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X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009
E gatis
X Salão de Iniciação
Científica PUCRS
Grupo de Apoio a Cuidadores de Idosos: uma proposta de ação intersetorial p
para a promoção da saúde mental do cuidador e prevenção da violência
contra o idoso
Eni Vargas Machado Batista, Aline Couto dos Santos, Francisco Ialá, Laís Barbosa Anzolin, Marília Bordin Schimidt, Sabrina G.
de Souza Rusch, Jaqueline Vincensi, Jaina Raqueli Pedersen, Luciane Loureiro, Andréia Mendes dos Santos, Márcio Lima Grossi,
Ana Luiza Trois de Miranda, Márcia Kurz, Jaina R. Petersen (Colaborador). Irani Argimon, Patrícia Krieger Grossi (Orientador) Apoi
CNPq
Faculdade de Serviço Social PUCRS
.
Introdução
Estudos apontam que o grupo de apoio aos cuidadores de idosos constitui-se em uma
estratégia de ação intersetorial para o enfrentamento da violência contra idosos, bem como
para a qualidade de vida dos cuidadores. A literatura sinaliza que o estresse do cuidador é um
dos fatores que contribui para a violência contra idosos (TEUBAL, 2001, GROSSI E IBIAS,
2001, GROSSI, FRANKENBERG E HILLEBRAND, no prelo). O estresse crônico associado
ao cuidar traz conseqüências para a saúde mental do cuidador como fadiga, depressão,
ansiedade, consumo de drogas e/ou álcool, insônia, dores de cabeça e desinvestimento afetivo
na tarefa do cuidado. Todos estes sintomas são conhecidos como burnout.
A maioria dos idosos (80%) possui doenças crônicas, freqüentes nessa fase da vida e
muitos deles dependem do cuidado de outras pessoas. As doenças crônico-degenerativas
como a doença de Alzheimer e Parkinson demandam uma carga excessiva de trabalho ao
cuidador, seja este familiar ou profissional. Grupos de apoio ao cuidador estão previstos na
Política Nacional do Idoso, porém poucas iniciativas existem no âmbito da política de saúde.
Esta proposta tem por objetivo realizar um levantamento através de questionário – enviado as
secretarias de saúde, assistência e conselho municipal do idoso, dos tipos de apoio oferecidos
aos cuidadores de idosos (ex. grupos de apoio, atendimento domiciliar, centro de cuidados
diurnos, entre outros) nos 496 municípios do Estado do Rio Grande do Sul.
A proposta é verificar de que forma estes serviços, e principalmente os grupos de
apoio a cuidadores de idosos contribuem para a qualidade de vida do cuidador e como
estratégia de prevenção aos maus-tratos de idosos. A participação nos grupos constitui-se em
uma estratégia de fortalecimento do cuidador.
2823
X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009
Quando pensamos em qualidade de vida para o idoso, em geral, pensamos naquele
idoso saudável, com capacidade funcional e independente. Para a OMS (1999), qualidade de
vida na velhice é definida como uma avaliação multidimensional, considerando-se os aspectos
biológicos, psicológicos, emocionais, sociais, econômicos, ambientais, espirituais e as
relações do idoso com a família e a sociedade, no seu passado, no seu presente e em suas
perspectivas. Portanto, uma das dimensões a ser levada em consideração na qualidade de vida
do idoso é a qualidade do cuidado dispensado, o que nos remete à questão: quem cuida do
cuidador?
Metodologia:
A pesquisa foi iniciada a partir do levantamento dos endereços eletrônicos, telefones e
pessoas responsáveis pelos serviços de saúde e assistência social dos 496 municípios do
estado do Rio Grande do Sul. Posteriormente, foi contatado os 496 municípios e suas
respectivas Secretarias de Saúde, Assistência Social e Conselho Municipal do Idoso, quando
existente. A partir da análise do banco de dados da Secretaria Estadual da Saúde, Centro
Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), foi verificado que destes 496 municípios, 71
notificavam o RINAV (Relatório Individual de Notificação de Acidentes e Violência). O
contato inicial foi para o levantamento da rede de apoio através do envio de um formulário
para identificação dos serviços voltados para os cuidadores de idosos. Posteriormente, foi
criado um banco de dados cujos resultados desta primeira fase da pesquisa serão apresentados
no próximo ítem.
Na segunda etapa da pesquisa, serão selecionados 6 municípios, utilizando os critérios
de tamanho populacional (dois de pequeno porte, dois de médio porte e dois de grande porte)
e que estejam notificando situações de acidentes e violências em idosos no RINAV –
Relatório Individual de Notificação de Acidentes e Violências, sendo que um deles deve ter
grupo de apoio aos cuidadores. Será realizada uma avaliação ex-ante para avaliar o grau de
depressão e sobrecarga no cuidador antes e após a inserção nos grupos de apoio através de
aplicação de escala de sobrecarga do cuidador de Zarit (BRASIL, 2006) e inventário de
depressão de Beck para cuidadores não idosos e escala de avaliação de depressão geriátrica
para cuidadores idosos. Estes instrumentos serão aplicados pelos profissionais da área da
Psicologia, que fazem parte da equipe. Os dados qualitativos serão submetidos à análise de
conteúdo de Bardin (1977). Os dados quantitativos preliminares do levantamento dos serviços
destinados aos idosos serão visualizados através de gráficos e tabelas a partir da análise
estatística descritiva simples.
2824
X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009
Resultados
SERVIÇOS OFERECIDOS
28%
56%
16%
Secretaria da Saúde
Secretaria da
Assistência social
Ambas
SERVIÇOS OFERECIDOS PELA REDE DE APOIO AOS
IDOSOS N=48
27%
17%
35%
13%
8%
VISITA DOMICILIAR
ATENDIMENTO DOMICILIAR
GUPOS DE CONVIVÊNCIA
GRUPOS DE EDUCAÇÃO EM
SAÚDE
GRUPOS DE APOIO AOS
CUIDADORES DE IDOSOS
Dos Serviços de Apoio aos Cuidadores de Idosos, responderam ao questionário 25
municípios do Rio Grande do Sul. Quanto ao perfil dos serviços oferecidos, observou-se que
28% (n= 7) são vinculados à Secretaria Municipal de Saúde, 56% (n= 14) à Secretaria
Municipal de Assistência Social e 16% (n=4) são vinculadas em ambas as secretarias.
Entre os serviços oferecidos, 52% (n=13) da amostra recebem visita domiciliar (PSF).
Quanto ao atendimento domiciliar observou-se que 32% (n= 8) recebem este serviço. No que
diz respeito aos grupos de convivência observou-se que 68% (n=17) dos municípios oferecem
grupos de convivência aos idosos, 24% (n= 6) grupos de educação em saúde e 8% (n= 2)
grupos de apoio aos cuidadores de idosos.
Quanto à equipe de profissionais envolvidos nesta atividade estão: psicólogos,
pedagogos, assistentes sociais, enfermeiros, médicos e outros profissionais. A freqüência da
realização dos grupos de apoio aos cuidadores é mensal, sendo que esses grupos são
oferecidos a menos de um ano.
Conclusão
Até este primeiro momento da pesquisa foi possível observarmos a partir dos dados
colhidos entre os municípios que há pouca articulação entre os serviços, Secretaria Municipal
de Assistência Social, Saúde e outros serviços, apesar de profissionais de áreas de saber
diversas, estarem inseridos nos diferentes espaços. Esta dificuldade de articulação das
políticas evidencia uma fragmentação na rede de serviços de atenção ao idoso. Verifica-se
pouca oferta de grupos de apoio aos cuidadores de idosos, cuja modalidade está prevista na
Política Nacional do Idoso.
A partir do contato com os municípios, destaca-se a sensibilização para a temática do
idoso, do cuidador e da violência contra idosos, culminando na participação em seminário
regional para apresentação da pesquisa, discussão do Estatuto do Idoso e importância da
notificação de acidentes e violências pelas unidades de saúde. Ressalta-se com esta pesquisa a
importância do trabalho intersetorial e de programas municipais de atendimento ao idoso e ao
2825
X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009
cuidador na área da gestão e atenção à saúde para evitar a institucionalização do idoso,
preservando assim o direito à convivência familiar e comunitária.
Referencias
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Envelhecimento da Pessoa Idosa/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção á Saúde, Departamento
de Atenção Básica: Ministério da Saúde, 2006.
GROSSI, Patrícia e IBIAS, Izabel. Violência contra a mulher não tem idade. In: GROSSI, Patrícia e
WERBA, Graziela (orgs.). Violências e Gênero: Coisas que a Gente não Gostaria de fazer. POA:
EDIPUCRS, 2001.
GROSSI, Patrícia, GUILAMELON, Lucimari e HILLEBRAND, Marinez. Enfrentando o burnout de
cuidadores de idosos: uma estratégia para a prevenção da violência. In: BULLA, Leonia Capaverde e
ARGIMON, Irani. Convivendo com o Familiar Idoso. POA: EDIPUCRS, 2009 (no prelo).
Lei n° 8.842/94, dispõe sobre a Política Nacional do Idoso. 1994.
TEUBAL, Ruth. Maltrato del anciano en la família. In: TEUBAL, Ruth et. al. Violência familiar,
trabajo social e instituciones. Barcelona: Editorial Paidós, 2001, p. 243-271.
2826

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  • 1. X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 E gatis X Salão de Iniciação Científica PUCRS Grupo de Apoio a Cuidadores de Idosos: uma proposta de ação intersetorial p para a promoção da saúde mental do cuidador e prevenção da violência contra o idoso Eni Vargas Machado Batista, Aline Couto dos Santos, Francisco Ialá, Laís Barbosa Anzolin, Marília Bordin Schimidt, Sabrina G. de Souza Rusch, Jaqueline Vincensi, Jaina Raqueli Pedersen, Luciane Loureiro, Andréia Mendes dos Santos, Márcio Lima Grossi, Ana Luiza Trois de Miranda, Márcia Kurz, Jaina R. Petersen (Colaborador). Irani Argimon, Patrícia Krieger Grossi (Orientador) Apoi CNPq Faculdade de Serviço Social PUCRS . Introdução Estudos apontam que o grupo de apoio aos cuidadores de idosos constitui-se em uma estratégia de ação intersetorial para o enfrentamento da violência contra idosos, bem como para a qualidade de vida dos cuidadores. A literatura sinaliza que o estresse do cuidador é um dos fatores que contribui para a violência contra idosos (TEUBAL, 2001, GROSSI E IBIAS, 2001, GROSSI, FRANKENBERG E HILLEBRAND, no prelo). O estresse crônico associado ao cuidar traz conseqüências para a saúde mental do cuidador como fadiga, depressão, ansiedade, consumo de drogas e/ou álcool, insônia, dores de cabeça e desinvestimento afetivo na tarefa do cuidado. Todos estes sintomas são conhecidos como burnout. A maioria dos idosos (80%) possui doenças crônicas, freqüentes nessa fase da vida e muitos deles dependem do cuidado de outras pessoas. As doenças crônico-degenerativas como a doença de Alzheimer e Parkinson demandam uma carga excessiva de trabalho ao cuidador, seja este familiar ou profissional. Grupos de apoio ao cuidador estão previstos na Política Nacional do Idoso, porém poucas iniciativas existem no âmbito da política de saúde. Esta proposta tem por objetivo realizar um levantamento através de questionário – enviado as secretarias de saúde, assistência e conselho municipal do idoso, dos tipos de apoio oferecidos aos cuidadores de idosos (ex. grupos de apoio, atendimento domiciliar, centro de cuidados diurnos, entre outros) nos 496 municípios do Estado do Rio Grande do Sul. A proposta é verificar de que forma estes serviços, e principalmente os grupos de apoio a cuidadores de idosos contribuem para a qualidade de vida do cuidador e como estratégia de prevenção aos maus-tratos de idosos. A participação nos grupos constitui-se em uma estratégia de fortalecimento do cuidador. 2823
  • 2. X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 Quando pensamos em qualidade de vida para o idoso, em geral, pensamos naquele idoso saudável, com capacidade funcional e independente. Para a OMS (1999), qualidade de vida na velhice é definida como uma avaliação multidimensional, considerando-se os aspectos biológicos, psicológicos, emocionais, sociais, econômicos, ambientais, espirituais e as relações do idoso com a família e a sociedade, no seu passado, no seu presente e em suas perspectivas. Portanto, uma das dimensões a ser levada em consideração na qualidade de vida do idoso é a qualidade do cuidado dispensado, o que nos remete à questão: quem cuida do cuidador? Metodologia: A pesquisa foi iniciada a partir do levantamento dos endereços eletrônicos, telefones e pessoas responsáveis pelos serviços de saúde e assistência social dos 496 municípios do estado do Rio Grande do Sul. Posteriormente, foi contatado os 496 municípios e suas respectivas Secretarias de Saúde, Assistência Social e Conselho Municipal do Idoso, quando existente. A partir da análise do banco de dados da Secretaria Estadual da Saúde, Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), foi verificado que destes 496 municípios, 71 notificavam o RINAV (Relatório Individual de Notificação de Acidentes e Violência). O contato inicial foi para o levantamento da rede de apoio através do envio de um formulário para identificação dos serviços voltados para os cuidadores de idosos. Posteriormente, foi criado um banco de dados cujos resultados desta primeira fase da pesquisa serão apresentados no próximo ítem. Na segunda etapa da pesquisa, serão selecionados 6 municípios, utilizando os critérios de tamanho populacional (dois de pequeno porte, dois de médio porte e dois de grande porte) e que estejam notificando situações de acidentes e violências em idosos no RINAV – Relatório Individual de Notificação de Acidentes e Violências, sendo que um deles deve ter grupo de apoio aos cuidadores. Será realizada uma avaliação ex-ante para avaliar o grau de depressão e sobrecarga no cuidador antes e após a inserção nos grupos de apoio através de aplicação de escala de sobrecarga do cuidador de Zarit (BRASIL, 2006) e inventário de depressão de Beck para cuidadores não idosos e escala de avaliação de depressão geriátrica para cuidadores idosos. Estes instrumentos serão aplicados pelos profissionais da área da Psicologia, que fazem parte da equipe. Os dados qualitativos serão submetidos à análise de conteúdo de Bardin (1977). Os dados quantitativos preliminares do levantamento dos serviços destinados aos idosos serão visualizados através de gráficos e tabelas a partir da análise estatística descritiva simples. 2824
  • 3. X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 Resultados SERVIÇOS OFERECIDOS 28% 56% 16% Secretaria da Saúde Secretaria da Assistência social Ambas SERVIÇOS OFERECIDOS PELA REDE DE APOIO AOS IDOSOS N=48 27% 17% 35% 13% 8% VISITA DOMICILIAR ATENDIMENTO DOMICILIAR GUPOS DE CONVIVÊNCIA GRUPOS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE GRUPOS DE APOIO AOS CUIDADORES DE IDOSOS Dos Serviços de Apoio aos Cuidadores de Idosos, responderam ao questionário 25 municípios do Rio Grande do Sul. Quanto ao perfil dos serviços oferecidos, observou-se que 28% (n= 7) são vinculados à Secretaria Municipal de Saúde, 56% (n= 14) à Secretaria Municipal de Assistência Social e 16% (n=4) são vinculadas em ambas as secretarias. Entre os serviços oferecidos, 52% (n=13) da amostra recebem visita domiciliar (PSF). Quanto ao atendimento domiciliar observou-se que 32% (n= 8) recebem este serviço. No que diz respeito aos grupos de convivência observou-se que 68% (n=17) dos municípios oferecem grupos de convivência aos idosos, 24% (n= 6) grupos de educação em saúde e 8% (n= 2) grupos de apoio aos cuidadores de idosos. Quanto à equipe de profissionais envolvidos nesta atividade estão: psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, enfermeiros, médicos e outros profissionais. A freqüência da realização dos grupos de apoio aos cuidadores é mensal, sendo que esses grupos são oferecidos a menos de um ano. Conclusão Até este primeiro momento da pesquisa foi possível observarmos a partir dos dados colhidos entre os municípios que há pouca articulação entre os serviços, Secretaria Municipal de Assistência Social, Saúde e outros serviços, apesar de profissionais de áreas de saber diversas, estarem inseridos nos diferentes espaços. Esta dificuldade de articulação das políticas evidencia uma fragmentação na rede de serviços de atenção ao idoso. Verifica-se pouca oferta de grupos de apoio aos cuidadores de idosos, cuja modalidade está prevista na Política Nacional do Idoso. A partir do contato com os municípios, destaca-se a sensibilização para a temática do idoso, do cuidador e da violência contra idosos, culminando na participação em seminário regional para apresentação da pesquisa, discussão do Estatuto do Idoso e importância da notificação de acidentes e violências pelas unidades de saúde. Ressalta-se com esta pesquisa a importância do trabalho intersetorial e de programas municipais de atendimento ao idoso e ao 2825
  • 4. X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009 cuidador na área da gestão e atenção à saúde para evitar a institucionalização do idoso, preservando assim o direito à convivência familiar e comunitária. Referencias BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento da Pessoa Idosa/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção á Saúde, Departamento de Atenção Básica: Ministério da Saúde, 2006. GROSSI, Patrícia e IBIAS, Izabel. Violência contra a mulher não tem idade. In: GROSSI, Patrícia e WERBA, Graziela (orgs.). Violências e Gênero: Coisas que a Gente não Gostaria de fazer. POA: EDIPUCRS, 2001. GROSSI, Patrícia, GUILAMELON, Lucimari e HILLEBRAND, Marinez. Enfrentando o burnout de cuidadores de idosos: uma estratégia para a prevenção da violência. In: BULLA, Leonia Capaverde e ARGIMON, Irani. Convivendo com o Familiar Idoso. POA: EDIPUCRS, 2009 (no prelo). Lei n° 8.842/94, dispõe sobre a Política Nacional do Idoso. 1994. TEUBAL, Ruth. Maltrato del anciano en la família. In: TEUBAL, Ruth et. al. Violência familiar, trabajo social e instituciones. Barcelona: Editorial Paidós, 2001, p. 243-271. 2826