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Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(102).


CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NA ESCOLA

De Marco, CLST. O aluno com síndromede de Asperger em sala de aula. Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(102):63-5.




O aluno com síndrome de asperger em sala de aula
                                                            Pedagoga, Psicóloga, Pós-graduada em Terapia Familiar Sistêmica (PUC/SP), Especialis-
carmem lydia da silva t. de marco                           ta em Psicologia Escolar e Clínica (CRP), Diretora do Colégio Pauliceia e Projeto de
                                                            Trabalho Integrado, São Paulo, SP.

                                                            CORRESPONDÊNCIA
                                                               Carmem Lydia da Silva Trunci de Marco
                                                               direcao@colegiopauliceia.com.br



RESUMO
   O ALUNO COM SÍNDROME DE ASPERGER EM SALA DE AULA: Neste artigo se enfatizam características da síndrome de Asper-
   ger relevantes para a escolarização de alunos com essa condição. Discorre-se sobre o papel da escola no atendimento às necessi-
   dades educacionais especiais de alunos com essa síndrome, bem como são listadas orientações aos professores que tenham em
   sua sala de aula alunos com a síndrome de Asperger. Enfatiza-se tanto o papel da família quanto o vínculo família-escola para o su-
   cesso da escolarização desses alunos.
   Descritores: Síndrome de Asperger, Inclusão escolar, Necessidades educacionais especiais.

ABSTRACT
   THE STUDENT WITH ASPERGER’S SYNDROME IN THE CLASSROOM: Characteristics of Asperger’s syndrome relevant for the
   school inclusion of students with such condition are emphasized in this paper. The role of the school for attending the special educa-
   tional needs of students with this syndrome is discussed, and orientations to teachers are listed. The role of the family and the im-
   portance of the family-school bond of union are emphasized for the success of the school inclusion of students with Asperger’s syn-
   drome.
   Keywords: Asperger’s syndrome, Inclusion, Special educational needs.



    O autismo é considerado um transtorno do desenvol-                     A SA é um quadro de alta funcionalidade no qual se
vimento de base neurobiológica, caracterizado por quadro               constatam alterações nas três áreas de desenvolvimento
comportamental peculiar. As características básicas são                observadas nos quadros autísticos. São pessoas com
anormalidades qualitativas e quantitativas que, embora                 habilidades cognitivas extremamente irregulares, nas
muito abrangentes, afetam de forma mais evidente as                    quais convivem expoentes de memória repetitiva e habili-
áreas da interação social, da comunicação e do compor-                 dades visuais com profundos déficits de senso comum e
          1
tamento .                                                              de julgamento. Chama atenção a rigidez e a resistência a
    Os estudos atuais complementam e refinam, mas não                  mudanças, os comportamentos repetitivos (estereotipias) e
alteram de modo fundamental, a descrição desse transtor-               o discurso incomum. Observa-se falta de interesse espon-
no do desenvolvimento feita por Kanner e Asperger há                   tâneo em dividir experiências e falta de reciprocidade soci-
seis décadas. O autismo é uma síndrome de gravidade                    al, alguns padrões de comportamentos repetitivos e este-
variável e de consequências cognitivas e comportamentais               reotipados, inflexibilidade para mudanças de rotinas, com
                     2
bastante irregulares .                                                 a presença ou não de rituais não funcionais. No geral,
    Muito embora não conste de nenhuma classificação ofi-              tendem ao isolamento social com expressiva falta de habi-
cial, o termo Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) tem              lidade para interagir. Essa inabilidade social advém da
sido amplamente utilizado para se referir a três dessas                incapacidade de reconhecer de maneira suficiente o pen-
condições que têm aspectos em comum: o autismo infantil                samento dos outros, impedindo-os de ter uma postura
(AI), a Síndrome de Asperger (SA) e o Transtorno Global do             empática (teoria da mente).
                                                         1
Desenvolvimento sem Outra Especificação (TGD-SOE) .                        As pessoas com SA apresentam nível intelectual médio
Vamos nos ater, neste artigo, à síndrome de Asperger (SA),             ou acima da média, fala e linguagem peculiares, superfici-
condição que ocorre com variações expressivas de níveis                almente perfeitas em expressão, embora com alterações
de severidade.                                                         de prosódia, timbre, tom e altura de voz, com falhas de
                                                                       compreensão, incluindo interpretações literais. No nível de
                                                                       comunicação não verbal apresentam uso limitado de ges-



                                                                                                                                             63
Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(102).


tos, linguagem corporal desajustada, expressão facial            Pensar na modificação do comportamento é pensar na
limitada ou imprópria, olhar fixo, peculiar e dificuldade para   modificação do ambiente. Aprender é sempre assim! A
proximidade física. Geralmente apresentam interesses             diferença é que, para esses indivíduos, o processo de
obsessivos por áreas específicas. É comum observar-se            generalização, preservado nas pessoas com comporta-
                                                        1
presença de hiperlexia ou memória para calendários .             mento típico, não existe espontaneamente; logo, é preciso
                                                                 partir da habilidade a ser ensinada em pedacinhos e, as-
O papel da escola                                                sim, construir a nova aprendizagem.
                                                                      Pensar educação de forma a promover uma inclusão
    Considerando que se encontra documentado e aceito            com resultados é uma tarefa altamente desafiadora. Ima-
que houve uma escalada na taxa de diagnóstico de autis-          ginar que isso possa ocorrer numa mesma classe com
                               2
mo nas últimas duas décadas , a escola tem que se posi-          muitos alunos e preocupações conteudistas é no mínimo
cionar quanto ao atendimento dessas crianças. Observem           ingênuo.
bem: se uma única criança com essa condição chegar a                  Nesse sentido, defendo a manutenção de uma classe
qualquer escola, ela deve ser bem cuidada. No entanto,           com menor número de alunos, onde os educadores envol-
estatisticamente é provável que muitas cheguem a todas           vidos estudem essas questões e promovam os ajustes
as escolas.                                                      educacionais / comportamentais necessários. Essa classe
    Pensando nesse aspecto é importante refletir sobre a         é composta por alunos que possam ter suas necessidades
forma como as crianças aprendem, como as escolas ensi-           educacionais especiais atendidas, constituindo-se um
nam e o que ensinam, onde se pretende chegar e como              sistema efetivo de aprendizagem contínua. Mesmo em
organizar o currículo, a proposta pedagógica, os professo-       classes com essa característica, algumas vezes é neces-
res e a escola como um todo para desempenhar o seu               sária a presença de AP (atendimento personalizado), situ-
papel com os alunos que apresentam essa condição.                ação em que mais um educador, treinado nos princípios
    Quando pensamos em um programa educacional para              da Análise do Comportamento, estará trabalhando com
indivíduos com TEA, devemos nos preocupar em auxiliá-los         alunos com TEA que necessitem de apoio específico.
a adquirir habilidades funcionais e, assim, desenvolver seu      Essa estratégia tem sido utilizada sempre que os padrões
potencial e minimizar comportamentos mal adaptativos que         de comportamento aberrantes impeçam o aproveitamento
possam interferir na sua aprendizagem. Essas duas ques-          pedagógico almejado.
tões caminham sempre juntas. A escolarização desses                   Esse programa exige da escola um plano de trabalho
alunos requer dos educadores atenção diferenciada. O             multidisciplinar, realmente individualizado, a fim de atenuar
plano de trabalho a ser seguido deve ser multidisciplinar e      os déficits de habilidades, aumentar o controle comporta-
individualizado. Nosso principal objetivo será obter mudan-      mental e garantir resultados satisfatórios. É importante
ças comportamentais funcionais que se generalizem.               contar com uma equipe composta de psicólogos especia-
    O êxito do programa depende de uma avaliação                 listas em Análise do Comportamento, fonoaudiólogos
abrangente do planejamento coordenado dos aspectos               escolares, terapeutas ocupacionais e professores habilita-
médicos, psicológicos, terapêuticos auxiliares e educacio-       dos treinados nessa metodologia e envolvidos com seus
nais. Os serviços devem ser centralizados no indivíduo e         alunos e com os resultados a serem obtidos.
em sua família, e todos devem estar orientados em uma
mesma direção.                                                   Orientando os professores
    Resultados satisfatórios têm sido obtidos a partir da
Análise do Comportamento Aplicada, sob o foco da Teoria              O primeiro passo é preparar o professor fornecendo-
do Desenvolvimento, e utilizando os princípios do ensino         lhe a possibilidade de compreender o que acontece com o
estruturado. Uma boa avaliação de repertório nos dará a          seu aluno. É útil explicar as características da síndrome,
linha de base da qual partiremos para estruturarmos os           fazendo-o entender que, apesar do quadro, cada criança /
programas.                                                       jovem / adulto é único, e que cabe a nós organizarmos o
    O currículo a ser desenvolvido deve ser abrangente,          ambiente para que ele (o aluno) possa se aproximar do
funcional e manter uma sequência estruturada, dentro de          que esperamos dele. Nesse sentido, é fundamental orien-
um ambiente de ensino que ofereça oportunidade de aqui-          tá-lo (o professor) a partir dos princípios da Análise do
sição e generalização das habilidades trabalhadas, com           Comportamento, de forma a ensiná-lo a realizar uma ava-
previsibilidade e rotina. O programa deve prever o plane-        liação de contingências (análise funcional) dos comporta-
jamento da transição para outros contextos e o envolvi-          mentos disruptivos, além de preparar sequências de ensi-
mento da família.                                                no adequadas.
    O que é o aprendizado nesses casos? É a modificação              É importante que tenhamos boa avaliação de repertório
do comportamento a partir da qual o indivíduo passará a          para que, a partir dela, possamos construir uma linha de
dar respostas diferentes das que dava inicialmente. Ora!         base para os programas almejados. A inclusão se efetiva


64
Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(102).


na metodologia e no currículo. O próximo passo será o         técnico que o preparasse para o passo seguinte, que seria
ajuste curricular. Devemos aproximá-lo do ponto em que o      buscar formação específica para desenvolvimento de
aluno está e buscar novas aquisições, preferencialmente       games. É importante salientar a participação intensa da
                                      3
utilizando a aprendizagem sem erro , e é útil trabalharmos    família tanto ao nível de apoio afetivo / comportamental
a partir do centro de interesse do aluno.                     quanto na área técnica, uma vez que o pai domina esse
     Temos obtido bons resultados com o aproveitamento        repertório. Após seis meses de programa, o aluno foi
desses interesses, às vezes obsessivos e disfuncionais no     aprovado para ingresso à universidade, e hoje cursa a
trabalho pedagógico. Isso exige uma programação criteri-      Faculdade de Tecnologia em Jogos Digitais no Senac.
osamente estruturada que associe essas questões ao todo       Mantém todas as características do quadro, tem necessi-
pedagógico a ser ensinado.                                    tado alguns ajustes, mas permanece firme em seu interes-
     Para as questões comportamentais aberrantes, temos       se que está se tornando funcional.
utilizado registros de frequência e análise funcional do
comportamento com a introdução do reforçamento dife-          Considerações finais
rencial. Em geral, essas estratégias envolvem a presença
de AP.                                                            Apesar das inúmeras dificuldades, é possível oportuni-
     Programas que contemplam diversos talentos (como         zar ao aluno com síndrome de Asperger uma escola ade-
música, teatro, dança, desenho, informática e academia de     quada, que tenha como objetivo ajudar indivíduos com
ginástica) têm se mostrado bastante eficientes para alguns    esse transtorno a adquirir habilidades funcionais e concre-
alunos. Citamos, como exemplo, o caso do aluno L, con-        tizar seu potencial assim como a reduzir a frequência de
cluinte do Ensino Médio alternativo no Colégio Pauliceia      comportamentos mal adaptativos que possam interferir no
em 2010, onde obteve muito sucesso por frequentar clas-       seu desempenho.
ses com menor número de alunos, professores especialis-           Para que isso efetivamente ocorra é preciso um trata-
tas de área acompanhados por professor tutor, adequação       mento multidisciplinar e individualizado. Dessa maneira, é
curricular e estímulo direcionado ao seu centro de interes-   possível atenuar os déficits de habilidades, aumentar o
se. L apresentava alteração significativa no padrão intera-   controle comportamental e garantir resultados satisfatórios
tivo, comunicação peculiar com presença de estereótipos       a médio e longo prazo.
(como manter ouvidos tamponados pelos dedos e olhos               Intervenções educacionais precoces, orientadas de
fechados), grande inflexibilidade para mudança de rotinas,    modo comportamental e associadas a terapias reabilitado-
e interesses específicos, no caso conteúdos relacionados      ras suplementares cientificamente comprovadas, e acom-
a “ninjas” (incluindo que se dizia um) e à informática. Ao    panhamento farmacológico adequado (quando necessá-
longo do seu processo escolar, o aluno recebeu estimula-      rio), nos parecem o melhor caminho. Ainda assim, há
ção nas diferentes áreas de estudo com currículo adapta-      diferenças individuais bastante grandes na resposta ao
do, construído a partir das suas aquisições. O assunto        tratamento.
“ninja” virou um excelente programa na academia de gi-            Devemos buscar atividades que se mostrem prazerosas
nástica mantida pelo colégio, que muito favoreceu o seu       para esses alunos e torná-las reforçadores poderosos. Tais
desenvolvimento. Quanto à questão da informática, L           atividades quase sempre estão associadas a interesses
sempre demonstrou interesse. Com 7-8 anos já era bem          específicos que podem, assim, se transformar em algo
ativo. Segundo relato da mãe, frequentava fóruns de deba-     funcional.
te e, embora não soubesse o idioma inglês, se interessava         Finalizando, deve-se salientar a importância da partici-
tanto pelos conteúdos que conseguia se comunicar. Ao          pação da família. É preciso um programa contínuo de
chegar à escola em 2008, no 1º ano do Ensino Médio, era       orientação de pais e cuidadores, baseado nos princípios
um excelente usuário de informática e atento jogador de       da Análise do Comportamento, buscando o alinhamento
games. No final do 3º ano, ficou bem claro para nós e para    entre Lar e Escola, fundamental para a evolução do aluno.
ele que, além de jogar, L queria desenvolver games. Nes-
sa altura do processo, nossos professores na área de          Referências
informática já haviam ensinado o que sabiam a ele. No
ano seguinte à conclusão do Ensino Médio, propusemos          1. Schwartzman JS, Araújo CA. Transtornos do Espectro do Autismo. São
                                                              Paulo: Memnon; 2011.
um projeto especifico para L. Esse projeto envolvia áreas
                                                              2. Tuchman R. Autismo: Abordagem neurobiológica. Porto Alegre: Artmed;
pedagógicas que o preparariam para o vestibular e uma         2009.
professora que, no caso, era uma arquiteta pós-graduada       3. Sidman M. Aprendizagem sem erros e sua importância para o ensino do
em educação especial e com repertório necessário para         deficiente mental. Psicologia 1985; 11(3):1-15.
ministrar aulas que o levassem a adquirir instrumental




                                                                                                                                 65

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Aluno com Síndrome de Asperger na Sala de Aula

  • 1. Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(102). CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NA ESCOLA De Marco, CLST. O aluno com síndromede de Asperger em sala de aula. Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(102):63-5. O aluno com síndrome de asperger em sala de aula Pedagoga, Psicóloga, Pós-graduada em Terapia Familiar Sistêmica (PUC/SP), Especialis- carmem lydia da silva t. de marco ta em Psicologia Escolar e Clínica (CRP), Diretora do Colégio Pauliceia e Projeto de Trabalho Integrado, São Paulo, SP. CORRESPONDÊNCIA Carmem Lydia da Silva Trunci de Marco direcao@colegiopauliceia.com.br RESUMO O ALUNO COM SÍNDROME DE ASPERGER EM SALA DE AULA: Neste artigo se enfatizam características da síndrome de Asper- ger relevantes para a escolarização de alunos com essa condição. Discorre-se sobre o papel da escola no atendimento às necessi- dades educacionais especiais de alunos com essa síndrome, bem como são listadas orientações aos professores que tenham em sua sala de aula alunos com a síndrome de Asperger. Enfatiza-se tanto o papel da família quanto o vínculo família-escola para o su- cesso da escolarização desses alunos. Descritores: Síndrome de Asperger, Inclusão escolar, Necessidades educacionais especiais. ABSTRACT THE STUDENT WITH ASPERGER’S SYNDROME IN THE CLASSROOM: Characteristics of Asperger’s syndrome relevant for the school inclusion of students with such condition are emphasized in this paper. The role of the school for attending the special educa- tional needs of students with this syndrome is discussed, and orientations to teachers are listed. The role of the family and the im- portance of the family-school bond of union are emphasized for the success of the school inclusion of students with Asperger’s syn- drome. Keywords: Asperger’s syndrome, Inclusion, Special educational needs. O autismo é considerado um transtorno do desenvol- A SA é um quadro de alta funcionalidade no qual se vimento de base neurobiológica, caracterizado por quadro constatam alterações nas três áreas de desenvolvimento comportamental peculiar. As características básicas são observadas nos quadros autísticos. São pessoas com anormalidades qualitativas e quantitativas que, embora habilidades cognitivas extremamente irregulares, nas muito abrangentes, afetam de forma mais evidente as quais convivem expoentes de memória repetitiva e habili- áreas da interação social, da comunicação e do compor- dades visuais com profundos déficits de senso comum e 1 tamento . de julgamento. Chama atenção a rigidez e a resistência a Os estudos atuais complementam e refinam, mas não mudanças, os comportamentos repetitivos (estereotipias) e alteram de modo fundamental, a descrição desse transtor- o discurso incomum. Observa-se falta de interesse espon- no do desenvolvimento feita por Kanner e Asperger há tâneo em dividir experiências e falta de reciprocidade soci- seis décadas. O autismo é uma síndrome de gravidade al, alguns padrões de comportamentos repetitivos e este- variável e de consequências cognitivas e comportamentais reotipados, inflexibilidade para mudanças de rotinas, com 2 bastante irregulares . a presença ou não de rituais não funcionais. No geral, Muito embora não conste de nenhuma classificação ofi- tendem ao isolamento social com expressiva falta de habi- cial, o termo Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) tem lidade para interagir. Essa inabilidade social advém da sido amplamente utilizado para se referir a três dessas incapacidade de reconhecer de maneira suficiente o pen- condições que têm aspectos em comum: o autismo infantil samento dos outros, impedindo-os de ter uma postura (AI), a Síndrome de Asperger (SA) e o Transtorno Global do empática (teoria da mente). 1 Desenvolvimento sem Outra Especificação (TGD-SOE) . As pessoas com SA apresentam nível intelectual médio Vamos nos ater, neste artigo, à síndrome de Asperger (SA), ou acima da média, fala e linguagem peculiares, superfici- condição que ocorre com variações expressivas de níveis almente perfeitas em expressão, embora com alterações de severidade. de prosódia, timbre, tom e altura de voz, com falhas de compreensão, incluindo interpretações literais. No nível de comunicação não verbal apresentam uso limitado de ges- 63
  • 2. Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(102). tos, linguagem corporal desajustada, expressão facial Pensar na modificação do comportamento é pensar na limitada ou imprópria, olhar fixo, peculiar e dificuldade para modificação do ambiente. Aprender é sempre assim! A proximidade física. Geralmente apresentam interesses diferença é que, para esses indivíduos, o processo de obsessivos por áreas específicas. É comum observar-se generalização, preservado nas pessoas com comporta- 1 presença de hiperlexia ou memória para calendários . mento típico, não existe espontaneamente; logo, é preciso partir da habilidade a ser ensinada em pedacinhos e, as- O papel da escola sim, construir a nova aprendizagem. Pensar educação de forma a promover uma inclusão Considerando que se encontra documentado e aceito com resultados é uma tarefa altamente desafiadora. Ima- que houve uma escalada na taxa de diagnóstico de autis- ginar que isso possa ocorrer numa mesma classe com 2 mo nas últimas duas décadas , a escola tem que se posi- muitos alunos e preocupações conteudistas é no mínimo cionar quanto ao atendimento dessas crianças. Observem ingênuo. bem: se uma única criança com essa condição chegar a Nesse sentido, defendo a manutenção de uma classe qualquer escola, ela deve ser bem cuidada. No entanto, com menor número de alunos, onde os educadores envol- estatisticamente é provável que muitas cheguem a todas vidos estudem essas questões e promovam os ajustes as escolas. educacionais / comportamentais necessários. Essa classe Pensando nesse aspecto é importante refletir sobre a é composta por alunos que possam ter suas necessidades forma como as crianças aprendem, como as escolas ensi- educacionais especiais atendidas, constituindo-se um nam e o que ensinam, onde se pretende chegar e como sistema efetivo de aprendizagem contínua. Mesmo em organizar o currículo, a proposta pedagógica, os professo- classes com essa característica, algumas vezes é neces- res e a escola como um todo para desempenhar o seu sária a presença de AP (atendimento personalizado), situ- papel com os alunos que apresentam essa condição. ação em que mais um educador, treinado nos princípios Quando pensamos em um programa educacional para da Análise do Comportamento, estará trabalhando com indivíduos com TEA, devemos nos preocupar em auxiliá-los alunos com TEA que necessitem de apoio específico. a adquirir habilidades funcionais e, assim, desenvolver seu Essa estratégia tem sido utilizada sempre que os padrões potencial e minimizar comportamentos mal adaptativos que de comportamento aberrantes impeçam o aproveitamento possam interferir na sua aprendizagem. Essas duas ques- pedagógico almejado. tões caminham sempre juntas. A escolarização desses Esse programa exige da escola um plano de trabalho alunos requer dos educadores atenção diferenciada. O multidisciplinar, realmente individualizado, a fim de atenuar plano de trabalho a ser seguido deve ser multidisciplinar e os déficits de habilidades, aumentar o controle comporta- individualizado. Nosso principal objetivo será obter mudan- mental e garantir resultados satisfatórios. É importante ças comportamentais funcionais que se generalizem. contar com uma equipe composta de psicólogos especia- O êxito do programa depende de uma avaliação listas em Análise do Comportamento, fonoaudiólogos abrangente do planejamento coordenado dos aspectos escolares, terapeutas ocupacionais e professores habilita- médicos, psicológicos, terapêuticos auxiliares e educacio- dos treinados nessa metodologia e envolvidos com seus nais. Os serviços devem ser centralizados no indivíduo e alunos e com os resultados a serem obtidos. em sua família, e todos devem estar orientados em uma mesma direção. Orientando os professores Resultados satisfatórios têm sido obtidos a partir da Análise do Comportamento Aplicada, sob o foco da Teoria O primeiro passo é preparar o professor fornecendo- do Desenvolvimento, e utilizando os princípios do ensino lhe a possibilidade de compreender o que acontece com o estruturado. Uma boa avaliação de repertório nos dará a seu aluno. É útil explicar as características da síndrome, linha de base da qual partiremos para estruturarmos os fazendo-o entender que, apesar do quadro, cada criança / programas. jovem / adulto é único, e que cabe a nós organizarmos o O currículo a ser desenvolvido deve ser abrangente, ambiente para que ele (o aluno) possa se aproximar do funcional e manter uma sequência estruturada, dentro de que esperamos dele. Nesse sentido, é fundamental orien- um ambiente de ensino que ofereça oportunidade de aqui- tá-lo (o professor) a partir dos princípios da Análise do sição e generalização das habilidades trabalhadas, com Comportamento, de forma a ensiná-lo a realizar uma ava- previsibilidade e rotina. O programa deve prever o plane- liação de contingências (análise funcional) dos comporta- jamento da transição para outros contextos e o envolvi- mentos disruptivos, além de preparar sequências de ensi- mento da família. no adequadas. O que é o aprendizado nesses casos? É a modificação É importante que tenhamos boa avaliação de repertório do comportamento a partir da qual o indivíduo passará a para que, a partir dela, possamos construir uma linha de dar respostas diferentes das que dava inicialmente. Ora! base para os programas almejados. A inclusão se efetiva 64
  • 3. Temas sobre Desenvolvimento 2011; 18(102). na metodologia e no currículo. O próximo passo será o técnico que o preparasse para o passo seguinte, que seria ajuste curricular. Devemos aproximá-lo do ponto em que o buscar formação específica para desenvolvimento de aluno está e buscar novas aquisições, preferencialmente games. É importante salientar a participação intensa da 3 utilizando a aprendizagem sem erro , e é útil trabalharmos família tanto ao nível de apoio afetivo / comportamental a partir do centro de interesse do aluno. quanto na área técnica, uma vez que o pai domina esse Temos obtido bons resultados com o aproveitamento repertório. Após seis meses de programa, o aluno foi desses interesses, às vezes obsessivos e disfuncionais no aprovado para ingresso à universidade, e hoje cursa a trabalho pedagógico. Isso exige uma programação criteri- Faculdade de Tecnologia em Jogos Digitais no Senac. osamente estruturada que associe essas questões ao todo Mantém todas as características do quadro, tem necessi- pedagógico a ser ensinado. tado alguns ajustes, mas permanece firme em seu interes- Para as questões comportamentais aberrantes, temos se que está se tornando funcional. utilizado registros de frequência e análise funcional do comportamento com a introdução do reforçamento dife- Considerações finais rencial. Em geral, essas estratégias envolvem a presença de AP. Apesar das inúmeras dificuldades, é possível oportuni- Programas que contemplam diversos talentos (como zar ao aluno com síndrome de Asperger uma escola ade- música, teatro, dança, desenho, informática e academia de quada, que tenha como objetivo ajudar indivíduos com ginástica) têm se mostrado bastante eficientes para alguns esse transtorno a adquirir habilidades funcionais e concre- alunos. Citamos, como exemplo, o caso do aluno L, con- tizar seu potencial assim como a reduzir a frequência de cluinte do Ensino Médio alternativo no Colégio Pauliceia comportamentos mal adaptativos que possam interferir no em 2010, onde obteve muito sucesso por frequentar clas- seu desempenho. ses com menor número de alunos, professores especialis- Para que isso efetivamente ocorra é preciso um trata- tas de área acompanhados por professor tutor, adequação mento multidisciplinar e individualizado. Dessa maneira, é curricular e estímulo direcionado ao seu centro de interes- possível atenuar os déficits de habilidades, aumentar o se. L apresentava alteração significativa no padrão intera- controle comportamental e garantir resultados satisfatórios tivo, comunicação peculiar com presença de estereótipos a médio e longo prazo. (como manter ouvidos tamponados pelos dedos e olhos Intervenções educacionais precoces, orientadas de fechados), grande inflexibilidade para mudança de rotinas, modo comportamental e associadas a terapias reabilitado- e interesses específicos, no caso conteúdos relacionados ras suplementares cientificamente comprovadas, e acom- a “ninjas” (incluindo que se dizia um) e à informática. Ao panhamento farmacológico adequado (quando necessá- longo do seu processo escolar, o aluno recebeu estimula- rio), nos parecem o melhor caminho. Ainda assim, há ção nas diferentes áreas de estudo com currículo adapta- diferenças individuais bastante grandes na resposta ao do, construído a partir das suas aquisições. O assunto tratamento. “ninja” virou um excelente programa na academia de gi- Devemos buscar atividades que se mostrem prazerosas nástica mantida pelo colégio, que muito favoreceu o seu para esses alunos e torná-las reforçadores poderosos. Tais desenvolvimento. Quanto à questão da informática, L atividades quase sempre estão associadas a interesses sempre demonstrou interesse. Com 7-8 anos já era bem específicos que podem, assim, se transformar em algo ativo. Segundo relato da mãe, frequentava fóruns de deba- funcional. te e, embora não soubesse o idioma inglês, se interessava Finalizando, deve-se salientar a importância da partici- tanto pelos conteúdos que conseguia se comunicar. Ao pação da família. É preciso um programa contínuo de chegar à escola em 2008, no 1º ano do Ensino Médio, era orientação de pais e cuidadores, baseado nos princípios um excelente usuário de informática e atento jogador de da Análise do Comportamento, buscando o alinhamento games. No final do 3º ano, ficou bem claro para nós e para entre Lar e Escola, fundamental para a evolução do aluno. ele que, além de jogar, L queria desenvolver games. Nes- sa altura do processo, nossos professores na área de Referências informática já haviam ensinado o que sabiam a ele. No ano seguinte à conclusão do Ensino Médio, propusemos 1. Schwartzman JS, Araújo CA. Transtornos do Espectro do Autismo. São Paulo: Memnon; 2011. um projeto especifico para L. Esse projeto envolvia áreas 2. Tuchman R. Autismo: Abordagem neurobiológica. Porto Alegre: Artmed; pedagógicas que o preparariam para o vestibular e uma 2009. professora que, no caso, era uma arquiteta pós-graduada 3. Sidman M. Aprendizagem sem erros e sua importância para o ensino do em educação especial e com repertório necessário para deficiente mental. Psicologia 1985; 11(3):1-15. ministrar aulas que o levassem a adquirir instrumental 65