1) O documento discute os desafios enfrentados pela Igreja Católica hoje em dia, incluindo novas formas de comunicação e a necessidade de se adaptar às mudanças culturais.
2) É sugerido que a Igreja foque em comunicar uma mensagem de esperança baseada nos pilares da dignidade humana, bem comum, subsidiariedade e solidariedade.
3) Novas tecnologias como redes sociais são identificadas como desafios e oportunidades para a Igreja compartilhar sua fé de forma aut
1. catequistas
SETEMBRO 2012 | Ano 9 | Mensal | Portugal. 1,20€ a revista para uma catequese actual
#81
50 ANOS DO CONCÍLIO
O SOPRO DO ESPÍRITO
DINÂMICAS PARA A FÉ
EU CREIO EM DEUS PAI
Para uma catequese
DOSSIER
comunic-activa
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2. APPS PARA A CATEQUESE
BENTO OLIVEIRA bento.m.oliveira@gmail.com
Para começar
A pastoral vive momentos de profunda transforma-
ção: novas formas de comunicar, novas ferramentas,
novos conceitos, novos paradigmas. A Mensagem con-
tinua a ser a mesma, mas os intervenientes são outros.
Conselho de sábio: queres comunicar
O segredo da sabedoria?
Não escrevas nenhum tratado filosófico:
só aborrecerias os leitores.
Conta-lhes antes uma história,
uma história autêntica e vigorosa,
uma grande história de amor.
Talvez eles não acreditem,
mas hão-de sonhar com ela,
e em sonhos verão acender-se
a bela estrela da esperança.
Como são as paróquias actuais?
Hoje vivemos uma profunda mudança: económica, financeira, social, de mercados, de FMI, etc.
Bento XVI diz-nos que a “crise obriga-nos a projectar de novo o nosso caminho, a impor-nos regras
novas e encontrar novas formas de empenhamento, a apostar em experiências positivas e rejeitar as
negativas. Assim, a crise torna-se ocasião de discernimento e elaboração de nova planificação” (CV 21).
Em mandarim a palavra crise escreve-se com dois caracteres: um significa risco e o outro oportunidade.
Como vemos as nossas paróquias, hoje?
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3. APPS PARA A CATEQUESE
Que se diz da paróquia? Antiquada; fechada; burocrática; cansada;
isolada; competitiva? Segregadora? Autónoma? Ignorada?
Que pensamos dos nossos jovens? Tiranos; competitivos; individua
listas; não nos escutam; não fazem os trabalhos de casa; insultam;
não respeitam os mais velhos.
Que dizemos das famílias? Agoniadas; não colaboram; não partici-
pam; têm mil problemas; não se preocupam; não educam os filhos.
Que pensamos da Igreja? Em três letras sintetizam o pensamento
da Igreja: NÃO. Não ao bem-estar; não ao ter; não sabem rezar; não
vêm à igreja; não vêm à catequese; não vêm às aulas de religião, etc...
Não há saída!
Isto cria em nós, cristãos, uma grande oportunidade: somos porta-
dores de uma esperança. Uma esperança que se estrutura e radica
no Evangelho, e que assenta em 4 pilares: a dignidade da pessoa
humana; o bem comum; a subsidiariedade e a solidariedade.
Os agentes pastorais
Vivemos hoje este sentir: a sociedade em busca da “ressurreição da
humanidade” e em busca do sentido último da tarefa educativa: a
... uma grande educação integral. Por isso, este é o tempo favorável para nos ouvi-
oportunidade: rem falar novamente sobre isto outra vez.
somos portadores a) Cultura educativa 2.0
de uma esperança. As novas tecnologias têm-nos apresentado uma mudança para-
digmática. É importante, é urgente, olhar para os nossos agentes
como seres distintos, únicos, irrepetíveis, criativos, com neces-
sidade de experimentar, curiosos, divertidos que buscam o que
faça sentido.
Novo paradigma: SER e FAZER. Continuar a viver a nossa própria
identidade, enraizada na partilha, flexibilidade e de adaptações
necessárias à nossa realidade.
Diríamos que esta cultura 2.0 se pautaria pela cooperação,
escuta, partilha, participação, produção e experimentação.
Só conseguiremos produzir uma alteração quando disfrutarmos
do que fazemos e quando nos sentirmos apaixonados pelo que
fazemos. O Deus que é amor; o Deus que é desafio para sairmos
de uma vida medíocre; um Deus que quer o meu bem, que Se
preocupa comigo; um Deus que gosta de festa; um Deus que
gosta de silêncio, porque é no silêncio que Ele fala; um Deus que
tem um projecto para cada um de nós: A FELICIDADE.
Urge cuidar da/a forma de comunicar: temos que tornar a nossa
mensagem mais apelativa, mais dinâmica, mais envolvente.
b) Desafios
1. Redes Sociais
Todos conhecemos as virtudes das redes sociais, o que represen-
tam de desafio. Servindo-nos da 45ª Mensagem de Bento XVI para
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4. o Dia Mundial das Comunicações, podemos afirmar que o grande
desafio “na busca de partilha, de «amizades», … [é] o desafio de ser
autênticos, fiéis a si mesmos, sem ceder à ilusão de construir artifi-
... o Deus que é desafio
cialmente o próprio «perfil» público”.
para sairmos de uma
“Quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si
vida medíocre...
mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais.
Segue-se daqui que existe um estilo cristão de presença também
no mundo digital: traduz-se numa forma de comunicação honesta e
aberta, responsável e respeitadora do outro”.
“Comunicar o Evangelho através dos novos media significa não
só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas
dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no
próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferên-
cias, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho,
mesmo quando não se fala explicitamente dele. Aliás, também no
mundo digital, não pode haver anúncio de uma mensagem sem um
testemunho coerente por parte de quem anuncia. Nos novos con-
textos e com as novas formas de expressão, o cristão é chamado
de novo a dar resposta a todo aquele que lhe perguntar a razão da
esperança que está nele” (cf. 1 Pd 3, 15).
Com criatividade e responsabilidade “a web está a contribuir para o
desenvolvimento de formas novas e mais complexas de consciência
intelectual e espiritual, de certeza compartilhada. Somos chamados
a anunciar, neste campo também, a nossa fé: que Cristo é Deus, o
Salvador do homem e da história, Aquele em quem todas as coisas
alcançam a sua perfeição” (cf. Ef 1, 10).
Por fim, “os crentes, testemunhando as suas convicções mais pro-
fundas, prestam uma preciosa contribuição para que a web não se
torne um instrumento que reduza as pessoas a categorias, que pro-
cure manipulá-las emotivamente ou que permita aos poderosos
monopolizar a opinião alheia”.
2. Formação
Apostar numa nova forma de comunicar. Apostar numa formação
arrojada, inovadora, livre. A melhor publicidade é o boca a boca. Uma
formação transversal.
3. Os jovens
Os jovens podem ser o grande agente de mudança, poderão ser os
grandes provocadores. Nunca tivemos tanta adesão juvenil em cau-
sas humanitárias (talvez pela falência crescente das ideologias polí-
ticas que já não prometem nada), na oração comunitária (ex. Taizé),
talvez também pelo facto de se procurar hoje educar os jovens para
a paz e conciliação como jamais se fez na História da Igreja.
O desafio está lançado. Nos próximos artigos iremos abordar uma
série de recursos digitais que facilitarão a nossa acção pastoral.
Recursos que serão úteis.
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