade do homem com os Espíritos domiciliados
em outras esferas, sem proveito para a existência que lhe é peculiar?
Não será deplorável perda de tempo informarmo-nos, sem propósito
honesto, quanto aos regulamentos que regem a casa alheia? Se a
criatura humana ainda não pode dispensar o suprimento de proteínas e
carboidratados, de oxigênio e vitaminas, se não pode prescindir do
banho e da leitura, por que induzi-la ao ocioso prazer das indagações
sem elevação de vistas? Atendamos, acima de tudo, ao essencial.”
Roteiro
13. Eis o nosso trabalho: auxiliar o entendimento,
favorecer para que o outro descubra por si
mesmo.
A doutrina espírita nos fala de evolução e, não
raro, nos esquecemos de agir dentro destes
princípios. Cada um está em um momento
evolutivo e precisamos respeitar isto, porque se
assim o é decorre da vontade de nosso Pai. A
diversidade é um fato e estar nela implica em
reconhecermos que ora estamos com mão
estendida para auxiliar, ora estamos com a mão
estendida para sermos auxiliados.
Paulo sabia disto e o expressou na Carta que
encaminhou aos cristãos que viviam em Roma:
“Eu sou devedor, tanto a gregos como a
bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes
ROMANOS, 1:14
14. Emmanuel, ao comentar este versículo, nos diz:Emmanuel, ao comentar este versículo, nos diz:
““O Apóstolo da Gentilidade frisou claramente a suaO Apóstolo da Gentilidade frisou claramente a sua
condição de legítimo devedor de todos e essacondição de legítimo devedor de todos e essa
condição e a de qualquer outro ser da comunidadecondição e a de qualquer outro ser da comunidade
humana.humana.
A criatura em si, não e apenas a soma das própriasA criatura em si, não e apenas a soma das próprias
realizações, mas também o produto de débitosrealizações, mas também o produto de débitos
inumeráveis para com o grupo a que pertence.inumeráveis para com o grupo a que pertence.
Cada um deve incalculáveis tributos às almas comCada um deve incalculáveis tributos às almas com
quem convive.quem convive.
Não nos esqueçamos de que vivemos empenhadosNão nos esqueçamos de que vivemos empenhados
a boa vontade dos corações amigos…a boa vontade dos corações amigos…
A sabedoria dos mais experientes…A sabedoria dos mais experientes…
Ao carinho dos companheiros próximos…Ao carinho dos companheiros próximos…
Ao apoio e ao estimulo dos familiares…Ao apoio e ao estimulo dos familiares…
Aos nobres impulsos das relações fraternais…Aos nobres impulsos das relações fraternais…
15. ““Portanto, pelo reconhecimento dasPortanto, pelo reconhecimento das
nossas dívidas comuns, provamos anossas dívidas comuns, provamos a
real inconsequência do orgulho e dareal inconsequência do orgulho e da
vaidade em qualquer coração e avaidade em qualquer coração e a
impraticabilidade do insulamento emimpraticabilidade do insulamento em
nosso passo evolutivo.nosso passo evolutivo.
A dívida importa em compromisso eA dívida importa em compromisso e
compromisso significa resgate naturalcompromisso significa resgate natural
ou compulsório.ou compulsório.
Todos somos devedores uns dosTodos somos devedores uns dos
outros.outros.
Se ainda alimentas algum laivo deSe ainda alimentas algum laivo de
superioridade egoística, à frente dossuperioridade egoística, à frente dos
semelhantes, lembra-te das dívidassemelhantes, lembra-te das dívidas
numerosas, que ainda não saldaste, anumerosas, que ainda não saldaste, a
começar pelo próprio instrumento físicocomeçar pelo próprio instrumento físico
16. Convida-nos, assim, a atender o
essencial. A priorizarmos em nossas
vidas o que é realmente importante,
buscando da simplicidade de viver o
aprendizado para nosso espírito imortal.
Fato é que em nossa jornada as
prioridades se misturam e se confundem.
Qual o caminho? Como agir de forma
eficaz, trazendo para os nossos dias a
alegria de bem viver?
Emmanuel, nas próximas linhas, nos
falará do Cristo, de como agiu quando
este entre nós nas mais diversas
situações. Aproveitemos as linhas para
refletir em como nós outros estamos
agindo.
17. “É curioso notar que o próprio Cristo, em sua imersão nos fluidos
terrestres, não cogitou de qualquer problema inoportuno ou inadequado.”
Roteiro
Duas palavras importantes: inoportuno e inadequado.
Consultando o dicionário on line temos os seguintes significados:
Inoportuno: que não é oportuno, que sobrevém num mau momento,
numa ocasião imprópria; inconveniente, intempestivo.
Inadequado: que não se adequou; impróprio, inconveniente.
18. O primeiro, inoportuno, nos remete a ação no tempo. Qual o melhorO primeiro, inoportuno, nos remete a ação no tempo. Qual o melhor
momento para determinada ação ou tarefa? Qual a melhor hora paramomento para determinada ação ou tarefa? Qual a melhor hora para
falar? E para silenciar?falar? E para silenciar?
Já o segundo, nos remete ao meio utilizado. O que estou oferecendo éJá o segundo, nos remete ao meio utilizado. O que estou oferecendo é
adequado a necessidade do outro? Estou humilhando ou constrangendoadequado a necessidade do outro? Estou humilhando ou constrangendo
o outro com minhas ações ou palavras?o outro com minhas ações ou palavras?
Cristo, diante dos problemas que se lhe apresentavam era, então,Cristo, diante dos problemas que se lhe apresentavam era, então,
oportuno e adequado. Agia no melhor tempo e de forma mais eficaz. Éoportuno e adequado. Agia no melhor tempo e de forma mais eficaz. É
importante, então, observarmos os exemplos que Emmanuel nos ofereceimportante, então, observarmos os exemplos que Emmanuel nos oferece
a fim de que aprendamos mais com o nosso Mestre, Modelo e Guia.a fim de que aprendamos mais com o nosso Mestre, Modelo e Guia.
19. ““Não se sentou na praça pública para explicar a natureza de Deus e,Não se sentou na praça pública para explicar a natureza de Deus e,
sim, chamou-lhe simplesmente “Nosso Pai”, indicando os deveres desim, chamou-lhe simplesmente “Nosso Pai”, indicando os deveres de
amor e reverência com que nos cabe contribuir na extensão e noamor e reverência com que nos cabe contribuir na extensão e no
aperfeiçoamento da Obra Divina.” Roteiroaperfeiçoamento da Obra Divina.” Roteiro
O povo hebreu, até hoje, conserva um grande respeito pela figuraO povo hebreu, até hoje, conserva um grande respeito pela figura
paterna. Será o pai quem irá dirigir a família, até mesmo quando ospaterna. Será o pai quem irá dirigir a família, até mesmo quando os
filhos casavam e continuavam morando com o pai, era ele consultadofilhos casavam e continuavam morando com o pai, era ele consultado
para o direcionamento da família. Não se trata apenas do provedorpara o direcionamento da família. Não se trata apenas do provedor
financeiro.financeiro.
20. Encontramos uma dissertação de José Maurício (PucMinas) que trata
sobre o lugar do pai no decorrer do tempo e das sociedades, um estudo
muito interessante, do qual grifamos um trecho:
“A vida social de Israel, segundo Ringgren (1970), é mais rural e
caracterizada pelo nomadismo. O fator determinante na estrutura
social era a tribo e o clã. Neste contexto, a parentagem e a genealogia
eram consideradas importantes. Assim, o aspecto tribal ou o ancestral
é muito significativo. Em Is 51, 2, Abraão é invocado como “seu pai”,
no sentido de ancestral, pai tribal e exemplo de homem destemido a ser
seguido.
No seio da família israelita, a autoridade do pai era quase ilimitada;
ele era o mestre, chefe da casa; as crianças eram ensinadas a honrá-lo
e temê-lo; ele controla outros membros da família como o oleiro
controla a argila (Is 6, 4-7). Ele não é um déspota isolado, mas o
centro de tudo o que lhe pertence, e tudo gira ao seu redor. Quando um
homem é chamado de pai, isto deduz da mesma coisa, parentesco e
autoridade são expressos pelo mesmo nome de pai. Para o israelita, o
nome de pai resulta em autoridade.”
21. Ainda estamos distantes de entender quem é o nosso Criador, mas o queAinda estamos distantes de entender quem é o nosso Criador, mas o que
observamos é que, com Jesus, ele deixou de ser o Rei dos Exércitos a quemobservamos é que, com Jesus, ele deixou de ser o Rei dos Exércitos a quem
devíamos servir para tornar-se o Pai, que também exerce sua autoridade,devíamos servir para tornar-se o Pai, que também exerce sua autoridade,
porém, está muito mais próximo, eis que o amor filial inaugura uma novaporém, está muito mais próximo, eis que o amor filial inaugura uma nova
forma de compreendermos a ação de Deus em nossas vidas.forma de compreendermos a ação de Deus em nossas vidas.
Sigamos com o livro Roteiro:Sigamos com o livro Roteiro:
““Embora asseverasse que “na casa do Senhor há muitas moradas”, não seEmbora asseverasse que “na casa do Senhor há muitas moradas”, não se
deteve a destacar pormenores quanto aos habitantes que as povoam. Nãodeteve a destacar pormenores quanto aos habitantes que as povoam. Não
obstante exaltar o Reino Celeste, nele situando a glória do futuro, nãoobstante exaltar o Reino Celeste, nele situando a glória do futuro, não
olvidou o Reino da Terra, que procurou ajudar com todas as possibilidadesolvidou o Reino da Terra, que procurou ajudar com todas as possibilidades
de que dispunha.” Roteirode que dispunha.” Roteiro
22. Este trecho encontra-se no Evangelho de João: “Não se turbe o vossoEste trecho encontra-se no Evangelho de João: “Não se turbe o vosso
coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai hácoração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há
muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vosmuitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos
lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levareilugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei
para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. Mesmopara mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. Mesmo
vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho.” João 14:1-4vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho.” João 14:1-4
Ele nos fornece a verdade, mas não a torna um fardo pesado demais paraEle nos fornece a verdade, mas não a torna um fardo pesado demais para
que possamos carregar. Nem sempre estaremos aptos para nosque possamos carregar. Nem sempre estaremos aptos para nos
aprofundarmos em determinados assuntos e tenhamos a humildade emaprofundarmos em determinados assuntos e tenhamos a humildade em
reconhecer que em determinadas áreas ainda temos um longo caminho areconhecer que em determinadas áreas ainda temos um longo caminho a
fim de melhorarmos nossa compreensão. Não precisamos ter um opiniãofim de melhorarmos nossa compreensão. Não precisamos ter um opinião
sobre todos os assuntos, e sobre aquilo que não sabemos tenhamos asobre todos os assuntos, e sobre aquilo que não sabemos tenhamos a
sabedoria de não opinar.sabedoria de não opinar.
23. Vejamos mais um trecho:
““Curando cegos e leprosos, loucos e paralíticos, deu a entender que vinhaCurando cegos e leprosos, loucos e paralíticos, deu a entender que vinha
não somente regenerar as almas e sem também socorrer os corposnão somente regenerar as almas e sem também socorrer os corpos
enfermos, na recuperação do homem integral. Não se contentou, porém,enfermos, na recuperação do homem integral. Não se contentou, porém,
com isso. Em todas as ocasiões, exaltou nossos deveres de amor para comcom isso. Em todas as ocasiões, exaltou nossos deveres de amor para com
a vida comum.” Roteiroa vida comum.” Roteiro
Jesus nunca desconsiderou a vida física como algo importante e relevante
para o nosso aprendizado, porém, sempre nos convidou a compreendermos
que o que o físico deixa transparecer está ligado ao espírito, quem ele é e o
que ele pensa.
Assim, como trabalhadores na seara de Jesus podemos auxiliar nossos
irmãos que se encontram enfermos, através de nossas preces, do passe, da
água fluidificada e das diversas ações que visam o amparo dos que sofrem.
Porém, urge compreendermos que o espírito também necessita ser tratado
e é importante que quem recebe a cura do corpo físico também seja
alertado sobre a necessidade de cuidar do espírito, sob pena de padecer
novamente de outros males até que consiga compreender o que o espírito
clama para que seja resolvido.
24. Kardec nos auxilia na compreensão deste tema no
Livro dos Mediuns, cap. V:
“Os milagres de Jesus converteram todos os seus
contemporâneos? Aos fariseus, que lhe diziam:
“Mestre, faz-nos ver algum prodígio”, não se
assemelham os que hoje vos pedem lhes façais
presenciar algumas manifestações? Se não se
converteram pelas maravilhas da criação, também
não se converterão, ainda quando os Espíritos lhes
aparecessem do modo mais inequívoco, porquanto o
orgulho os torna quais alimárias empacadoras. Se
procurassem de boa-fé, não lhes faltaria ocasião de
ver; por isso, não julga Deus conveniente fazer por
eles mais do que faz pelos que sinceramente buscam
instruir-se, pois que o Pai só concede recompensa aos
homens de boa vontade.
25. “A incredulidade deles não obstará a que a vontade
de Deus se cumpra. Bem vedes que não obstou a que
a doutrina se difundisse. Deixai, portanto, de
inquietar-vos com a oposição que vos movem. Essa
oposição é, para a doutrina, o que a sombra é para o
quadro: maior relevo lhe dá. Que mérito teriam eles,
se fossem convencidos à força? Deus lhes deixa toda
a responsabilidade da teimosia em que se conservam
e essa responsabilidade é mais terrível do que podeis
supor. Felizes os que creem sem ter visto, disse Jesus,
porque esses não duvidam do poder de Deus.”
26. Caminhemos mais um pouco com a lição do livro Roteiro:
“Recorre à semente de mostarda e à dracma perdida para alinhar
preciosos ensinamentos. Compara o mundo a vinha imensa, onde
cada servidor recebe determinada quota de obrigações. Consagra
especial atenção as criancinhas, salientando o amparo que
devemos às gerações renascentes.” Roteiro
27. Exemplos simples da vida cotidiana podem levar a uma compreensão
prática do ensinamento apresentado, e Jesus a todo tempo utilizava-se
destas pequeninas lições que até hoje nos fazem refletir e compreender
melhor a vontade de nosso Pai Celestial.
Conclama a cada um a ocupar o seu lugar na criação, lugar único. Se
todos fossem palestrantes, quem iria administrar o passe que restaura e
fortalece? Se todos buscarem as mesmas tarefas, muito trabalho
importante deixará de ser realizado.
28. Por fim, encerra a lição:
“Nessa mesma esfera de realizações, os princípios do Espiritismo
Evangélico se estenderão em favor da Humanidade.
Os desencarnados testemunham a sobrevivência individual, depois da
morte, provam que a alma se transfere de habitação sem alterar-se, de
imediato, mas, preconizando o estudo e a fraternidade, a cultura e a
santificação, o trabalho e a análise, em obediência e ditames superiores,
objetivam, acima de tudo, a melhoria da vida na Terra, a fim de que os
homens se façam, efetivamente, irmãos uns dos outros no mundo
porvindouro que será, indiscutivelmente, iluminada seção do Reino
Infinito de Deus.” Roteiro
Estamos aqui para construir um mundo melhor, não apenas para nós
mesmos, mas para os que virão. O trabalho do Cristo é incessante e
cabe a nós aderir ou não ao seu reino de amor e de paz.