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   Deste Planalto Central
— Poetas de Brasília
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   Deste Planalto Central
— Poetas de Brasília


          Salomão Sousa
                Organizador




                      2008
6




         @ 2008. Proibida a reprodução.
    Direitos autorais reservados aos autores.

                 Diagramação:
                 Carlos Alberto
7




                                   Sumário




9     Argumentos do Organizador

23    Afonso Henriques Neto
 27   Aglaia Souza
31    Alexandre Marino
 35   Alexandre Pilati
39    Álvaro Faleiros
43    Amneres
47    Anderson Braga Horta
 53   Angélica Torres
 57   Antonio Carlos Osorio
61    Antonio Miranda
 67   Astrid Cabral
 71   Chico Pôrto
 75   Cláudio Murilo Leal
 79   Cristina Bastos
83    Eudoro Augusto
87    Ézio Pires
91    Francisco Alvim
95    Francisco Kaq
 99   H. Dobal
103   Heitor Humberto de Andrade
107   Hermenegildo Bastos
111   Hugo Mund Junior
117   Joanyr de Oliveira
121   João Bosco Bomfim
8   Sumário




          125   João Carlos Taveira
          131   José Edson dos Santos
          135   Josira Sampaio
          139   José Carlos Pereira Peliano
          143   José Santiago Naud
          147   Julio Cezar Meirelles
          151   Lina Tâmega Peixoto
          155   Lourdes Teodoro
          161   Luiz Martins da Silva
          165   Luis Turiba
          171   Menezes y Moraes
          177   Nelson Carvalho
          181   Nilto Maciel
          185   Nicolas Behr
          191   Otávio Afonso
          195   Pedro Tierra (Hamilton Pereira)
          203   Reynaldo Jardim
          209   Robson Corrêa de Araújo
          213   Ronaldo Cagiano
          217   Ronaldo Costa Fernandes
          223   Salomão Sousa
          229   Sylvia Cyntrão
          233   TT Catalão
          237   Vera Americano
          241   Viriato Gaspar
          247   Wilson Pereira
          251   Xenïa Antunes

          255 Referências Biobibliográficas
9




 Argumentos do Organizador




“Deste Planalto Central, desta solidão que em
breve se transformará em cérebro das altas de-
cisões nacionais, lanço os olhos mais um vez
sobre o amanhã do meu país e antevejo esta
alvorada com fé inquebrantável e uma con-
fiança sem limites no seu grande destino.”
                          Juscelino Kubitschek
10
11




                                             Esta coletânea, que
abriga expressões da poesia brasiliense — atuantes nesta antevéspera do
cinquentenário da Capital —, é item da programação da I Bienal Inter-
nacional de Brasília, promovida pela Biblioteca Nacional de Brasília.

                                                         O organizador
acalentava há mais de quinze anos o desejo de agrupar num único vo-
lume aqueles poetas que contribuem com têmpera pessoal para a edi-
ficação da poesia da sociedade cultural no Planalto Central. O convite
da Biblioteca Nacional de Brasília concretiza este desejo.

                                                       Ainda é cedo para
o antevisto amanhã do profético discurso de Juscelino Kubitschek,
mas numa velocidade elétrica com argamassa de sangue e sonho de
arquitetos, escritores, músicos… forja-se com arrojo não só a certeza da
centralização de decisões políticas e da abertura de frentes econômicas,
mas forja-se também a certeza da necessária irradiação de cultura. Com
a nova Capital ficou aberta a possibilidade de melhor miscigenação
cultural da população mais a oeste do país. Ao elevar-se como símbolo
da modernidade frente a todas as nações, Brasília extinguiu o conceito
de província, que causou malefícios a tantos criadores não só em razão
do preconceito, mas sobretudo pela ausência de redes de formação e
de divulgação. Desse projeto, os poetas brasilienses têm sobressaído em
12        Salomão Sousa

antologias estrangeiras e nacionais, à medida que os anos passam, numa
representatividade crescente. Basta ver o número deles na Antologia
Comentada da Poesia Brasileira no Século 21 (Publifolha, 2006) e na
Antologia Comentada de Literatura Brasileira (Vozes, 2006).

                                                          Por se tratar
de sociedade nascente, ainda são raros os poetas brasilienses naturais.
Pelo que está coletado neste volume transcorridos quase 50 anos da
inauguração de Brasília , constata-se que apenas um, numa totalidade
de cinqüenta poetas, nasceu na cidade. Portanto, é cedo para a arte de
Brasília admitir qualquer tombamento ou cerca limitadora, pois junto
com a cidade, ainda está em processo a dinâmica de ampliação dos
limites dos próprios recursos humanos e criativos.

                                          A condição de estrangeiro dos
poetas brasilienses não é desalentadora. Primeiramente, ela corresponde
à situação idêntica vivida pelos que atuam em outras instâncias. Assim
como a árvore transplantada conforme comprova a ciência , os poetas
se ajustam a esse solo, dele retiram elementos de sobrevivência e de
construção simbólica, e a esse solo transferem características insemi-
nadoras de novas fertilidades, contribuindo para o surgimento de uma
vistosa Babilônia da modernidade. Essa troca de fertilidade não é de
agora desde a demarcação do Distrito Federal que se tem registro de
poetas no território abrindo clareiras, armazenando metáforas da cons-
trução… Com essa troca leal, os poetas dão face à cultura de Brasília, e
na história da cidade cinzelam suas efígies pessoais.

                                                           A presença do
corpo diplomático, dos tribunais, das casas legislativas, das universida-
des de todo o arcabouço administrativo a exigir presença de homens
e mulheres íntimos da interpretação cultural e política favoreceu o
rápido florescimento da literatura em Brasília. Assim, após a arquite-
tura, a poesia foi o segmento criativo que melhor vem se aclimatando
às vastidões do Planalto Central, e se afirma como um dos segmentos
da literatura de maior expressão na região. Outros segmentos aparecem
Salomão Sousa                13



através de booms temporários, enquanto a poesia se preocupa em en-
contrar dinâmica evolutiva.

                                                      Como alternativa
para enfrentar o distanciamento do mercado editorial, bem como do
incipiente processo crítico já que Brasília demora a produzir crítica
cultural, pois os meios de comunicação aqui se instalam para produzir
crítica política e para demarcar, de forma coesa, a presença na cidade,
os poetas brasilienses sempre buscaram se afirmar de forma organizada
em entidades culturais e em antologias. A primeira antologia de Joanyr
de Oliveira, de 1962, empresta cinco nomes para a presente coletânea.
De lá para cá, são dezenas de antologias consorciadas, temáticas,
marginais, poetas agrupados por entidade, por repartição pública, por
cidades-satélites…

                                                    Inútil a construção
de argumentos para justificar ausências de poetas nesta coletânea. Ou
a abertura das preferências do organizador, pois elas nem sempre irão
coincidir com a multiplicidade dos olhares críticos mesmo quando
manifestamente benfazejos. Independente da linguagem de cada au-
tor, esta coletânea busca apreender poetas de todas as fases e grupos
de escritores de Brasília, considerando desde aqueles que circulavam
aqui entre 1956 e 1958, até os que atuam na Capital no advento de seu
cinqüentenário.

                                                          Seria injusto
se não fosse oferecida prioridade, no processo de escolha, aos poetas
residentes na cidade, preferencialmente àqueles que entrelaçam suas
raízes para maior fixação numa nova territorialidade. Foram raríssimas,
mas necessárias ao olhar do organizador, exceções àqueles que, mesmo
fora, continuam a emprestar parcerias em ramificações que contribuem
para ampliar a vitalidade da cultura brasiliense.

                                                           Para evitar
preterições de justificado questionamento, o material de vários poetas
foi recolhido após a busca em fundos abandonos. Foi constatado que
14        Salomão Sousa

em Brasília os poetas guardam riquíssimo material inédito, prontos
para edição, ou que se encontra em elaboração (há exigência urgente
de projeto capaz de trazer à luz a obra que muitos poetas ativos têm
produzido, e também o que sabidamente foi deixado inédito por Altino
Caixeta de Castro, Esmerino Magalhães Jr., Fernando Mendes Vianna
e Otávio Afonso). Alguma aura de invisibilidade já que é incipiente o
processo de avaliação dos escritores de Brasília pode ter prejudicado
a avaliação de algum autor. No entanto, sem o corpo-a-corpo crítico é
oportuno reconhecer não há a troca entre terra e raízes, ou mesmo sem
entrecruzar de genes na boa sementeira. Em que pese toda secura com
que é tratado, o poeta não pode se recolher tem de insistir com a sua
fertilidade, trazê-la para a rua. Nem tudo pode acontecer só no antevisto
amanhã.

                                                        É natural que a
coletânea não consiga abrigar todos os poetas expressivos que passaram
ou que continuam em Brasília. O organizador coletou informações sobre
muitos outros autores (basta dizer que de muitas antologias não foi sa-
cado nenhum nome para figurar aqui), que deixam de ser relacionados,
pois, a simples menção de seus nomes não repararia a ausência de uns
e ainda suscitaria a lembrança de outros — o que sedimenta a certeza
da impossibilidade de esgotar a totalidade daqueles que fortalecem a
história inicial da literatura de Brasília.

                                                     Para não diminuir a
representatividade dos poetas que se encontram em atividade, a coletâ-
nea não contempla aqueles que já faleceram por si sós, seriam suficien-
tes para volume ainda mais caudaloso. Na primeira fase do levantamento
dos nomes que poderiam figurar na coletânea, treze deles chegaram a
ser relacionados. Sem necessidade de contratação de consultoria crítica
para avaliá-los, acrescentariam mérito a qualquer antologia nacional ou
estrangeira ainda mais a uma regional: Altino Caixeta de Castro, Afonso
Félix de Sousa, Antonio Roberval Miketen, Cassiano Nunes, Domingos
Carvalho da Silva, Esmerino Magalhães Jr., Fernando Mendes Vianna,
Jesus Barros Boquady, José Godoy Garcia, José Hélder de Souza, Yolanda
Salomão Sousa                 15



Jordão, Marly de Oliveira e Oswaldino Marques. Como faleceram após
desencadeado o processo de organização da coletânea, foram mantidas
as presenças de Otávio Afonso, que foi o segundo poeta brasileiro “a
levar” o Prêmio Casa de Las Américas, pois o primeiro “a trazer” este
prêmio para o Brasil foi Pedro Tierra (também aqui presente), e H. Do-
bal, que, além de poeta aclamado, muita contribuição deixou na esfera
administrativa de Brasília.

                                                        O organizador
pretendia que a formação da poesia de Brasília fosse apresentada na
ótica de cada participante. Mas, por dificuldade de coletar o material,
merecem destaque as justas observações de José Edson dos Santos:

       A formação do contexto histórico-cultural da práxis poética em
       Brasília passa certamente pela iniciativa desbravadora de Joanyr de
       Oliveira de reunir em 1962, na antologia Poetas em Brasília, nomes
       expressivos como Afonso Félix de Sousa, Alphonsus de Guimaraens
       Filho, Anderson Braga Horta, Ézio Pires, José Santiago Naud, entre
       outros. Nos anos setenta, outras manifestações poéticas coletivas
       como Águas Emendadas, com Francisco Alvim, Carlos Saldanha,
       Luis Martins, Chico Dias; Em Canto Cerrado, organizada por Salo-
       mão Sousa. As edições dos 8, 16, 20 e 27 POrrETAS, reunidas por
       César Athayde. A revista Grande Circular, a Lira Pau Brasília, com
       Turiba, Nicolas Behr, Paulo Tovar, Sóter, visitando escolas no início
       dos anos 80. A Livraria Galilei com os lançamentos e divulgação
       de livros e antologias que marcaram a iniciação de muitos poetas.
       A Feira do Livro também teve um papel relevante no surgimento
       de novos poetas, nas interações dos saraus pelos bares e cafés da
       cidade. Outras iniciativas e projetos alternativos ficaram no limbo
       do esquecimento. Trabalhos de mestrado como O Cristal e a Chama
       (A Linguagem Literária que Traduz o Objeto Brasília), de Maria
       da Glória Barbosa, e Poesia de Brasília: Duas Tendências, de José
       Roberto de Almeida Pinto, vêm de certa forma contribuir e resgatar
       esse espaço de atuação nas áreas da cultura e da poesia desenvol-
       vidas em Brasília.
16       Salomão Sousa

                                                 Realmente, o estudo de
José Roberto de Almeida Pinto — que toma por eixo a Poesia Marginal —
merece ser reconhecido como aquele que melhor organiza os primeiros
movimentos da poesia de Brasília. Não podem passar despercebidos
os livros História da Literatura Brasiliense, de Luiz Carlos Guimarães
da Costa, que apesar da falta de sistematização historiográfica foca-
liza alguns escritores de preferência do autor; e Depoimento Literário,
Julgamento de Liberdade e Literatura na Criação de Brasília, de Ézio
Pires, que reúne artigos e notas do autor sobre os primeiros passos
da literatura brasiliense. Somam-se a esses livros os dois volumes de
artigos, resenhas e palestras de Anderson Braga Horta. A literatura de
Brasília — sem desmerecer esses esforços iniciais — já merece estudo
de visão interpretativa e de melhor estrutura historiográfica. Quanto
às publicações seriadas em que pese a existência do Boletim da ANE,
das revistas da Academia Brasiliense de Letras e do Instituto Histórico
e Geográfico do Distrito Federal, Há Vagas e DF Letras , destaca-se de
forma isolada a revista Bric-a-Brac, que inverteu o viés do processo
criativo.

                                             Contudo, as aproximações
com as vanguardas, promovidas pela revista Bric-a-Brac, foram insufi-
cientes para mudanças significativas nos rumos da poesia de Brasília.
Para compreender o entendimento pessoal do poeta sobre a vida na
Capital, talvez pudesse ser dramatizado o momento da chegada de al-
guns deles. Poderia, por exemplo, ser relembrada a primeira noite de
determinado poeta numa cidade-satélite, quando andou chapinhando
nas poças de lama. Para ele, a primeira lua em Brasília estava enlame-
ada. Para muitos, a qualquer momento, a porta podia ser arrebentada
pela força da repressão. O poeta, então, não tinha tempo para práxis e
processos tinha de construir com lama e resistência.

                                               Há um pequeno poema de
Lourdes Teodoro que remete ao período em que a Ditadura fazia (re)
percutir dentro dos lares brasileiros o ruído de seu torniquete, chamado
“Oração do Mutilado”, que pode ser interpretado como o apagar-se da
Salomão Sousa             17



esperança ou ao elevar-se da construção onde antes era o verde:

       o verde em mim
       é um remoto ponto escuro.


                                             Lembremos também o po-
ema sem título, de Esmerino Magalhães Jr., que foi recitado em diversos
momentos de protesto realizados em Brasília:

       O SARGENTO QUE MATOU GARCIA LORCA
       está sentado. A mão direita de seu padre
       todo-poderoso na aldeia acena-lhe da porta
       da igreja. Corpo ainda modorrento do catre,
       levanta-se, pensando no que mais importa:
       à tarde, ao vinho, virá o melhor alcatre.
       O sargento que matou Garcia Lorca
       vai à missa domingueira e genuflexo
       é o herói da aldeia. A

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Deste Planalto Central - Poetas de Brasília

  • 1. 1
  • 2. 2
  • 3. 3 Deste Planalto Central — Poetas de Brasília
  • 4. 4
  • 5. 5 Deste Planalto Central — Poetas de Brasília Salomão Sousa Organizador 2008
  • 6. 6 @ 2008. Proibida a reprodução. Direitos autorais reservados aos autores. Diagramação: Carlos Alberto
  • 7. 7 Sumário 9 Argumentos do Organizador 23 Afonso Henriques Neto 27 Aglaia Souza 31 Alexandre Marino 35 Alexandre Pilati 39 Álvaro Faleiros 43 Amneres 47 Anderson Braga Horta 53 Angélica Torres 57 Antonio Carlos Osorio 61 Antonio Miranda 67 Astrid Cabral 71 Chico Pôrto 75 Cláudio Murilo Leal 79 Cristina Bastos 83 Eudoro Augusto 87 Ézio Pires 91 Francisco Alvim 95 Francisco Kaq 99 H. Dobal 103 Heitor Humberto de Andrade 107 Hermenegildo Bastos 111 Hugo Mund Junior 117 Joanyr de Oliveira 121 João Bosco Bomfim
  • 8. 8 Sumário 125 João Carlos Taveira 131 José Edson dos Santos 135 Josira Sampaio 139 José Carlos Pereira Peliano 143 José Santiago Naud 147 Julio Cezar Meirelles 151 Lina Tâmega Peixoto 155 Lourdes Teodoro 161 Luiz Martins da Silva 165 Luis Turiba 171 Menezes y Moraes 177 Nelson Carvalho 181 Nilto Maciel 185 Nicolas Behr 191 Otávio Afonso 195 Pedro Tierra (Hamilton Pereira) 203 Reynaldo Jardim 209 Robson Corrêa de Araújo 213 Ronaldo Cagiano 217 Ronaldo Costa Fernandes 223 Salomão Sousa 229 Sylvia Cyntrão 233 TT Catalão 237 Vera Americano 241 Viriato Gaspar 247 Wilson Pereira 251 Xenïa Antunes 255 Referências Biobibliográficas
  • 9. 9 Argumentos do Organizador “Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas de- cisões nacionais, lanço os olhos mais um vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma con- fiança sem limites no seu grande destino.” Juscelino Kubitschek
  • 10. 10
  • 11. 11 Esta coletânea, que abriga expressões da poesia brasiliense — atuantes nesta antevéspera do cinquentenário da Capital —, é item da programação da I Bienal Inter- nacional de Brasília, promovida pela Biblioteca Nacional de Brasília. O organizador acalentava há mais de quinze anos o desejo de agrupar num único vo- lume aqueles poetas que contribuem com têmpera pessoal para a edi- ficação da poesia da sociedade cultural no Planalto Central. O convite da Biblioteca Nacional de Brasília concretiza este desejo. Ainda é cedo para o antevisto amanhã do profético discurso de Juscelino Kubitschek, mas numa velocidade elétrica com argamassa de sangue e sonho de arquitetos, escritores, músicos… forja-se com arrojo não só a certeza da centralização de decisões políticas e da abertura de frentes econômicas, mas forja-se também a certeza da necessária irradiação de cultura. Com a nova Capital ficou aberta a possibilidade de melhor miscigenação cultural da população mais a oeste do país. Ao elevar-se como símbolo da modernidade frente a todas as nações, Brasília extinguiu o conceito de província, que causou malefícios a tantos criadores não só em razão do preconceito, mas sobretudo pela ausência de redes de formação e de divulgação. Desse projeto, os poetas brasilienses têm sobressaído em
  • 12. 12 Salomão Sousa antologias estrangeiras e nacionais, à medida que os anos passam, numa representatividade crescente. Basta ver o número deles na Antologia Comentada da Poesia Brasileira no Século 21 (Publifolha, 2006) e na Antologia Comentada de Literatura Brasileira (Vozes, 2006). Por se tratar de sociedade nascente, ainda são raros os poetas brasilienses naturais. Pelo que está coletado neste volume transcorridos quase 50 anos da inauguração de Brasília , constata-se que apenas um, numa totalidade de cinqüenta poetas, nasceu na cidade. Portanto, é cedo para a arte de Brasília admitir qualquer tombamento ou cerca limitadora, pois junto com a cidade, ainda está em processo a dinâmica de ampliação dos limites dos próprios recursos humanos e criativos. A condição de estrangeiro dos poetas brasilienses não é desalentadora. Primeiramente, ela corresponde à situação idêntica vivida pelos que atuam em outras instâncias. Assim como a árvore transplantada conforme comprova a ciência , os poetas se ajustam a esse solo, dele retiram elementos de sobrevivência e de construção simbólica, e a esse solo transferem características insemi- nadoras de novas fertilidades, contribuindo para o surgimento de uma vistosa Babilônia da modernidade. Essa troca de fertilidade não é de agora desde a demarcação do Distrito Federal que se tem registro de poetas no território abrindo clareiras, armazenando metáforas da cons- trução… Com essa troca leal, os poetas dão face à cultura de Brasília, e na história da cidade cinzelam suas efígies pessoais. A presença do corpo diplomático, dos tribunais, das casas legislativas, das universida- des de todo o arcabouço administrativo a exigir presença de homens e mulheres íntimos da interpretação cultural e política favoreceu o rápido florescimento da literatura em Brasília. Assim, após a arquite- tura, a poesia foi o segmento criativo que melhor vem se aclimatando às vastidões do Planalto Central, e se afirma como um dos segmentos da literatura de maior expressão na região. Outros segmentos aparecem
  • 13. Salomão Sousa 13 através de booms temporários, enquanto a poesia se preocupa em en- contrar dinâmica evolutiva. Como alternativa para enfrentar o distanciamento do mercado editorial, bem como do incipiente processo crítico já que Brasília demora a produzir crítica cultural, pois os meios de comunicação aqui se instalam para produzir crítica política e para demarcar, de forma coesa, a presença na cidade, os poetas brasilienses sempre buscaram se afirmar de forma organizada em entidades culturais e em antologias. A primeira antologia de Joanyr de Oliveira, de 1962, empresta cinco nomes para a presente coletânea. De lá para cá, são dezenas de antologias consorciadas, temáticas, marginais, poetas agrupados por entidade, por repartição pública, por cidades-satélites… Inútil a construção de argumentos para justificar ausências de poetas nesta coletânea. Ou a abertura das preferências do organizador, pois elas nem sempre irão coincidir com a multiplicidade dos olhares críticos mesmo quando manifestamente benfazejos. Independente da linguagem de cada au- tor, esta coletânea busca apreender poetas de todas as fases e grupos de escritores de Brasília, considerando desde aqueles que circulavam aqui entre 1956 e 1958, até os que atuam na Capital no advento de seu cinqüentenário. Seria injusto se não fosse oferecida prioridade, no processo de escolha, aos poetas residentes na cidade, preferencialmente àqueles que entrelaçam suas raízes para maior fixação numa nova territorialidade. Foram raríssimas, mas necessárias ao olhar do organizador, exceções àqueles que, mesmo fora, continuam a emprestar parcerias em ramificações que contribuem para ampliar a vitalidade da cultura brasiliense. Para evitar preterições de justificado questionamento, o material de vários poetas foi recolhido após a busca em fundos abandonos. Foi constatado que
  • 14. 14 Salomão Sousa em Brasília os poetas guardam riquíssimo material inédito, prontos para edição, ou que se encontra em elaboração (há exigência urgente de projeto capaz de trazer à luz a obra que muitos poetas ativos têm produzido, e também o que sabidamente foi deixado inédito por Altino Caixeta de Castro, Esmerino Magalhães Jr., Fernando Mendes Vianna e Otávio Afonso). Alguma aura de invisibilidade já que é incipiente o processo de avaliação dos escritores de Brasília pode ter prejudicado a avaliação de algum autor. No entanto, sem o corpo-a-corpo crítico é oportuno reconhecer não há a troca entre terra e raízes, ou mesmo sem entrecruzar de genes na boa sementeira. Em que pese toda secura com que é tratado, o poeta não pode se recolher tem de insistir com a sua fertilidade, trazê-la para a rua. Nem tudo pode acontecer só no antevisto amanhã. É natural que a coletânea não consiga abrigar todos os poetas expressivos que passaram ou que continuam em Brasília. O organizador coletou informações sobre muitos outros autores (basta dizer que de muitas antologias não foi sa- cado nenhum nome para figurar aqui), que deixam de ser relacionados, pois, a simples menção de seus nomes não repararia a ausência de uns e ainda suscitaria a lembrança de outros — o que sedimenta a certeza da impossibilidade de esgotar a totalidade daqueles que fortalecem a história inicial da literatura de Brasília. Para não diminuir a representatividade dos poetas que se encontram em atividade, a coletâ- nea não contempla aqueles que já faleceram por si sós, seriam suficien- tes para volume ainda mais caudaloso. Na primeira fase do levantamento dos nomes que poderiam figurar na coletânea, treze deles chegaram a ser relacionados. Sem necessidade de contratação de consultoria crítica para avaliá-los, acrescentariam mérito a qualquer antologia nacional ou estrangeira ainda mais a uma regional: Altino Caixeta de Castro, Afonso Félix de Sousa, Antonio Roberval Miketen, Cassiano Nunes, Domingos Carvalho da Silva, Esmerino Magalhães Jr., Fernando Mendes Vianna, Jesus Barros Boquady, José Godoy Garcia, José Hélder de Souza, Yolanda
  • 15. Salomão Sousa 15 Jordão, Marly de Oliveira e Oswaldino Marques. Como faleceram após desencadeado o processo de organização da coletânea, foram mantidas as presenças de Otávio Afonso, que foi o segundo poeta brasileiro “a levar” o Prêmio Casa de Las Américas, pois o primeiro “a trazer” este prêmio para o Brasil foi Pedro Tierra (também aqui presente), e H. Do- bal, que, além de poeta aclamado, muita contribuição deixou na esfera administrativa de Brasília. O organizador pretendia que a formação da poesia de Brasília fosse apresentada na ótica de cada participante. Mas, por dificuldade de coletar o material, merecem destaque as justas observações de José Edson dos Santos: A formação do contexto histórico-cultural da práxis poética em Brasília passa certamente pela iniciativa desbravadora de Joanyr de Oliveira de reunir em 1962, na antologia Poetas em Brasília, nomes expressivos como Afonso Félix de Sousa, Alphonsus de Guimaraens Filho, Anderson Braga Horta, Ézio Pires, José Santiago Naud, entre outros. Nos anos setenta, outras manifestações poéticas coletivas como Águas Emendadas, com Francisco Alvim, Carlos Saldanha, Luis Martins, Chico Dias; Em Canto Cerrado, organizada por Salo- mão Sousa. As edições dos 8, 16, 20 e 27 POrrETAS, reunidas por César Athayde. A revista Grande Circular, a Lira Pau Brasília, com Turiba, Nicolas Behr, Paulo Tovar, Sóter, visitando escolas no início dos anos 80. A Livraria Galilei com os lançamentos e divulgação de livros e antologias que marcaram a iniciação de muitos poetas. A Feira do Livro também teve um papel relevante no surgimento de novos poetas, nas interações dos saraus pelos bares e cafés da cidade. Outras iniciativas e projetos alternativos ficaram no limbo do esquecimento. Trabalhos de mestrado como O Cristal e a Chama (A Linguagem Literária que Traduz o Objeto Brasília), de Maria da Glória Barbosa, e Poesia de Brasília: Duas Tendências, de José Roberto de Almeida Pinto, vêm de certa forma contribuir e resgatar esse espaço de atuação nas áreas da cultura e da poesia desenvol- vidas em Brasília.
  • 16. 16 Salomão Sousa Realmente, o estudo de José Roberto de Almeida Pinto — que toma por eixo a Poesia Marginal — merece ser reconhecido como aquele que melhor organiza os primeiros movimentos da poesia de Brasília. Não podem passar despercebidos os livros História da Literatura Brasiliense, de Luiz Carlos Guimarães da Costa, que apesar da falta de sistematização historiográfica foca- liza alguns escritores de preferência do autor; e Depoimento Literário, Julgamento de Liberdade e Literatura na Criação de Brasília, de Ézio Pires, que reúne artigos e notas do autor sobre os primeiros passos da literatura brasiliense. Somam-se a esses livros os dois volumes de artigos, resenhas e palestras de Anderson Braga Horta. A literatura de Brasília — sem desmerecer esses esforços iniciais — já merece estudo de visão interpretativa e de melhor estrutura historiográfica. Quanto às publicações seriadas em que pese a existência do Boletim da ANE, das revistas da Academia Brasiliense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, Há Vagas e DF Letras , destaca-se de forma isolada a revista Bric-a-Brac, que inverteu o viés do processo criativo. Contudo, as aproximações com as vanguardas, promovidas pela revista Bric-a-Brac, foram insufi- cientes para mudanças significativas nos rumos da poesia de Brasília. Para compreender o entendimento pessoal do poeta sobre a vida na Capital, talvez pudesse ser dramatizado o momento da chegada de al- guns deles. Poderia, por exemplo, ser relembrada a primeira noite de determinado poeta numa cidade-satélite, quando andou chapinhando nas poças de lama. Para ele, a primeira lua em Brasília estava enlame- ada. Para muitos, a qualquer momento, a porta podia ser arrebentada pela força da repressão. O poeta, então, não tinha tempo para práxis e processos tinha de construir com lama e resistência. Há um pequeno poema de Lourdes Teodoro que remete ao período em que a Ditadura fazia (re) percutir dentro dos lares brasileiros o ruído de seu torniquete, chamado “Oração do Mutilado”, que pode ser interpretado como o apagar-se da
  • 17. Salomão Sousa 17 esperança ou ao elevar-se da construção onde antes era o verde: o verde em mim é um remoto ponto escuro. Lembremos também o po- ema sem título, de Esmerino Magalhães Jr., que foi recitado em diversos momentos de protesto realizados em Brasília: O SARGENTO QUE MATOU GARCIA LORCA está sentado. A mão direita de seu padre todo-poderoso na aldeia acena-lhe da porta da igreja. Corpo ainda modorrento do catre, levanta-se, pensando no que mais importa: à tarde, ao vinho, virá o melhor alcatre. O sargento que matou Garcia Lorca vai à missa domingueira e genuflexo é o herói da aldeia. A