SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 4
Downloaden Sie, um offline zu lesen
. 44
-
-
O olhar que lançamos às diferenças existentes entre nós, sejam elas de perten-
cimento à determinada classe social, gênero, raça, etnia ou orientação sexual,
é cultural e socialmente estabelecido. A defesa dos direitos humanos supõe
uma postura política e ética na qual todos/as têm igualmente o direito de ser
respeitados/as e tratados/as com dignidade, sejam homens, mulheres, negros/
as, brancos/as, indígenas, homossexuais, heterossexuais, bissexuais, traves-
tis, transexuais. Tais diferenças não podem ser atribuídas à natureza, à biolo-
gia, mas sim ao processo de socialização que nos ensina a nos comportarmos
segundo determinado padrão que, no caso de nossa discussão, é de gênero.
Todas essas formas de classificação interagem simultaneamente no mundo so-
cial, fazendo com que certos entrecruzamentos sejam objeto de um tratamen-
to menos igualitário, mais desigual do que outros. Assim, se um determinado
indivíduo é homem, negro e de classe popular, receberá um tipo de avaliação
distinto (possivelmente desvantajoso) em relação ao de uma mulher branca
e de classe social alta. Este exemplo assinala que a relativa “desvantagem” do
gênero em uma sociedade machista pode ser neutralizada pela classificação de
raça/etnia e/ou pelo pertencimento a uma classe social considerada superior.
Como, então, aprendemos a conformar nosso olhar e terminamos por tratar
homens e mulheres de modo distinto? Às vezes, com nossos pequenos gestos
O olhar que lançamos
às diferenças
existentes entre
nós, sejam elas de
pertencimento à
determinada classe
social, gênero, raça,
etnia ou orientação
sexual, é cultural
e socialmente
estabelecido.
Gênero e outras formas de classificação social
. 45
ou atitudes cotidianas, sem perceber, reforçamos desigualdades e a hierarquia de gênero, para
não falar em preconceitos e estereótipos.
A antropologia, disciplina que estuda a diversidade cultural das sociedades, sustenta que a
dimensão biológica da espécie humana é transformada pela necessidade de capacitação cul-
tural, essencial à sua sobrevivência. É a cultura que humaniza a espécie. Pode se perceber que
os homens são muito diferentes de outros homens em outros lugares. Também as mulheres
diferem bastante de outras mulheres em diferentes partes do mundo. E o mesmo acontece
com as relações entre os gêneros, que variam nas muitas sociedades do planeta.
O papel que a biologia desempenha na determinação de comportamentos sociais é fraco – a
espécie humana é essencialmente dependente da socialização. Contudo, de acordo com o sen-
so comum, as condutas de homens e mulheres originam-se de
uma dimensão natural (os instintos) inscrita nos corpos com
que cada indivíduo nasce. Acredita-se, com freqüência, que
existe um tipo de personalidade ou padrão de comportamen-
to para cada um dos sexos. Na cultura ocidental, supõe-se que
o masculino seja dotado de maior agressividade e o feminino,
de maior suavidade e delicadeza.
Na década de 1930, a antropóloga americana Margaret Mead
(1901-1978) estudou esta questão em outras culturas e desco-
briu que não existe uma relação direta entre o sexo do corpo
e a conduta social de homens e mulheres. Mead revolucionou
sua área de pesquisa ao torná-la popular e ao alcance dos lei-
gos. Seu objetivo era dar às pessoas comuns uma ferramenta
para entenderem seu lugar no mundo. Ela demonstrou que os
papéis sexuais eram determinados pelas expectativas sociais
e provou a importância das relações raciais para a conserva-
ção da espécie. Acreditava que o objetivo da antropologia era
melhorar a raça humana e, para isso, defendia que o mundo
moderno tinha muito a aprender com outras civilizações. Em
inúmeros livros e artigos, escreveu sobre os direitos da mulher
e contra o racismo e o preconceito sexual.
O modelo de educação de uma pessoa, aquilo que ela apren-
deu sobre o que é certo e errado na esfera sexual, influenciará
sua sexualidade, seus sentimentos e atração por outras pesso-
as, sua orientação sexual. Assim, algo considerado adequado
Na obra Sexo e temperamento,
Mead traz os resultados da pesqui-
sa realizada em Nova Guiné sobre
o que então se chamava de papéis
sexuais, e que hoje em dia chama-
mos de gênero. Da comparação
entre três culturas (Arapesh, Mun-
dugomor e Tchambuli) que com-
partilhavam uma organização so-
cial semelhante, Mead destaca que
nas duas primeiras a cultura não
estabelece um padrão sentimental
distinto para homens e mulheres;
existe um tipo de personalidade ou
temperamento socialmente apro-
vado para todos os integrantes da
sociedade.
Segundoosnossoscritériosdeava-
liação, a cultura Arapesh poderia
ser caracterizada como“maternal”,
tendo a docilidade como o traço de
personalidade valorizado. Já entre
os Mundugomor,o comportamen-
to agressivo era incentivado para
homens e mulheres. Na terceira
sociedade analisada, os Tchambu-
li, as personalidades de homens e
mulheres opõem-se e complemen-
tam-se, contudo, estão invertidas
em relação ao padrão ocidental.
Os homens são mais gentis e deli-
cados do que as mulheres, fortes e
bravas (Mead, 1988).
. 46
num meio social é passível de ser inadequado em outro. Gestos, modos de se vestir, de sentir
ou falar podem ser considerados femininos em alguns lugares, masculinos ou mesmo indife-
rentes em outros. Esta variação corresponde à cultura.
Sexualidade e gênero são dimensões diferentes que integram a identidade pessoal de cada
indivíduo. Ambos surgem, são afetados e se transformam conforme os valores sociais vigentes
em uma dada época. São partes, assim, da cultura, construídas em determinado período histó-
rico, ajudando a organizar a vida individual e coletiva das pessoas. Em síntese, é a cultura que
constrói o gênero, simbolizando as atividades como masculinas e femininas.
Por fim, importa reter duas características fundamentais implícitas na noção de gênero:
sua arbitrariedade cultural, ou seja, o fato de o gênero só poder ser compreendido em rela-
ção a uma cultura específica, pois Ele só é capaz de ter sentidos distintos conforme o contexto
sociocultural em que se manifesta;
o caráter necessariamente relacional das categorias de gênero, isto é, só é possível pensar e/
ou conceber o feminino em relação ao masculino e vice-versa.
. 47
Glossário
Bissexual: Pessoa que tem desejos, práticas sexuais e relacionamento afetivo-sexual com pessoas de ambos os sexos.
Cultura: Fenômeno unicamente humano, a cultura refere-se à capacidade que os seres humanos têm de dar significado às suas
ações e ao mundo que os rodeia. A cultura é compartilhada pelos indivíduos de um determinado grupo, não se relacionando
a um fenômeno individual. Por outro lado, cada grupo de seres humanos, em diferentes épocas e lugares, atribui significados
diferentes a coisas e a passagens da vida aparentemente semelhantes.
Direitos Humanos: Constituem o marco de reconhecimento dos direitos e liberdades básicas inerentes à pessoa humana,
sem qualquer espécie de discriminação. São os direitos que consagram o respeito à dignidade humana, que visam resguardar
a integridade física e psicológica das pessoas perante seus semelhantes e perante o Estado em geral. Exemplos desses direitos e
liberdades reconhecidos com direitos humanos incluem os
direitos civis e políticos, o direito à vida e à liberdade, liberdade de expressão e igualdade perante a lei, direitos sociais, culturais
e econômicos, o direito à saúde, ao trabalho e à educação.
Em 1948, após a Segunda Guerra Mundial, foi proclamada a Declaração Universal de Direitos Humanos, com a qual se inicia
a fase de afirmação universal e positiva dos direitos humanos, materializada na busca por instrumentos internacionais (pactos,
declarações e tratados) de defesa desses direitos. Alguns exemplos especialmente relevantes para o
estabelecimentodosdireitosrelativosaolivreexercíciodasexualidadesão:oPactoInternacionaldeDireitosCivisePolíticoseodeDirei-
tosEconômicos,SociaiseCulturais(ambosde1966),aDeclaraçãosobreaEliminaçãodeDiscriminaçãocontraaMulher(1967)eaCon-
vençãosubseqüente(1979),ADeclaraçãoUniversaldosDireitosdaCriança(1959)eConvençãosobreosDireitosdaCriança(1989).
Declaração Universal de Direitos Humanos: http://www.unhchr.ch/udhr/lang/por.htm
Heterossexualidade: Atração sexual por pessoas de outro gênero e relacionamento afetivo-sexual com elas.
Hierarquia de gênero: Pirâmide social econômica construída pelas relações assimétricas de gênero.
Homossexualidade: Atração sexual por pessoas do mesmo gênero e relacionamento afetivo-sexual com elas.
Transexual: Pessoa que possui uma identidade de gênero diferente do sexo designado no nascimento. Homens e mulheres
transexuais podem manifestar o desejo de se submeterem a intervenções médico-cirúrgicas para realizarem a adequação dos
seus atributos físicos de nascença (inclusive genitais) à sua identidade de gênero constituída.
Travesti: Pessoa que nasce do sexo masculino ou feminino, mas que tem sua identidade de gênero oposta ao seu sexo biológico,
assumindo papéis de gênero diferentes daquele imposto pela sociedade. Muitas travestis modificam seus corpos através de
hormonioterapias, aplicações de silicone e/ou cirurgias plásticas, porém vale ressaltar que isso não é regra para todas (Definição
adotada pela Conferência Nacional LGBT em 2008).

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Relações de gênero e história das mulheres na
Relações de gênero e história das mulheres naRelações de gênero e história das mulheres na
Relações de gênero e história das mulheres naNatália Barros
 
O aprendizado de gênero: socialização na família e na escola.
O aprendizado de gênero: socialização na família e na escola.O aprendizado de gênero: socialização na família e na escola.
O aprendizado de gênero: socialização na família e na escola.Fábio Fernandes
 
Educação, diferença, diversidade e desigualdade.
Educação, diferença, diversidade e desigualdade.Educação, diferença, diversidade e desigualdade.
Educação, diferença, diversidade e desigualdade.Fábio Fernandes
 
O conceito de gênero e as relações de gêneros
O conceito de gênero e as relações de gênerosO conceito de gênero e as relações de gêneros
O conceito de gênero e as relações de gênerosYanMBM
 
Construção social da identidade adolescente/juvenil.
Construção social da identidade adolescente/juvenil.Construção social da identidade adolescente/juvenil.
Construção social da identidade adolescente/juvenil.Fábio Fernandes
 
Diferentes, mas não desiguais! Viva a diferença.
Diferentes, mas não desiguais! Viva a diferença.Diferentes, mas não desiguais! Viva a diferença.
Diferentes, mas não desiguais! Viva a diferença.Fábio Fernandes
 
Genero e sexualidade - Aula Completa de Sociologia
Genero e sexualidade - Aula Completa de SociologiaGenero e sexualidade - Aula Completa de Sociologia
Genero e sexualidade - Aula Completa de SociologiaSaulo Lucena
 
Gênero e trangênero
Gênero e trangêneroGênero e trangênero
Gênero e trangêneroPedro Neves
 
Orientações sobre identidade_de_gênero__conceitos_e_termos_-_2ª_edição (1)
Orientações sobre identidade_de_gênero__conceitos_e_termos_-_2ª_edição (1)Orientações sobre identidade_de_gênero__conceitos_e_termos_-_2ª_edição (1)
Orientações sobre identidade_de_gênero__conceitos_e_termos_-_2ª_edição (1)Monica Francisco
 
GÊNERO E O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
GÊNERO E O PROCESSO SAÚDE-DOENÇAGÊNERO E O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
GÊNERO E O PROCESSO SAÚDE-DOENÇARodrigo Abreu
 
A Educação e a Diversidade Sexual e de Gênero: a academia e o senso comum
A Educação e a Diversidade Sexual e de Gênero: a academia e o senso comumA Educação e a Diversidade Sexual e de Gênero: a academia e o senso comum
A Educação e a Diversidade Sexual e de Gênero: a academia e o senso comumDaniel Tavares
 
Louro, guacira lopes. gênero e sexualidade pedagogias contemporâneas
Louro, guacira lopes. gênero e sexualidade   pedagogias contemporâneasLouro, guacira lopes. gênero e sexualidade   pedagogias contemporâneas
Louro, guacira lopes. gênero e sexualidade pedagogias contemporâneasBruno Martins Soares
 
Louro, guacira lopes. o corpo educado
Louro, guacira lopes. o corpo educadoLouro, guacira lopes. o corpo educado
Louro, guacira lopes. o corpo educadonatielemesquita
 
Aula 6 adolescência e relações de gênero
Aula 6   adolescência e relações de gêneroAula 6   adolescência e relações de gênero
Aula 6 adolescência e relações de gêneroariadnemonitoria
 
Manual para o uso não-sexista da linguagem.
Manual para o uso não-sexista da linguagem.Manual para o uso não-sexista da linguagem.
Manual para o uso não-sexista da linguagem.Fábio Fernandes
 
Relações de Gênero
Relações de GêneroRelações de Gênero
Relações de GêneroPrivada
 
Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.
Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.
Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.Fábio Fernandes
 

Was ist angesagt? (20)

Relações de gênero e história das mulheres na
Relações de gênero e história das mulheres naRelações de gênero e história das mulheres na
Relações de gênero e história das mulheres na
 
O aprendizado de gênero: socialização na família e na escola.
O aprendizado de gênero: socialização na família e na escola.O aprendizado de gênero: socialização na família e na escola.
O aprendizado de gênero: socialização na família e na escola.
 
Violência de gênero.
Violência de gênero.Violência de gênero.
Violência de gênero.
 
Educação, diferença, diversidade e desigualdade.
Educação, diferença, diversidade e desigualdade.Educação, diferença, diversidade e desigualdade.
Educação, diferença, diversidade e desigualdade.
 
A linguagem não-sexista.
A linguagem não-sexista.A linguagem não-sexista.
A linguagem não-sexista.
 
O conceito de gênero e as relações de gêneros
O conceito de gênero e as relações de gênerosO conceito de gênero e as relações de gêneros
O conceito de gênero e as relações de gêneros
 
Construção social da identidade adolescente/juvenil.
Construção social da identidade adolescente/juvenil.Construção social da identidade adolescente/juvenil.
Construção social da identidade adolescente/juvenil.
 
Diferentes, mas não desiguais! Viva a diferença.
Diferentes, mas não desiguais! Viva a diferença.Diferentes, mas não desiguais! Viva a diferença.
Diferentes, mas não desiguais! Viva a diferença.
 
Genero e sexualidade - Aula Completa de Sociologia
Genero e sexualidade - Aula Completa de SociologiaGenero e sexualidade - Aula Completa de Sociologia
Genero e sexualidade - Aula Completa de Sociologia
 
Gênero e trangênero
Gênero e trangêneroGênero e trangênero
Gênero e trangênero
 
Orientações sobre identidade_de_gênero__conceitos_e_termos_-_2ª_edição (1)
Orientações sobre identidade_de_gênero__conceitos_e_termos_-_2ª_edição (1)Orientações sobre identidade_de_gênero__conceitos_e_termos_-_2ª_edição (1)
Orientações sobre identidade_de_gênero__conceitos_e_termos_-_2ª_edição (1)
 
GÊNERO E O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
GÊNERO E O PROCESSO SAÚDE-DOENÇAGÊNERO E O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
GÊNERO E O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
 
A Educação e a Diversidade Sexual e de Gênero: a academia e o senso comum
A Educação e a Diversidade Sexual e de Gênero: a academia e o senso comumA Educação e a Diversidade Sexual e de Gênero: a academia e o senso comum
A Educação e a Diversidade Sexual e de Gênero: a academia e o senso comum
 
Louro, guacira lopes. gênero e sexualidade pedagogias contemporâneas
Louro, guacira lopes. gênero e sexualidade   pedagogias contemporâneasLouro, guacira lopes. gênero e sexualidade   pedagogias contemporâneas
Louro, guacira lopes. gênero e sexualidade pedagogias contemporâneas
 
Louro, guacira lopes. o corpo educado
Louro, guacira lopes. o corpo educadoLouro, guacira lopes. o corpo educado
Louro, guacira lopes. o corpo educado
 
Aula 6 adolescência e relações de gênero
Aula 6   adolescência e relações de gêneroAula 6   adolescência e relações de gênero
Aula 6 adolescência e relações de gênero
 
Manual para o uso não-sexista da linguagem.
Manual para o uso não-sexista da linguagem.Manual para o uso não-sexista da linguagem.
Manual para o uso não-sexista da linguagem.
 
Relações de Gênero
Relações de GêneroRelações de Gênero
Relações de Gênero
 
Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.
Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.
Sexualidade juvenil, direitos e diversidade sexual.
 
Sociologia Gênero e Saúde
Sociologia Gênero e Saúde Sociologia Gênero e Saúde
Sociologia Gênero e Saúde
 

Ähnlich wie Gênero, diferenças sociais e direitos humanos

CONCEITO_ANTROPOLOGICO_DE_CULTURA.ppt
CONCEITO_ANTROPOLOGICO_DE_CULTURA.pptCONCEITO_ANTROPOLOGICO_DE_CULTURA.ppt
CONCEITO_ANTROPOLOGICO_DE_CULTURA.pptRubensMartins36
 
Identidade de gênero e orientação sexual.
Identidade de gênero e orientação sexual.Identidade de gênero e orientação sexual.
Identidade de gênero e orientação sexual.Fábio Fernandes
 
Escola cultura e personalidade
Escola cultura e personalidadeEscola cultura e personalidade
Escola cultura e personalidadeozgauche
 
O uso do conceito de cultura como exercício de poder - Bruno Carrasco
O uso do conceito de cultura como exercício de poder - Bruno CarrascoO uso do conceito de cultura como exercício de poder - Bruno Carrasco
O uso do conceito de cultura como exercício de poder - Bruno CarrascoBruno Carrasco
 
Antropologia e o desenvolvimento antropológico do conceito de cultura
Antropologia e o desenvolvimento antropológico do conceito de culturaAntropologia e o desenvolvimento antropológico do conceito de cultura
Antropologia e o desenvolvimento antropológico do conceito de culturaNathanDosSantos7
 
Antropologia contemporânea
Antropologia contemporânea Antropologia contemporânea
Antropologia contemporânea mundica broda
 
Sociologia unidade V
Sociologia unidade VSociologia unidade V
Sociologia unidade Vjoao paulo
 
A diversidade cultural etnocentrismo e relativismo cultural
A diversidade cultural etnocentrismo e relativismo culturalA diversidade cultural etnocentrismo e relativismo cultural
A diversidade cultural etnocentrismo e relativismo culturalMarcos Barros de Miranda
 
Cultura Um Conceito Antropológico
Cultura Um Conceito AntropológicoCultura Um Conceito Antropológico
Cultura Um Conceito AntropológicoDacifran Carvalho
 
Cultura negra e educação
Cultura negra e educaçãoCultura negra e educação
Cultura negra e educaçãoAline Vaz
 
Políticas de saúde para a população Negra - RNP
Políticas de saúde para a população Negra - RNPPolíticas de saúde para a população Negra - RNP
Políticas de saúde para a população Negra - RNPobenjamim
 
Relativismo cultural x direitos humanos
Relativismo cultural x direitos humanosRelativismo cultural x direitos humanos
Relativismo cultural x direitos humanosCarmem Rocha
 
Texto 2 etnocentrismo
Texto 2   etnocentrismoTexto 2   etnocentrismo
Texto 2 etnocentrismoLuciana Melo
 

Ähnlich wie Gênero, diferenças sociais e direitos humanos (20)

CONCEITO_ANTROPOLOGICO_DE_CULTURA.ppt
CONCEITO_ANTROPOLOGICO_DE_CULTURA.pptCONCEITO_ANTROPOLOGICO_DE_CULTURA.ppt
CONCEITO_ANTROPOLOGICO_DE_CULTURA.ppt
 
Identidade de gênero e orientação sexual.
Identidade de gênero e orientação sexual.Identidade de gênero e orientação sexual.
Identidade de gênero e orientação sexual.
 
Escola cultura e personalidade
Escola cultura e personalidadeEscola cultura e personalidade
Escola cultura e personalidade
 
O uso do conceito de cultura como exercício de poder - Bruno Carrasco
O uso do conceito de cultura como exercício de poder - Bruno CarrascoO uso do conceito de cultura como exercício de poder - Bruno Carrasco
O uso do conceito de cultura como exercício de poder - Bruno Carrasco
 
Antropologia e o desenvolvimento antropológico do conceito de cultura
Antropologia e o desenvolvimento antropológico do conceito de culturaAntropologia e o desenvolvimento antropológico do conceito de cultura
Antropologia e o desenvolvimento antropológico do conceito de cultura
 
Antropologia contemporânea
Antropologia contemporânea Antropologia contemporânea
Antropologia contemporânea
 
O que é sexo
O que é sexoO que é sexo
O que é sexo
 
Sociologia unidade V
Sociologia unidade VSociologia unidade V
Sociologia unidade V
 
A diversidade cultural etnocentrismo e relativismo cultural
A diversidade cultural etnocentrismo e relativismo culturalA diversidade cultural etnocentrismo e relativismo cultural
A diversidade cultural etnocentrismo e relativismo cultural
 
Cultura um conceito antropológico
Cultura  um conceito antropológicoCultura  um conceito antropológico
Cultura um conceito antropológico
 
O que é Cultura.pptx
O que é Cultura.pptxO que é Cultura.pptx
O que é Cultura.pptx
 
Cp aula 4
Cp aula 4Cp aula 4
Cp aula 4
 
Antrop. contêmp
Antrop. contêmpAntrop. contêmp
Antrop. contêmp
 
Gênero
GêneroGênero
Gênero
 
Cultura Um Conceito Antropológico
Cultura Um Conceito AntropológicoCultura Um Conceito Antropológico
Cultura Um Conceito Antropológico
 
Cultura negra e educação
Cultura negra e educaçãoCultura negra e educação
Cultura negra e educação
 
Cultura
CulturaCultura
Cultura
 
Políticas de saúde para a população Negra - RNP
Políticas de saúde para a população Negra - RNPPolíticas de saúde para a população Negra - RNP
Políticas de saúde para a população Negra - RNP
 
Relativismo cultural x direitos humanos
Relativismo cultural x direitos humanosRelativismo cultural x direitos humanos
Relativismo cultural x direitos humanos
 
Texto 2 etnocentrismo
Texto 2   etnocentrismoTexto 2   etnocentrismo
Texto 2 etnocentrismo
 

Mehr von Fábio Fernandes

Regulamento da Primeira Divisão 2018
Regulamento da Primeira Divisão 2018Regulamento da Primeira Divisão 2018
Regulamento da Primeira Divisão 2018Fábio Fernandes
 
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018Fábio Fernandes
 
Contabilidade jan a jun 2017
Contabilidade jan a jun 2017Contabilidade jan a jun 2017
Contabilidade jan a jun 2017Fábio Fernandes
 
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da ParaíbaCONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da ParaíbaFábio Fernandes
 
Ofício encaminhado ao Vereador Helton Renê
Ofício encaminhado ao Vereador Helton RenêOfício encaminhado ao Vereador Helton Renê
Ofício encaminhado ao Vereador Helton RenêFábio Fernandes
 
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017Fábio Fernandes
 
Tabela Copa do Nordeste 2017
Tabela Copa do Nordeste 2017Tabela Copa do Nordeste 2017
Tabela Copa do Nordeste 2017Fábio Fernandes
 
Regulamento Paraibano 2017
Regulamento Paraibano 2017Regulamento Paraibano 2017
Regulamento Paraibano 2017Fábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CESúmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CEFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PBSúmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PBFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PBSúmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PBFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SESúmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SEFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RNSúmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RNFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RNSúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RNFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PASúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PAFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PESúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PEFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PBSúmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PBFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PBSúmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PBFábio Fernandes
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CESúmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CEFábio Fernandes
 

Mehr von Fábio Fernandes (20)

Regulamento da Primeira Divisão 2018
Regulamento da Primeira Divisão 2018Regulamento da Primeira Divisão 2018
Regulamento da Primeira Divisão 2018
 
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
Tabela do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão 2018
 
Contabilidade jan a jun 2017
Contabilidade jan a jun 2017Contabilidade jan a jun 2017
Contabilidade jan a jun 2017
 
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da ParaíbaCONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
CONVOCAÇÃO à Categoria da Saúde Privada da Paraíba
 
Ofício encaminhado ao Vereador Helton Renê
Ofício encaminhado ao Vereador Helton RenêOfício encaminhado ao Vereador Helton Renê
Ofício encaminhado ao Vereador Helton Renê
 
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
CBF - Regulamento Geral das Competições 2017
 
Tabela Copa do Nordeste 2017
Tabela Copa do Nordeste 2017Tabela Copa do Nordeste 2017
Tabela Copa do Nordeste 2017
 
Tabela do Paraibano 2017
Tabela do Paraibano 2017Tabela do Paraibano 2017
Tabela do Paraibano 2017
 
Regulamento Paraibano 2017
Regulamento Paraibano 2017Regulamento Paraibano 2017
Regulamento Paraibano 2017
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CESúmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB x Fortaleza-CE
 
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PBSúmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
Súmula do Jogo ASA-AL x Botafogo-PB
 
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PBSúmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
Súmula do Jogo Palmeiras-SP x Botafogo-PB
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SESúmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x1 Confiança-SE
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RNSúmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 1x2 América-RN
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RNSúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 América-RN
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PASúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Remo-PA
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PESúmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 2x0 Salgueiro-PE
 
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PBSúmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Ceará-CE 0x0 Botafogo-PB
 
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PBSúmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
Súmula do Jogo Fortaleza-CE 1x0 Botafogo-PB
 
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CESúmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
Súmula do Jogo Botafogo-PB 3x0 Ceará-CE
 

Kürzlich hochgeladen

Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumPatrícia de Sá Freire, PhD. Eng.
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...ArianeLima50
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 

Gênero, diferenças sociais e direitos humanos

  • 1. . 44 - - O olhar que lançamos às diferenças existentes entre nós, sejam elas de perten- cimento à determinada classe social, gênero, raça, etnia ou orientação sexual, é cultural e socialmente estabelecido. A defesa dos direitos humanos supõe uma postura política e ética na qual todos/as têm igualmente o direito de ser respeitados/as e tratados/as com dignidade, sejam homens, mulheres, negros/ as, brancos/as, indígenas, homossexuais, heterossexuais, bissexuais, traves- tis, transexuais. Tais diferenças não podem ser atribuídas à natureza, à biolo- gia, mas sim ao processo de socialização que nos ensina a nos comportarmos segundo determinado padrão que, no caso de nossa discussão, é de gênero. Todas essas formas de classificação interagem simultaneamente no mundo so- cial, fazendo com que certos entrecruzamentos sejam objeto de um tratamen- to menos igualitário, mais desigual do que outros. Assim, se um determinado indivíduo é homem, negro e de classe popular, receberá um tipo de avaliação distinto (possivelmente desvantajoso) em relação ao de uma mulher branca e de classe social alta. Este exemplo assinala que a relativa “desvantagem” do gênero em uma sociedade machista pode ser neutralizada pela classificação de raça/etnia e/ou pelo pertencimento a uma classe social considerada superior. Como, então, aprendemos a conformar nosso olhar e terminamos por tratar homens e mulheres de modo distinto? Às vezes, com nossos pequenos gestos O olhar que lançamos às diferenças existentes entre nós, sejam elas de pertencimento à determinada classe social, gênero, raça, etnia ou orientação sexual, é cultural e socialmente estabelecido. Gênero e outras formas de classificação social
  • 2. . 45 ou atitudes cotidianas, sem perceber, reforçamos desigualdades e a hierarquia de gênero, para não falar em preconceitos e estereótipos. A antropologia, disciplina que estuda a diversidade cultural das sociedades, sustenta que a dimensão biológica da espécie humana é transformada pela necessidade de capacitação cul- tural, essencial à sua sobrevivência. É a cultura que humaniza a espécie. Pode se perceber que os homens são muito diferentes de outros homens em outros lugares. Também as mulheres diferem bastante de outras mulheres em diferentes partes do mundo. E o mesmo acontece com as relações entre os gêneros, que variam nas muitas sociedades do planeta. O papel que a biologia desempenha na determinação de comportamentos sociais é fraco – a espécie humana é essencialmente dependente da socialização. Contudo, de acordo com o sen- so comum, as condutas de homens e mulheres originam-se de uma dimensão natural (os instintos) inscrita nos corpos com que cada indivíduo nasce. Acredita-se, com freqüência, que existe um tipo de personalidade ou padrão de comportamen- to para cada um dos sexos. Na cultura ocidental, supõe-se que o masculino seja dotado de maior agressividade e o feminino, de maior suavidade e delicadeza. Na década de 1930, a antropóloga americana Margaret Mead (1901-1978) estudou esta questão em outras culturas e desco- briu que não existe uma relação direta entre o sexo do corpo e a conduta social de homens e mulheres. Mead revolucionou sua área de pesquisa ao torná-la popular e ao alcance dos lei- gos. Seu objetivo era dar às pessoas comuns uma ferramenta para entenderem seu lugar no mundo. Ela demonstrou que os papéis sexuais eram determinados pelas expectativas sociais e provou a importância das relações raciais para a conserva- ção da espécie. Acreditava que o objetivo da antropologia era melhorar a raça humana e, para isso, defendia que o mundo moderno tinha muito a aprender com outras civilizações. Em inúmeros livros e artigos, escreveu sobre os direitos da mulher e contra o racismo e o preconceito sexual. O modelo de educação de uma pessoa, aquilo que ela apren- deu sobre o que é certo e errado na esfera sexual, influenciará sua sexualidade, seus sentimentos e atração por outras pesso- as, sua orientação sexual. Assim, algo considerado adequado Na obra Sexo e temperamento, Mead traz os resultados da pesqui- sa realizada em Nova Guiné sobre o que então se chamava de papéis sexuais, e que hoje em dia chama- mos de gênero. Da comparação entre três culturas (Arapesh, Mun- dugomor e Tchambuli) que com- partilhavam uma organização so- cial semelhante, Mead destaca que nas duas primeiras a cultura não estabelece um padrão sentimental distinto para homens e mulheres; existe um tipo de personalidade ou temperamento socialmente apro- vado para todos os integrantes da sociedade. Segundoosnossoscritériosdeava- liação, a cultura Arapesh poderia ser caracterizada como“maternal”, tendo a docilidade como o traço de personalidade valorizado. Já entre os Mundugomor,o comportamen- to agressivo era incentivado para homens e mulheres. Na terceira sociedade analisada, os Tchambu- li, as personalidades de homens e mulheres opõem-se e complemen- tam-se, contudo, estão invertidas em relação ao padrão ocidental. Os homens são mais gentis e deli- cados do que as mulheres, fortes e bravas (Mead, 1988).
  • 3. . 46 num meio social é passível de ser inadequado em outro. Gestos, modos de se vestir, de sentir ou falar podem ser considerados femininos em alguns lugares, masculinos ou mesmo indife- rentes em outros. Esta variação corresponde à cultura. Sexualidade e gênero são dimensões diferentes que integram a identidade pessoal de cada indivíduo. Ambos surgem, são afetados e se transformam conforme os valores sociais vigentes em uma dada época. São partes, assim, da cultura, construídas em determinado período histó- rico, ajudando a organizar a vida individual e coletiva das pessoas. Em síntese, é a cultura que constrói o gênero, simbolizando as atividades como masculinas e femininas. Por fim, importa reter duas características fundamentais implícitas na noção de gênero: sua arbitrariedade cultural, ou seja, o fato de o gênero só poder ser compreendido em rela- ção a uma cultura específica, pois Ele só é capaz de ter sentidos distintos conforme o contexto sociocultural em que se manifesta; o caráter necessariamente relacional das categorias de gênero, isto é, só é possível pensar e/ ou conceber o feminino em relação ao masculino e vice-versa.
  • 4. . 47 Glossário Bissexual: Pessoa que tem desejos, práticas sexuais e relacionamento afetivo-sexual com pessoas de ambos os sexos. Cultura: Fenômeno unicamente humano, a cultura refere-se à capacidade que os seres humanos têm de dar significado às suas ações e ao mundo que os rodeia. A cultura é compartilhada pelos indivíduos de um determinado grupo, não se relacionando a um fenômeno individual. Por outro lado, cada grupo de seres humanos, em diferentes épocas e lugares, atribui significados diferentes a coisas e a passagens da vida aparentemente semelhantes. Direitos Humanos: Constituem o marco de reconhecimento dos direitos e liberdades básicas inerentes à pessoa humana, sem qualquer espécie de discriminação. São os direitos que consagram o respeito à dignidade humana, que visam resguardar a integridade física e psicológica das pessoas perante seus semelhantes e perante o Estado em geral. Exemplos desses direitos e liberdades reconhecidos com direitos humanos incluem os direitos civis e políticos, o direito à vida e à liberdade, liberdade de expressão e igualdade perante a lei, direitos sociais, culturais e econômicos, o direito à saúde, ao trabalho e à educação. Em 1948, após a Segunda Guerra Mundial, foi proclamada a Declaração Universal de Direitos Humanos, com a qual se inicia a fase de afirmação universal e positiva dos direitos humanos, materializada na busca por instrumentos internacionais (pactos, declarações e tratados) de defesa desses direitos. Alguns exemplos especialmente relevantes para o estabelecimentodosdireitosrelativosaolivreexercíciodasexualidadesão:oPactoInternacionaldeDireitosCivisePolíticoseodeDirei- tosEconômicos,SociaiseCulturais(ambosde1966),aDeclaraçãosobreaEliminaçãodeDiscriminaçãocontraaMulher(1967)eaCon- vençãosubseqüente(1979),ADeclaraçãoUniversaldosDireitosdaCriança(1959)eConvençãosobreosDireitosdaCriança(1989). Declaração Universal de Direitos Humanos: http://www.unhchr.ch/udhr/lang/por.htm Heterossexualidade: Atração sexual por pessoas de outro gênero e relacionamento afetivo-sexual com elas. Hierarquia de gênero: Pirâmide social econômica construída pelas relações assimétricas de gênero. Homossexualidade: Atração sexual por pessoas do mesmo gênero e relacionamento afetivo-sexual com elas. Transexual: Pessoa que possui uma identidade de gênero diferente do sexo designado no nascimento. Homens e mulheres transexuais podem manifestar o desejo de se submeterem a intervenções médico-cirúrgicas para realizarem a adequação dos seus atributos físicos de nascença (inclusive genitais) à sua identidade de gênero constituída. Travesti: Pessoa que nasce do sexo masculino ou feminino, mas que tem sua identidade de gênero oposta ao seu sexo biológico, assumindo papéis de gênero diferentes daquele imposto pela sociedade. Muitas travestis modificam seus corpos através de hormonioterapias, aplicações de silicone e/ou cirurgias plásticas, porém vale ressaltar que isso não é regra para todas (Definição adotada pela Conferência Nacional LGBT em 2008).