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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA
INTERNATO EM PEDIATRIA I
OTITE MÉDIA AGUDA (OMA)
DOCENTE COORDENADOR: Dr. Leonardo Moura Ferreira de Souza.
DISCENTES: Ana Clara Batista Azevedo; Antônio Emídio Carvalho; Bruna Aparecida
Queiróz de Oliveira; Danielly Bessa; Francisco Clitson Souza; Iury Daniel Souza de
Oliveira; Jéssica Mayara de Figueirêdo Oséas; Júlio Candeias da Silva; Priscila Portela;
Rafael Araújo de Medeiros
INTRODUÇÃO
• Revisão da Diretriz 2004 de otite média aguda
(OMA), da Academia Americana de Pediatria
(AAP) e Academia Americana de Médicos de
Família;
• Recomendações para os médicos de cuidados
primários para crianças de 6 meses a 12 anos
de idade com OMA não complicada.
INTRODUÇÃO
• OMA continua sendo a mais comum condição em que os agentes
antibacterianos são prescritos para as crianças nas consultas nos Estados
Unidos;
• A incidência de OMA em crianças nos EUA diminuiu de 950/1000 crianças
em 1995-1996 para 634/1000 crianças, em 2005-2006;
• Diminuição proporcional de prescrições de antibióticos para OMA de
760/mil em 1995-1996 para 484/mil em 2005-2006 nos EUA;
• A porcentagem de consultas por OMA, resultando em prescrições de
antibióticos, manteve-se relativamente estável (80% em 1995-1996; 76%
em 2005-2006);
• OMA recorrente, em crianças de 6 meses até 12 anos de idade, aplica-se
apenas a uma criança saudável, sem condições que possam alterar o curso
natural da OMA.
MÉTODOS
REVISÃO SISTEMÁTICA PROPOSTA PELA AAP
• Em 2009 nova comissão é convocada para revisar o
guideline de 2004;
• Associação com outros estudos para aprofundamento
da revisão;
• Levantamento de novas variáveis e novos
questionamentos (efeitos da PCV7 sobre a
epidemiologia/microbiologia);
• Diversas bases de dados consultadas (Pubmed,
Cochrane, Web of Science);
• Integração multiprofissional;
• Nova revisão a cada 05 anos.
• Aspectos importantes da abordagem baseada em
evidências como norteadores de novas
recomendações
Recomendações – Nível de evidência B
1. Diagnosticar OMA em crianças que apresentam moderado a grave abaulamento da
MT ou aparecimento de otorreia não decorrente de uma otite externa aguda;
2. Não diagnosticar OMA em crianças que não têm efusão do ouvido médio;
3. O manejo da OMA deve incluir uma avaliação da dor. Se a dor está presente,
recomendar o tratamento para reduzir a dor;
4. OMA grave: prescrever a terapia antibiótica para OMA (bilateral ou unilateral) em
crianças de 6 meses e mais velhos com sinais graves ou sintomas (otalgia moderada ou
grave ou otalgia por pelo menos 48 horas ou temperatura de 39°C ou mais elevada);
5. OMA bilateral leve a moderada em crianças pequenas: prescrever a terapia antibiótica
para OMA bilateral em crianças de 6 meses até 23 meses de idade, sem sinais ou
sintomas graves (otalgia leve para menos de 48 horas e temperatura inferior a 39 ° C);
6. OMA unilateral sem gravidade em crianças pequenas: prescrever antibioticoterapia ou
observação com acompanhamento rigoroso com base na tomada de decisão conjunta com os
pais/cuidador para OMA unilateral em crianças de 6 meses a 23 meses de idade, sem sinais
ou sintomas graves (otalgia leve por menos de 48 horas e temperatura inferior a 39°C).
Recomendações – Nível de evidência B
7. OMA sem gravidade em crianças mais velhas: prescrever antibioticoterapia ou observação com
acompanhamento rigoroso com base na ação conjunta com o pai(s)/cuidador para OMA (bilateral
ou unilateral) em crianças com 24 meses ou mais, sem sinais ou sintomas graves (otalgia leve por
menos de 48 horas e temperatura inferior a 39 ° C);
8. Prescrever amoxicilina pora OMA quando a decisão de tratamento com antibióticos for feita e a
criança não recebeu amoxicilina nos últimos 30 dias ou a criança não tem conjuntivite purulenta ou
a criança não é alérgica à penicilina;
9. Reavaliar o paciente, se o cuidador relata que os sintomas da criança se agravou ou não
responderam ao tratamento antibiótico inicial no prazo de 48 a 72 horas e determinar se uma
mudança na terapia é necessária;
10. Não prescrever antibióticos profiláticos para diminuir a frequência de episódios de otite média
aguda em crianças com OMA recorrente;
11. Oferecer tubo de ventilação para OMA recorrente (3 episódios em 6 meses ou 4 episódios em um
ano com um episódio nos últimos 6 meses);
12. Recomendar a vacina pneumocócica conjugada a todas as crianças;
13. Recomendar a vacina contra a gripe anual a todas as crianças;
14. Incentivar o aleitamento materno exclusivo durante pelo menos 6 meses.
Recomendações – Nível de evidência C
1. Diagnosticar OMA em crianças que apresentam abaulamento suave da MT e
recente (menos de 48 horas) aparecimento de dor de ouvido (segurando,
puxando, esfregando a orelha) ou intenso eritema da MT;
2. Prescrever um antibiótico adicional com cobertura de β-lactamase para OMA
quando a decisão de tratamento com antibióticos tiver sido feita, quando a
criança tiver recebido amoxicilina nos últimos 30 dias ou tiver conjuntivite
purulenta, ou tiver uma história de OMA recorrente que responde à
amoxicilina;
3. Encorajar a cessação do uso de tabaco pelo risco decorrente da exposição ao
fumo.
RESUMINDO AS NOVAS DIRETRIZES - AÇÕES CHAVE
• 1A: Os médicos devem diagnosticar OMA em
crianças que apresentam moderado para
grave abaulamento da membrana timpânica
ou novo aparecimento de otorreia não devido
à otite externa aguda.
GRAU DE EVIDÊNCIA “B”
RESUMINDO AS NOVAS DIRETRIZES - AÇÕES CHAVE
• 1B: os médicos devem diagnosticar OMA em
crianças que se apresentam com leve
abaulamento da MT e recente (menos de 48
horas) início da dor de ouvido (segurando,
puxando, esfregando a orelha de uma criança)
ou intenso eritema da MT.
GRAU DE EVIDÊNCIA “C”
RESUMINDO AS NOVAS DIRETRIZES - AÇÕES CHAVE
• 1C: os médicos não devem diagnosticar OMA
em crianças que não apresentam efusão de
orelha média (baseado na otoscopia
pneumática e/ou timpanometria).
GRAU DE EVIDÊNCIA “B”
 DIAGNÓSTICO
Não há: forte correlação dos sintomas com o diagnóstico inicial de OMA
Diretriz atual: critérios rigorosos de diagnóstico à otoscopia
Otalgia intensa e recente eritema da MT como único achado à otoscopia.
Não existe um padrão-ouro para o diagnóstico de OMA.
Início agudo de
sintomas
Presença de efusão
de orelha média
Sinais de inflamação
aguda da orelha
média
 Faltou precisão para excluir os casos
de OME
 DX de OMA pode ser feito em
crianças com início agudo de sintomas,
incluindo otalgia grave e EOM, sem
outros achados de inflamação à
otoscopia
 Pode ter permitido o diagnóstico de
OMA sem clara visualização da MT.
ESTUDOS
ATUAIS
 SINTOMAS
Crianças mais
velhas com OMA :
início rápido otalgia
Crianças pequenas pré-
verbais: otalgia 
puxar/esfregar/explorar o
ouvido, choro excessivo,
febre, alterações do sono
ou do comportamento
padrão (sintomas
inespecíficos).
Vários estudos
buscaram avaliar a
acurácia dos
sintomas para o dx
de OMA.
AOM-SOS, critérios rigorosos da
FDA, associa sintomas
(puxar/esfregar/explorar a
orelha, choro excessivo,
irritabilidade, dificuldade para
dormir, diminuição da atividade
ou do apetite e febre) com o dx
otoscópico (OMA, OME ou
normalidade)
Vários grupos usaram
escalas baseadas em
sintomas para o dx de
OMA, mas nenhuma foi
sensível isoladamente.
Laine et al: mostrou que
sono agitado, esfregar o
ouvido, febre e sintomas
inespecíficos do trato
respiratório ou TGI não
diferenciaram crianças
com ou sem OMA.
Maior sensibilidade
diagnóstica e avaliação
de mudanças clínicas:
Escala de sintomas
(AOM-FS) + escore da
otoscopia (OS-8)
 SINAIS DE OMA: CONCLUSÕES DOS ESTUDOS
Correlação da cor,
mobilidade e posição
da MT com a presença
de fluido (por
timpanocent.) em OM.
Miringotomia e
aspiração foram
realizados se EOM
era suspeita.
OMA: EOM + febre, dor de
ouvido, irritabilidade,
esfregava/puxava, outros
sintomas agudos do trato
respiratório , vômitos ou
diarréia.
Casos com
sintomas agudos:
EOM em + de 80%
dos casos.
“Palidez” +
abaulamento MT +
mobilidade
reduzida: melhor
preditor de OMA.
Mobilidade reduzida
tem a maior
sensibilidade e
especificidade.
Abaulamento teve
alta especificidade
(~97%), mas menor
sensibilidade
(~51%).
Turvação: melhor
combinação de alta
sensibilidade (~74%) e
elevada
especificidade (~93%).
MT hemorrágica,
fortemente vermelha, ou
moderadamente vermelho
se correlacionou com a
presença de OMA.
MT abaulada: muito
relacionada à presença
de um agente
bacteriano, c/ ou s/ um
agente viral.
MTs abauladas:
culturas bacterianas
positivas .
A percentagem de
culturas + para um
patógeno aumentou
se MT era amarela.
 SINAIS DE OMA: CONCLUSÕES DOS ESTUDOS
PRINCIPAL CONCLUSÃO
ABAULAMENTO MODERADO-
GRAVE da MT representa o SINAL
MAIS IMPORTANTE no dx da OMA -
uma descoberta que tem implicações
para os cuidados clínicos, pesquisa e
educação.
 OMA x OME
OME
Consequência de um
episódio de OMA ou
consequência de
disfunção tubária por
uma infecção do trato
respiratório superior.
Pode preceder ou
predispor ao
desenvolvimento
de OMA.
Não representa
um processo
infeccioso agudo
e não se
beneficia do uso
de antibióticos.
 EXAME DA MT
O que complica o
DX de OMA?
DX em lactentes e crianças jovens
pode ser difícil (falta de
cooperação/difícil domínio da criança).
Os sintomas podem ser leves ou
coincidirem com os de uma doença do
trato respiratório superior.
A MT pode ser obscurecida por
cerume, e mudanças sutis na MT
podem ser difíceis de identificar.
Menos de um equipamento de
diagnóstico ideal, incluindo a falta de
uma lâmpada pneumática
Instrumentos inadequados para
limpar cerúmen do canal auditivo
externo
Falta de experiência na remoção de
cerume e na realização da otoscopia
pneumática
FERRAMENTA PADRÃO
 Pressão +: MT se move para dentro
 Pressão - : MT se move para fora
 Se a MT não se move: EOM é provável
 Às vezes, a aplicação de pressão torna
a interface ar-líquido atrás da MT (que é
diagnóstico de EOM) evidente.
Contorno da
MT
• Normal
• Retraída
• Cheia
• Abaulada
Cor da MT
• Cinza
• Amarelo
• Rosa
• Laranja
• Branca
• Vermelha
• Azulada
Mobilidade da
MT
• Normal
• Aumentada
• Diminuída
• Ausente
TRATAMENTO
 Da otalgia
• Dor associada com OMA pode ser substancial nos primeiros dias da
doença e muitas vezes persiste por mais tempo na criança jovem;
• O tratamento com ATB não proporciona alívio sintomático nas
primeiras 24 h e, mesmo depois de 3-7 dias, pode haver dor
persistente, febre, ou ambos, em 30% de crianças menores de 2
anos;
• Analgésico que alivia a dor associada com OMA deve ser utilizado
se a ATB é ou não prescrita; e deve ser mantido enquanto
necessário.
TRATAMENTO
• Acetaminofeno, ibuprofen
• Remédios caseiros
• Agentes tópicos
– Benzocaína, procaína, lidocaina
– Agentes naturopatas
• Agentes Homeopatas
• Analgesia narcótica com codeína ou análogos
• Timpanotomia / miringotomia
TRATAMENTO
– OMA grave
• Prescrever antibioticoterapia para OMA (bilateral ou
unilateral) em crianças de 6 meses e mais velhas com
sinais ou sintomas graves (otalgia moderada ou grave
ou otalgia por pelo menos 48 h ou temperatura ≥
39°C).
– OMA bilateral leve a moderada em crianças jovens
• Prescrever antibioticoterapia para OMA bilateral em
crianças menores de 24 meses sem sinais ou sintomas
graves (otalgia suave há menos do que 48 h e a
temperatura inferior a 39°C ).
TRATAMENTO
– OMA unilateral sem gravidade em crianças jovens
• Antibioticoterapia ou observação com acompanhamento rigoroso com
base em decisão conjunta com os pais/cuidador para OMA unilateral em
crianças de 6 meses a 23 meses de idade, sem sinais ou sintomas graves
(otalgia leve há menos de 48 h, temperatura menor que 39°C).
– OMA sem gravidade em crianças mais velhas
• Antibioticoterapia ou observação com acompanhamento rigoroso com
base em decisão conjunta com os pais/cuidador para OMA (bilateral ou
unilateral) em crianças de 24 meses ou mais sem graves sinais ou sintomas
(otalgia leve há menos de 48 h, temperatura menor de 39°C) .
• OBS: Quando a observação é a escolha, deve-se garantir o acompanhamento e começar a
terapia antibiótica se a criança piorar ou se não melhorar dentro de 48 a 72 horas do
aparecimento dos sintomas.
Terapia com ATB ou observação adicional?
• “Opção da observação” para as crianças com OMA selecionadas
(AAP e AAFP em 2004 );
• O início da terapia antibiótica baseado no diagnóstico seguro,
com maior confiança na observação quando o diagnóstico for
incerto;
• A decisão da observação tomada em conjunto com os pais ou
cuidador;
• Deve-se garantir o acompanhamento dessa criança e a terapia
deve ser iniciada se não houver garantia da reavaliação;
• Crianças de 6 meses a 2 anos de idade com o
diagnóstico de certeza, a diretriz atual indica a escolha
entre antibiótico inicial ou observação das crianças
com OMA unilateral e com sintomas leves
Terapia com ATB ou observação adicional?
Terapia com ATB ou observação adicional?
RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO INICIAL DE OMA NÃO COMPLICADA
Idade OMA com otorréia 1
OMA1 unilateral ou
bilateral com
sintomas severos2
OMA1 bilateral sem
otorréia
OMA1 Unilateral
sem otorréia
6m a 2 a ATB ATB ATB ATB ou OBS
>ou = 2a ATB ATB ATB ou OBS ATB ou OBS3
1- Aplica-se apenas às crianças com OMA bem documentado com elevada certeza do diagnóstico.
2- Uma criança aparentemente toxemiada, com persistente otalgia (por mais de 48 h), temperatura ≥39 °C
(102,2 ° F) nas últimas 48 horas, ou se houver incerteza do retorno para reavaliação.
3- Este manejo inicial baseado na observação deve oferecer uma oportunidade para a tomada de decisão
compartilhada com a família das criança (apenas categorias apropriadas para a observação adicional). Se a
observação é a escolha, deve-se garantir que haja a reavaliação e iniciada terapia antibiótica caso a criança
piore ou não melhore dentro de 48 a 72 h do início dos sintomas da OMA.
Antibioticoterapia Inicial
• Alta prevalência de infecção bacteriana no seguimento;
• Culturas de coleções do ouvido médio:
– 55%: Bactérias;
– 15%: Bactérias e vírus.
• Efeitos benéficos:
– Ensaios clínicos randomizados e meta-análises: 14% melhora
clínica;
– 26% a 35% de melhora clínica em relação a placebo;
– Maior benefício em OMA bilateral e OMA com otorréia;
– Diminuiu duração da dor, uso de analgésico e abstenção escolar.
– Prevenção de mastoidite pós-OMA (NNT= 4800).
Observação inicial para OMA (conduta expectante)
• Em crianças adequadamente selecionadas, não
aumenta incidência de complicações supurativas desde
que seja assegurado acompanhamento e
antibioticoterapia na persistência ou agravamento dos
sintomas;
• Ensaios clínicos:
– História natural da OMA favorável;
– Aproximadamente metade das crianças menores de 3 anos
melhoraram com uso de placebo;
Antibioticoterapia x Conduta expectante
• História natural auto-limitada dos casos dificulta
demonstração de diferenças de eficácia;
• Importância dos parâmetros de melhora:
– Otoscópicos: NNT = 4 a 5
– Clínicos: NNT = 8 a 16
• McCormick et al, 2005:
– Sem significância estatística entre tratamentos;
– Crianças que fizeram uso de antibioticoretapia inicial
foram descolonizadas em sua maioria por S pneumoniae;
– Maior incidencia de S pneumoniae multiresistente em
comparação com grupo controle.
Conduta expectante
• Países que incluíram a observação como opção
de conduta inicial em casos selecionados:
– Um terço dos casos necessitaram usar antibióticos;
– Redução de 65% do uso de antibióticos e redução de
eventos adversos do uso;
• Decisão conjunta entre médicos e pais;
• Acompanhamento rigoroso e antibiótico
disponível se não houver melhora em 48 – 72h
ou piora clínica.
Conduta expectante
• Parte de um manejo mais amplo que inclui:
– Analgesia;
– Uso de antibióticos se necessário;
– Orientação dos pais: Natureza auto-limitada na
maioria dos casos, efeitos adversos do uso de
antibióticos;
• Redução substancial das taxas de prescrição
de antibióticos.
Antibioticoterapia – Escolha adequada
• Se um ATB será usado, seja como terapia
inicial ou após um período de observação, o
médico deverá embasar sua escolha em:
ATB com alta chance de
efetividade contra as
principais bactérias
patogênicas envolvidas na
OMA, considerando:
CUSTO, SABOR,
CONVENIÊNCIA E EFEITOS
ADVERSOS
Antibioticoterapia – Escolha adequada
• Na OMA => bactérias patogênicas + vírus
respiratórios
OMA é geralmente consequência de uma
infecção VIRAL do trato respiratório superior,
levando à INFLAMAÇÃO/DISFUNÇÃO da tuba
de Eustáquio, PRESSÃO NEGATIVA na orelha
média e MOVIMENTAÇÃO DE SECREÇÕES
contidas no trato respiratório superior
(levando vírus e bactérias patogênicas da
nasofaringe para a orelha média).
O QUE SIGNIFICA QUE...
Antibioticoterapia – Escolha adequada
• OS 3 PRINCIPAIS PATÓGENOS ENVOLVIDOS
NA OMA SÃO:
S. pneumoniae
H. influenzae (não-tipável)
Moraxella catarrhalis
Antibioticoterapia – Escolha adequada
• Fazendo-se uso de testes microbiológicos
sensíveis, bactérias e/ou vírus podem ser
detectados no fluido presente na orelha
média em 96% dos casos de OMA, sendo:
66% bactérias e vírus juntos
27% apenas bactérias
4% apenas vírus
Antibioticoterapia – Escolha adequada
• O S. pneumoniae sempre foi o patógeno
bacteriano mais frequentemente envolvido e
isolado em casos de OMA.
Antibioticoterapia – Escolha adequada
• É POSSÍVEL PREDIZER, APENAS COM BASE EM
DADOS CLÍNICOS, QUAL A BACTÉRIA
PATOGÊNICA ENVOLVIDA EM UM CASO DE
OMA?
Antibioticoterapia – Escolha adequada
• SUSCETIBILIDADE
- Estudos mais recentes mostram que as bactérias
desaparecem espontaneamente da secreção da
orelha média;
- Percentuais de suscetibilidade do S. pneumoniae:
variam com a dosagem, se regular (83%) ou alta dose
(87%) – mas isso vem caindo, dado o surgimento de
maior potencial de resistência (principalmente
sorotipos não vacinais)
Antibioticoterapia – Escolha adequada
• Amoxicilina é primeira escolha
• Eficiência contra patógenos comuns da OMA
(baixo custo, paladar aceitável e espectro de ação específico)
Falha terapêutica
• Quando antibióticos são prescritos para OMA a melhora clínica deve ser
evidenciada em 48 a 72h;
• Se não há melhora nesse período poderá haver uma infecção viral
concomitante ou a bactéria causadora pode ser resistente ao antibiótico
escolhido;
• Se a criança tiver sido tratada inicialmente com amoxicilina, poderá ser
usado amox/clavulanato. Aquelas que receberam amox/clav ou
cefalosporina oral poderemos usar ceftriaxona IM (50mg/kg) 3 dias;
• Timpanocentese e cultura da secreção da orelha média podem ser
empregadas para aprimorar o diagnóstico bacteriológico e
susceptibilidade antimicrobiana quando ocorrer falha. Se timpanocentese
não estiver disponível, um curso de clindamicina pode ser usado.
Duração da terapia
• A duração ótima da antibioticoterapia em pacientes com OMA é incerta. A
duração usual de 10 dias deriva do tratamento da faringotonsilite
estreptocócica;
• Vários estudos recomendam a terapia de 10 dias para crianças abaixo de 2
anos, assim como para aquelas com sintomas graves;
• Para crianças de 2 a 5 anos com OMA média ou moderada intensidade 7
dias de terapia é adequado, assim como tratamento para crianças acima
de 6 anos.
ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE COM OMA
- Criança com melhora clínica: acompanhamento baseado no curso clínico habitual da OMA;
- Pouca evidência científica para a necessidade de reavaliar com 10-14 dias todas as crianças com OMA;
- Reavaliar: crianças com sintomas graves; OMA recorrente; quando solicitado pelos pais da criança;
- Persistência de efusão na orelha média (MEE/EOM) é comum (detectado por otoscopia pneumática)
após a resolução dos sintomas agudos:
• 60% a 70% das crianças têm MEE após 2 semanas de tratamento bem sucedido com antibiótico
• 40% após 1 mês
• 10% a 25% após 3 meses;
- A presença de EOM sem sintomas clínicos é definida como OME (inflamação da orelha média com
efusão);
- OME deve ser diferenciada clinicamente da OMA pois exige acompanhamento frequente, mas não
antibioticoterapia.
 OMA recorrente: 3 ou mais episódios de OMA em 6 meses ou
quatro ou mais episódios de OMA em 12 meses
- Não prescrever antibióticos profiláticos para diminuir a frequência de episódios de otite média aguda em crianças com OMA
recorrente. (Grau B de evidência)
- Maiores chances de recorrência: inverno, sexo masculino e a exposição passiva ao cigarro
sintomas que duram mais de 10 dias
- Metade das crianças com menos de 2 anos tratados por OMA vai experimentar uma recorrência dentro de 6 meses.
 Antibioticoprofilaxia
- Antibióticos a longo prazo e baixa dose para evitar novos episódios em crianças com OMA recorrente.
- Revisão Cochrane 2006: profilaxia impediu 1,5 episódios de otite média aguda por ano
Ensaios controlados por placebo: diminuição de 0,09 episódios por mês na freqüência de OMA
Efeito para crianças com 6 ou mais episódios no ano anterior, somente enquanto o antibiotico estava sendo dado
- Teele (Placebo x Antibioticoprofilaxia): SEM diferença em recorrências de OMA ou persistência de OME
- Pequena redução na frequência de OMA com profilaxia de longo prazo X Custo-benéfício da profilaxia
(efeitos adversos dos antibióticos, reação alérgica, principalmente, e as consequências do trato gastrointestinal, como diarreia;
e sua contribuição para o aparecimento de resistência bacteriana.)
ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE COM OMA
 Cirurgia para OMA recorrente (OMR)
- Uso de tubos de ventilação controverso ,mas amplamente utilizado
*Literatura escassa
*Falta de consenso entre os otorrinos para o papel da cirurgia
**Pesquisa com otorrinos canadenses: criança hipotética de 2 anos, OMR, sem MEE persistente ou dificuldade
de ouvir
***Realiza a cirurgia? 40% disseram que "nunca“
30% disseram que iriam "às vezes“
30% disseram que fariam "Muitas vezes ou sempre"
- Três ensaios clínicos randomizados compararam o número de episódios de otite média aguda após colocação de tubo de
ventilação ou não cirurgia: 2 encontraram melhoria do número de episódios de OMA após tubo de ventilação
durante 6 meses de acompanhamento
- Um estudo distribuiu aleatoriamente crianças com OMA recorrente nos grupos que receberam placebo, amoxicilina,
profilaxia ou tubos de ventilação e os acompanharam por 2 anos: Antibióticos profiláticos reduziram a taxa de AOM
Sem alterações com tubo de ventilação e o placebo
- Revisão Cochrane: Tubo de ventilação reduziu o número de episódios de OMA em 1,5 episódios nos 6 meses após a
cirurgia
- Estudo multicêntrico, observacional, não randomizado: grandes melhorias na qualidade de vida (instrumento que mede
domínios psicossociais do sofrimento físico, perda auditiva, comprometimento da fala, sofrimento emocional, limitação
de atividade e preocupações do cuidador que estão associados com a infecção da orelha) - BENEFÍCIOS DO TUBO DE
VENTILAÇÃO DEMONSTRADOS EM POPULAÇÕES MISTAS DE CRIANÇAS (OMA RECORRENTE E OME)
ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE COM OMA
- Além do custo, a inserção de tubos de ventilação está associada com um pequeno risco cirúrgico e
anestésico.
- Revisão de protocolos para minimizar o risco operatório
=> Não relata grandes complicações, como perda de audição sensorineural, lesão vascular ou
interrupção da cadeia ossicular em 10 000 inserções de tubo realizadas
=> Complicações menores: lágrimas na MT ou tubos deslocados no ouvido médio foram observadas
em 0,016% dos casos
=> Sequelas a longo prazo devido ao tubo de ventilação são alterações estruturais na MT:
timpanosclerose, bolsa de retração, e perfuração crônica
*Uma meta-análise encontrou timpanosclerose em 32% dos pacientes após a colocação de tubos de
ventilação e perfuração crônica em 2,2% dos pacientes que tiveram tubos de curto prazo e 16,6% dos
pacientes com tubos a longo prazo.
- Adenoidectomia isolada não deve ser usada para a prevenção da otite média aguda, mas pode ter
benefício quando realizado com a colocação de tubo de ventilação anterior na OME.
ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE COM OMA
CONCLUSÕES - Mudanças nas Diretrizes
• Vacina antipneumocócica
– MA: redução 29% OMA por pneumococos e 5-7%
por todas as causas, para crianças < 2 anos
– Nº consultas por OMA caiu 40%
• Vacina Antiinfluenza
– OMA x IVAS por vírus: redução de 30-55% da
incidência em meses frios!
– Indicada para todas as crianças <2 anos nos EUA
• Leite Materno Exclusivo
– Até os 4-6 meses: reduz incidência e recorrência de
OMA
• Mudança Estilo de Vida
– Tabagismo passivo, uso de chupetas e mamadeiras
antes dos 6 meses: aumento incidência e recorrência
• Xylitol
– Chicletes e xaropes: reduz 25% na incidência! Porém
não são seguros para <2 anos. Não recomendados.
CONCLUSÕES - Mudanças nas Diretrizes
• Diagnóstico
– Padrão Ouro? – Timpanocentese? – Timpanometria? –
Vizualização direta?
• Antibióticos
– Primeira Linha: Amoxicilina (apesar da associação com
clavulanato aumentar espectro, C/B é pior)
– Falta de estudos para comparar drogas
– Fatores de risco?
• Recorrência: Antibioticoprofilaxia?
• Prevenção: Vacinas. LME. MEV?
CONCLUSÕES - Mudanças nas Diretrizes
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FIM

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OMA: Diagnóstico e Tratamento

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE MEDICINA INTERNATO EM PEDIATRIA I OTITE MÉDIA AGUDA (OMA) DOCENTE COORDENADOR: Dr. Leonardo Moura Ferreira de Souza. DISCENTES: Ana Clara Batista Azevedo; Antônio Emídio Carvalho; Bruna Aparecida Queiróz de Oliveira; Danielly Bessa; Francisco Clitson Souza; Iury Daniel Souza de Oliveira; Jéssica Mayara de Figueirêdo Oséas; Júlio Candeias da Silva; Priscila Portela; Rafael Araújo de Medeiros
  • 2. INTRODUÇÃO • Revisão da Diretriz 2004 de otite média aguda (OMA), da Academia Americana de Pediatria (AAP) e Academia Americana de Médicos de Família; • Recomendações para os médicos de cuidados primários para crianças de 6 meses a 12 anos de idade com OMA não complicada.
  • 3. INTRODUÇÃO • OMA continua sendo a mais comum condição em que os agentes antibacterianos são prescritos para as crianças nas consultas nos Estados Unidos; • A incidência de OMA em crianças nos EUA diminuiu de 950/1000 crianças em 1995-1996 para 634/1000 crianças, em 2005-2006; • Diminuição proporcional de prescrições de antibióticos para OMA de 760/mil em 1995-1996 para 484/mil em 2005-2006 nos EUA; • A porcentagem de consultas por OMA, resultando em prescrições de antibióticos, manteve-se relativamente estável (80% em 1995-1996; 76% em 2005-2006); • OMA recorrente, em crianças de 6 meses até 12 anos de idade, aplica-se apenas a uma criança saudável, sem condições que possam alterar o curso natural da OMA.
  • 5. REVISÃO SISTEMÁTICA PROPOSTA PELA AAP • Em 2009 nova comissão é convocada para revisar o guideline de 2004; • Associação com outros estudos para aprofundamento da revisão; • Levantamento de novas variáveis e novos questionamentos (efeitos da PCV7 sobre a epidemiologia/microbiologia); • Diversas bases de dados consultadas (Pubmed, Cochrane, Web of Science); • Integração multiprofissional; • Nova revisão a cada 05 anos.
  • 6. • Aspectos importantes da abordagem baseada em evidências como norteadores de novas recomendações
  • 7. Recomendações – Nível de evidência B 1. Diagnosticar OMA em crianças que apresentam moderado a grave abaulamento da MT ou aparecimento de otorreia não decorrente de uma otite externa aguda; 2. Não diagnosticar OMA em crianças que não têm efusão do ouvido médio; 3. O manejo da OMA deve incluir uma avaliação da dor. Se a dor está presente, recomendar o tratamento para reduzir a dor; 4. OMA grave: prescrever a terapia antibiótica para OMA (bilateral ou unilateral) em crianças de 6 meses e mais velhos com sinais graves ou sintomas (otalgia moderada ou grave ou otalgia por pelo menos 48 horas ou temperatura de 39°C ou mais elevada); 5. OMA bilateral leve a moderada em crianças pequenas: prescrever a terapia antibiótica para OMA bilateral em crianças de 6 meses até 23 meses de idade, sem sinais ou sintomas graves (otalgia leve para menos de 48 horas e temperatura inferior a 39 ° C); 6. OMA unilateral sem gravidade em crianças pequenas: prescrever antibioticoterapia ou observação com acompanhamento rigoroso com base na tomada de decisão conjunta com os pais/cuidador para OMA unilateral em crianças de 6 meses a 23 meses de idade, sem sinais ou sintomas graves (otalgia leve por menos de 48 horas e temperatura inferior a 39°C).
  • 8. Recomendações – Nível de evidência B 7. OMA sem gravidade em crianças mais velhas: prescrever antibioticoterapia ou observação com acompanhamento rigoroso com base na ação conjunta com o pai(s)/cuidador para OMA (bilateral ou unilateral) em crianças com 24 meses ou mais, sem sinais ou sintomas graves (otalgia leve por menos de 48 horas e temperatura inferior a 39 ° C); 8. Prescrever amoxicilina pora OMA quando a decisão de tratamento com antibióticos for feita e a criança não recebeu amoxicilina nos últimos 30 dias ou a criança não tem conjuntivite purulenta ou a criança não é alérgica à penicilina; 9. Reavaliar o paciente, se o cuidador relata que os sintomas da criança se agravou ou não responderam ao tratamento antibiótico inicial no prazo de 48 a 72 horas e determinar se uma mudança na terapia é necessária; 10. Não prescrever antibióticos profiláticos para diminuir a frequência de episódios de otite média aguda em crianças com OMA recorrente; 11. Oferecer tubo de ventilação para OMA recorrente (3 episódios em 6 meses ou 4 episódios em um ano com um episódio nos últimos 6 meses); 12. Recomendar a vacina pneumocócica conjugada a todas as crianças; 13. Recomendar a vacina contra a gripe anual a todas as crianças; 14. Incentivar o aleitamento materno exclusivo durante pelo menos 6 meses.
  • 9. Recomendações – Nível de evidência C 1. Diagnosticar OMA em crianças que apresentam abaulamento suave da MT e recente (menos de 48 horas) aparecimento de dor de ouvido (segurando, puxando, esfregando a orelha) ou intenso eritema da MT; 2. Prescrever um antibiótico adicional com cobertura de β-lactamase para OMA quando a decisão de tratamento com antibióticos tiver sido feita, quando a criança tiver recebido amoxicilina nos últimos 30 dias ou tiver conjuntivite purulenta, ou tiver uma história de OMA recorrente que responde à amoxicilina; 3. Encorajar a cessação do uso de tabaco pelo risco decorrente da exposição ao fumo.
  • 10. RESUMINDO AS NOVAS DIRETRIZES - AÇÕES CHAVE • 1A: Os médicos devem diagnosticar OMA em crianças que apresentam moderado para grave abaulamento da membrana timpânica ou novo aparecimento de otorreia não devido à otite externa aguda. GRAU DE EVIDÊNCIA “B”
  • 11. RESUMINDO AS NOVAS DIRETRIZES - AÇÕES CHAVE • 1B: os médicos devem diagnosticar OMA em crianças que se apresentam com leve abaulamento da MT e recente (menos de 48 horas) início da dor de ouvido (segurando, puxando, esfregando a orelha de uma criança) ou intenso eritema da MT. GRAU DE EVIDÊNCIA “C”
  • 12. RESUMINDO AS NOVAS DIRETRIZES - AÇÕES CHAVE • 1C: os médicos não devem diagnosticar OMA em crianças que não apresentam efusão de orelha média (baseado na otoscopia pneumática e/ou timpanometria). GRAU DE EVIDÊNCIA “B”
  • 13.  DIAGNÓSTICO Não há: forte correlação dos sintomas com o diagnóstico inicial de OMA Diretriz atual: critérios rigorosos de diagnóstico à otoscopia Otalgia intensa e recente eritema da MT como único achado à otoscopia. Não existe um padrão-ouro para o diagnóstico de OMA. Início agudo de sintomas Presença de efusão de orelha média Sinais de inflamação aguda da orelha média  Faltou precisão para excluir os casos de OME  DX de OMA pode ser feito em crianças com início agudo de sintomas, incluindo otalgia grave e EOM, sem outros achados de inflamação à otoscopia  Pode ter permitido o diagnóstico de OMA sem clara visualização da MT. ESTUDOS ATUAIS
  • 14.  SINTOMAS Crianças mais velhas com OMA : início rápido otalgia Crianças pequenas pré- verbais: otalgia  puxar/esfregar/explorar o ouvido, choro excessivo, febre, alterações do sono ou do comportamento padrão (sintomas inespecíficos). Vários estudos buscaram avaliar a acurácia dos sintomas para o dx de OMA. AOM-SOS, critérios rigorosos da FDA, associa sintomas (puxar/esfregar/explorar a orelha, choro excessivo, irritabilidade, dificuldade para dormir, diminuição da atividade ou do apetite e febre) com o dx otoscópico (OMA, OME ou normalidade) Vários grupos usaram escalas baseadas em sintomas para o dx de OMA, mas nenhuma foi sensível isoladamente. Laine et al: mostrou que sono agitado, esfregar o ouvido, febre e sintomas inespecíficos do trato respiratório ou TGI não diferenciaram crianças com ou sem OMA. Maior sensibilidade diagnóstica e avaliação de mudanças clínicas: Escala de sintomas (AOM-FS) + escore da otoscopia (OS-8)
  • 15.  SINAIS DE OMA: CONCLUSÕES DOS ESTUDOS Correlação da cor, mobilidade e posição da MT com a presença de fluido (por timpanocent.) em OM. Miringotomia e aspiração foram realizados se EOM era suspeita. OMA: EOM + febre, dor de ouvido, irritabilidade, esfregava/puxava, outros sintomas agudos do trato respiratório , vômitos ou diarréia. Casos com sintomas agudos: EOM em + de 80% dos casos. “Palidez” + abaulamento MT + mobilidade reduzida: melhor preditor de OMA. Mobilidade reduzida tem a maior sensibilidade e especificidade. Abaulamento teve alta especificidade (~97%), mas menor sensibilidade (~51%). Turvação: melhor combinação de alta sensibilidade (~74%) e elevada especificidade (~93%). MT hemorrágica, fortemente vermelha, ou moderadamente vermelho se correlacionou com a presença de OMA. MT abaulada: muito relacionada à presença de um agente bacteriano, c/ ou s/ um agente viral. MTs abauladas: culturas bacterianas positivas . A percentagem de culturas + para um patógeno aumentou se MT era amarela.
  • 16.  SINAIS DE OMA: CONCLUSÕES DOS ESTUDOS PRINCIPAL CONCLUSÃO ABAULAMENTO MODERADO- GRAVE da MT representa o SINAL MAIS IMPORTANTE no dx da OMA - uma descoberta que tem implicações para os cuidados clínicos, pesquisa e educação.
  • 17.  OMA x OME OME Consequência de um episódio de OMA ou consequência de disfunção tubária por uma infecção do trato respiratório superior. Pode preceder ou predispor ao desenvolvimento de OMA. Não representa um processo infeccioso agudo e não se beneficia do uso de antibióticos.
  • 18.  EXAME DA MT O que complica o DX de OMA? DX em lactentes e crianças jovens pode ser difícil (falta de cooperação/difícil domínio da criança). Os sintomas podem ser leves ou coincidirem com os de uma doença do trato respiratório superior. A MT pode ser obscurecida por cerume, e mudanças sutis na MT podem ser difíceis de identificar. Menos de um equipamento de diagnóstico ideal, incluindo a falta de uma lâmpada pneumática Instrumentos inadequados para limpar cerúmen do canal auditivo externo Falta de experiência na remoção de cerume e na realização da otoscopia pneumática FERRAMENTA PADRÃO  Pressão +: MT se move para dentro  Pressão - : MT se move para fora  Se a MT não se move: EOM é provável  Às vezes, a aplicação de pressão torna a interface ar-líquido atrás da MT (que é diagnóstico de EOM) evidente. Contorno da MT • Normal • Retraída • Cheia • Abaulada Cor da MT • Cinza • Amarelo • Rosa • Laranja • Branca • Vermelha • Azulada Mobilidade da MT • Normal • Aumentada • Diminuída • Ausente
  • 19. TRATAMENTO  Da otalgia • Dor associada com OMA pode ser substancial nos primeiros dias da doença e muitas vezes persiste por mais tempo na criança jovem; • O tratamento com ATB não proporciona alívio sintomático nas primeiras 24 h e, mesmo depois de 3-7 dias, pode haver dor persistente, febre, ou ambos, em 30% de crianças menores de 2 anos; • Analgésico que alivia a dor associada com OMA deve ser utilizado se a ATB é ou não prescrita; e deve ser mantido enquanto necessário.
  • 20. TRATAMENTO • Acetaminofeno, ibuprofen • Remédios caseiros • Agentes tópicos – Benzocaína, procaína, lidocaina – Agentes naturopatas • Agentes Homeopatas • Analgesia narcótica com codeína ou análogos • Timpanotomia / miringotomia
  • 21. TRATAMENTO – OMA grave • Prescrever antibioticoterapia para OMA (bilateral ou unilateral) em crianças de 6 meses e mais velhas com sinais ou sintomas graves (otalgia moderada ou grave ou otalgia por pelo menos 48 h ou temperatura ≥ 39°C). – OMA bilateral leve a moderada em crianças jovens • Prescrever antibioticoterapia para OMA bilateral em crianças menores de 24 meses sem sinais ou sintomas graves (otalgia suave há menos do que 48 h e a temperatura inferior a 39°C ).
  • 22. TRATAMENTO – OMA unilateral sem gravidade em crianças jovens • Antibioticoterapia ou observação com acompanhamento rigoroso com base em decisão conjunta com os pais/cuidador para OMA unilateral em crianças de 6 meses a 23 meses de idade, sem sinais ou sintomas graves (otalgia leve há menos de 48 h, temperatura menor que 39°C). – OMA sem gravidade em crianças mais velhas • Antibioticoterapia ou observação com acompanhamento rigoroso com base em decisão conjunta com os pais/cuidador para OMA (bilateral ou unilateral) em crianças de 24 meses ou mais sem graves sinais ou sintomas (otalgia leve há menos de 48 h, temperatura menor de 39°C) . • OBS: Quando a observação é a escolha, deve-se garantir o acompanhamento e começar a terapia antibiótica se a criança piorar ou se não melhorar dentro de 48 a 72 horas do aparecimento dos sintomas.
  • 23. Terapia com ATB ou observação adicional? • “Opção da observação” para as crianças com OMA selecionadas (AAP e AAFP em 2004 ); • O início da terapia antibiótica baseado no diagnóstico seguro, com maior confiança na observação quando o diagnóstico for incerto; • A decisão da observação tomada em conjunto com os pais ou cuidador; • Deve-se garantir o acompanhamento dessa criança e a terapia deve ser iniciada se não houver garantia da reavaliação;
  • 24. • Crianças de 6 meses a 2 anos de idade com o diagnóstico de certeza, a diretriz atual indica a escolha entre antibiótico inicial ou observação das crianças com OMA unilateral e com sintomas leves Terapia com ATB ou observação adicional?
  • 25. Terapia com ATB ou observação adicional? RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO INICIAL DE OMA NÃO COMPLICADA Idade OMA com otorréia 1 OMA1 unilateral ou bilateral com sintomas severos2 OMA1 bilateral sem otorréia OMA1 Unilateral sem otorréia 6m a 2 a ATB ATB ATB ATB ou OBS >ou = 2a ATB ATB ATB ou OBS ATB ou OBS3 1- Aplica-se apenas às crianças com OMA bem documentado com elevada certeza do diagnóstico. 2- Uma criança aparentemente toxemiada, com persistente otalgia (por mais de 48 h), temperatura ≥39 °C (102,2 ° F) nas últimas 48 horas, ou se houver incerteza do retorno para reavaliação. 3- Este manejo inicial baseado na observação deve oferecer uma oportunidade para a tomada de decisão compartilhada com a família das criança (apenas categorias apropriadas para a observação adicional). Se a observação é a escolha, deve-se garantir que haja a reavaliação e iniciada terapia antibiótica caso a criança piore ou não melhore dentro de 48 a 72 h do início dos sintomas da OMA.
  • 26. Antibioticoterapia Inicial • Alta prevalência de infecção bacteriana no seguimento; • Culturas de coleções do ouvido médio: – 55%: Bactérias; – 15%: Bactérias e vírus. • Efeitos benéficos: – Ensaios clínicos randomizados e meta-análises: 14% melhora clínica; – 26% a 35% de melhora clínica em relação a placebo; – Maior benefício em OMA bilateral e OMA com otorréia; – Diminuiu duração da dor, uso de analgésico e abstenção escolar. – Prevenção de mastoidite pós-OMA (NNT= 4800).
  • 27. Observação inicial para OMA (conduta expectante) • Em crianças adequadamente selecionadas, não aumenta incidência de complicações supurativas desde que seja assegurado acompanhamento e antibioticoterapia na persistência ou agravamento dos sintomas; • Ensaios clínicos: – História natural da OMA favorável; – Aproximadamente metade das crianças menores de 3 anos melhoraram com uso de placebo;
  • 28. Antibioticoterapia x Conduta expectante • História natural auto-limitada dos casos dificulta demonstração de diferenças de eficácia; • Importância dos parâmetros de melhora: – Otoscópicos: NNT = 4 a 5 – Clínicos: NNT = 8 a 16 • McCormick et al, 2005: – Sem significância estatística entre tratamentos; – Crianças que fizeram uso de antibioticoretapia inicial foram descolonizadas em sua maioria por S pneumoniae; – Maior incidencia de S pneumoniae multiresistente em comparação com grupo controle.
  • 29. Conduta expectante • Países que incluíram a observação como opção de conduta inicial em casos selecionados: – Um terço dos casos necessitaram usar antibióticos; – Redução de 65% do uso de antibióticos e redução de eventos adversos do uso; • Decisão conjunta entre médicos e pais; • Acompanhamento rigoroso e antibiótico disponível se não houver melhora em 48 – 72h ou piora clínica.
  • 30. Conduta expectante • Parte de um manejo mais amplo que inclui: – Analgesia; – Uso de antibióticos se necessário; – Orientação dos pais: Natureza auto-limitada na maioria dos casos, efeitos adversos do uso de antibióticos; • Redução substancial das taxas de prescrição de antibióticos.
  • 31. Antibioticoterapia – Escolha adequada • Se um ATB será usado, seja como terapia inicial ou após um período de observação, o médico deverá embasar sua escolha em: ATB com alta chance de efetividade contra as principais bactérias patogênicas envolvidas na OMA, considerando: CUSTO, SABOR, CONVENIÊNCIA E EFEITOS ADVERSOS
  • 32. Antibioticoterapia – Escolha adequada • Na OMA => bactérias patogênicas + vírus respiratórios OMA é geralmente consequência de uma infecção VIRAL do trato respiratório superior, levando à INFLAMAÇÃO/DISFUNÇÃO da tuba de Eustáquio, PRESSÃO NEGATIVA na orelha média e MOVIMENTAÇÃO DE SECREÇÕES contidas no trato respiratório superior (levando vírus e bactérias patogênicas da nasofaringe para a orelha média). O QUE SIGNIFICA QUE...
  • 33. Antibioticoterapia – Escolha adequada • OS 3 PRINCIPAIS PATÓGENOS ENVOLVIDOS NA OMA SÃO: S. pneumoniae H. influenzae (não-tipável) Moraxella catarrhalis
  • 34. Antibioticoterapia – Escolha adequada • Fazendo-se uso de testes microbiológicos sensíveis, bactérias e/ou vírus podem ser detectados no fluido presente na orelha média em 96% dos casos de OMA, sendo: 66% bactérias e vírus juntos 27% apenas bactérias 4% apenas vírus
  • 35. Antibioticoterapia – Escolha adequada • O S. pneumoniae sempre foi o patógeno bacteriano mais frequentemente envolvido e isolado em casos de OMA.
  • 36. Antibioticoterapia – Escolha adequada • É POSSÍVEL PREDIZER, APENAS COM BASE EM DADOS CLÍNICOS, QUAL A BACTÉRIA PATOGÊNICA ENVOLVIDA EM UM CASO DE OMA?
  • 37. Antibioticoterapia – Escolha adequada • SUSCETIBILIDADE - Estudos mais recentes mostram que as bactérias desaparecem espontaneamente da secreção da orelha média; - Percentuais de suscetibilidade do S. pneumoniae: variam com a dosagem, se regular (83%) ou alta dose (87%) – mas isso vem caindo, dado o surgimento de maior potencial de resistência (principalmente sorotipos não vacinais)
  • 38. Antibioticoterapia – Escolha adequada • Amoxicilina é primeira escolha • Eficiência contra patógenos comuns da OMA (baixo custo, paladar aceitável e espectro de ação específico)
  • 39. Falha terapêutica • Quando antibióticos são prescritos para OMA a melhora clínica deve ser evidenciada em 48 a 72h; • Se não há melhora nesse período poderá haver uma infecção viral concomitante ou a bactéria causadora pode ser resistente ao antibiótico escolhido; • Se a criança tiver sido tratada inicialmente com amoxicilina, poderá ser usado amox/clavulanato. Aquelas que receberam amox/clav ou cefalosporina oral poderemos usar ceftriaxona IM (50mg/kg) 3 dias; • Timpanocentese e cultura da secreção da orelha média podem ser empregadas para aprimorar o diagnóstico bacteriológico e susceptibilidade antimicrobiana quando ocorrer falha. Se timpanocentese não estiver disponível, um curso de clindamicina pode ser usado.
  • 40. Duração da terapia • A duração ótima da antibioticoterapia em pacientes com OMA é incerta. A duração usual de 10 dias deriva do tratamento da faringotonsilite estreptocócica; • Vários estudos recomendam a terapia de 10 dias para crianças abaixo de 2 anos, assim como para aquelas com sintomas graves; • Para crianças de 2 a 5 anos com OMA média ou moderada intensidade 7 dias de terapia é adequado, assim como tratamento para crianças acima de 6 anos.
  • 41. ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE COM OMA - Criança com melhora clínica: acompanhamento baseado no curso clínico habitual da OMA; - Pouca evidência científica para a necessidade de reavaliar com 10-14 dias todas as crianças com OMA; - Reavaliar: crianças com sintomas graves; OMA recorrente; quando solicitado pelos pais da criança; - Persistência de efusão na orelha média (MEE/EOM) é comum (detectado por otoscopia pneumática) após a resolução dos sintomas agudos: • 60% a 70% das crianças têm MEE após 2 semanas de tratamento bem sucedido com antibiótico • 40% após 1 mês • 10% a 25% após 3 meses; - A presença de EOM sem sintomas clínicos é definida como OME (inflamação da orelha média com efusão); - OME deve ser diferenciada clinicamente da OMA pois exige acompanhamento frequente, mas não antibioticoterapia.
  • 42.  OMA recorrente: 3 ou mais episódios de OMA em 6 meses ou quatro ou mais episódios de OMA em 12 meses - Não prescrever antibióticos profiláticos para diminuir a frequência de episódios de otite média aguda em crianças com OMA recorrente. (Grau B de evidência) - Maiores chances de recorrência: inverno, sexo masculino e a exposição passiva ao cigarro sintomas que duram mais de 10 dias - Metade das crianças com menos de 2 anos tratados por OMA vai experimentar uma recorrência dentro de 6 meses.  Antibioticoprofilaxia - Antibióticos a longo prazo e baixa dose para evitar novos episódios em crianças com OMA recorrente. - Revisão Cochrane 2006: profilaxia impediu 1,5 episódios de otite média aguda por ano Ensaios controlados por placebo: diminuição de 0,09 episódios por mês na freqüência de OMA Efeito para crianças com 6 ou mais episódios no ano anterior, somente enquanto o antibiotico estava sendo dado - Teele (Placebo x Antibioticoprofilaxia): SEM diferença em recorrências de OMA ou persistência de OME - Pequena redução na frequência de OMA com profilaxia de longo prazo X Custo-benéfício da profilaxia (efeitos adversos dos antibióticos, reação alérgica, principalmente, e as consequências do trato gastrointestinal, como diarreia; e sua contribuição para o aparecimento de resistência bacteriana.) ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE COM OMA
  • 43.  Cirurgia para OMA recorrente (OMR) - Uso de tubos de ventilação controverso ,mas amplamente utilizado *Literatura escassa *Falta de consenso entre os otorrinos para o papel da cirurgia **Pesquisa com otorrinos canadenses: criança hipotética de 2 anos, OMR, sem MEE persistente ou dificuldade de ouvir ***Realiza a cirurgia? 40% disseram que "nunca“ 30% disseram que iriam "às vezes“ 30% disseram que fariam "Muitas vezes ou sempre" - Três ensaios clínicos randomizados compararam o número de episódios de otite média aguda após colocação de tubo de ventilação ou não cirurgia: 2 encontraram melhoria do número de episódios de OMA após tubo de ventilação durante 6 meses de acompanhamento - Um estudo distribuiu aleatoriamente crianças com OMA recorrente nos grupos que receberam placebo, amoxicilina, profilaxia ou tubos de ventilação e os acompanharam por 2 anos: Antibióticos profiláticos reduziram a taxa de AOM Sem alterações com tubo de ventilação e o placebo - Revisão Cochrane: Tubo de ventilação reduziu o número de episódios de OMA em 1,5 episódios nos 6 meses após a cirurgia - Estudo multicêntrico, observacional, não randomizado: grandes melhorias na qualidade de vida (instrumento que mede domínios psicossociais do sofrimento físico, perda auditiva, comprometimento da fala, sofrimento emocional, limitação de atividade e preocupações do cuidador que estão associados com a infecção da orelha) - BENEFÍCIOS DO TUBO DE VENTILAÇÃO DEMONSTRADOS EM POPULAÇÕES MISTAS DE CRIANÇAS (OMA RECORRENTE E OME) ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE COM OMA
  • 44. - Além do custo, a inserção de tubos de ventilação está associada com um pequeno risco cirúrgico e anestésico. - Revisão de protocolos para minimizar o risco operatório => Não relata grandes complicações, como perda de audição sensorineural, lesão vascular ou interrupção da cadeia ossicular em 10 000 inserções de tubo realizadas => Complicações menores: lágrimas na MT ou tubos deslocados no ouvido médio foram observadas em 0,016% dos casos => Sequelas a longo prazo devido ao tubo de ventilação são alterações estruturais na MT: timpanosclerose, bolsa de retração, e perfuração crônica *Uma meta-análise encontrou timpanosclerose em 32% dos pacientes após a colocação de tubos de ventilação e perfuração crônica em 2,2% dos pacientes que tiveram tubos de curto prazo e 16,6% dos pacientes com tubos a longo prazo. - Adenoidectomia isolada não deve ser usada para a prevenção da otite média aguda, mas pode ter benefício quando realizado com a colocação de tubo de ventilação anterior na OME. ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE COM OMA
  • 45. CONCLUSÕES - Mudanças nas Diretrizes • Vacina antipneumocócica – MA: redução 29% OMA por pneumococos e 5-7% por todas as causas, para crianças < 2 anos – Nº consultas por OMA caiu 40% • Vacina Antiinfluenza – OMA x IVAS por vírus: redução de 30-55% da incidência em meses frios! – Indicada para todas as crianças <2 anos nos EUA
  • 46. • Leite Materno Exclusivo – Até os 4-6 meses: reduz incidência e recorrência de OMA • Mudança Estilo de Vida – Tabagismo passivo, uso de chupetas e mamadeiras antes dos 6 meses: aumento incidência e recorrência • Xylitol – Chicletes e xaropes: reduz 25% na incidência! Porém não são seguros para <2 anos. Não recomendados. CONCLUSÕES - Mudanças nas Diretrizes
  • 47. • Diagnóstico – Padrão Ouro? – Timpanocentese? – Timpanometria? – Vizualização direta? • Antibióticos – Primeira Linha: Amoxicilina (apesar da associação com clavulanato aumentar espectro, C/B é pior) – Falta de estudos para comparar drogas – Fatores de risco? • Recorrência: Antibioticoprofilaxia? • Prevenção: Vacinas. LME. MEV? CONCLUSÕES - Mudanças nas Diretrizes
  • 49. FIM

Hinweis der Redaktion

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  2. Não há uma correlação consistente dos sintomas com o diagnóstico inicial de OMA (crianças pré-verbais). Diretriz atual: critérios rigorosos de diagnóstico à otoscopia Médicos devem estar cientes de que as crianças com OMA podem apresentar dor de ouvido intensa de início recente e eritema da MT como único achado à otoscopia.
  3. Poucos estudos relacionam achados da otoscopia (OMA) com timpanocentese Karma et al: melhor e único estudo dos achados à otoscopia em AOM Diagnóstico baseado apenasem sintomas de OMA + presença de EOM Logo, sintomas respiratórios superiores por infecção aguda + EOM OMA A comissão reconheceu que há uma progressão da EOM para o abaulamento da MT.
  4. Poucos estudos relacionam achados da otoscopia (OMA) com timpanocentese Karma et al: melhor e único estudo dos achados à otoscopia em AOM Diagnóstico baseado apenas em sintomas de OMA + presença de EOM Logo, sintomas respiratórios superiores por infecção aguda + OME OMA
  5. Valioso também é uma cabeça cirúrgica, o que facilita muito a limpeza de cerúmen do conduto auditivo externo de uma criança. Cerume pode ser removido usando uma cureta, sucção suave, ou irrigação. O otoscópio pneumático deve ter uma fonte de luz de brilho suficiente e um selo estanque ao ar, que permite a aplicação de pressão positiva e negativa. Em geral, espéculos não descartáveis obtém uma melhor vedação com menos dor por causa de uma borda mais espessa, mais lisa e melhores propriedades de transmissão de luz. O tamanho do espéculo deve ser escolhido cuidadosamente para vedar a parte exterior do canal auditivo externo. A otoscopia pneumática permite avaliar o contorno da TM (normal, retraído, cheio, abaulamento), sua cor (cinza, amarelo, rosa, laranja, branco, vermelho, azul), sua translucidez (translúcido, semi-opaca, opaca), e sua mobilidade (normal, aumentada, diminuída, ausente). A TM normal é transparente, perolado cinza, e tem uma aparência de vidro fosco
  6. Acetaminofeno, ibuprofeno: Analgesia eficaz para dor leve a moderada. Prontamente disponíveis. Esteio do tratamento da dor por OMA. Remédios caseiros (nenhum estudo controlado que trata diretamente da eficácia): Distração A aplicação externa de calor ou frio Gotas de óleo no canal auditivo externo Agentes tópicos: Benzocaína, procaína, lidocaina - adicionais, mas breve, benefícios sobre o acetominofem em pacientes com mais de 5 anos. Agentes naturopata - Comparável a gotas de Amethocaine / fenazona em pacientes com mais de 6 anos. Agentes Homeopática - não há estudos controlados que abordam diretamente a dor. Analgesia narcótica com codeína ou análogos - Eficaz para a dor moderada ou grave. Requer prescrição; risco de depressão respiratória, alteração do estado mental, irritação do trato gastrointestinal, e prisão de ventre. Timpanotomia / miringotomia - requer habilidade e implica risco potencial.
  7. Em contraste com a diretriz anterior de OMA, que recomendava antibioticoterapia para todas as crianças de 6 meses a 2 anos de idade com o diagnóstico de certeza
  8. Depois ele passa a citar vários estudos, mostrando situações em que hora o ATB foi melhor, horas ele não teve grande impacto. Mas na verdade é o desmembramento dessa tabela. Por exemplo, concluir que para OMA+otorréia não tem o que pensar, a terapia teve vantagens!
  9. Não houve muitas modificações neste guideline comparado ao guideline de 2004, ainda que tenha surgido a vacina anti-pneumocócica 7-valente e ainda que novos estudos relacionados à suscetibilidade dos principais patógenos da OMA tenham sido realizados. O que foi adicionado, na verdade, foram informações mais intensas quanto à questão da alergia infantil às penicilinas, bem como o aumento de pneumococos multiresistentes.
  10. *Estudos feitos com protocolos microbiológicos menos sensíveis têm mostrado resultados menos positivos para bactérias e muito menos positivos para vírus *A proporção de casos de OMA com isolamento de bactérias patogênicas no fluido da orelha média varia na dependência das técnicas microbiológicas para detecção empregadas – alguns estudos mostram taxas de detecção menores, outro maiores. O FATO É QUE o que se viu foi, na verdade, que, usando critérios microbiológicos apropriados e com técnicas mais sensíveis e específicas, a GRANDE MAIORIA dos casos de OMA apresentará bactérias patogênicas envolvidas, sozinhas ou em conjunto com patógenos virais.
  11. Nos primeiros anos seguintes à introdução da PCV7 (vacina anti-pneumocócica 7-valente), o H. influenzae tornou-se o patógeno mais isolado nos casos de OMA, ultrapassando o estrepto. Pouco tempo depois, sorotipos de estreptococo não cobertos pela vacina 7-valente começaram a ser descritos. Começaram a surgir também cepas de estreptococo altamente resistentes, que também começaram a ser isoladas nas culturas das secreções. Assim sendo, o que os estudos mais recentes demonstraram foi que: com o advento da vacina, as cepas de estrepto cobertas pela PCV7 praticamente desapareceram das secreções de orelha média das crianças com OMA, enquanto houve um aumento expressivo no isolamento de sorotipos de estrepto não cobertos pela vacina, o que fez com que a porcentagem de isolamento de H. influenzae não superasse o estrepto, mas apenas se igualasse, já que, apesar de algumas cepas de estrepto terem sumido das secreções, outras surgiram com grande intensidade, igualando o percentual de isolamento dos patógenos supracitados, sendo as cepas de estrepto agora isoladas com alto poder de resistência aos antibióticos (baixíssima suscetibilidade). A que se deve isso? Percebeu-se que a colonização nasofaringea das crianças imunizadas continuou apresentando estrepto, sem mudanças em comparação às crinças não-imunizadas. Entretanto, essas cepas que continuaram a colonizar a nasofaringe dessas crianças condizem com cepas de sorotipos não abrangidos pela vacina, isto é, os sorotipos de estrepto que continuaram a ser os principais causadores de OMA msm depois do advento da vacina, sendo que agora mais resistentes. Com o advento da PCV13, esse cenário continuará a evoluir.
  12. *OS ESTUDOS AINDA NÃO MOSTRAM RESULTADOS CONFIÁVEIS PARA QUE TAL ASSOCIAÇÃO TENHA REALMENTE VALOR (ASSOCIAÇÃO CLÍNICA-PATÓGENO). O QUE SE SABE É QUE, P. EX., QUANDO HÁ ENVOLVIMENTO DO S. pyogenes, GERALMENTE OS CASOS DE OMA SÃO EM CRIANÇAS MAIS VELHAS, E HÁ UM MAIOR GRAU DE DE INFLAMAÇÃO DA ORELHA MÉDIA E DA MEMBRANA TIMPÂNICA, UMA MAIOR FREQUENCIA DE RUPTURA ESPONTÂNEA DA MT, E PROGRESSÃO MAIS FREQUENTE PARA MASTOIDITE, EM COMPARAÇÃO A CASOS DE OMA CAUSADOS POR OUTROS PATÓGENOS. O QUE DÁ P FAZER É, EM ALGUMAS SITUAÇÕES ESPECÍFICAS, PREVER QUAL O PATÓGENO (CASOS DE MIRINGITE BOLHOSA – envolvimento de micoplasma / CASOS DE ASSOCIAÇÃO ENTRE OTITE E CONJUNTIVITE – geralmente h. influenzae não-tipável) *EM SE TRATANDO DE ESTREPTO E HEMÓFILOS INFLUENZAE, OS ESTUDOS AINDA NÃO APRESENTAM RESULTADOS MTO CONCRETOS, MAS O QUE SE VÊ ATÉ AGORA É QUE OS SINAIS E SINTOMAS DE OMA (FEBRE, OTALGIA, ABAULAMENTO DA MT) PARECEM SER MAIS SEVEROS EM CASOS CAUSADOS POR ESTREPTO COMPARATIVAMENTE A CASOS DE OMA CAUSADOS POR HEMÓFILOS, BEM COMO POR OUTROS PATÓGENOS.
  13. *Foram mostrados casos em que houve desaparecimento espontâneo das bactérias da secreção de orelha média de crianças com OMA, que não usaram ATB, em cerca de 2-7 dias (foi feita uma segunda timpanocentese nesses pacientes, não evidenciando mais as bactérias). Mesmo em casos de OMA causada por moraxella catarhallis, em crianças tratados com amoxicilina, um ATB que NÃO COBRE moraxella, as bactérias desapareceram da secreção – ATENTAR PARA A REAL NECESSIDADE DE USO DE ATB EM CASOS DE OMA, PARA NÃO AUMENTAR A INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA. *Dose regular: 40 mg/kg/dia; alta dose: 80-90 mg/kg/dia. Altas doses são mais eficazes para cobrir as atuais cepas de estrepto altamente resistentes à antibioticoterapia (sorotipos não vacinais). Os estudos mostram erradicação maior do patógeno, em 4-6 dias, na secreção da orelha média de pacientes com OMA (ERRADICAÇÃO DE 96%), com o uso de ALTAS DOSES DE AMOXI, comparando ao uso inclusive de azitromicina. Espera-se q a PCV13 venha a diminuir a necessidade de uso de ALTAS DOSES, já que vai combater alguns dos sorotipos multiresistentes que hj são os principais vilões da OMA. *Qto aos hemófilos, 58-82% das cepas isoladas nas secreções da orelha média de pctes com OMA ainda são suscetíveis a doses de amoxicilina que variam de regular a altas doses, mas os estudos com hemófilos não permitem muita comparação porque as diferenças geograficas e epidemiologicas dos lugares onde os diversos estudos com hemófilos foram realizados impedem isso. E quanto à moraxella, 100% das cepas isoladas são produtoras de beta-lactamase, MAS CONTINUAM SUSCETÍVEIS À AMOXI-CLAVULANATO. Como os casos de OMA por moraxella raramente evoluem para mastoidite aguda ou infecção intracraniana, a primeira linha continua a ser o uso de penicilina (dada a resolução clínica com o uso de amoxi-clavulan, msm as bactérias sendo produtoras de beta-lactamase). Entretanto, esse uso de ATB como 1ª linha para casos de moraxella como causa isolada tem mudado, já que pode ser q a resolução clínica nessas circunstancias ocorra msm sem o ATB, já que, como dito, ocorre resolução da OMA usando-se um ATB que, na realidade, nem cobre moraxella.
  14. Em crianças que fizeram uso de Amoxicilna nos últimos 30 dias, crianças com conjuntivite associada e aquelas que fizeram tratamento com cobertura para H. influenzae B-lactamase + ou M. catarrhalis devem iniciar terapia com amox/clavulanato em alta dose. (90 mg/kg/dia de amoxicillina, com 6.4 mg/kg/dia de clavulanato, uma razão de 14:1, dividido em 2 doses)