Quando ouvimos sobre as descobertas provenientes do uso de técnicas da biotecnologia, imaginamos organismos modificados geneticamente, seres transgênicos, animais ou plantas clonadas e inúmeras outras situações de acordo com o posicionamento a respeito do tema. Entre tantas possibilidades do incremento do uso da biotecnologia associada a seres vivos para a resolução de problemas, a biorremediação tem ganhado destaque atualmente.
Biorremediação consiste no uso de microrganismos ou plantas para a limpeza ou descontaminação de áreas ambientais afetadas por poluentes diversos. Antigamente, as soluções encontradas para a reconstituição das áreas afetadas consistiam na coleta e retirada de material contaminado sem saber que destino dar a ele. Essa prática, além de cara e perigosa, ocasionava outro problema, o risco de contaminação de outra área durante o transporte do material ou sua deposição em local provisório.
Outra ação promovida até nos dias atuais é o processo de esquecimento, isolando a área contaminada e aguardando que a natureza naturalmente decomponha as toxinas e promova sua limpeza. Seria como se isolássemos doentes em um galpão e esses só pudessem sair do local após estarem curados, sem que nenhuma intervenção fosse feita para isso. Uma situação irresponsável!
Desastres ambientais como liberação de petróleo no mar ou em rios, vazamento em postos de combustíveis que atingiram o lençol freático, contaminação das águas e do solo por substâncias tóxicas, ocorrência de esgoto e de lixões, dentre várias outras situações comuns que são ocasionadas pelo crescimento da atividade humana, são passíveis de terem suas consequências minimizadas pelo uso da técnica da biorremediação.
2. CONCEITOS DE
BIORREMEDIAÇÃO
Processo de tratamento que utiliza ocorrência natural de
microrganismos para degradar substâncias toxicamente
perigosas em substâncias menos ou não tóxicas.
Estratégia ou processo que emprega microrganismos para
destoxificar contaminantes no solo e cursos de água.
Processo ou estratégia que busca descontaminar o solo
ou outros ambientes contaminados, fazendo uso de
microrganismos (fungos, bactérias etc.).
3. OBJETIVO E BENEFÍCIO
DA BIORREMEDIAÇÃO
Inocular o solo com microorganismos com capacidade de metabolizar
resíduos tóxicos propocionando maior segurança e menos
pertubações ao meio ambiente.
4. TIPOS E ESTRATÉGIAS PARA
BIORREMEDIAÇÃO DO SOLO
PASSIVA
Consiste na degradação natural pelos microrganismos
indígenas do solo.
BIOESTIMULADORA
Consiste na adição de nutrientes como N e P para
estimular os microrganismos indígenas, aumentando
sua população. Promove o aumento da atividade
metabólica na degradação de contaminantes.
5. BIOVENTILAÇÃO
É uma forma de bioestimulação por meio da adição
de gases estimulantes, como O2 e CH4, para
aumentar a atividade microbiana decompositora.
6.
BIOAUMENTAÇÃO
Consiste na misturas específicas de microrganismos em
ambientes contaminados para iniciar o processo da
biorremediação. É a inoculação do local contaminado com
microrganismos selecionados para degradação do
contaminante.
7. BIORREMEDIÇÃO IN SITU
Visa tratar o solo no local de contaminação, com introdução
de oxigênio, nutrientes e microrganismos em galerias e
poços de infiltração.
8. BIORREMEDIÇÃO EX SITU
O resíduo a ser tratado é transportado a outro local. Não correndo riscos
de danos ao meio ambiente. O processo se inicia com a redistribuição do
solo em camadas e irrigado com nutrientes e bactérias.
Há controle rigoroso da lixiviação e escoamento superficial do material
contaminado o que não ocorre no Iandfarming sendo, portanto, mais
seguro e próprio para tratamento de solos contaminados.
9. CONTAMINANTES E ESPÉCIES DE MICRORGANISMOS
PARA A BIORREMEDIAÇÃO
Contaminantes
Anéis Aromáticos
Cádmio
Cobre
Cromo
Enxofre
Petróleo
Espécie Utilizada
Pseudomonas,Achromobact, Bacillus,
Arthrobacter, Penicillum, Aspergillus, Fusarium,
Phanerocheate.
Staphlococcus, Bacillus, Pseudomonas,
Citrobacter, Klebsiella, Rhodococcus
Escherichia, Pseudomonas
Alcaligenes, Pseudomonas
Thiobacillus
Pseudomonas, Proteus, Bacillus, Penicillum,
Cunninghamella
10. TOXICANTES ORGÂNICOS DE
MAIOR RELEVÂNCIA AMBIENTAL
Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HPA`s)
Hidrocarbonetos de petróleo (BTX)
Metil ter-butil éter (MTBE)
Organoclorados: Dioxinas, Furanos, DDT, PCB e
Pesticidas
11. VANTAGENS DA
BIORREMEDIAÇÃO
Mais barato que os tratamentos convencionais.
Aplicável a uma grande variedade de contaminantes
De grande aceitação pública
Não utiliza água natural tratada, não se remove os
compostos atóxicos da água,
Não interfere nas operações que já estão sendo
realizadas, podendo ser utilizado em locais de difícil
acesso.
12. VANTAGENS DA
BIORREMEDIAÇÃO
Pode ser usada (in situ) reduzindo possibilidades
de contaminação para os trabalhadores.
Os microrganismos agem na redução dos
contaminantes de petróleo transformando-os em
subprodutos menos nocivos ao meio ambiente.
13. DESVANTAGENS DA
BIORREMEDIAÇÃO
Não é uma solução imediata.
Os locais a serem tratados devem estar preparados
para suportar a ação dos microorganismos.
14. FITORREMEDIAÇÃO
Processo em que se emprega plantas para descontaminar
solos e água. Descontaminação de água de chuveiro e cozinha.
As plantas filtram os solutos dissolvidos na água.
15. MECANISMOS DA
FITORREMEDIAÇÃO
Fitoestabilização- os contaminantes orgânicos ou
inorgânicos são incorporados à lignina da parede vegetal.
Fitoestimulação-as raízes em crescimento promovem a
proliferação de microrganismos.
Fitovolatização- íons (mercúrio, selênio e arsênio), são
absorvidos pelas raízes.
Fitodegradação- os contaminantes orgânicos são degradados
ou mineralizados.
16. MECANISMOS DA FITORREMEDIAÇÃO
Rizofiltração- usa-se plantas terrestres para absorver,
concentrar e/ou precipitar os contaminantes de um meio
aquoso.
Barreiras Hidráulicas- usa-se árvores de grande porte,
particularmente aquelas com raízes profundas.
Fitoextração - Envolve a absorção do contaminante
pelas raízes, os quais são nelas armazenados ou são
transportados e acumulados nas partes aéreas. É
aplicada principalmente para metais.
22. VANTAGENS DA
FITORREMEDIAÇÃO
Investimento e custos de operação baixos;
Aplicável in situ;
Aplica-se a uma grande variedade de poluentes;
Aplicável em grande escala;
Bem aceite socialmente.
23. DESVANTAGENS DA
FITORREMEDIAÇÃO
O crescimento das plantas depende: da estação, clima e solo;
Resultados lentos;
A concentração de substâncias contaminantes, pode ser tóxica
incapaz de reduzir 100% a concentração do poluente;
Aplica-se apenas à superfície do solo ou a águas superficiais.
24. A BIORREMEDIAÇÃO É UMA ALTERNATIVA
ECOLOGICAMENTE
CORRETA DO PONTO DE VISTA DA DESTINAÇÃO
FINAL DE RESÍDUOS E REJEITOS.
MAS ...
MELHOR QUE A BIORREMEDIÇÃO É A PREVENÇÃO.