Para o existencialismo, o ser humano é um ser concreto e singular que existe no mundo, não uma essência ou alma. Cada pessoa desenvolve características próprias e vive livremente sob condições como a angústia e busca por sentido, sem uma natureza pré-definida. A existência precede a essência no ser humano.
2. Introdução
Antes de tudo, é preciso compreender que existem diversas
concepções do que é “ser humano”, e diferentes teorias
sobre as condições que envolvem o “ser humano”, como ele
se constitui e o que o caracteriza ser como é.
Nesta breve apresentação, comento sobre a concepção de
“ser humano” segundo a filosofia existencialista, tendo
como referência alguns conceitos de Jean-Paul Sartre.
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3. O que é ser humano para o existencialismo?
Para o existencialismo, o ser humano é um ser concreto e singular.
Concreto no sentido oposto ao abstrato, metafísico ou idealista, de um
ser que existe e vive concretamente no mundo. O ser humano não é
uma representação de um ser ideal ou a materialização de uma alma,
mas aquele que vive concretamente no mundo da vida e das relações.
Singular, por reconhecer que cada pessoa é uma, que é diferente de
outra, e que não há um modo de ser igual para todos, mas que cada
pessoa desenvolve suas características e peculiaridades próprias em
sua existência, correspondendo ao seu modo de ser singular.
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4. O que o ser humano não é?
Por entender o ser humano como um ser concreto e singular, o
existencialismo entende que este mesmo ser não é somente
natural, não é um ser atemporal, não é uma essência e nem uma
alma. Portanto, o ser não é:
● Natural: no sentido generalizado, igual em qualquer lugar;
● Atemporal: independente do tempo as pessoas são iguais;
● Essência: contêm algo prévio que defina o seu modo de ser,
antes de sua existência concreta no mundo;
● Alma: algo que habita um corpo e depois segue para outro.
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5. Entendendo melhor...
O ser humano não é somente natural, pois não há uma natureza
humana universal que defina o modo de ser das pessoas, que
delimite o modo como cada um irá viver sua vida.
O ser humano não é atemporal, pois cada pessoa vive num certo
tempo e num período histórico, num contexto que envolve uma
série de relações que constituem seus modos de ser.
O ser humano não é uma alma, que se prende a um corpo por um
período de tempo, até que este se deteriore, para depois seguir a
outro corpo. O ser é o corpo que está aí vivendo concretamente.
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6. O ser não é Metafísico
Não há uma explicação para o ser que esteja além (ou fora)
do próprio ser, ou seja, o ser não é metafísico. Qualquer
definição do o ser que não seja sobre o este ser concreto
que sente e vive no mundo, não passa de uma especulação
abstrata sobre o ser, portanto o existencialismo se coloca a
estudar o ser enquanto concreto e existente.
O termo metafísica corresponde ao que está além da física,
da natureza ou dos sentidos. A metafísica se ocupa ao
estudo do eterno, do imutável, de Deus e da alma.
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7. Não existe uma “essência” humana
Não há uma essência prévia que defina o ser humano, sobre
como ele será ou como ele irá viver a sua vida.
Cada pessoa se tornará o que fizer de si, de acordo com suas
escolhas de vida. Chegamos no mundo num contexto, onde há
uma série de condições ambientais e históricas, que em parte
nos determina, mas que também podemos escolher e
transformar elas, por nosso contexto somos determinados
mas também o determinamos, numa relação dialética.
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9. Características do ser humano
● Mortal: toda pessoa um dia vai morrer, sua vida um dia
chegará ao fim, tudo o que fizer de si um dia vai acabar;
● Em transformação: a pessoa nasce de um modo, e se
transforma no tempo, estamos sempre em mutação;
● Emocional: vivenciamos nossas emoções, nos alteramos
afetivamente de acordo com nossas experiências;
● Ser-no-mundo: habitamos um espaço físico, temporal e
contextual, onde nele e com ele nos tornamos a pessoa
que somos, estabelecemos valores, conceitos, desejos,
gostos e desgostos.
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10. Condições da existência humana
● Liberdade: todos somos livres para fazer escolhas e somos
responsáveis pelas escolhas que fazemos;
● Conflitos: atravessamos conflitos, paradoxos e contradições
na convivência com outras pessoas, pois temos valores,
concepções e expectativas diferentes;
● Angústia: nos angustiamos por não sabermos como e o que
escolher, por percebermos seres limitados e não conseguir
realizar todas as nossas possibilidades existenciais;
● Sentido da vida: cada pessoa escolhe, cria ou encontra o
sentido para sua vida, de acordo com o busca para si.
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11. “O ser humano
caracteriza-se acima de tudo
por ser capaz de fazer e
desfazer o que dele se fez.”
(Jean-Paul Sartre)
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12. por Bruno Carrasco
Psicoterapeuta existencial e professor. Graduado em
Psicologia, licenciado em Filosofia e Pedagogia, pós-graduado
em Ensino de Filosofia e Psicologia Existencial Humanista e
Fenomenológica, possui especialização em Psicoterapia
Fenomenológico-Existencial, formação em Arteterapia,
Educação Popular e Educação Participativa.
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13. Ex-isto é um projeto dedicado ao estudo e pesquisa sobre o
existencialismo e suas relações com a psicologia, filosofia,
psicoterapia, fenomenologia, literatura e artes, iniciado no
final de 2016.
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