O documento discute a cooperativa PRONOVA no Espírito Santo, Brasil, que ajuda cafeicultores de pequena escala a produzir café de alta qualidade. A cooperativa estabeleceu programas de certificação para melhorar a qualidade do café e acessar novos mercados internacionais dispostos a pagar preços mais altos.
2. - Segundo maior produtor de café arábica e o primeiro
de conilon no país;
- Cafeicultura está presente em mais de 56 mil das
86 mil propriedades existentes;
- É conduzida prioritariamente por produtores de base
familiar, com tamanho médio das lavouras em torno de
9,4 hectares; (NOVO PEDEAG, 2008)
Espírito Santo...
7. - Propriedades de Agricultura Familiar,
predominantemente...
- Agricultores participativos , com identidade cultural e
saberes tradicionais, mas que buscam sempre melhorias...
8. - Papel fundamental na organização dos Agricultores...
- Em 1989 a PRONOVA – Associação de Produtores de Venda
Nova do Imigrante – foi fundada e foi criado o CERTICAFE
– Centro de Certificação e Controle da Qualidade do Café.
- Parcerias formadas a partir daí impulsionaram pesquisas
para a melhoria da qualidade do café produzido nas
Montanhas do Espírito Santo – alternativa para a
sustentabilidade da cafeicultura do arábica...
Cooperativas / Associações
9. - Na linguagem dos produtores... “por que o nosso café não
bebe?”
- Parcerias formadas a partir daí impulsionaram pesquisas
para a melhoria da qualidade do café produzido nas
Montanhas do Espírito Santo – alternativa para a
sustentabilidade da cafeicultura do arábica...
- Identificação dos problemas: umidade alta (favorece o
desenvolvimento de fungos e bactérias – fermentação –
baixa qualidade da bebida); colheita era feita “limpando
todo pé” – frutos verdes, maduros, secos – sem separação;
secagem em camadas grossas, sem revolver; dentre outros...
10. - Quebra de paradigmas:
“aqui não é possível produzir café bom” ;
“meu avô fazia assim... porque mudar?”
- Orientações técnicas / busca de novas tecnologias / busca de
melhoria da qualidade / novas alternativas e mercados...
- Adoção de novas tecnologias: mudanças no processo de
colheita e pós-colheita - café “cereja descascado”.
11.
12.
13. E os frutos começaram a ser colhidos...
- Em 2000 – envio de amostras do café da região de
montanhas do Espírito Santo para o Concurso Nacional – Illy
Café e Cup of Excellence - classificação dos produtores entre
os 50 melhores, vendendo os lotes acima do preço do
mercado convencional...
14. - Em 2000 – a PRONOVA passou a coordenar o Concurso
Estadual de Qualidade de Café:
“Prêmio Qualidade Real Café – Cafuso – UCC para os Cafés
das Montanhas do Espírito Santo”
Essa parceria entre a PRONOVA,
o Grupo TRISTÃO e a
torrefadora japonesa UCC
Ueshima Coffee, foi a “porta de
entrada” dos cafés do ES no
Japão...
O Concurso acontece desde 2000
e este ano, completa 10 anos de
parceria!
15. - Consolidação de um mercado regional para o café
“cereja descascado”, já que antes só o café “rio” era
comercializado...
Ano Café Rio * Café CD * Diferencial *
2000 R$ 130,00 R$ 170,00 R$ 40,00
2001 R$ 120,00 R$ 150,00 R$ 30,00
2002 R$ 120,00 R$ 180,00 R$ 60,00
2003 R$ 150,00 R$ 180,00 R$ 30,00
2004 R$ 150,00 R$ 300,00 R$ 150,00
2005 R$ 160,00 R$ 270,00 R$ 110,00
2006 R$ 158,00 R$ 288,00 R$ 130,00
2007 R$ 210,00 R$ 280,00 R$ 70,00
2008 R$ 190,00 R$ 270,00 R$ 80,00
2009 R$ 200,00 R$ 290,00 R$ 90,00
2010 R$ 200,00 R$ 350,00 R$ 150,00
* Valores
aproximados
– Banco de
Dados da
PRONOVA.
16. - Com a participação nos Concursos e visitas de Compradores
Internacionais : necessidade de selo – CERTIFICAÇÃO.
- 2004 – a PRONOVA tornou-se Cooperativa e iniciou o
processo de adequação para ser certificada FAIRTRADE
através da FLO-CERT.
- Dezembro/2005 – conquista do Selo do Comércio Justo –
FAIRTRADE.
17. Selo de Certificação Internacional utilizado em vários países com
reconhecimento cada vez maior por parte dos consumidores, já que o
mesmo demonstra que o café foi produzido de forma sustentável,
atendendo a diversos critérios internacionais.
O Selo FAIRTRADE é concedido a Associações ou Cooperativas e envolve
critérios de desenvolvimento social, econômico e ambiental para a
produção agrícola.
Possui um preço mínimo para os cafés, que deve cobrir custos de produção
ou de fabricação, oferecendo uma margem de lucro ao produtor.
Garante um prêmio para a Associação ou Cooperativa, que deve ser
investido em melhoria das condições de vida dos produtores, trabalhadores
e suas comunidades (desenvolvimento social /ambiental).
FAIRTRADE
18. “Programa de Certificação e Rastreabilidade dos Cafés
das Montanhas do Espírito Santo”
- Objetivo principal: dar um selo de qualidade para os
Cafés das Montanhas do Espírito Santo que transmitisse
aos consumidores a “mensagem” de que o produto foi
produzido dentro de um conjunto de normas que atendem
as legislações trabalhistas, ambientais e outros aspectos...
19. Mudança de concepção no conceito de Qualidade ...
Qualidade extrapola os limites sensoriais...
Qualidade = qualidade da bebida (sensorial),
respeito ao meio ambiente,
respeito à saúde e segurança dos trabalhadores, enfim...
QUALIDADE hoje é intimamente ligada ao conceito de
SUSTENTABILIDADE...
Para o CAFÉ hoje...
20. - Para a maior parte dos compradores da PRONOVA, o café
precisa ter o seguinte padrão:
# Fine Cup – “bebida fina” – café cereja descascado;
# Nota: 80 e acima (escala SCAA);
# Sem nenhum tipo de impureza;
# No máximo 12 defeitos e sem PVA (pretos, verdes e ardidos);
# Tipo 2/3 (NY);
# Peneira 14/15 e acima;
- No caso da região de
Montanhas do ES, se não
fizermos o café CD, não
produzimos qualidade!
Conclusão...
No mercado, não
adianta ser sustentável
/ ter uma certificação,
se não produzir café de
qualidade!
21. Dificuldades Gerais encontradas no processo de
Certificação
# custos de adequação das propriedades e da certificação;
# cumprimento das legislações ambiental e trabalhista do
Brasil;
# no caso de pequenos produtores, os registros (anotações)
que precisam ser feitas;
# Na visão de pequenos produtores:
“o diferencial pago é pequeno diante da quantidade de
adequações que precisam ser feitas”
22. O caso da PRONOVA...
# A Cooperativa trabalha a certificação como uma linha de
trabalho, visando a sustentabilidade para as propriedades e
como uma opção a mais de mercado para os produtores
cooperados...
ANO
% de Café Certificado
Comercializado
2007 10,70%
2008 14,10%
2009 6%
2010 - estimativa 8,75%
MÉDIA 9,88%
23. Principais dificuldades...
# A Certificação Fairtrade garante um preço mínimo para o
café bebida natural e um preço acima para o café cereja
descascado... Mesmo assim, o preço que a maior parte dos
compradores oferece é menor do que temos de oferta nos
concursos de qualidade de café, por exemplo...
# Os prazos de pagamento oferecidos pelos compradores
geralmente são de 20 a 60 dias, o que faz com que o
produtor muitas vezes tenha preferência de comercializar no
mercado interno;
# Falta de matéria prima (volume) no padrão exigido pelos
compradores;
24. Porque CERTIFICAR vale a pena?
# Melhoria das propriedades, principalmente em relação aos
aspectos ambientais, sociais e econômicos; melhoria na gestão
e organização como um todo!
25.
26. Porque CERTIFICAR vale a pena?
# Adoção de novas tecnologias e capacitação de produtores;
27. Porque CERTIFICAR vale a pena?
# Realização de parcerias que trazem benefícios indiretos
que são muito relevantes para cooperados e
cooperativa...
# Possibilidade de abertura de novos mercados;
# Agregação de valor ao produto;
28. - Consumidor cada vez mais exigente e consciente de
seus direitos;
- Competição Universal;
- Forte apelo para o cumprimento das leis ambientais
/ preservação do meio ambiente;
- Preocupação do Consumidor com qualidade de
vida / consumo de alimentos saudáveis;
E também porque... a Certificação é uma
tendência socioeconômica...
29. A busca por alimentos produzidos através da agricultura
sustentável, com selo de certificação, é realidade nos
países desenvolvidos, onde cresce a exigência dos
consumidores quanto à rastreabilidade e à garantia de
produtos saudáveis, sem resíduos e oriundos de sistemas
ambiental e socialmente corretos...
Além disso...
30. - A certificação tem cumprido o seu papel principal:
estimular as boas práticas agrícolas para tornar o
ambiente de trabalho no campo ambientalmente
correto, socialmente responsável e
economicamente viável!
- Ela se consolida cada vez mais como um
instrumento de acesso a mercados...
- É um caminho sem volta!
... Concluindo ...