1) O documento classifica e descreve os principais tipos de indústrias no Brasil, incluindo indústrias de base, de bens de capital e de bens de consumo.
2) Ele também discute as fases da industrialização no Brasil desde 1822, incluindo a industrialização tardia, substitutiva e dependente.
3) Por fim, aborda o processo de urbanização no Brasil desde a década de 1940 e como o país se tornou predominantemente urbano.
2. CLASSIFICAÇÃO DAS INDÚSTRIAS As indústrias podem ser classificadas com bases em vários critérios, em geral o mais utilizado é o que leva em consideração o tipo e destino do bem produzido: Indústrias de base: são aquelas que produzem bens que dão a base para o funcionamento de outras indústrias, ou seja, as chamadas matérias primas industrias ou insumos industriais, como o aço.
3. Indústrias de bens de capital ou intermediárias: são aquelas que produzem equipamentos necessários para o funcionamento de outras indústrias, como as de máquinas.
4. Indústrias de bens de consumo: são aquelas que produzem bens para o consumidor final, a população comum, elas subdividem-se em: c.1) Bens duráveis: as que produzem bens para consumo a longo prazo, como automóveis. c.2) Bens não duráveis: as que produzem bens para consumo em geral imediato, como as de alimentos.
5. A industria brasileira INDUSTRIALIZAÇÃO TARDIA Os países subdesenvolvidos, outrora agrupados dentro do "Terceiro Mundo", tiveram uma industrialização bem posterior ao nascimento das grandes potências industriais. Esse processo consolidou-se fundamentalmente logo após a 2.a Guerra Mundial. INDUSTRIALIZAÇÃO SUBSTITUTIVA - atuação do Estado na infra-estrutura e na indústria de base;- estratégia de "substituição de importações", através de políticas protecionistas (restringindo as importações de bens industriais) e fomento à nascente indústria nacional;
6. INDUSTRIALIZAÇÃO DEPENDENTE estímulo à implantação de filiais das empresas transnacionais ou multinacionais, principalmente no setor de bens de consumo duráveis (automobilísticas e eletro-eletrônicas, por exemplo);- produção voltada essencialmente para o mercado interno.
7. FASES DA INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL 1a fase: 1822 a 1930 Período de reduzida atividade industrial, dado à característica agrário-exportadora do país. Nessa fase, no entanto, ocorrem dois fatos que facilitam a industrialização futura: a Abolição da Escravatura e a entrada de imigrantes, que vão servir e mão-de-obra. Essa fase também implicará no inicio da urbanização do Brasil e da construção da infra-estrutura de transporte
8. 2a fase: 1930 a 1956 O ano de 1930 é considerado por alguns autores como o da "Revolução Industrial" no Brasil. Efetivamente é o ano que marca o início da industrialização (processo através do qual a atividade industrial vai se tornar a mais importante do país). Crise de 1929 e pela Revolução de 1930). "Substituição de importações". Estado começa a alterar o quadro, com o Governo Vargas criando as empresas estatais do setor de base, como a CSN (siderurgia), PETROBRÁS e a CVRD (mineração).
9. No segundo governo Vargas (1950-1954) a industrialização se consolidou, fortalecida por uma política nacionalista. A campanha "O Petróleo é Nosso" garantiu o monopólio estatal e a criação da Petrobrás (1953). Em Minas foi inaugurada a Cia. Siderúrgica Mannesmann (agosto de 1954), com a presença do Presidente Getúlio Vargas, a última solenidade a que compareceu antes de morrer. Petróleo jorrando na Bahia. C. 1950. Acervo Departamento Nacional do SESI Inauguração da Cia. Siderúrgica Mannesmann, agosto de 1954. Acervo Centro de Memória.
10. 3a fase: 1956 a 1989 Aliança entre o capital estatal e o capital estrangeiro. O governo Juscelino Kubitschek dá início a chamada "Internacionalização da Economia", com a entrada de empresas transnacionais, notadamente do setor automotivo.
11. Continuidade durante a Ditadura Militar (1964 a 1985). Modernização Conservadora: Governo Médici, período do "Milagre Brasileiro", que determinou crescimento econômico, mas também aumento da dívida externa e concentração de renda.
12. A produção de veículos automotores foi impulsionada na década de 1950, com a instalação de diversas montadoras, produzindo automóveis, ônibus, caminhões e tratores. À medida que a indústria crescia, a urbanização se acelerava e novas transformações sociais mudavam a "cara" do Brasil. JK dirige o L-312, primeiro caminhão da Mercedes-Benz no Brasil. 1956. Área de produção da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, São Paulo, 1959. Acervo Departamento Nacional do SESI.
13. 4a fase: 1989 a ... Neoliberalismo: Esta fase iniciada no Governo Collor com continuidade até o Governo Fernando Henrique Repercussões no setor secundário da economia. O modelo neoliberal adotado determinou a privatização de quase todas as empresas estatais, tanto no setor produtivo, como as siderúrgicas e a CVRD, quanto no setor da infra-estrutura e serviços, como o caso do sistema Telebrás.
14. A década de 1990 foi marcada por profundas mudanças na economia brasileira. Ocorreu uma brusca abertura do mercado interno, grande parte do setor estatal foi privatizado, e as indústrias passaram por um grande processo de desnacionalização, aumento da automação e da produtividade industrial, buscando a inserção no mercado globalizado. Esse processo vem sendo difícil para os brasileiros, especialmente em função do crescimento do desemprego industrial. Leilão de Privatização na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. desempregado consulta o jornal em busca de colocação.
15. A lista mais respeitada de maiores empresas do mundo é feita pela revista Forbes, dos Estados Unidos. Para montar seu ranking, a publicação leva em conta vendas, lucros, bens e valor de mercado de duas mil empresas de todo o mundo. A versão mais recente foi divulgada em 23 de abril de 2010. Confira: 1 – (18) Petrobras (Petrolífera)2 – (51) Bradesco (Banco)3 – (52) Banco do Brasil (Banco)4 – (80) Vale (Mineração)5 – (82) Itaúsa (Banco)6 – (235) Eletrobrás (Energia)7 – (478) CSN (Siderúrgica)8 – (620) Usiminas (Siderúrgica)9 – (658) Tele Norte Leste (Telecomunicações)10 – (698) JBS (Alimentação)
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17. OS FATORES LOCACIONAIS Fatores locacionais devem ser entendidos como as vantagens que um determinado local pode oferecer para a instalação de uma indústria. Podem ser eles: Matéria prima abundante e barata; Mão de obra abundante e barata; Energia abundante e barata; Mercados consumidores; Infra-estrutura; Vias de transporte e comunicações; Incentivos fiscais; Legislações fiscais, tributárias e ambientais amenas.
27. Infra-estrutura em outras regiões.A DESCONCENTRAÇÃO RELATIVA - Movimento de ida das fábricas das capitais para o interior; - Predomina em São Paulo “desconcentração concentrada” - Os centros de gestão da produção industrial, escritórios e sedes das empresas permanecem na região Sudeste, principalmente em São Paulo.
28. A DESCENTRALIZAÇÃO INDUSTRIAL Atualmente, seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por um processo de descentralização industrial, chamada por alguns autores de desindustrialização, que vem ocorrendo intra-regionalmente e também entre as regiões.
29. Dentro da Região Sudeste há uma tendência de saída do ABC Paulista, buscando menores custos de produção do interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. Estas áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra, transportes menos congestionados e por tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, o que é vital quando trata-se de tecnopólos.
30. A desconcentração industrial entre as regiões vem determinando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa infra-estrutura e com centros formadores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão-de-obra extremamente barata.
38. Urbanização: fenômeno recente • O processo de urbanização se iniciou com a Revolução Industrial, mas até meados do século XX foi um fenômeno lento e circunscrito. • Após a Segunda Guerra o fenômeno se concluiu nos países enriquecidos e se iniciou de maneira intensa em países empobrecidos da América do Sul e Central e, Ásia. A África, até os dias atuais é um continente muito pouco urbanizado.
39. O que se percebe é que todos os países enriquecidos, assim como alguns países de industrialização recente, apresentam altas taxas de urbanização. Com exceção da China e da Índia, com as maiores populações do planeta e de industrialização recente, todos os países industrializados são urbanizados. Há países que apresentam índices muitos baixos de industrialização e outros que praticamente não dispõem de um parque industrial, e mesmo assim, são fortemente urbanizados. • Conclui-se que há dois conjuntos básicos de fatores que condicionam a urbanização: os atrativos, que atraem populações para cidades; e os repulsivos que as repelem do campo
40. A Urbanização do Brasil • As cidades crescem e se desenvolvem num processo que pode levar décadas ou até séculos. • Existem cidades com uma longa história que trazem as marcas desse processo na organização do seu processo. Palmas é um exemplo de cidade com história diferente. Em 1989, após ser escolhida capital do recém criado estado do Tocantins, a cidade não passava de um “canteiro de obras”. Em pouco mais de 10 anos a cidade foi estruturada e equipada. Segundo dados do IBGE, no ano de 2006 a população de Palmas já estava em torno de 220 mil habitantes.
41. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2000, realizada pelo IBGE, 81,23% dos brasileiros reside em áreas urbanas. • As regiões SE, S e NE apresentam os maiores índices, com 88,7%, 78,4% e 63,6% de moradores urbanos respectivamente. As cidades de SP (10 milhões), RJ (5,6 milhões), Salvador (2,3 milhões) e BH e Fortaleza (ambas com 2,1 milhões), continuam sendo os municípios brasileiros mais populosos.
42. O processo de urbanização no Brasil se inicia na década de 1940. A expansão das atividades industriais em grandes centros atrai trabalhadores de áreas rurais, que vêem na cidade a possibilidade de rendimentos maiores e melhores recursos nas áreas de educação e saúde. O censo de 1940, o primeiro a dividir a população brasileira em rural e urbana registra que 31,1% dos habitantes estavam nas cidades.
43. O Brasil deixa de ser um país essencialmente agrícola no final da década de 1960, quando a população urbana chega a 55,92%. Para essa mudança contribui a mecanização das atividades de plantio e colheita no campo – que expulsa enormes contingentes de trabalhadores rurais –, e a atração exercida pelas cidades como lugares que oferecem melhores condições de vida, com mais acesso a saúde, educação e empregos. Na década de 1970, a população urbana soma 52 milhões de habitantes contra 41 milhões de moradores nas áreas rurais. As grandes cidades por concentrarem o maior número de fábricas, são as que mais atraem os trabalhadores vindos do campo. Neste período, a capital São Paulo recebeu aproximadamente 3 milhões de migrantes de diversos estados.
44. A região SE destaca-se como a mais urbanizada. Entre 1970 e 1980, a expansão urbana mantém-se em níveis elevados e no final da década de 1980, todas as regiões brasileiras tem nas cidades a maioria dos seus habitantes. O processo de urbanização diminui nos anos posteriores, mas as áreas rurais passam a registrar crescimento negativo pela primeira vez, por causa da redução de sua população em números absolutos. Entre 1991 e 1996, as cidades ganham cerca de 12,1 milhões de habitantes, o que resulta na elevada taxa de urbanização de 78,36%. O ano de 1996 é um marco da superioridade numérica da população urbana em todos os estados brasileiros. O último a fazer a transição é o Maranhão, que até 1991 apresentava a maior parte da população em áreas rurais.
45. Ainda na década de 1990, o surgimento de novos postos de serviço desvinculados da agricultura nas áreas rurais tende a diminuir o êxodo do campo. Hoje, prestação de serviços, construção civil, comércio e área social são setores em crescimento nas áreas rurais e já chegam a garantir rendimentos mensais maiores que os da cidade.
46. A maioria dos migrantes não tem escolaridade nem experiência profissional, o que faz com que aceitem empregos mal remunerados e se sujeitem a trabalhos mal remunerados e se sujeitem a trabalhos temporários ou atividades informais para sobreviver, como as de camelôs ou vendedores ambulantes. Os baixos rendimentos levam esse trabalhador para a periferia das grandes cidades – com frequência, loteada por favelas e moradias irregulares e, por isso, mais baratas. Muitas dessas residências, feitas de modo precário e com materiais frágeis, são erguidas próximas a margens de córregos, charcos ou terrenos íngremes, e enfrentam o risco de enchentes e deslizamentos em estações chuvosas.
47. O stress e a Geografia das doenças urbanas “O ambiente de trabalho” • Na cidade muitas pessoas trabalham em fábricas, comércio, bancos sem levar em conta que o seu local de trabalho é o ambiente onde ela passa a maior parte da sua vida. Por isso é importante que esse ambiente não prejudique a sua saúde. Muitos ambientes de trabalho são barulhentos, quentes, há produtos químicos no ar e as pessoas ficam em posições inadequadas para exercê-lo.
48. Regiões Metropolitanas • A capacidade de suporte de determinadas áreas do globo terrestre tem sido tensionada até quase o seu limite nas regiões metropolitanas. Há décadas ocorre um claro movimento de urbanização, nos dias de hoje com menor intensidade, como denotam estudos populacionais recentes. Os gritantes abismos criados entre as diversas áreas que compõem as grandes regiões metropolitanas têm gerado sérias divisões sociais, fazendo com que as carências sejam ressaltadas e induzam movimentos e movimentações como ocupações desordenadas de terrenos, crescimento anômalo sem infra-estrutura e sequer planejamento primário, com conseqüente desequilíbrio ambiental e possibilidade clara do surgimento de desastres sociais.
49. Urbanização do campo • Novas alternativas de trabalho nos setores de prestação de serviços, construção civil, comércio e área social tem contribuído para reter o morador no campo. A quantidade de empregos não agrícolas criados no campo aumentou 35% entre 1990 e 2000, o que equivale a 1,2 milhão novas vagas, segundo dados do IBGE, Unicamp e Embrapa.
51. A atividade da agropecuária pertence ao setor primário da economia. Apesar de não ser mais a atividade de maior importância na economia brasileira continua se destacando pela significativa participação em nosso comércio exterior, pelo emprego de aproximadamente 1/5 da PEA
52. Sistema extensivo = técnicas simples mão-de-obra desqualificada abundância de terras baixa produtividade rápido esgotamento dos solos Esse sistema é característico de regiões com grandes extensões de terras vazias e de menor grau de desenvolvimento. Nele podemos incluir uma simples roça (como na Amazônia, entre caboclos e indígenas), com procedimentos muito simples e de caráter itinerante: retira-se uma porção da mata, realiza-se uma queimada para limpeza do terreno, misturam-se as cinzas ao solo e se realiza uma monocultura sem maiores cuidados por um breve período de dois a três anos, quando então o solo se esgota e parte-se para outra área, realizando-se o mesmo procedimento.
53. Sistema intensivo = técnicas modernas mão-de-obra qualificada terras exíguas alta produtividade conservação dos solos É um sistema característico de regiões de maior desenvolvimento, geralmente com maior ocupação humana e com o uso de pequenas e médias propriedades, especialmente produzindo para abastecimento do mercado interno. São comuns a prática da policultura e pecuária leiteira através desse sistema.
54. Plantation = grandes áreas técnicas modernas muita mão-de-obra elevada produtividademonocultura agroindústria/exportação Esse sistema passou a ocupar grandes áreas em países subdesenvolvidos ocupando seus melhores solos. Está principalmente voltada para o mercado externo. Aplica a mecanização quando possível (lembre-se que não é todo cultivo que permite mecanização). Mesmo assim utiliza muita mão-de-obra (trabalha com propriedades, por vezes, com milhares de hectares de extensão), principalmente temporária (o bóia-fria ou trabalhador volante), bem como o serviço de técnicos agrícolas e agrônomos.
55. Formas de exploração da terra As propriedades agropecuárias podem ser exploradas diretamente pelo proprietário ou indiretamente pelo: *parceiro ou meeiro – aquele que utiliza as terras do proprietário e divide com este a produção obtida; *arrendatário – aquele que paga um aluguel ao proprietário pelo uso da terra; *posseiro – aquele que utiliza terras que encontra vazias para uma produção de subsistência. Ocupa terras que não são suas, é o ocupante; *grileiro – falsifica títulos de propriedade e vende terras que também não são suas.
56. Problemas enfrentados pela agropecuária no Brasil *reduzido aproveitamento dos espaços disponíveis – muitas terras no Brasil não apresentam qualquer forma de utilização. Parte do crescimento de nossas safras agrícolas tem dependido da incorporação de novos espaços a esse setor produtivo mas ainda podemos ampliar e muito o espaço agrícola do país; *baixo nível de instrução e cultura do agricultor – grande parte dos que trabalham na terra tem um nível de instrução muito baixo, ou são mesmo analfabetos. Melhorar o padrão de cultura da população é importante e, no caso do agricultor é necessário que ele possa evoluir também em seus conhecimentos técnicos para que deixe de utilizar técnicas antiquadas que contribuem para a baixa produtividade e desgaste do solo;
57. *nível de mecanização – o avanço da mecanização na agricultura vem ocorrendo especialmente no Centro-Sul do país. A mecanização e o uso de técnicas modernas permite um aumento da produtividade. A sua aplicação indiscriminada, irracional, traz problemas como um desemprego acelerado no campo e até mesmo intensificação da erosão do solo. Deve ser introduzida de maneira planejada e deve ser estimulada como uma forma de permitir ao produtor a competitividade para sobreviver no mercado;
58. *armazenamento e transporte - a safra agrícola tem conseguido recordes de produção. Mas ainda permanecem problemas na armazenagem (deficiente e/ou insuficiente, com falta de silos e armazéns, muitas vezes inapropriados para guardar a safra) e no transporte inadequado, o que leva a perdas significativas da colheita e a prejuízos ao agricultor. Caso ele tivesse acesso a uma capacidade maior de armazenagem, não precisaria escoar toda a sua produção imediatamente para o mercado e poderia conseguir um melhor preço posteriormente.
59. *distribuição de terras – historicamente o modelo econômico adotado pelo Brasil e as legislações criadas favoreceram a formação de grandes propriedades através de um processo de concentração de terras. Nas últimas décadas a continuidade desse processo associado à modernização agrícola (expansão da mecanização) e à pressão por uma agricultura cada vez mais capitalizada expulsou muitos trabalhadores do campo que se dirigiram para as cidades no movimento migratório do êxodo rural. Os que permaneceram no campo engrossaram movimentos sociais, organizados ou não, multiplicando-se casos de invasões de propriedades, conflitos e mortes nas áreas rurais A formação de grupos armados por fazendeiros para proteção de suas terras (legais ou griladas) contribuíram para definir um quadro de violência e ilegalidade nas áreas rurais, incluindo-se aí a invasão de terras indígenas, muitas vezes massacrados na luta com os brancos.
60. Principais produtos agrícolas O Brasil apresenta atualmente uma produção agrícola muito diversificada. É grande produtor mundial de vários produtos.
61. *milho – é o principal produto de nossa agricultura, de amplo consumo interno, não só pelas pessoas mas também utilizado como ração animal. com maior produção no Centro-Sul do país; *soja – o maior produto agrícola de exportação do país. Foi o cultivo de maior expansão nas últimas décadas do século XX. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais; *café – o Brasil continua sendo o maior produtor e exportador mundial e procura atualmente melhorar a imagem de qualidade do café que produz e exporta para conquistar novos mercados mais seletivos. *cana – o Brasil também costuma aparecer como o maior produtor mundial e um grande exportador de açúcar. No entanto, a grande expansão da cana a partir de meados da década de 1970 se deveu a criação do Pró-álcool que levou a cana a ocupar grandes extensões no Estado de São Paulo, o maior produtor nacional; *arroz – importante alimento para abastecer o mercado interno,
62. *algodão – a produção é crescente para um mercado interno também em expansão, especialmente na indústria têxtil. O Centro-Oeste tem se tornado a principal área de cultivo, com destaque para o Mato Grosso; *cacau – com dificuldades para manter posição de destaque no mercado externo, a principal área de produção é o sul da Bahia, na região de Ilhéus e Itabuna. *laranja – o Brasil disputa com os EUA a liderança mundial e é grande exportador, especialmente para o próprio mercado norte-americano. São Paulo é o líder da produção nacional; *uva – destaca-se a área de produção das Serras Gaúchas, com destino para a produção de vinho. Estamos apresentando aumento no total colhido, bem como melhoria de qualidade, indispensável para vendas externas de vinho.
63. *bovinos – na pecuária de corte destacam-se as regiões dos Pampas Gaúchos, oeste paulista e Triângulo Mineiro. Pecuaristas de outras áreas de criação preocupam-se em melhorar a qualidade de seu rebanho. Na pecuária leiteira podemos destacar Minas Gerais (várias áreas de criação, especialmente o sul do Estado), São Paulo (Vale do Paraíba, São João da Boa Vista, Araras, Mococa) e Rio de Janeiro (Vale do Paraíba e norte do Estado); *suínos – apresenta significativos ganhos de qualidade e especialização (mais carne e menos gordura, melhor higienização nos locais de criação, cuidados veterinários, selecionamento dos animais) o que tem permitido a busca de um aumento nas exportações dessa carne;