4. Universidade de São Paulo
Faculdade de Saúde Pública
Departmento de Saúde Ambiental
Prof. Dr. João V. de Assunção
BIOEN WORKSHOP ON INTEGRATED SUSTAINABILITY
ASSESSMENT FOR ETHANOL CONTEXT
CETEPE– EESC – USP– São Carlos/SP – 14/4/2010
5. Impacto Inicial do Carro a Etanol
Introduzido ao final da década de 1970, havia toda uma expectativa em
relação ao seu impacto ambiental.
A cidade de São Paulo apresentava altos níveis de poluição do ar.
Monóxido de carbono, um poluente característico de emissão veicular, era um
dos principais problemas nas áreas mais congestionadas pelo trânsito de
veículos.
Em 1981, Nefussi, Assunção, Toledo e Castelli realizaram medições de
emissão em veículos nacionais, no laboratório de emissões veiculares da
Cetesb.
Foram testados 6 veículos a gasolina e 8 veículos a etanol, com motores de
1050 cm3 a 1600 cm3, da frota em circulação, nas condições de manutenção
em que se encontravam.
6. Emissão de Carros a Gasolina e a Etanol, em 1981*
*Média de 14 veículos testados, da frota em circulação
Fonte: Nefussi, Assunção, Toledo e Castelli (1981)
7. Emissão em Veículos Novos
Dados históricos da Cetesb (2009), para veículos
novos, indicam a emissão menor de CO, HC e NOx
nos veículos a etanol, até início da década de 1990,
basicamente na fase fase pré-catalisador
Os dados de 1981 foram obtidos em trabalho conjunto
com a Secretaria de Tecnologia Industrial (STI) do
Ministério de Indústria e Comércio à época. A STI
estava interessada nos dados de consumo dos veículos
a etanol
11. Poluentes Tóxicos
A preocupação mais recente é com as emissões de
poluentes com toxicidade mais alta, como dioxinas,
furanos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e
metais
Estudo feito por Abrantes, Assunção, Pesquero, Bruns
e Nóbrega (2009) mostrou diferenças significativas na
emissão de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos
nos dois tipos de combustíveis
12. Emissão de HPAs
A emissão total de HPAs de interesse variou de
41,87 g/km a 611,97 g/km no veículo a gasolina
(gasohol)
No veículo a etanol a emissão variou de 11,68
g/km a 27,36 g/km
Em termos de toxicidade equivalente ao
benzo(a)pyreno as emissões foram de 0,01 g
TEQ/km a 4,61 g TEQ/km no veículo a gasolina e
de 0,01 g TEQ/km a 0,02 g TEQ/km no veículo a
etanol
14. Emissão de HPAs em Toxicidade Equivalente ao
Benzo(a)pireno (µgTEQ/km)
Fonte: Abrantes et al, 2009
15. Dioxinas e Furanos
Segundo estudo de Abrantes, Assunção, Pesquero,
Bruns e Nóbrega (2010) a emissão em termos de
Toxicidade Equivalente à 2,3,7,8-TCDD, variou da
seguinte forma:
Não detectado a 0,068 pg I-TEQ/km no carro a
gasohol e,
De 0,004 a 0,157 pg I-TEQ/km, no carro a etanol
17. Metais e Elementos-Traço
Estudo de Silva, Assunção, Andrade e Pesquero et al
(2010) verificou a emissão de metais e elementos –traço
no Material Particulado (frações fina e grossa) do
escapamento de veículos a gasolina e a álcool
A emissão de MP variou de 2,5 mg/km a 11,8 mg/km
no carro a gasohol e
De 1,2 mg/km a 3,0 mg/km no veículo a etanol
19. METAIS PRESENTES NA EXAUSTÃO DO VEÍCULO A GASOLINA,
NAS FRAÇÕES FINA E GROSSA, COLETDAS PELO MINIVOL
Fonte: Silva MF et al (2009)
20. METAIS PRESENTES NA EXAUSTÃO DO VEÍCULO A ÁLCOOL, NAS
FRAÇÕES FINA E GROSSA, COLETADAS PELO MINIVOL
Fonte: Silva MF et al (2009)
21. Considerações Finais
Os poluentes mais tóxicos mencionados estão muitas
vezes no Material Particulado, portanto a ação de
redução da concentração do material particulado
reduzirá a concentração desses poluentes.
De forma geral, o carro a etanol apresenta vantagens em
termos de emissão de poluentes mais tóxicos e dos
poluentes regulamentados, em relação ao carro a
gasohol.
Estudos devem ser feitos e ações devem ser tomadas para
reduzir possíveis impactos ambientais negativos que
também existem.
22.
23. ORIGEM DOS ELEMENTOS METÁLICOS
DA EXAUSTÃO DOS VEÍCULOS
Gasolina : Cr, Cu, Fe, Mg, Mn, Pb e Zn
Álcool : Cd, Cu, Pb e Zn
a) Combustível
Diesel : Al, Ca, Fe, Mg, Si (80% do total)
Ag, Ba, Cd, Co, Cr, Cu, Mn, Mo, Ni, Pb, Sb, Sr, Ti, V e Zn
b) Aditivos : Ca, Cu, Mg, P e Zn
b
a
c) Lubrificante : Al, Br, Cl, Fe, Pb, S, e Si
c
d) Motores : Al, C, Si, Mn, P, S, Cr, Ni, Cu e Mo d
e) Catalisador : Pt, Pd, Rh, Ir, Os, Al, etc. e (exceto Diesel)
Atmosfera
Fonte: Silva, MF (2007)
24. PRINCIPAIS EFEITOS À SAÚDE PELA EXPOSIÇÃO A
DETERMINADOS METAIS
Metal Efeito
Doença de Alzheimer
Alumínio Problemas neurológicos – ex.: disfunção motora
Doenças respiratórias – ex.: fibrose pulmonar
Desvios neurológicos – ex.: encefalopatia do chumbo
Dores gastrintestinais
Problemas nos sistemas: hematológico e renal
Chumbo
Deficiências congênitas em crianças
Câncer – o Pb é classificado pelo IARC como possível carcinogênico para
humanos
Lesão pancreática com diabetes
Cirrose hepática, carcinoma hepático
Ferro
Distúrbios endocrínicos e cardiovasculares
Injúrias crônicas no pulmão
Cromo Irritações no nariz e feridas no septo nasal
(hexavalente) Aumento do risco de câncer no pulmão
Efeitos respiratórios – ex.: dispnéia, tosse, dor pleurítica e pneumonite
Zinco aguda
Platina Efeitos alergogênicos e sensibilizantes