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Universidade do Estado da Bahia – UNEB
 Departamento de Educação – Campus VII
 Licenciatura Plena em Matemática




UM MODELO MATEMÁTICO PARA O
CRESCIMENTO POPULACIONAL DA
CIDADE DE SENHOR DO BONFIM-BA.




                                  Por: Joaquim de Souza Oliveira Neto




          Senhor do Bonfim – Ba, outubro de 2008.
Joaquim de Souza Oliveira Neto




UM MODELO MATEMÁTICO PARA O
 CRESCIMENTO POPULACIONAL DA
CIDADE DE SENHOR DO BONFIM-BA.




                         “Trabalho Monográfico apresentado como
                         requisito para integralização do curso de
                         licenciatura plena em matemática pela
                         Universidade do Estado da Bahia, sob
                         orientação do professor Ms. Ivan Souza
                         Costa”.




      Senhor do Bonfim - Ba, outubro de 2008.

                                                                1
Joaquim de Souza Oliveira Neto




             UM MODELO MATEMÁTICO PARA O
       CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE
                 DE SENHOR DO BONFIM-BA.




                             Banca Examinadora




Prof. Ms. Ivan Souza Costa                              UNEB - orientador



Prof. Geraldo Caetano de Souza Filho                   UNEB - Examinador



Prof. Wagner Ferreira Santana                          UNEB - Examinador




                                                                       2
A minha esposa pelo carinho, pelas palavras de
encorajamento, pela compreensão e todo amor
dedicado. Aos meus pais por me dar forças e ter
moldado meu caráter, ao meu irmão e minha irmã
por sempre acreditarem em mim e ao eterno amigo
Amadeu Pereira do Nascimento (in memoriam).
                                              3
Agradeço aquele que sustenta todo o Universo, ao
todo poderoso, nosso Deus, pela dádiva de concluir
esta graduação. Aos professores do Campus VII em
especial o professor Ms. Ivan Souza Costa e, por
fim aos amigos e colegas que souberam dividir
conhecimento e foram grandes companhias nesta
jornada, como também a todos aqueles que me
incentivaram em lutar pelos meus ideais.
                                                4
RESUMO




O presente trabalho buscou uma descrição para a dinâmica do crescimento
populacional da população da cidade de Senhor do Bonfim no período de 1980 a
2007 utilizando-se os modelos matemáticos de Malthus e o de Verhulst. Para isso,
utilizou-se como metodologia uma pesquisa de campo, tendo como objetivo principal
analisar o crescimento populacional dessa cidade sobre a perspectiva dos dois
modelos matemáticos descritos anteriormente, verificando qual deles melhor se
adapta para uma descrição mais satisfatória da dinâmica populacional da cidade de
Senhor do Bonfim nos últimos 27 anos. A coleta de dados consistiu na determinação
das quantidades das taxas de crescimento, nascimento e óbito da cidade no período
compreendido entre os anos de 1980 e 2007. De posse desses dados foi realizado
um trabalho criterioso de análise buscando confrontar os dois modelos. Decidido o
modelo que melhor correspondeu aos dados coletados foi feito uma estimativa do
crescimento da população bonfinense para os próximos 15 anos.


Palavras Chaves: Dinâmica Populacional, Modelo Malthus, Modelo de Verhulst.




                                                                               5
LISTA DE TABELA




Tabela 1 – População da sede da cidade de Senhor do Bonfim................................31


Tabela 2 – Nascimentos em Senhor do Bonfim de 2000 a 2007................................33


Tabela 3 – Óbitos em Senhor do Bonfim de 2000 a 2007..........................................35


Tabela 4 – População real e população segundo os modelos matemáticos..............36


Tabela 5 – taxa de crescimento populacional de 1980 a 2007...................................38


Tabela 6 – taxa de natalidade e taxa de mortalidade de 2000 a 2007.......................39


Tabela 7 – População estimada segundo o modelo de Verhulst de 2008 a 2022......41




                                                                                              6
LISTA DE ILUSTRAÇÕES




Figura 1 – Gráfico de N t em função de t ..................................................................16



Figura 2 – Gráfico de 1 dN em função de N ..........................................................18
                                  N dt

                                  dN
Figura 3 – Gráfico de                   em função de N (variação da população N t ).................19
                                  dt



 Figura 4 – Gráfico de N t em função de t ..................................................................20


Figura 5 – gráfico da população bonfinense de 1980 a 2007....................................32


Figura 6 – Superposição dos gráficos dos modelos matemáticos X população
bonfinense .................................................................................................................3 6


Figura 7 – Gráfico da taxa relativa em função da população N ................................40




                                                                                                                             7
SUMÁRIO


INTRODUÇÃO ............................................................................................................9
CAPÍTULO 1 - Modelos Matemáticos que Estudam a Dinâmica de Populações .....11
         1.1 Dinâmica Populacional .............................................................................11
         1.2. Modelo de Malthus ..................................................................................13
          1.3. Modelo de Verhulst .................................................................................17
CAPÍTULO 2 - Procedimentos Metodológicos .........................................................22
         2.1 Tipo de Pesquisa ......................................................................................22
         2.2 Região de Estudo .....................................................................................23
                   2.2.1 A Cidade de Senhor do Bonfim: Síntese Histórica .....................23
         2.3 Considerações Sobre o Trabalho de Campo ...........................................25
CAPÍTULO 3 - Análise e Discussão dos Dados .......................................................30
          3.1 Contextualizando os Dados .....................................................................30
                   3.1.1 Dos Dados Coletados .................................................................30
                   3.1.2 Número de Habitantes ................................................................31
                   3.1.3 Número de Nascimento ..............................................................32
                   3.1.4 Número de Óbitos .......................................................................34
         3.2 Análise dos Dados ....................................................................................35
                  3.2.1 Superposição dos Gráficos .........................................................35
                  3.2.2 Crescimento Populacional, Taxa de Nascimento,
                  Taxa de Óbitos e Taxa de Crescimento.................................................37
         3.3 Estimativa para uma População Futura ...................................................40
                   3.3.1 Deduzindo o Valor de K .............................................................40
                   3.3.2 Calculando a População para os Próximos 15 Anos .................41
4. Conclusão .............................................................................................................43
5. Referências Bibliográficas .................................................................................... 46
6. Apêndice
7. Anexos




                                                                                                                         8
INTRODUÇÃO




Entende-se por população ao conjunto de seres de uma mesma espécie tanto no
reino animal quanto no reino vegetal. Em ambos os casos a quantidade da
população está em constante mudança. Tais mudanças ocorrem por diversos
fatores, tais como, fatores de ordem natural, pois os seres vivos, nascem, crescem e
morrem, e por fatores externos, como a ação de predadores, epidemias, catástrofes,
escassez de alimentos e etc. Neste trabalho será abordado o comportamento
populacional dos seres humanos. Há muito tempo este tema despertou o interesse
dos estudiosos, iniciando-se estes estudos com o trabalho de Malthus (1798)
intitulado como “Ensaio sobre população”, o qual havia afirmado que a taxa de
crescimento populacional obedecia a uma progressão geométrica enquanto que os
meios de subsistência (alimentos) cresciam numa progressão aritmética. Assim, com
o passar do tempo, de acordo com esta teoria, previa-se uma “explosão
populacional” e como conseqüência a escassez dos alimentos e as múltiplas
dificuldades pela sobrevivência.


É claro que uma população não pode crescer indefinidamente: mais cedo ou mais
tarde o esgotamento dos recursos disponíveis imporá limites a esse crescimento.
Baseado nesta hipótese o matemático Pierre Verhulst propôs, em 1838, uma
generalização do modelo de Malthus que leva em conta essas restrições
“ambientais”. Segundo Verhulst, a taxa relativa de crescimento demográfico é
inversamente proporcional ao aumento da população, chegando a zero se uma dada
população-limite (determinada pelos recursos disponíveis ou outras restrições) for
alcançada. Em conseqüência disto, toda população teria um limite máximo de
suporte para a sua capacidade populacional, através do qual toda população
tenderia a crescer e se estabilizar quando a quantidade de habitantes se
aproximasse do seu limite máximo.


O modelo de Malthus pode ser utilizado nas populações que estão em constante
desenvolvimento, tendo uma taxa de crescimento crescente. Contudo, no momento
em que os recursos disponíveis não são suficientes para que o crescimento se
                                                                                   9
mantenha e, a taxa desse crescimento esteja decaindo, pode-se utilizar o modelo de
Verhulst para representar o crescimento populacional, de maneira que esta
representação seja mais fiel à realidade. Deste modo, neste trabalho serão
abordados dois modelos utilizados no estudo do crescimento populacional: o modelo
Malthus (exponencial) e o modelo Verhulst (logístico), com os quais procuramos
analisar qual desses modelos melhor se ajusta para o comportamento dinâmico da
população da cidade de Senhor do Bonfim apresentado num determinado período
de sua história.


Para melhor entender a dinâmica populacional, temos que tomar como referência
um ponto de partida ou valor inicial da população num determinado instante de
tempo do período considerado. Em seguida calculamos esta quantidade de
habitantes para os instantes posteriores, tomado aqui em anos. Estes valores,
obtidos numa pesquisa de campo, serão comparados com os valores fornecidos
pelos modelos teóricos mencionados acima. Além de um estudo comparativo entre
os modelos teóricos abordados utilizaremos os resultados obtidos para fazer
previsões do número de habitantes para períodos subseqüentes a médio e a longo
prazo. Tal conhecimento tem muitas utilidades, principalmente para planejamento
das políticas públicas governamentais, daí a importância de um trabalho desta
natureza. Atualmente, varias pesquisas são direcionadas para esta área científica,
no sentido de estabelecer parâmetros e apontar possíveis soluções futuras, o que é
apontado por Jannuzzi (2007, p. 109) quando relata:

                    As projeções populacionais para pequenas áreas como municípios, distritos,
                    bairros e unidades territoriais de planejamento são cada vez mais
                    demandadas em projetos e atividades nos setores públicos e privado.
                    Prefeituras, concessionárias de serviços de energia, água, saneamento e
                    telefonia, empresas de transportes urbanos, consultorias em planejamento
                    urbano e regional, universidades e empresas do ramo imobiliário e
                    construção civil vêm requerendo esse tipo de informação mais específica no
                    planejamento e monitoramento de suas atividades.


Este trabalho foi realizado através de pesquisa de campo, levantando dados no
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e no fórum da comarca de
Senhor do Bonfim. O mesmo encontra-se dividido em três capítulos, onde o primeiro
apresenta os modelos matemáticos de crescimento populacional, o segundo relata
como foi realizada a coleta de dados e por fim o terceiro capítulo faz a análise e
discussão dos dados coletados a partir desses modelos.
                                                                                           10
CAPÍTULO 1 – Modelos Matemáticos Que Estudam a Dinâmica de Populações.




1.1 Dinâmica Populacional.




Para Soares (1999, p. 357) “a população deve ser definida como um conjunto de
indivíduos da mesma espécie que convivem numa região comum, mantendo ou não
um certo isolamento com os grupos de outras áreas”.


As populações de um determinado ecossistema não podem viver totalmente
isoladas das outras, por mais independente que uma população seja ela precisa de
outra, ao menos para servir como seu alimento. É o que é destacado por Soares
(1999, p. 357), quando escreve:


                    Comumente, espécies diversas convivem num mesmo ambiente. Com o
                    nome de comunidade Biótica designamos o conjunto de organismos de
                    espécies diferentes que habitam o mesmo ecossistema, mantendo entre si
                    uma convivência por vez harmônica por vez desarmônica.


A convivência entre as espécies, que compõe uma comunidade biótica, em ecologia
é chamada de biocenose, o que é registrado por Soares (1999, p. 357) ao afirmar:
“Dá-se o nome de biocenose ao processo de interação e relacionamento das
diversas populações de espécies diferentes que formam uma comunidade biótica”.


Na natureza, em ecossistemas que não há ação devastadora do homem, geralmente
as espécies tendem a crescer e se estabilizar. Se ao menos uma destas populações
da comunidade biótica aumentar e não se estabilizar, isto pode gerar um
desequilíbrio considerável nos grupos de animais daquela comunidade e obrigar as
outras espécies a uma luta mais efetiva e intensa pela sobrevivência, o que é
exposto por Soares (1999, p. 358), ao relatar: “é que, nessa circunstância, eles
enfrentarão uma competição mais intensa por alimentos e por local de abrigo, e
estarão expondo-se mais convidativamente ao ataque dos seus inimigos naturais”.


                                                                                       11
Por outro lado, a diminuição gradativa ou em massa de uma determinada espécie,
aponta para algo incomum que está ocorrendo naquela comunidade biótica, ou
então pela intervenção negativa do homem. Sendo assim, o próprio Soares (1999, p.
358) sugere que “o estado conveniente é aquele que a população se mantém,
depois de ter atingido sua dimensão ideal, estável ou constante”.


Para manter o equilíbrio das populações em ecossistemas, a ecologia descreve dois
fatores que podem atuar neste sentido e são descritos por Soares como intrínsecos
e extrínsecos.


                      Os mecanismos intrínsecos dependem dos próprios integrantes da
                      população, como é o caso da competição intra-especifica. Os mecanismos
                      extrínsecos ou externos que controlam o desenvolvimento de uma
                      população são aqueles que dependem da participação de alguma coisa fora
                      da própria população. (SOARES, 1999, p. 359 e 360)


Semelhantemente a outras populações, podemos dizer que na raça humana
também existem mecanismos intrínsecos, como, por exemplo, a competição interna
por espaço, alimentos, como também fatores extrínsecos determinados pelo meio
ambiente, como terremotos, tornados, tempestades, epidemias, etc.


Sendo    assim,   a   dinâmica      populacional    caracterizada     pelo    crescimento,
desenvolvimento e manutenção dos indivíduos de uma espécie, animal ou vegetal,
em um determinado habitat, dependem da taxa de crescimento, que por sua vez é
determinada pela taxa de nascimento e de óbito; Para Odum (1988, p. 199), “uma
taxa pode ser obtida dividindo-se a mudança ocorrida em certa quantidade pelo
período de tempo decorrido durante aquela mudança”.


Camargo e Martini (1984, p. 138), destacam que: “a taxa bruta de natalidade é a
relação entre o número de nascimento num determinado ano e a população média
do ano. A taxa bruta de mortalidade é o quociente entre o número de mortos e a
população”.


E para determinarmos a taxa de crescimento de uma população, fazemos uso das
taxas de natalidade e óbito, sendo que a taxa de crescimento é obtida através da
diferença entre estas duas taxas.

                                                                                          12
1.2 Modelo de Malthus.




Consiste em um modelo matemático desenvolvido por Thomas Robert Malthus, que
nasceu em Rookery, na Inglaterra, em 1766 e faleceu em 1834. Este modelo foi o
primeiro que surgiu para estudar os crescimentos populacionais, chamado também
de modelo exponencial.


Malthus era economista, estatístico, demógrafo e estudioso das Ciências Sociais,
preocupou-se ao analisar que o crescimento populacional em dois séculos havia
dobrado e chegou à conclusão que a população crescia numa projeção geométrica,
enquanto que os meios de sobrevivência (produção de alimentos) cresciam numa
projeção aritmética. O que se comprova através do próprio Malthus (apud ALVES,
2000, p. 2):


                     O poder de crescimento da população é indefinidamente maior do que o
                     poder que tem a terra de produzir meios de subsistência para o homem. A
                     população, quando não controlada, cresce numa progressão geométrica.
                     Os meios de subsistência crescem apenas numa progressão aritmética.


Para compreendermos o modelo de Malthus, vale salientar que o crescimento da
população é determinado pelo número de nascimentos e pela quantidade de
imigrações. Por outro lado, fatores como óbitos e emigrações, contribuem para o
decrescimento populacional. O que é compreendido pela equação a seguir:


                     Nt   1
                              Nt   Q   M   I   E   , onde


Nt   é o número de habitantes no instante t , Q é a quantidade de nascimentos, M

representa o número de mortes, I é o número de imigrantes e E representa a
quantidade de emigrantes.


Considerando que o fator migrações é zero (imigrações = emigrações), a variação
de crescimento populacional no tempo pode ser definida como:



                                                                                         13
dN
                              Q    M                                                         (1)
                       dt



A quantidade de nascimentos Q , numa determinada população N , pode ser
encontrada da seguinte maneira Q            qN , onde q é a taxa de nascimentos. De

maneira análoga à quantidade de mortes M pode ser M                    mN   , onde m é a taxa de
mortes.


                                       dN
Podemos reescrever a equação                Q        M   , da seguinte maneira:
                                       dt



                       dN                   dN
                              qN   mN                    (q   m)N
                       dt                       dt



Sendo r   q   m,   teremos:


                       dN
                              rN                                                             (2)
                       dt



Onde r é a taxa de crescimento.


A formulação do modelo de Malthus, apesar de simples não foi formulado por
Malthus em termos de equação diferencial, o que se comprova na afirmativa de
Bassanezi (2002, p.327) “a formulação deste modelo em termos de uma equação
diferencial não foi feita por Malthus, apesar de ser muito simples, mesmo para a
época em que foi postulado”.


Este modelo simples foi exposto por Thomas Robert Malthus, onde o número de
indivíduos que se agrega a uma população (crescimento da população em um
determinado tempo), pode ser encontrada pelo produto da taxa de crescimento e o
tamanho populacional.


A equação (2) na verdade é uma equação diferencial de variáveis separáveis,
podendo ser escrita da seguinte maneira:

                                                                                             14
dN                        dN
                                rN                           rdt
                      dt                       N



Sabendo que podemos integralizar esta equação, e esta integral sendo definida em
um determinado instante de tempo t para uma população inicial N 0 e final N t ,

obtemos:


                     Nt              t
                           dN
                                         rdt            ln N t     ln N 0   rt
                     N0
                           N         0




Como N > 0 e fazendo uso da propriedade do logaritmo do quociente, temos:


                           Nt                      rt        Nt
                     ln           rt           e
                           N0                                N0



Portanto,


                                         rt
                     Nt         N0 e                                                                  (3)


N0   a população inicial, e é a base do logaritmo natural com valor aproximado de

2,718..., r é a taxa de crescimento e t é o período de tempo.


Notemos que se r > 0 (taxa de natalidade > taxa de mortalidade)                          o crescimento é
contínuo e proporcional à N , se r                       0     (taxa de natalidade = taxa de mortalidade)
  a população não cresce e se r < 0 (taxa de natalidade < taxa de mortalidade)                        a
população está em declínio.


A interpretação do modelo Malthusiano é simples, visto que, quanto mais gente
existir, mais rapidamente a população vai aumentar. Pensando nesta perspectiva,
isso nos levaria a crer numa “explosão populacional”. A raça humana iria crescer
infinitamente, induzindo-nos a uma pergunta crucial sobre o que aconteceria com a
humanidade se houvesse essa “explosão populacional”?


                                                                                                      15
Todavia Malthus não considerava as imposições impostas pelos meios necessários
à sobrevivência (ambiente, alimento, espaço, etc), nem tão pouco a flexibilidade da
taxa de crescimento, como se esta não dependesse da taxa de fertilidade e de
mortalidade. Malthus considerava apenas que a população poderia ser reduzida
através de eventos como catástrofes, epidemias e guerras.


Esclarecendo que para Malthus a taxa de crescimento r era sempre positiva, o que
atualmente já está ultrapassado, tendo em vista que esta taxa pode variar e,
portanto podemos considerar, para este modelo, além da possibilidade proposta por
Malthus, outras duas situações. A representação gráfica da adequação do modelo
malthusiano pode ser descrita na figura 1, onde relaciona a população N t em função

do tempo t .

               Nt

                                                                                       r   0




               N0
                                                                                       r   0




                                                                                       r   0
                                                                                               t


                                Figura 1 – Gráfico de N t em função de t .



Notemos que, sendo            N0    a população inicial, se r                0   lim N t           . Já se
                                                                                 Nt


r   0   lim N t     0   , por outro lado, se r      0     lim N t     N0 .
        Nt                                                Nt




                                                                                                        16
Um ponto negativo para fazer uma estimativa utilizando o modelo Malthusiano é que
quanto maior a população ou o período a ser analisado maior a probabilidade de
erros discrepantes deste modelo.




1.3 Modelo de Verhulst.




Este modelo foi desenvolvido pelo Belga Pierre François Verhulst, nascido em
Bruxelas em 28/10/1804 e falecido na mesma cidade em 15/02/1849, também
conhecido como modelo logístico.


Com base no modelo Malthusiano, Verhulst analisou que Malthus considerava a taxa
de crescimento como estável (não variava) e que não existiam limites impostos pelo
meio para que uma população parasse de crescer, a não ser as eventuais
catástrofes, epidemias ou guerras.


Verhulst propôs então este modelo, levando em consideração um limite máximo,
pois, quando uma determinada população alcançasse tal limite a mesma pararia de
crescer, além de considerar que a taxa de crescimento efetiva variava ao longo do
tempo.


Fatores físicos como o alimento e a matéria prima, além de recursos naturais como
água e terra cultivável e ainda outros fatores sociais e culturais como o desemprego
e condições insuficientes para um casal garantir o crescimento e todo tipo de
subsistências do (s) filho (s), podem ser classificados no modelo de Verhulst, como a
capacidade de suporte ( K ) do meio. Através destes fatores e de outros
semelhantes, pode-se estimar o limite máximo de uma população.


Assim, para uma população de tamanho N , com taxa de crescimento r o modelo de
crescimento de Verhulst ou Logístico pode ser representado pela equação:


                                                                                  17
dN             N
                             rN 1                                                 (4)
                      dt             K


                                                                     N
Note que este modelo difere do de Malthus, apenas pelo fator 1           , onde K é a
                                                                     K

capacidade de suporte do meio.




De acordo com a equação (4) podemos obter:




                      1 dN     r    rN                                            (5)
                      N dt           K




Observe ainda que podemos classificar (5) como uma função linear do primeiro grau

decrescente. Isso significa que a taxa de crescimento relativa ( dN ) de uma
                                                                         dt

população, diminui à medida que a população N aumenta, tendendo a zero quando
N    K   (lê-se: N tendendo a K ). Como nos mostra a figura 2.

            1 dN
            N dt




                                                         K       N


                   Figura 2 – Gráfico de 1 dN em função de N .
                                         N dt



                                                                                  18
Retornando a equação (4), podemos obter uma nova equação do tipo:




                                           2
                          dN    rN    rN                                                      (6)
                           dt          K



Verifiquemos agora que (6) é uma função do segundo grau na incógnita N , com
concavidade voltada para baixo, com uma das raízes sendo 0 (zero), pois falta o
termo independente e a outra raiz sendo igual a                K   , como nos mostra o gráfico da
figura 3.

                     dN
                     dt




                                                                       K                  N
                                                 K 2
                                      dN
              Figura 3 – Gráfico de        em função de N (variação da população N t ).
                                      dt




Notemos que dN            expressa apenas a taxa de variação de uma determinada
                dt

população. Sendo assim, para se calcular ou estimar a população de uma região,
através de uma equação matemática, em um determinado instante de tempo t , é
necessário que isolemos a incógnita N , que resultará em:




                                                                                              19
N0 K
                        Nt                          rt
                                                                                  (7)
                              N0     K    N0    e



Onde, N t é a população estimada em um instante t e N 0 é a população inicial. Um

esboço gráfico que pode representar a equação (7) é descrito na figura 4.


           Nt

               Nt
           N0




               K
               K




           N0
           K
           K/2
            2




           N0



           N0
                                                    tm
                                                    tm                    t         t



                             Figura 4 – Gráfico de N t em função de t .



De acordo com os esboços gráficos das figuras 3 e 4, podemos levantar algumas
considerações:


1) Observemos que no gráfico da figura 3, dN é positiva e crescente se 0      N   K ,
                                                         dt                       2

de modo que o esboço gráfico de N t em função de t (figura 4) é côncavo para cima.




    a demonstração da equação (7) encontra-se em apêndice.
                                                                                   20
2) Se K     N    K , a inclinação dada por dN    é positiva e decrescente, então o
        2                                   dt

gráfico de N t em função de t (figura 4) é côncavo para baixo.



3) Para N   K   , temos dN negativa, de modo que o gráfico de N t em função de t é
                        dt

decrescente.


4) O valor máximo de dN , relativamente a N , é alcançado quando N        K , ou seja,
                        dt                                                2

a taxa de crescimento relativa terá seu valor máximo quando uma população
alcançar a metade de sua população limite. Neste ponto, localiza-se o ponto de
inflexão do gráfico de N t em função de t , isto é, neste ponto a inclinação é máxima.

Contudo o ponto de inflexão só existirá se N 0      K , caso contrário, a população
                                                    2

cresce ou decresce sem mudança de concavidade, conforme a figura 4.




                                                                                   21
CAPITULO 2 – Procedimentos Metodológicos.




2.1 Tipo de Pesquisa.




O tipo de pesquisa aplicada a este trabalho foi a pesquisa de campo. Lakatos e
Marconi (1996, p. 75) definem pesquisa de campo como:


                    Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir
                    informações e / ou conhecimentos a cerca de um problema, para o qual se
                    procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou,
                    ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles.


Ao contrário do que muitos pensam a pesquisa de campo não se resume apenas a
uma coleta de dados para se explorar ou responder as hipóteses ou variáveis
envolvidas, mas, sobretudo, ela abarca processos (fases) anteriores do tipo:
investigação bibliográfica, técnicas empregadas e técnicas de registros dos dados a
serem coletados.


Para Tripodi et al (apud LAKATOS e MARCONI, 1996, p.76), a pesquisa de campo
se divide em três grandes grupos: o grupo quantitativo-descritivos, exploratórios e
experimentais, todos com suas respectivas subdivisões.


Para a dinâmica populacional estudada o processo de pesquisa de campo utilizado
foi o quantitativo-descritivos, tendo em vista que Lakatos e Marconi (1996, p. 76)
destacam que a principal finalidade deste procedimento é delinear ou analisar
características de fatos ou fenômenos ou isolamento de variáveis principais ou
chaves, além de afirmar que ele tem por objetivo a coleta sistemática de dados
sobre as populações ou amostra de populações. Também Bervian e Cervo (1983,
p.55) afirmam que a pesquisa descritiva “estuda fatos e fenômenos do mundo físico
e especialmente do mundo humano, sem a interferência do pesquisador”.




                                                                                        22
Como citado anteriormente o grupo quantitativo-descritivos tem sua subdivisão, que
são divididas em quatro partes distintas e abordadas por Lakatos e Marconi (1996, p.
76-77), as quais são: verificação de hipóteses, avaliação de programa, descrição de
populações e relações de variáveis.


Dessas quatro subdivisões, a descrição de populações é a que, de maneira mais
satisfatória, pode descrever as técnicas de coleta de dados aqui utilizadas, tendo em
vista que Lakatos e Marconi (1996, p.77) a descreve “como função primordial, a
exata descrição de certas características quantitativas de populações como um
todo”. Além disso afirma que contém um grande número de variáveis.


Portanto, este trabalho foi realizado através de pesquisa de campo, utilizando a
técnica de descrição de populações, que por sua vez é uma subdivisão do
procedimento quantitativo-descritivos.




2.2 Região de Estudo.




2.2.1 A Cidade de Senhor do Bonfim: Síntese Histórica.




Segundo a Bíblia, mais especificamente o livro de Gênesis, Deus formou o homem e
deu-lhe a incumbência de por o nome em tudo aquilo que havia sobre a face da
terra. Isso continuou com a evolução da raça humana. A cada nova descoberta ou
novo objeto, se colocava um nome, onde na maioria das vezes existia um forte
significado associado. O significado do nome da cidade de Senhor do Bonfim não
foge a esta regra, para Machado (2004, 24) “a nossa cidade foi denominada Senhor
do Bonfim em homenagem a uma forte devoção portuguesa trazida até Salvador e
levada ao interior da Bahia”.


                                                                                  23
Antes de ser criada como cidade, Senhor do Bonfim recebeu dois outros nomes,
primeiro Arraial de Senhor do Bonfim da Tapera e depois foi instalada como Vila
Nova da Rainha em 1º (primeiro) de outubro de 1799 (mil setecentos e noventa e
nove). “O território municipal incluía as terras de Campo Formoso, Antônio
Gonçalves, Queimadas, Itiúba, Jaquarari e Andorinha, desmembrados ao longo dos
anos, formando municípios independentes”. (ALMEIDA, 2001, 41)


“Como Jacobina era “Vila Velha”, caberia a vila que dela fosse originada o nome de
“Vila Nova”. E o por que “da Rainha”? Sabe-se que teria sido uma homenagem
imposta pela própria coroa portuguesa à Rainha Dona Maria I”. (MACHADO, 2004,
57)


Os dois principais motivos para a criação desta Vila, descrito por Machado (2004) no
livro Notícias e Saudades da Vila Nova da Rainha, Aliás, Senhor do Bonfim, foram
um bom número de habitantes, aproximadamente 5 (cinco) mil e, os vadios e
malfeitores, os quais se ajuntavam de toda parte por ser estrada de ferro, para
assaltar, saquear e matar.


Esta Vila também tinha autonomia municipal e emancipação política, o que é
destacado por Machado (2004, 57) “a vila possuía autonomia municipal e, logo, a
emancipação política, mesmo antes de se transformar em cidade”.


Senhor do Bonfim passou a categoria de cidade em 28 (vinte e oito) de maio de
1885 (mil oitocentos e oitenta e cinco). Atualmente sua estrutura de atividades mais
dinâmicas se concentra no setor do comercio e serviço, como relata Machado (2004,
173) ao escrever: “O conjunto das atividades de comércio e serviços se constitui no
setor mais dinâmico da base econômica municipal”.


Desde 1885 (mil oitocentos e oitenta e cinco) até os dias atuais, entendemos que o
acontecimento que mais “prejudicou” a economia e desenvolvimento da cidade de
Senhor do Bonfim, foi à perda progressiva do transporte ferroviário. Machado sugere
a recuperação deste transporte ferroviário, quando relata:




                                                                                 24
O município de Senhor do Bonfim poderia liderar um processo, junto com as
                    demais lideranças políticas, empresariais e da sociedade civil da
                    microrregião, para sensibilizar as demais instâncias governamentais –
                    estadual e federal, quanto para a importância de reativar a linha férrea, com
                    o objetivo de alavancar as potencialidades econômicas da região.
                    (MACHADO, 2004, 173)




2.3 Considerações Sobre o Trabalho de Campo.




Para a realização deste trabalho, foi escolhida a população da sede da cidade de
Senhor do Bonfim como lócus de estudo, devido à mesma dispor de fontes seguras
de pesquisa relacionada ao seu crescimento populacional. Não foi incorporado todo
o município de Senhor do Bonfim devido à complexidade da pesquisa e o tempo
disponível.


O trabalho foi realizado utilizando primeiramente a pesquisa de campo, que se
dividiu em duas partes, onde a primeira foi efetivada no IBGE da atual cidade, e a
segunda no Fórum da Comarca, apesar de Jannuzzi (2007, 137) afirmar que “em
nível municipal, não há muito mais informação consistente e comparável que os
dados populacionais levantados nos Censos Demográficos”, para este trabalho são
necessários e essenciais os dados coletados no Cartório de Registro Civil, uma vez
que o IBGE não dispõe de todos os dados relativos aos habitantes da sede da
cidade.


Os dados desta pesquisa de campo são meramente quantitativos e dizem respeito à
quantidade de habitantes, o número de nascimentos e óbito da cidade de
Senhor do Bonfim.


No primeiro momento da pesquisa realizado no Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), em 18 de Abril do ano atual, obtivemos dados da quantidade de
habitantes da sede da cidade, referente aos anos de 1980, 1991, 2000 e 2007, haja



                                                                                              25
vista que em tais anos houve a contagem da população realizada pelo referido
Instituto.


No segundo momento, por ser mais trabalhosa, tivemos que concentrar esforços em
três tardes nos dias 19, 26 e 29 de maio do corrente ano, encaminhando,
anteriormente, um requerimento ao Exmo Dr. Leonardo Santos Vieira Coelho, Juiz
de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Senhor do Bonfim.


Este momento da pesquisa foi crucial para obtermos com precisão a quantidade de
nascimentos e óbitos da população bonfinense, pois Martine e Camargo (1984, 101)
asseguram que “Os componentes demográficos responsáveis pela evolução do
ritmo de crescimento da população são a natalidade, a mortalidade e a migração
líquida”.


Inicialmente gostaríamos de registrar que pensávamos em obter a quantidade de
nascimentos e óbitos da população da sede de Senhor do Bonfim desde 1980 até
2007. Porém, para alcançar esses dados demandava muito tempo, visto que, de
1980 a 2007 existem, no Cartório de Registro Civil, 51 livros de registro de
nascimentos e 14 de óbitos, compostos de 300 folhas cada, onde em cada folha são
lançados 4 assentos, e ainda em tais livros são registrados nascimentos e óbitos de
toda micro região de Senhor do Bonfim.


Assim sendo, os dados colhidos no Cartório de Registro Civil da Comarca de Senhor
do Bonfim, referentes ao número de nascimentos e óbitos, são do ano de 2000 a
2007.


No dia 19 e 26, de maio do corrente ano, nos preocupamos em averiguar o número
de nascimentos do ano de 2000 a 2007, em livro de registro de nascimentos,
ressaltando que o critério utilizado foi analisar o endereço de residência dos pais.


Quando o endereço residencial não se enquadrava na dinâmica da pesquisa, ou
seja, era diverso da sede do município ou quando não havia localização da
residência, tal registro não era agregado para cálculo dos nascimentos.


                                                                                       26
Somente integravam ao número de nascimentos, os registros onde constava que o
local residencial dos pais era a sede da cidade de Senhor do Bonfim.


Para uma melhor interpretação dos números de nascimentos encontrados no
Cartório, os mesmos foram observados e separados por ano a partir de 2000.
Camargo e Martine (1984, 103) propõem que “Para avançar mais na análise das
mudanças do comportamento reprodutivo, é necessário passar a utilizar um
indicador mais preciso do que a taxa bruta de natalidade”. Porém neste trabalho não
focaremos um estudo mais aprofundado na questão da natalidade, mas apenas a
utilizaremos para encontrar a taxa de crescimento populacional, além de observar
seu comportamento (crescente ou decrescente) no período de 2000 a 2007.


No dia 29 de maio do corrente ano, investigamos os livros onde se encontram os
registros de óbitos, sendo que consideramos, para integrar ao número de óbitos,
somente aqueles onde constava que o sepultamento da vítima foi realizado em
algum dos três cemitérios da sede da cidade de Senhor do Bonfim. Tendo em vista
que, por exemplo, um morador da zona rural que falece dificilmente será enterrado
na sede da cidade. O mesmo ocorre com aqueles moradores que falecem na zona
urbana, onde em sua maioria são enterrados nos cemitérios da própria sede do
município.


A coleta do número de óbitos da sede da cidade, assim como a coleta do número de
nascimentos, ocorreu desde o ano de 2000 até 2007 e, semelhantemente foi
registrado a cada ano o número de mortes.


Ressaltando que tanto nos livros de registros de nascimento, quanto nos de registros
de óbitos, a partir do livro 37 o cartório foi informatizado, passando a efetuar tais
registros em programa computacional apropriado e, depois disso imprimindo tais
registros e colocando-os por ordem de data e hora em livros específicos.


A partir desta informatização, ficou mais fácil verificar no termo de óbito o local que o
morto residia, uma vez que a partir deste momento constava, em tal registro, não só
o local do sepultamento, mais também o endereço residencial do falecido.


                                                                                      27
Tal procedimento de considerar somente os nascimentos e óbitos da sede da cidade
de Senhor do Bonfim é de extrema importância, uma vez que posteriormente
calcularemos a taxa de natalidade e mortalidade apenas da sede do município, para
depois aferir a taxa de crescimento para esta população.


Esclarecendo que, no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, existe a taxa de
crescimento populacional para cidade de Senhor do Bonfim, como também as taxas
de natalidade e de mortalidade, porém tais taxas são calculadas usando toda a
população bonfinense, ou seja, a urbana e a rural. Como a dinâmica deste trabalho
envolve apenas a população da sede, as taxas citadas anteriormente, da população
de todo o município e somente da sede, provavelmente serão diferentes e, para
elaborar um trabalho mais confiável, com dados mais precisos, precisamos aferir
estas taxas somente para a sede da cidade.


Cabe salientar ainda que os natimortos, aqueles nascidos mortos, possuem um livro
específico para registro e controle da quantidade dos mesmos e, não foram
analisados durante a coleta dos dados, tendo em vista que não interferem na taxa
de crescimento populacional.


Depois de efetuar esta pesquisa de campo e coletar os dados pretendidos,
confrontamos primeiramente o gráfico que representa a quantidade de habitantes de
Senhor do Bonfim, com o modelo gráfico dos métodos matemáticos que estudam o
crescimento populacional, analisando qual dos métodos, de Malthus ou de Verhulst,
se ajustava melhor ao crescimento populacional bonfinense.


Após esta análise, de confrontar o crescimento da população bonfinense com os
modelos matemáticos, através do esboço de seus respectivos gráficos, começamos
a observar as taxa de natalidade, óbito e consequentemente de crescimento,
coletadas no Fórum da Comarca de Senhor do Bonfim para se estimar com maior
segurança a quantidade de habitantes da sede da cidade para os próximos 15 anos.


                     Para qualquer modelo de desenvolvimento ou tipo de regime, as
                     perspectivas futuras de crescimento populacional são objeto de interesse.
                     Infelizmente as projeções têm um grau aceitável de confiança apenas para
                     os próximos 10 ou 15 anos. (CAMARGO & MARTINE, 1984, P. 135)


                                                                                           28
Verificamos, através do confronto dos esboços dos gráficos e também de maneira
quantitativa com relação à taxa de crescimento, que o modelo de Verhulst é o que
melhor se ajusta ao crescimento populacional da cidade de Senhor do Bonfim.
Sendo assim a projeção futura para a população bonfinense foi feita utilizando tal
modelo matemático.


Para finalizar o desenvolvimento deste trabalho, foi necessário determinar o suporte
máximo para a população da cidade de Senhor do Bonfim, visto que utilizando o
modelo de Verhulst, para se fazer uma perspectiva de crescimento populacional
futuro, é necessário ter conhecimento do suporte máximo do meio para a população
em questão.


Sendo assim, primeiro determinamos o suporte máximo para o meio, através do
programa computacional StatD+ usando o método de regressão linear, para
posteriormente fazermos a projeção da população bonfinense para os próximos 15
anos, por meio do modelo escolhido.


Contudo, gostaríamos de ressaltar que este suporte máximo encontrado, é
meramente quantitativo e, não leva em consideração fatores como a densidade
demográfica da cidade, as políticas públicas de crescimento industrial e tecnológico,
além de outros como o número de indivíduos com faixa etária de idade reprodutiva.




                                                                                  29
CAPÍTULO 3 – Análise e Discussão dos Dados.




3.1 Contextualizando os Dados.




3.1.1 Dos Dados Coletados.




Coletar dados estatísticos a respeito da população de uma determinada região ou
cidade não constitui tarefa das mais simples, requer tempo e dedicação. Os dados
encontrados dizem respeito à quantidade de habitantes, número de nascimentos
e óbitos e taxas de natalidade, mortalidade e crescimento.


Tais levantamentos de informações dizem respeito somente aos habitantes da sede
da cidade, para os anos de 1980, 1991, 2000 e 2007, mais precisamente e, também
os intervalos compreendidos entre 2000 e 2007.


Considerando a complexidade desta coleta de dados, gostariamos de deixar claro,
de antemão, que levamos em consideração que a taxa de imigração e emigração
para a cidade de Senhor do Bonfim são iguais e, portanto se anulam,
fundamentando-me no que é abordado por Futuyma (1992, 23) “por questão de
simplicidade, imigração e emigração são normalmente ignoradas imaginando-as
iguais”.


Para se ter uma idéia a respeito da coleta precisa de dados, o Anuário Estatístico da
Bahia (2003, 140) relata que Senhor do Bonfim possui uma área de 816,7 km2,
enquanto que para Almeida (2001, 41) é 825 km2, já para Machado (2004, 203) a
extensão territorial de Senhor do Bonfim é 1.125 km2.




                                                                                  30
3.1.2 Número de Habitantes.




Antes da era Cristã e mesmo até meados dela, o homem vivia em intimo contato e
em equilíbrio com a natureza. Para (SALZANO, 1993, 104) “o desenvolvimento
sociocultural e tecnológico nos tornou, até certo ponto, independentes dos rigores do
meio ambiente”. Mas esta conquista teve seu preço. Alguns dos problemas surgidos
relacionaram-se a própria proliferação desenfreada da população humana no
planeta.


Em seu artigo Yunes (1971, p. 130), descreve que a partir no começo da era cristã, a
população mundial era aproximadamente 250 milhões, somente vindo a dobrar seu
valor 1650 anos depois. Entre 1650 e 1850, a população que estava estimada em
500 milhões passara então para 1 bilhão de habitantes e dobrou esse valor em
menos de um século. Voltando a dobrar novamente em 45 anos e, levantou a
hipótese de que em 1975 a humanidade duplicaria novamente em tempo recorde,
alcançando a marca de 4 bilhões de habitantes.


Para a cidade de Senhor do Bonfim, o crescimento populacional é descrito através
da tabela 1 abaixo, de acordo com dados colhidos no Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).


                  Tabela 1 – População da sede da cidade de Senhor do Bonfim.

      ANO              1980                 1991                 2000           2007
 POPULAÇÃO            33.811               43.078               51.305          55.293


O crescimento dinâmico desta população também pode ser visualizado no gráfico da
figura 5:




                                                                                         31
60

                   50


                   40
 População (mil)




                   30

                   20

                   10

                    0
                    1980                1991                    2000              2007
                                                  Anos
* Fonte: IBGE
                            Figura 5 – Gráfico da população bonfinense de 1980 a 2007.


Podemos verificar, de acordo com este gráfico, que a população de Senhor do
Bonfim no último período censitário, ou seja, de 2000 a 2007, reduziu seu
crescimento com relação aos outros dois períodos censitários anteriores.




3.1.3 Número de Nascimento.




Sem a reprodução é impossível para uma população se manter em uma comunidade
biótica, visto que a estabilidade ou o crescimento de uma espécie é determinado
pela quantidade de indivíduos que são agregados aos que já vivem Odum (1988, p.
191) diz que “natalidade é a capacidade de uma população aumentar”.


No passado a humanidade foi marcada pelo número elevado de nascimentos, até
acontecer o processo de industrialização, onde as famílias começaram a viver
melhor e à medida que os países iam se aperfeiçoando tecnologicamente, o número
de nascimentos caia consideravelmente, o que é exposto por Camargo e Martini
(1984, p. 107)


                           Sem dúvida alguma, a maior utilização de métodos de controle da prole e a
                           conseqüente redução da fecundidade coincidem com o período de
                           intensificação das transformações sociais e econômica, decorrentes do

                                                                                                 32
processo de industrialização e modernização já iniciados em décadas
                     anteriores.


No Brasil não foi diferente, até cerca de 1980 a população era marcada por um alto
número de nascimentos. Para Camargo e Martini (1984, 100) a “magnitude do
aumento brasileiro levou praticamente à duplicação da população a intervalos de
trinta anos, durante todo o período de 1870-1980”. Porém isso foi se modificando
quando a sociedade, de um modo geral, passou a ter mais acesso a educação,
informação e tecnologias, o que é descrito por Alves (2000, 10), quando afirma que
os “maiores níveis de educação, participação feminina no mercado de trabalho,
industrialização, urbanização e secularização podem explicar a queda da
fecundidade”.


Entendemos que a natalidade da população bonfinense é influenciada por estes
fatores descritos por Alves (200, 10) e cremos que os mesmos são decisivos para
determinar a quantidade de nascimentos.


Como registrado anteriormente, o número de nascimentos da população de Senhor
do Bonfim foi coletado a partir do ano 2000 até 2007 e são apresentados na tabela
2.


                   Tabela 2 – Nascimentos em Senhor do Bonfim de 2000 a 2007

        ANO         2000      2001       2002      2003      2004      2005    2006   2007
     Nº DE NASC.     955       987       1002      898        870       846    825     766


Podemos observar baseados na nesta tabela 2, que houve um ligeiro aumento no
número de nascimento de 2000 a 2002, seguido de uma redução gradativa a partir
de 2003, para Carvalho e Rodrigues (2006, 5)


                     A queda da fecundidade vem se mostrando generalizada em todo o
                     território brasileiro. Embora desigualdades socioeconômicas e geográficas
                     extremas tenham adiado o início desse processo nas regiões menos
                     desenvolvidas do país.




                                                                                           33
3.1.4 Número de Óbitos.




O óbito pode ser entendido como sendo a eliminação do indivíduo de uma
determinada população. Semelhantemente a natalidade, até poucas décadas atrás a
população humana tinha um índice muito elevado da quantidade de mortos,
contribuindo consideravelmente para manter um baixo crescimento populacional, o
que é abordado por Yunes (1971, 130) ao relatar: “durante a maior parte da história
da humanidade, a população mundial aumentou a um ritmo lento, uma vez que tanto
o coeficiente de natalidade quanto o coeficiente de mortalidade eram elevados”.


No Brasil a mortalidade começou a cair a mais de um século e meio, porém o
período de 1940 a 1970 foi o que apresentou o maior declínio desta variável, o que é
relatado por Camargo e Martini (1984, 102) quando afirma que “a mortalidade teve
uma queda de 35% entre a década de 40 e a de 50 e de 28% na década seguinte”.


Curiosamente a partir da década de 50 quando começou a acontecer um acentuado
declínio no número de mortos, o país intensificou a industrialização nacional e
melhorou consideravelmente o seu setor de saúde. Sob este aspecto Braga apud
Camargo e Martini (1984, 113) diz que no Brasil a queda da mortalidade se deu de
maneira mais acelerada que nos países industrializados.


Na cidade de Senhor do Bonfim, podemos destacar nos últimos anos um
melhoramento no setor da saúde, como por exemplo, a implementação do SAMU,
um maior poder aquisitivo por parte de seus moradores. Essas variáveis sociais,
econômicas e culturais, contribuem para diminuir a mortalidade e Yunes (1971, 133)
relata que as “mudanças no padrão de mortalidade estão relacionadas com a
mudança da estrutura social e econômica”.


A quantidade de mortos da sede bonfinense a partir de 2000 é exposta na tabela 3 a
seguir, sendo que estes dados foram coletados no cartório de registro civil.




                                                                                  34
Tabela 3 – Óbitos em Senhor do Bonfim de 2000 a 2007.

 ANO       2000      2001       2002        2003       2004        2005      2006   2007
 ÓBITOS 198          194        174         229        225         222       229    205


Podemos observar que a partir de 2003 houve um ligeiro aumento na quantidade de
mortos, porém não foi um acréscimo significativo, nem tão pouco uma crescente nos
anos subseqüentes, mas houve uma pequena oscilação, donde podemos observá-
los muito próximos e inferi-los como constante.




3.2 Análise dos Dados.




3.2.1 Superposição dos Gráficos.




Começaremos a analisar este trabalho monográfico, através da sobreposição dos
gráficos dos modelos matemáticos de Malthus e Verhulst com o gráfico que
representa a quantidade de habitantes da cidade de Senhor do Bonfim, como nos
mostra a figura 6.




                                                                                           35
- modelo de Verhulst
                                                                                                - modelo de Malthus
                   60
                                                                                                - população bonfinense
população em mil




                   40



                   20



                    0
                     1980                          1991                  2000               2007
                                                          anos

                            Figura 6 – Superposição dos gráficos dos modelos matemáticos X população bonfinense.




Podemos observar que no esboço gráfico o modelo de Malthus, depois do ano 2000
obteve valores muito elevados, por outro lado o do modelo de Verhulst se adaptou
melhor as curvas do gráfico que representa o crescimento da população bonfinense e
podemos inferir que quanto mais os anos se passarem, mais o gráfico do modelo de
Verhulst tende a sobrepor ao da população real.


Outra maneira de nos esclarecermos a respeito dos dois modelos matemáticos que
estudam crescimento populacional, é obtermos a população dos anos de 1991, 2000
e 2007, em cada modelo, levando em consideração que para o ano de 1980 a
população é igual para os dois modelos e coincide com a população real da sede da
cidade de Senhor do Bonfim neste ano, como nos mostra a tabela 4.


                                Tabela 4 – População real e população segundo os modelos matemáticos.

 Ano                                              1980               1991               2000              2007
 População real                                  33811              43078              51305              55293
 Modelo de Malthus                               33811              41710              53143              63292
 Modelo de Verhulst                              33811              41636              50861              55448


Comparando os resultados do modelo de Verhulst com a população real, com
exceção do ano 1991, onde os resultados não foram tão próximos, podemos verificar

                                                                                                                       36
que quanto mais os anos tendem a passar, mais o modelo de Verhulst tende a
estabelecer valores mais próximos da realidade, descrevendo satisfatoriamente o
processo real da dinâmica populacional de Senhor do Bonfim.


Considerando a porcentagem de erro entre a população real e a população
encontrada através do modelo de Malthus, para os anos de 1991, 2000 e 2007, tal
porcentagem para os respectivos anos são 3,18%, 3,59% e 15,59%. Logo se
fossemos considerar a porcentagem de erro este modelo matemático não seria
utilizado para a representação do crescimento real da população.


Por outro lado, para o modelo de Verhulst, apresenta erro de 3,35%, 0,86% e 0,28%
para os anos de 1991, 2000 e 2007, respectivamente. Portanto através da
porcentagem de erro, podemos notar que o modelo de Verhulst se aproxima
bastante e de maneira satisfatória da realidade populacional.




3.2.2 Crescimento Populacional, Taxa de Nascimento, Taxa de Óbitos e Taxa
de Crescimento.




O aumento no número de habitantes da cidade de Senhor do Bonfim no último
período censitário caiu com relação aos outros dois períodos, pois de 1980 a 1991
houve um acréscimo de 9267 e de 1991 a 2000 a ampliação na população foi de
8227. Porém de 2000 a 2007 houve um aumento de 3988 pessoas, o que nos leva a
acreditar que o ritmo do crescimento populacional bonfinense tende a diminuir a
cada ano e para os períodos censitários futuros.


Sendo assim a população bonfinense crescerá em um ritmo mais lento nos próximos
anos. Entendemos que Senhor do Bonfim está ingressando, ou já ingressou, na
terceira fase da Transição demográfica, denominada assim por Yunes (1971, 132)
ao afirmar:


                                                                              37
Portanto, no início, as taxas elevadas de natalidade e mortalidade
                        compensam-se entre si e o resultado é um crescimento demográfico lento.
                        Numa segunda fase começa a queda de mortalidade com manutenção da
                        natalidade ainda em nível alto, trazendo como conseqüência o acelerado
                        aumento populacional. Numa terceira fase, a mortalidade e natalidade
                        equilibram-se a um nível muito mais baixo e o crescimento novamente é
                        lento.


Esta terceira fase do crescimento é marcada por uma taxa de crescimento mais
baixa que nas outras duas anteriores. O que podemos verificar através da tabela 5,
onde descreve as taxas de crescimento nos referidos períodos, ressaltando que a
taxa de crescimento nos dois primeiros períodos, foi obtido da razão entre a
população final menos população inicial pela população final multiplicada pelo tempo
                          Nt    N0
em anos, isto é, T xc                 . Já no último período, de 2000 a 2007, através da
                            Nt t

diferença entre a taxa de nascimento e taxa de óbitos desse período dividido pelo
                                     T xn       T xo
tempo em anos, ou seja, T xc                           .
                                            t


                    Tabela 5 – taxa de crescimento populacional de 1980 a 2007.

      Período            De 1980 a 1991                    De 1991 a 2000     De 2000 a 2007
      Taxa de                  0,01956                        0,01782             0,01165
    crescimento


Portanto verifica-se, pela tabela 5 acima, que a taxa de crescimento populacional
nos períodos censitários se apresenta num constante declínio. O que determina o
valor numérico da taxa de crescimento é a taxa de natalidade e a de mortalidade.


Não é uma tarefa fácil encontrar a taxa de natalidade e mortalidade de uma
população, visto que é necessário ter conhecimento de todos os nascimento e óbitos
de um determinado período, para depois obter as referidas taxas. Jannuzzi (2007,
111) relata que “entre as variáveis sintomáticas mais citadas nestas aplicações de
estimação populacional de pequenas áreas, estão às estatísticas de nascimentos e
óbitos”, acrescentando a esta afirmação de Jannuzzi, destacamos que as
estatísticas destas duas variáveis também são importantes para estimar populações
de áreas (cidades) medianas.


                                                                                               38
As taxas de nascimento e óbito são registradas na tabela a seguir, a partir do ano
2000 até o ano de 2007, cabendo salientar que tais taxas são somente de cada ano
respectivo.


                           Tabela 6 – taxa de natalidade e taxa de mortalidade de 2000 a 2007.

 Ano             2000          2001         2002       2003        2004          2005            2006    2007

 T xn          0,0173         0,0176      0,0175       0,0154      0,0147       0,0145      0,0135      0,0124

 T x0          0,0035         0,0035      0,0031       0,0041      0,0040       0,0039      0,0040      0,0036

T xn
Txn    = taxa de nascimentos
T x0   = taxa de óbitos.



Da análise desta tabela percebe-se que a taxa de mortalidade permanece, no
decorrer dos anos de 2000 a 2007, praticamente constante, enquanto que a taxa de
nascimento vem sofrendo a partir de 2001 uma pequena queda a cada ano. Isso
significa que na população bonfinense a cada ano está nascendo menos pessoas e
morrendo praticamente um número constante de indivíduos.



Diversos fatores, como políticas públicas do controle da natalidade, participação da
mulher na força de trabalho, aumento do nível educacional, entre outros, são apontados
por diversos autores como a causa da queda na taxa de nascimento, na tentativa de
explicar a dinâmica da redução da natalidade em todo o mundo, porém um fator é certo
e comprovado e YUNES, (1971, 139) o registra ao afirmar que “vários estudos mostram
que os ricos são "menos férteis" que os pobres”.



Yunes (1971, 140) é muito feliz ao analisar que “o declínio da fertilidade tem sido
precedido e acompanhado, em todos os países, pela urbanização. É comum os
autores afirmarem que a população urbana é "menos" fértil que a rural”. O próprio
Yunes (1971, 139) explica isto ao registrar:

                                A origem da atitude da limitação do tamanho da família foi aceito,
                                primeiramente, pela classe alta depois pelos demais segmentos da
                                sociedade. Por exemplo, a queda da fertilidade mais rápida em cidades
                                pode ser devida ao íntimo contato das classes sociais mais baixas com as
                                classes que primeiro praticaram a limitação do tamanho da família.



                                                                                                             39
Entendemos que a maioria da população bonfinense já passou pelo processo de
urbanização, ficando ainda uma pequena parte dos habitantes da zona rural que nos
próximos anos experimentará tal processo. Por outro lado é notório que a população
de um modo em geral aumentou o seu poder aquisitivo, em número modesto é
verdade, porém significativo.




3.3. Estimativa para uma População Futura.




3.3.1 Deduzindo o Valor de K .




Diante de toda análise realizada até então, é necessário que tenhamos a clareza
que o modelo matemático mais adequado para estimarmos a população da cidade
de Senhor do Bonfim, é o modelo de Pierre Verhulst.


Contudo, este modelo requer antes de tudo um limite de suporte máximo para a
população da cidade de Senhor do Bonfim, o qual pode ser encontrado através do
método de regressão linear, como mostra a figura 6.


                  0,025
                                                                                                   Taxa relativa
                                                                                                 ─ Reta ajustada
                   0,02


                  0,015
  taxa relativa




                   0,01


                  0,005


                      0
                          0                  50                      100                       150
                                                  população em mil
                              Figura 7 – Gráfico da taxa relativa em função da população N .
                                                                                                                   40
A reta mostrada na figura é uma reta de regressão linear e tem como objetivo
aproximar por uma linha reta o conjunto de pontos dispersos. A taxa de crescimento
relativa varia em função da quantidade de habitantes. Sendo assim, quando a taxa
de crescimento for igual a zero, teremos o suporte máximo para o meio. Então a
população máxima para a cede da cidade de Senhor do Bonfim é K =119.840
habitantes.




3.3.2 Calculando a População para os Próximos 15 Anos.




Utilizemos para o cálculo da população bonfinense dos próximos 15 anos, a
equação (7) do capitulo 1, tomando como base que N 0 =55.293, K =119.840 e

r   0,01165. A estimativa da população bonfinense para os próximos 15 (quinze)
anos é mostrada na tabela 7.


              Tabela 7 – População estimada segundo o modelo de Verhulst de 2008 a 2022.

                            Ano                          População estimada
                           2008                                  55.637
                           2009                                  55.981
                           2010                                  56.326
                           2011                                  56.671
                           2012                                  57.017
                           2013                                  57.362
                           2014                                  57.708
                           2015                                  58.054
                           2016                                  58.399
                           2017                                  58.745
                           2018                                  59.092
                           2019                                  59.438
                           2020                                   59784


                                                                                           41
2021                          60.130
                       2022                          60.476


Podemos até pensar que esta estimativa de crescimento populacional é muito
pequena se considerarmos que estamos estimando-a para daqui a 15 anos, pois a
população atual de Senhor do Bonfim é 55.293 habitantes, agregando então à
população atual a quantidade de 5.183 habitantes até 2.022. Porém se observarmos
a tabela 1 e principalmente a figura 5, verificaremos que, nos dois últimos períodos
censitários, ou seja, de 1991 a 2000 e de 2000 a 2007, neste segundo período o
crescimento da população não chegou nem a metade do período anterior e,
possivelmente para alcançar o mesmo crescimento anterior teria que dobrar a
quantidade de anos do período censitário anterior.




                                                                                 42
CONCLUSÃO




A percepção do mundo é um processo complexo que é criado por diferentes povos e
que sofre transformações ao longo do espaço e do tempo. Dentre estas diferentes
visões de mundo temos aquela criada pela ciência, em especial a matemática a qual
vem se consagrando como uma linguagem universal. Assim a ciência seria uma
forma de ver o mundo e este mundo sob o ponto de vista da matemática seria
facilmente compreendido entre diferentes povos, desde que preparados para
entender o significado das simbologias utilizadas na construção desta linguagem.


A linguagem matemática mostrou-se de suma importância para a descrição de
fenômenos reais. Nesta descrição encontra-se disposta uma ampla gama de
opções, seja por meio visual, através de gráficos e figuras; através de tabelas ou
equações.


Determinados fenômenos podem ser estudados através da modelagem matemática,
o qual consiste em descrever um determinado fenômeno por meio de uma equação.
Neste trabalho o fenômeno estudado foi a dinâmica populacional da cidade de
Senhor do Bonfim. Para isto utilizou-se dois modelos matemáticos: o modelo de
Malthus e o de Verhulht. Apesar de serem imitações abstratas, idealizadas e
simplificadas da realidade, nos permitiu conhecer certas comportamentos ao longo
de um determinado período e realizar previsões futuras sobre o crescimento
populacional desta região. A seguir apresentaremos os resultados significativos
obtidos neste trabalho.


Através deste trabalho pudemos conhecer o número de habitantes da sede da
cidade de Senhor do Bonfim em cada período censitário, ou seja, de 1980 a 1991,
de 1991 a 2000 e de 2000 a 2007, onde neste último período foi verificado que a
taxa de crescimento sofreu uma redução considerável, pois, de 1991 a 2000 foi
agregado à população bonfinense 8.227 habitantes, enquanto que de 2000 a 2007
foram apenas 3.988 habitantes. Menos da metade do período anterior. Como
também a quantidade de nascimentos de 2000 a 2007 diminuiu, enquanto que o
                                                                                   43
número de óbitos, com exceção do ano de 2002, foi praticamente constante neste
período, tendo pequenas oscilações. Sendo assim, o número de nascimentos tende
a diminuir a cada ano subseqüente, nos levando a inferir que o valor numérico desta
variável tende a se aproximar lentamente da quantidade de óbitos em anos futuros.


Verificamos através da superposição gráfica dos modelos matemáticos, de Malthus
e Verhulst, e da população bonfinense, como também por meio da proporcionalidade
de dispersão, que o modelo de Verhulst foi o que melhor se ajustou à dinâmica
populacional da cidade de Senhor do Bonfim. Uma vez que este modelo foi o que
melhor se aproximou da população real. Além disso, a taxa de crescimento para a
população aqui estudada está em constante declínio, o que fortalece a escolha do
modelo, pois o modelo de Verhulst tem como característica a taxa de crescimento
inversamente proporcional ao crescimento da população.


A partir da escolha do modelo de Verhulst como mais apropriado para descrever a
dinâmica populacional bonfinense, foi necessário encontrar o limite máximo de
suporte para o meio, o qual foi obtido através de método computacional de
regressão linear, usando o programa StatD+, onde este suporte máximo encontrado
foi 119.840 habitantes. Portanto, de acordo com o modelo de Verhulst, a população
da sede da cidade de Senhor do Bonfim poderá se aproximar deste limite, porém
não o ultrapassará.


Por fim, para concluir este trabalho monográfico, fizemos o levantamento da
quantidade de habitantes da sede da cidade de Senhor do Bonfim para os próximos
15 anos (tabela 7), através do modelo de Verhulst, onde observamos que Senhor do
Bonfim terá uma população de 60.476 habitantes no ano de 2.022.


Fica caracterizado através deste trabalho, a importância de se estudar a dinâmica
populacional de uma determinada região, através de modelos matemáticos. Quando
usados com cuidado é possível fazer previsões com bastante precisão para períodos
de tempo posteriores. Para trabalhos futuros podemos continuar estes estudos ao
longo de dez a quinze anos, para verificar-mos possíveis discrepâncias dos
resultados obtidos antes (previsão teórica) e depois (constatando os resultados
reais). Fica assim uma proposta para que novos estudantes de graduação
                                                                                44
desenvolvam pesquisas científicas investigando a dinâmica populacional da cidade
de Senhor do Bonfim, para verificar se o crescimento populacional continua com as
características aqui abordadas e se o modelo de Pierre Verhulst, estimou com
precisão a realidade populacional.




                                                                              45
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                                                                                    47
Apêndice 1


Sabendo que dN         rN 1             N                         1                dN               rdt , seque:
                 dt                     K                              N
                                                       N 1
                                                                       K



Fazendo uso das frações parciais, temos:
                                                                                                      AN
                                                                                            A                      BN
                                    1                     A                B                          K                                                 1
                                                                                                                                 A       1   e B             .
                                            N            N                     N                               N                                        K
                           N 1                                     1                            N 1
                                            K                                  K                               K



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                            A                B               1                 K                1              1
                                                                                                                        .
                            N                    N           N                     N            N         K        N
                                        1                              1
                                                 K                                 K



                                    1                             1                    1
Portanto temos que:                              dN                                                  dN   . Daí vem:
                                        N                         N             K           N
                           N 1
                                        K


                                                                                                Nt                      Nt                         t
                                1                1                                                    1                          1
                                                              dN               rdt                        dN                             dN            rdt
                                N           K        N                                          N0
                                                                                                      N                 N0
                                                                                                                             K       N             0             Sendo
u   K   N   du        dN    e substituindo na equação anterior, temos:


                           Nt                                              t
                                1                        1
                                    dN                       du                rdt
                           N0
                                N                     u                    0



                                ln N t               ln N 0            ln u                rt

                                                                                                Nt
                                ln N t               ln N 0            ln K                N    N0
                                                                                                          rt


                                        Nt
                                n                    ln K          Nt              ln K              N0            rt
                                        N0




                                                                                                                                                                     48
Apêndice 1
                                      Nt                      K            Nt
                             ln                         ln                                     rt
                                      N0                     K             N0

                                      Nt           K             N0
                             ln                                                 rt
                                      N0           K             Nt

                                 rt        Nt                K         N0
                             e
                                           N0                K         Nt

                                                   rt
                             Nt                e             K             Nt
                             N0                         K             N0

                                                                                          rt                     rt
                             Nt            K             N0                N0 e                     K    N0 e             Nt

                                                                                          rt                         rt
                             Nt            K             N0                N0 e                     Nt   N0 e             K

                                                                                     rt                     rt
                             Nt            K            N0            N0 e                           N0 e        K

                                                                      rt
                                                        N0 e                K
                             Nt                                                           rt
                                           K                 N0            N0 e

                                                         N0 K
                             Nt
                                           K                 N0
                                               rt                rt
                                                                            N0
                                           e                 e

                                                              N0 K
                             Nt                                                                rt
                                           N0                    K         N0 e



            dN           N
Portanto,        rN 1                 é equivalente a:
            dt          K



                                                        N0 K
                        Nt                                                       rt
                                                                                               .
                                      N0            K            N0         e




                                                                                                                                            49
Vista da Igreja Matriz, com atuais praças Juracy Magalhães (em primeiro plano) e Austricliano de Carvalho (ao
fundo). Disponível em: http://nrserver2.net/~srbonfim/galeriadefotos-antigas.html#




Antiga imagem do prédio da Prefeitura, fotografado do alto da Igreja. Em primeiro plano, praça hoje denominada
Juracy Magalhães. Disponível em: http://nrserver2.net/~srbonfim/galeriadefotos-antigas.html#


                                                                                                           50
Vista do que viria a ser a Praça Dr. Lauro de Freitas, tendo ao fundo a atual rua Cônego Hugo
Disponível em: http://nrserver2.net/~srbonfim/galeriadefotos-antigas.html#




Beco do Bazar, denominação resistente ao tempo para o atual calçadão da rua Dr. Joviniano Duarte
Disponível em: http://nrserver2.net/~srbonfim/galeriadefotos-antigas.html#

                                                                                                   51
Vista antiga da atual praça Austricliano de Carvalho, ao lado da Igreja Matriz
Disponível em: http://nrserver2.net/~srbonfim/galeriadefotos-antigas.html#




Área histórica de Bonfim, ainda conhecida popularmente como Campo do Gado, situada na atual praça Luiz
Viana. Disponível em: http://nrserver2.net/~srbonfim/galeriadefotos-antigas.html#

                                                                                                   52

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  • 1. Universidade do Estado da Bahia – UNEB Departamento de Educação – Campus VII Licenciatura Plena em Matemática UM MODELO MATEMÁTICO PARA O CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE SENHOR DO BONFIM-BA. Por: Joaquim de Souza Oliveira Neto Senhor do Bonfim – Ba, outubro de 2008.
  • 2. Joaquim de Souza Oliveira Neto UM MODELO MATEMÁTICO PARA O CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE SENHOR DO BONFIM-BA. “Trabalho Monográfico apresentado como requisito para integralização do curso de licenciatura plena em matemática pela Universidade do Estado da Bahia, sob orientação do professor Ms. Ivan Souza Costa”. Senhor do Bonfim - Ba, outubro de 2008. 1
  • 3. Joaquim de Souza Oliveira Neto UM MODELO MATEMÁTICO PARA O CRESCIMENTO POPULACIONAL DA CIDADE DE SENHOR DO BONFIM-BA. Banca Examinadora Prof. Ms. Ivan Souza Costa UNEB - orientador Prof. Geraldo Caetano de Souza Filho UNEB - Examinador Prof. Wagner Ferreira Santana UNEB - Examinador 2
  • 4. A minha esposa pelo carinho, pelas palavras de encorajamento, pela compreensão e todo amor dedicado. Aos meus pais por me dar forças e ter moldado meu caráter, ao meu irmão e minha irmã por sempre acreditarem em mim e ao eterno amigo Amadeu Pereira do Nascimento (in memoriam). 3
  • 5. Agradeço aquele que sustenta todo o Universo, ao todo poderoso, nosso Deus, pela dádiva de concluir esta graduação. Aos professores do Campus VII em especial o professor Ms. Ivan Souza Costa e, por fim aos amigos e colegas que souberam dividir conhecimento e foram grandes companhias nesta jornada, como também a todos aqueles que me incentivaram em lutar pelos meus ideais. 4
  • 6. RESUMO O presente trabalho buscou uma descrição para a dinâmica do crescimento populacional da população da cidade de Senhor do Bonfim no período de 1980 a 2007 utilizando-se os modelos matemáticos de Malthus e o de Verhulst. Para isso, utilizou-se como metodologia uma pesquisa de campo, tendo como objetivo principal analisar o crescimento populacional dessa cidade sobre a perspectiva dos dois modelos matemáticos descritos anteriormente, verificando qual deles melhor se adapta para uma descrição mais satisfatória da dinâmica populacional da cidade de Senhor do Bonfim nos últimos 27 anos. A coleta de dados consistiu na determinação das quantidades das taxas de crescimento, nascimento e óbito da cidade no período compreendido entre os anos de 1980 e 2007. De posse desses dados foi realizado um trabalho criterioso de análise buscando confrontar os dois modelos. Decidido o modelo que melhor correspondeu aos dados coletados foi feito uma estimativa do crescimento da população bonfinense para os próximos 15 anos. Palavras Chaves: Dinâmica Populacional, Modelo Malthus, Modelo de Verhulst. 5
  • 7. LISTA DE TABELA Tabela 1 – População da sede da cidade de Senhor do Bonfim................................31 Tabela 2 – Nascimentos em Senhor do Bonfim de 2000 a 2007................................33 Tabela 3 – Óbitos em Senhor do Bonfim de 2000 a 2007..........................................35 Tabela 4 – População real e população segundo os modelos matemáticos..............36 Tabela 5 – taxa de crescimento populacional de 1980 a 2007...................................38 Tabela 6 – taxa de natalidade e taxa de mortalidade de 2000 a 2007.......................39 Tabela 7 – População estimada segundo o modelo de Verhulst de 2008 a 2022......41 6
  • 8. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Gráfico de N t em função de t ..................................................................16 Figura 2 – Gráfico de 1 dN em função de N ..........................................................18 N dt dN Figura 3 – Gráfico de em função de N (variação da população N t ).................19 dt Figura 4 – Gráfico de N t em função de t ..................................................................20 Figura 5 – gráfico da população bonfinense de 1980 a 2007....................................32 Figura 6 – Superposição dos gráficos dos modelos matemáticos X população bonfinense .................................................................................................................3 6 Figura 7 – Gráfico da taxa relativa em função da população N ................................40 7
  • 9. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................9 CAPÍTULO 1 - Modelos Matemáticos que Estudam a Dinâmica de Populações .....11 1.1 Dinâmica Populacional .............................................................................11 1.2. Modelo de Malthus ..................................................................................13 1.3. Modelo de Verhulst .................................................................................17 CAPÍTULO 2 - Procedimentos Metodológicos .........................................................22 2.1 Tipo de Pesquisa ......................................................................................22 2.2 Região de Estudo .....................................................................................23 2.2.1 A Cidade de Senhor do Bonfim: Síntese Histórica .....................23 2.3 Considerações Sobre o Trabalho de Campo ...........................................25 CAPÍTULO 3 - Análise e Discussão dos Dados .......................................................30 3.1 Contextualizando os Dados .....................................................................30 3.1.1 Dos Dados Coletados .................................................................30 3.1.2 Número de Habitantes ................................................................31 3.1.3 Número de Nascimento ..............................................................32 3.1.4 Número de Óbitos .......................................................................34 3.2 Análise dos Dados ....................................................................................35 3.2.1 Superposição dos Gráficos .........................................................35 3.2.2 Crescimento Populacional, Taxa de Nascimento, Taxa de Óbitos e Taxa de Crescimento.................................................37 3.3 Estimativa para uma População Futura ...................................................40 3.3.1 Deduzindo o Valor de K .............................................................40 3.3.2 Calculando a População para os Próximos 15 Anos .................41 4. Conclusão .............................................................................................................43 5. Referências Bibliográficas .................................................................................... 46 6. Apêndice 7. Anexos 8
  • 10. INTRODUÇÃO Entende-se por população ao conjunto de seres de uma mesma espécie tanto no reino animal quanto no reino vegetal. Em ambos os casos a quantidade da população está em constante mudança. Tais mudanças ocorrem por diversos fatores, tais como, fatores de ordem natural, pois os seres vivos, nascem, crescem e morrem, e por fatores externos, como a ação de predadores, epidemias, catástrofes, escassez de alimentos e etc. Neste trabalho será abordado o comportamento populacional dos seres humanos. Há muito tempo este tema despertou o interesse dos estudiosos, iniciando-se estes estudos com o trabalho de Malthus (1798) intitulado como “Ensaio sobre população”, o qual havia afirmado que a taxa de crescimento populacional obedecia a uma progressão geométrica enquanto que os meios de subsistência (alimentos) cresciam numa progressão aritmética. Assim, com o passar do tempo, de acordo com esta teoria, previa-se uma “explosão populacional” e como conseqüência a escassez dos alimentos e as múltiplas dificuldades pela sobrevivência. É claro que uma população não pode crescer indefinidamente: mais cedo ou mais tarde o esgotamento dos recursos disponíveis imporá limites a esse crescimento. Baseado nesta hipótese o matemático Pierre Verhulst propôs, em 1838, uma generalização do modelo de Malthus que leva em conta essas restrições “ambientais”. Segundo Verhulst, a taxa relativa de crescimento demográfico é inversamente proporcional ao aumento da população, chegando a zero se uma dada população-limite (determinada pelos recursos disponíveis ou outras restrições) for alcançada. Em conseqüência disto, toda população teria um limite máximo de suporte para a sua capacidade populacional, através do qual toda população tenderia a crescer e se estabilizar quando a quantidade de habitantes se aproximasse do seu limite máximo. O modelo de Malthus pode ser utilizado nas populações que estão em constante desenvolvimento, tendo uma taxa de crescimento crescente. Contudo, no momento em que os recursos disponíveis não são suficientes para que o crescimento se 9
  • 11. mantenha e, a taxa desse crescimento esteja decaindo, pode-se utilizar o modelo de Verhulst para representar o crescimento populacional, de maneira que esta representação seja mais fiel à realidade. Deste modo, neste trabalho serão abordados dois modelos utilizados no estudo do crescimento populacional: o modelo Malthus (exponencial) e o modelo Verhulst (logístico), com os quais procuramos analisar qual desses modelos melhor se ajusta para o comportamento dinâmico da população da cidade de Senhor do Bonfim apresentado num determinado período de sua história. Para melhor entender a dinâmica populacional, temos que tomar como referência um ponto de partida ou valor inicial da população num determinado instante de tempo do período considerado. Em seguida calculamos esta quantidade de habitantes para os instantes posteriores, tomado aqui em anos. Estes valores, obtidos numa pesquisa de campo, serão comparados com os valores fornecidos pelos modelos teóricos mencionados acima. Além de um estudo comparativo entre os modelos teóricos abordados utilizaremos os resultados obtidos para fazer previsões do número de habitantes para períodos subseqüentes a médio e a longo prazo. Tal conhecimento tem muitas utilidades, principalmente para planejamento das políticas públicas governamentais, daí a importância de um trabalho desta natureza. Atualmente, varias pesquisas são direcionadas para esta área científica, no sentido de estabelecer parâmetros e apontar possíveis soluções futuras, o que é apontado por Jannuzzi (2007, p. 109) quando relata: As projeções populacionais para pequenas áreas como municípios, distritos, bairros e unidades territoriais de planejamento são cada vez mais demandadas em projetos e atividades nos setores públicos e privado. Prefeituras, concessionárias de serviços de energia, água, saneamento e telefonia, empresas de transportes urbanos, consultorias em planejamento urbano e regional, universidades e empresas do ramo imobiliário e construção civil vêm requerendo esse tipo de informação mais específica no planejamento e monitoramento de suas atividades. Este trabalho foi realizado através de pesquisa de campo, levantando dados no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e no fórum da comarca de Senhor do Bonfim. O mesmo encontra-se dividido em três capítulos, onde o primeiro apresenta os modelos matemáticos de crescimento populacional, o segundo relata como foi realizada a coleta de dados e por fim o terceiro capítulo faz a análise e discussão dos dados coletados a partir desses modelos. 10
  • 12. CAPÍTULO 1 – Modelos Matemáticos Que Estudam a Dinâmica de Populações. 1.1 Dinâmica Populacional. Para Soares (1999, p. 357) “a população deve ser definida como um conjunto de indivíduos da mesma espécie que convivem numa região comum, mantendo ou não um certo isolamento com os grupos de outras áreas”. As populações de um determinado ecossistema não podem viver totalmente isoladas das outras, por mais independente que uma população seja ela precisa de outra, ao menos para servir como seu alimento. É o que é destacado por Soares (1999, p. 357), quando escreve: Comumente, espécies diversas convivem num mesmo ambiente. Com o nome de comunidade Biótica designamos o conjunto de organismos de espécies diferentes que habitam o mesmo ecossistema, mantendo entre si uma convivência por vez harmônica por vez desarmônica. A convivência entre as espécies, que compõe uma comunidade biótica, em ecologia é chamada de biocenose, o que é registrado por Soares (1999, p. 357) ao afirmar: “Dá-se o nome de biocenose ao processo de interação e relacionamento das diversas populações de espécies diferentes que formam uma comunidade biótica”. Na natureza, em ecossistemas que não há ação devastadora do homem, geralmente as espécies tendem a crescer e se estabilizar. Se ao menos uma destas populações da comunidade biótica aumentar e não se estabilizar, isto pode gerar um desequilíbrio considerável nos grupos de animais daquela comunidade e obrigar as outras espécies a uma luta mais efetiva e intensa pela sobrevivência, o que é exposto por Soares (1999, p. 358), ao relatar: “é que, nessa circunstância, eles enfrentarão uma competição mais intensa por alimentos e por local de abrigo, e estarão expondo-se mais convidativamente ao ataque dos seus inimigos naturais”. 11
  • 13. Por outro lado, a diminuição gradativa ou em massa de uma determinada espécie, aponta para algo incomum que está ocorrendo naquela comunidade biótica, ou então pela intervenção negativa do homem. Sendo assim, o próprio Soares (1999, p. 358) sugere que “o estado conveniente é aquele que a população se mantém, depois de ter atingido sua dimensão ideal, estável ou constante”. Para manter o equilíbrio das populações em ecossistemas, a ecologia descreve dois fatores que podem atuar neste sentido e são descritos por Soares como intrínsecos e extrínsecos. Os mecanismos intrínsecos dependem dos próprios integrantes da população, como é o caso da competição intra-especifica. Os mecanismos extrínsecos ou externos que controlam o desenvolvimento de uma população são aqueles que dependem da participação de alguma coisa fora da própria população. (SOARES, 1999, p. 359 e 360) Semelhantemente a outras populações, podemos dizer que na raça humana também existem mecanismos intrínsecos, como, por exemplo, a competição interna por espaço, alimentos, como também fatores extrínsecos determinados pelo meio ambiente, como terremotos, tornados, tempestades, epidemias, etc. Sendo assim, a dinâmica populacional caracterizada pelo crescimento, desenvolvimento e manutenção dos indivíduos de uma espécie, animal ou vegetal, em um determinado habitat, dependem da taxa de crescimento, que por sua vez é determinada pela taxa de nascimento e de óbito; Para Odum (1988, p. 199), “uma taxa pode ser obtida dividindo-se a mudança ocorrida em certa quantidade pelo período de tempo decorrido durante aquela mudança”. Camargo e Martini (1984, p. 138), destacam que: “a taxa bruta de natalidade é a relação entre o número de nascimento num determinado ano e a população média do ano. A taxa bruta de mortalidade é o quociente entre o número de mortos e a população”. E para determinarmos a taxa de crescimento de uma população, fazemos uso das taxas de natalidade e óbito, sendo que a taxa de crescimento é obtida através da diferença entre estas duas taxas. 12
  • 14. 1.2 Modelo de Malthus. Consiste em um modelo matemático desenvolvido por Thomas Robert Malthus, que nasceu em Rookery, na Inglaterra, em 1766 e faleceu em 1834. Este modelo foi o primeiro que surgiu para estudar os crescimentos populacionais, chamado também de modelo exponencial. Malthus era economista, estatístico, demógrafo e estudioso das Ciências Sociais, preocupou-se ao analisar que o crescimento populacional em dois séculos havia dobrado e chegou à conclusão que a população crescia numa projeção geométrica, enquanto que os meios de sobrevivência (produção de alimentos) cresciam numa projeção aritmética. O que se comprova através do próprio Malthus (apud ALVES, 2000, p. 2): O poder de crescimento da população é indefinidamente maior do que o poder que tem a terra de produzir meios de subsistência para o homem. A população, quando não controlada, cresce numa progressão geométrica. Os meios de subsistência crescem apenas numa progressão aritmética. Para compreendermos o modelo de Malthus, vale salientar que o crescimento da população é determinado pelo número de nascimentos e pela quantidade de imigrações. Por outro lado, fatores como óbitos e emigrações, contribuem para o decrescimento populacional. O que é compreendido pela equação a seguir: Nt 1 Nt Q M I E , onde Nt é o número de habitantes no instante t , Q é a quantidade de nascimentos, M representa o número de mortes, I é o número de imigrantes e E representa a quantidade de emigrantes. Considerando que o fator migrações é zero (imigrações = emigrações), a variação de crescimento populacional no tempo pode ser definida como: 13
  • 15. dN Q M (1) dt A quantidade de nascimentos Q , numa determinada população N , pode ser encontrada da seguinte maneira Q qN , onde q é a taxa de nascimentos. De maneira análoga à quantidade de mortes M pode ser M mN , onde m é a taxa de mortes. dN Podemos reescrever a equação Q M , da seguinte maneira: dt dN dN qN mN (q m)N dt dt Sendo r q m, teremos: dN rN (2) dt Onde r é a taxa de crescimento. A formulação do modelo de Malthus, apesar de simples não foi formulado por Malthus em termos de equação diferencial, o que se comprova na afirmativa de Bassanezi (2002, p.327) “a formulação deste modelo em termos de uma equação diferencial não foi feita por Malthus, apesar de ser muito simples, mesmo para a época em que foi postulado”. Este modelo simples foi exposto por Thomas Robert Malthus, onde o número de indivíduos que se agrega a uma população (crescimento da população em um determinado tempo), pode ser encontrada pelo produto da taxa de crescimento e o tamanho populacional. A equação (2) na verdade é uma equação diferencial de variáveis separáveis, podendo ser escrita da seguinte maneira: 14
  • 16. dN dN rN rdt dt N Sabendo que podemos integralizar esta equação, e esta integral sendo definida em um determinado instante de tempo t para uma população inicial N 0 e final N t , obtemos: Nt t dN rdt ln N t ln N 0 rt N0 N 0 Como N > 0 e fazendo uso da propriedade do logaritmo do quociente, temos: Nt rt Nt ln rt e N0 N0 Portanto, rt Nt N0 e (3) N0 a população inicial, e é a base do logaritmo natural com valor aproximado de 2,718..., r é a taxa de crescimento e t é o período de tempo. Notemos que se r > 0 (taxa de natalidade > taxa de mortalidade) o crescimento é contínuo e proporcional à N , se r 0 (taxa de natalidade = taxa de mortalidade) a população não cresce e se r < 0 (taxa de natalidade < taxa de mortalidade) a população está em declínio. A interpretação do modelo Malthusiano é simples, visto que, quanto mais gente existir, mais rapidamente a população vai aumentar. Pensando nesta perspectiva, isso nos levaria a crer numa “explosão populacional”. A raça humana iria crescer infinitamente, induzindo-nos a uma pergunta crucial sobre o que aconteceria com a humanidade se houvesse essa “explosão populacional”? 15
  • 17. Todavia Malthus não considerava as imposições impostas pelos meios necessários à sobrevivência (ambiente, alimento, espaço, etc), nem tão pouco a flexibilidade da taxa de crescimento, como se esta não dependesse da taxa de fertilidade e de mortalidade. Malthus considerava apenas que a população poderia ser reduzida através de eventos como catástrofes, epidemias e guerras. Esclarecendo que para Malthus a taxa de crescimento r era sempre positiva, o que atualmente já está ultrapassado, tendo em vista que esta taxa pode variar e, portanto podemos considerar, para este modelo, além da possibilidade proposta por Malthus, outras duas situações. A representação gráfica da adequação do modelo malthusiano pode ser descrita na figura 1, onde relaciona a população N t em função do tempo t . Nt r 0 N0 r 0 r 0 t Figura 1 – Gráfico de N t em função de t . Notemos que, sendo N0 a população inicial, se r 0 lim N t . Já se Nt r 0 lim N t 0 , por outro lado, se r 0 lim N t N0 . Nt Nt 16
  • 18. Um ponto negativo para fazer uma estimativa utilizando o modelo Malthusiano é que quanto maior a população ou o período a ser analisado maior a probabilidade de erros discrepantes deste modelo. 1.3 Modelo de Verhulst. Este modelo foi desenvolvido pelo Belga Pierre François Verhulst, nascido em Bruxelas em 28/10/1804 e falecido na mesma cidade em 15/02/1849, também conhecido como modelo logístico. Com base no modelo Malthusiano, Verhulst analisou que Malthus considerava a taxa de crescimento como estável (não variava) e que não existiam limites impostos pelo meio para que uma população parasse de crescer, a não ser as eventuais catástrofes, epidemias ou guerras. Verhulst propôs então este modelo, levando em consideração um limite máximo, pois, quando uma determinada população alcançasse tal limite a mesma pararia de crescer, além de considerar que a taxa de crescimento efetiva variava ao longo do tempo. Fatores físicos como o alimento e a matéria prima, além de recursos naturais como água e terra cultivável e ainda outros fatores sociais e culturais como o desemprego e condições insuficientes para um casal garantir o crescimento e todo tipo de subsistências do (s) filho (s), podem ser classificados no modelo de Verhulst, como a capacidade de suporte ( K ) do meio. Através destes fatores e de outros semelhantes, pode-se estimar o limite máximo de uma população. Assim, para uma população de tamanho N , com taxa de crescimento r o modelo de crescimento de Verhulst ou Logístico pode ser representado pela equação: 17
  • 19. dN N rN 1 (4) dt K N Note que este modelo difere do de Malthus, apenas pelo fator 1 , onde K é a K capacidade de suporte do meio. De acordo com a equação (4) podemos obter: 1 dN r rN (5) N dt K Observe ainda que podemos classificar (5) como uma função linear do primeiro grau decrescente. Isso significa que a taxa de crescimento relativa ( dN ) de uma dt população, diminui à medida que a população N aumenta, tendendo a zero quando N K (lê-se: N tendendo a K ). Como nos mostra a figura 2. 1 dN N dt K N Figura 2 – Gráfico de 1 dN em função de N . N dt 18
  • 20. Retornando a equação (4), podemos obter uma nova equação do tipo: 2 dN rN rN (6) dt K Verifiquemos agora que (6) é uma função do segundo grau na incógnita N , com concavidade voltada para baixo, com uma das raízes sendo 0 (zero), pois falta o termo independente e a outra raiz sendo igual a K , como nos mostra o gráfico da figura 3. dN dt K N K 2 dN Figura 3 – Gráfico de em função de N (variação da população N t ). dt Notemos que dN expressa apenas a taxa de variação de uma determinada dt população. Sendo assim, para se calcular ou estimar a população de uma região, através de uma equação matemática, em um determinado instante de tempo t , é necessário que isolemos a incógnita N , que resultará em: 19
  • 21. N0 K Nt rt (7) N0 K N0 e Onde, N t é a população estimada em um instante t e N 0 é a população inicial. Um esboço gráfico que pode representar a equação (7) é descrito na figura 4. Nt Nt N0 K K N0 K K/2 2 N0 N0 tm tm t t Figura 4 – Gráfico de N t em função de t . De acordo com os esboços gráficos das figuras 3 e 4, podemos levantar algumas considerações: 1) Observemos que no gráfico da figura 3, dN é positiva e crescente se 0 N K , dt 2 de modo que o esboço gráfico de N t em função de t (figura 4) é côncavo para cima. a demonstração da equação (7) encontra-se em apêndice. 20
  • 22. 2) Se K N K , a inclinação dada por dN é positiva e decrescente, então o 2 dt gráfico de N t em função de t (figura 4) é côncavo para baixo. 3) Para N K , temos dN negativa, de modo que o gráfico de N t em função de t é dt decrescente. 4) O valor máximo de dN , relativamente a N , é alcançado quando N K , ou seja, dt 2 a taxa de crescimento relativa terá seu valor máximo quando uma população alcançar a metade de sua população limite. Neste ponto, localiza-se o ponto de inflexão do gráfico de N t em função de t , isto é, neste ponto a inclinação é máxima. Contudo o ponto de inflexão só existirá se N 0 K , caso contrário, a população 2 cresce ou decresce sem mudança de concavidade, conforme a figura 4. 21
  • 23. CAPITULO 2 – Procedimentos Metodológicos. 2.1 Tipo de Pesquisa. O tipo de pesquisa aplicada a este trabalho foi a pesquisa de campo. Lakatos e Marconi (1996, p. 75) definem pesquisa de campo como: Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e / ou conhecimentos a cerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. Ao contrário do que muitos pensam a pesquisa de campo não se resume apenas a uma coleta de dados para se explorar ou responder as hipóteses ou variáveis envolvidas, mas, sobretudo, ela abarca processos (fases) anteriores do tipo: investigação bibliográfica, técnicas empregadas e técnicas de registros dos dados a serem coletados. Para Tripodi et al (apud LAKATOS e MARCONI, 1996, p.76), a pesquisa de campo se divide em três grandes grupos: o grupo quantitativo-descritivos, exploratórios e experimentais, todos com suas respectivas subdivisões. Para a dinâmica populacional estudada o processo de pesquisa de campo utilizado foi o quantitativo-descritivos, tendo em vista que Lakatos e Marconi (1996, p. 76) destacam que a principal finalidade deste procedimento é delinear ou analisar características de fatos ou fenômenos ou isolamento de variáveis principais ou chaves, além de afirmar que ele tem por objetivo a coleta sistemática de dados sobre as populações ou amostra de populações. Também Bervian e Cervo (1983, p.55) afirmam que a pesquisa descritiva “estuda fatos e fenômenos do mundo físico e especialmente do mundo humano, sem a interferência do pesquisador”. 22
  • 24. Como citado anteriormente o grupo quantitativo-descritivos tem sua subdivisão, que são divididas em quatro partes distintas e abordadas por Lakatos e Marconi (1996, p. 76-77), as quais são: verificação de hipóteses, avaliação de programa, descrição de populações e relações de variáveis. Dessas quatro subdivisões, a descrição de populações é a que, de maneira mais satisfatória, pode descrever as técnicas de coleta de dados aqui utilizadas, tendo em vista que Lakatos e Marconi (1996, p.77) a descreve “como função primordial, a exata descrição de certas características quantitativas de populações como um todo”. Além disso afirma que contém um grande número de variáveis. Portanto, este trabalho foi realizado através de pesquisa de campo, utilizando a técnica de descrição de populações, que por sua vez é uma subdivisão do procedimento quantitativo-descritivos. 2.2 Região de Estudo. 2.2.1 A Cidade de Senhor do Bonfim: Síntese Histórica. Segundo a Bíblia, mais especificamente o livro de Gênesis, Deus formou o homem e deu-lhe a incumbência de por o nome em tudo aquilo que havia sobre a face da terra. Isso continuou com a evolução da raça humana. A cada nova descoberta ou novo objeto, se colocava um nome, onde na maioria das vezes existia um forte significado associado. O significado do nome da cidade de Senhor do Bonfim não foge a esta regra, para Machado (2004, 24) “a nossa cidade foi denominada Senhor do Bonfim em homenagem a uma forte devoção portuguesa trazida até Salvador e levada ao interior da Bahia”. 23
  • 25. Antes de ser criada como cidade, Senhor do Bonfim recebeu dois outros nomes, primeiro Arraial de Senhor do Bonfim da Tapera e depois foi instalada como Vila Nova da Rainha em 1º (primeiro) de outubro de 1799 (mil setecentos e noventa e nove). “O território municipal incluía as terras de Campo Formoso, Antônio Gonçalves, Queimadas, Itiúba, Jaquarari e Andorinha, desmembrados ao longo dos anos, formando municípios independentes”. (ALMEIDA, 2001, 41) “Como Jacobina era “Vila Velha”, caberia a vila que dela fosse originada o nome de “Vila Nova”. E o por que “da Rainha”? Sabe-se que teria sido uma homenagem imposta pela própria coroa portuguesa à Rainha Dona Maria I”. (MACHADO, 2004, 57) Os dois principais motivos para a criação desta Vila, descrito por Machado (2004) no livro Notícias e Saudades da Vila Nova da Rainha, Aliás, Senhor do Bonfim, foram um bom número de habitantes, aproximadamente 5 (cinco) mil e, os vadios e malfeitores, os quais se ajuntavam de toda parte por ser estrada de ferro, para assaltar, saquear e matar. Esta Vila também tinha autonomia municipal e emancipação política, o que é destacado por Machado (2004, 57) “a vila possuía autonomia municipal e, logo, a emancipação política, mesmo antes de se transformar em cidade”. Senhor do Bonfim passou a categoria de cidade em 28 (vinte e oito) de maio de 1885 (mil oitocentos e oitenta e cinco). Atualmente sua estrutura de atividades mais dinâmicas se concentra no setor do comercio e serviço, como relata Machado (2004, 173) ao escrever: “O conjunto das atividades de comércio e serviços se constitui no setor mais dinâmico da base econômica municipal”. Desde 1885 (mil oitocentos e oitenta e cinco) até os dias atuais, entendemos que o acontecimento que mais “prejudicou” a economia e desenvolvimento da cidade de Senhor do Bonfim, foi à perda progressiva do transporte ferroviário. Machado sugere a recuperação deste transporte ferroviário, quando relata: 24
  • 26. O município de Senhor do Bonfim poderia liderar um processo, junto com as demais lideranças políticas, empresariais e da sociedade civil da microrregião, para sensibilizar as demais instâncias governamentais – estadual e federal, quanto para a importância de reativar a linha férrea, com o objetivo de alavancar as potencialidades econômicas da região. (MACHADO, 2004, 173) 2.3 Considerações Sobre o Trabalho de Campo. Para a realização deste trabalho, foi escolhida a população da sede da cidade de Senhor do Bonfim como lócus de estudo, devido à mesma dispor de fontes seguras de pesquisa relacionada ao seu crescimento populacional. Não foi incorporado todo o município de Senhor do Bonfim devido à complexidade da pesquisa e o tempo disponível. O trabalho foi realizado utilizando primeiramente a pesquisa de campo, que se dividiu em duas partes, onde a primeira foi efetivada no IBGE da atual cidade, e a segunda no Fórum da Comarca, apesar de Jannuzzi (2007, 137) afirmar que “em nível municipal, não há muito mais informação consistente e comparável que os dados populacionais levantados nos Censos Demográficos”, para este trabalho são necessários e essenciais os dados coletados no Cartório de Registro Civil, uma vez que o IBGE não dispõe de todos os dados relativos aos habitantes da sede da cidade. Os dados desta pesquisa de campo são meramente quantitativos e dizem respeito à quantidade de habitantes, o número de nascimentos e óbito da cidade de Senhor do Bonfim. No primeiro momento da pesquisa realizado no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 18 de Abril do ano atual, obtivemos dados da quantidade de habitantes da sede da cidade, referente aos anos de 1980, 1991, 2000 e 2007, haja 25
  • 27. vista que em tais anos houve a contagem da população realizada pelo referido Instituto. No segundo momento, por ser mais trabalhosa, tivemos que concentrar esforços em três tardes nos dias 19, 26 e 29 de maio do corrente ano, encaminhando, anteriormente, um requerimento ao Exmo Dr. Leonardo Santos Vieira Coelho, Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Senhor do Bonfim. Este momento da pesquisa foi crucial para obtermos com precisão a quantidade de nascimentos e óbitos da população bonfinense, pois Martine e Camargo (1984, 101) asseguram que “Os componentes demográficos responsáveis pela evolução do ritmo de crescimento da população são a natalidade, a mortalidade e a migração líquida”. Inicialmente gostaríamos de registrar que pensávamos em obter a quantidade de nascimentos e óbitos da população da sede de Senhor do Bonfim desde 1980 até 2007. Porém, para alcançar esses dados demandava muito tempo, visto que, de 1980 a 2007 existem, no Cartório de Registro Civil, 51 livros de registro de nascimentos e 14 de óbitos, compostos de 300 folhas cada, onde em cada folha são lançados 4 assentos, e ainda em tais livros são registrados nascimentos e óbitos de toda micro região de Senhor do Bonfim. Assim sendo, os dados colhidos no Cartório de Registro Civil da Comarca de Senhor do Bonfim, referentes ao número de nascimentos e óbitos, são do ano de 2000 a 2007. No dia 19 e 26, de maio do corrente ano, nos preocupamos em averiguar o número de nascimentos do ano de 2000 a 2007, em livro de registro de nascimentos, ressaltando que o critério utilizado foi analisar o endereço de residência dos pais. Quando o endereço residencial não se enquadrava na dinâmica da pesquisa, ou seja, era diverso da sede do município ou quando não havia localização da residência, tal registro não era agregado para cálculo dos nascimentos. 26
  • 28. Somente integravam ao número de nascimentos, os registros onde constava que o local residencial dos pais era a sede da cidade de Senhor do Bonfim. Para uma melhor interpretação dos números de nascimentos encontrados no Cartório, os mesmos foram observados e separados por ano a partir de 2000. Camargo e Martine (1984, 103) propõem que “Para avançar mais na análise das mudanças do comportamento reprodutivo, é necessário passar a utilizar um indicador mais preciso do que a taxa bruta de natalidade”. Porém neste trabalho não focaremos um estudo mais aprofundado na questão da natalidade, mas apenas a utilizaremos para encontrar a taxa de crescimento populacional, além de observar seu comportamento (crescente ou decrescente) no período de 2000 a 2007. No dia 29 de maio do corrente ano, investigamos os livros onde se encontram os registros de óbitos, sendo que consideramos, para integrar ao número de óbitos, somente aqueles onde constava que o sepultamento da vítima foi realizado em algum dos três cemitérios da sede da cidade de Senhor do Bonfim. Tendo em vista que, por exemplo, um morador da zona rural que falece dificilmente será enterrado na sede da cidade. O mesmo ocorre com aqueles moradores que falecem na zona urbana, onde em sua maioria são enterrados nos cemitérios da própria sede do município. A coleta do número de óbitos da sede da cidade, assim como a coleta do número de nascimentos, ocorreu desde o ano de 2000 até 2007 e, semelhantemente foi registrado a cada ano o número de mortes. Ressaltando que tanto nos livros de registros de nascimento, quanto nos de registros de óbitos, a partir do livro 37 o cartório foi informatizado, passando a efetuar tais registros em programa computacional apropriado e, depois disso imprimindo tais registros e colocando-os por ordem de data e hora em livros específicos. A partir desta informatização, ficou mais fácil verificar no termo de óbito o local que o morto residia, uma vez que a partir deste momento constava, em tal registro, não só o local do sepultamento, mais também o endereço residencial do falecido. 27
  • 29. Tal procedimento de considerar somente os nascimentos e óbitos da sede da cidade de Senhor do Bonfim é de extrema importância, uma vez que posteriormente calcularemos a taxa de natalidade e mortalidade apenas da sede do município, para depois aferir a taxa de crescimento para esta população. Esclarecendo que, no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, existe a taxa de crescimento populacional para cidade de Senhor do Bonfim, como também as taxas de natalidade e de mortalidade, porém tais taxas são calculadas usando toda a população bonfinense, ou seja, a urbana e a rural. Como a dinâmica deste trabalho envolve apenas a população da sede, as taxas citadas anteriormente, da população de todo o município e somente da sede, provavelmente serão diferentes e, para elaborar um trabalho mais confiável, com dados mais precisos, precisamos aferir estas taxas somente para a sede da cidade. Cabe salientar ainda que os natimortos, aqueles nascidos mortos, possuem um livro específico para registro e controle da quantidade dos mesmos e, não foram analisados durante a coleta dos dados, tendo em vista que não interferem na taxa de crescimento populacional. Depois de efetuar esta pesquisa de campo e coletar os dados pretendidos, confrontamos primeiramente o gráfico que representa a quantidade de habitantes de Senhor do Bonfim, com o modelo gráfico dos métodos matemáticos que estudam o crescimento populacional, analisando qual dos métodos, de Malthus ou de Verhulst, se ajustava melhor ao crescimento populacional bonfinense. Após esta análise, de confrontar o crescimento da população bonfinense com os modelos matemáticos, através do esboço de seus respectivos gráficos, começamos a observar as taxa de natalidade, óbito e consequentemente de crescimento, coletadas no Fórum da Comarca de Senhor do Bonfim para se estimar com maior segurança a quantidade de habitantes da sede da cidade para os próximos 15 anos. Para qualquer modelo de desenvolvimento ou tipo de regime, as perspectivas futuras de crescimento populacional são objeto de interesse. Infelizmente as projeções têm um grau aceitável de confiança apenas para os próximos 10 ou 15 anos. (CAMARGO & MARTINE, 1984, P. 135) 28
  • 30. Verificamos, através do confronto dos esboços dos gráficos e também de maneira quantitativa com relação à taxa de crescimento, que o modelo de Verhulst é o que melhor se ajusta ao crescimento populacional da cidade de Senhor do Bonfim. Sendo assim a projeção futura para a população bonfinense foi feita utilizando tal modelo matemático. Para finalizar o desenvolvimento deste trabalho, foi necessário determinar o suporte máximo para a população da cidade de Senhor do Bonfim, visto que utilizando o modelo de Verhulst, para se fazer uma perspectiva de crescimento populacional futuro, é necessário ter conhecimento do suporte máximo do meio para a população em questão. Sendo assim, primeiro determinamos o suporte máximo para o meio, através do programa computacional StatD+ usando o método de regressão linear, para posteriormente fazermos a projeção da população bonfinense para os próximos 15 anos, por meio do modelo escolhido. Contudo, gostaríamos de ressaltar que este suporte máximo encontrado, é meramente quantitativo e, não leva em consideração fatores como a densidade demográfica da cidade, as políticas públicas de crescimento industrial e tecnológico, além de outros como o número de indivíduos com faixa etária de idade reprodutiva. 29
  • 31. CAPÍTULO 3 – Análise e Discussão dos Dados. 3.1 Contextualizando os Dados. 3.1.1 Dos Dados Coletados. Coletar dados estatísticos a respeito da população de uma determinada região ou cidade não constitui tarefa das mais simples, requer tempo e dedicação. Os dados encontrados dizem respeito à quantidade de habitantes, número de nascimentos e óbitos e taxas de natalidade, mortalidade e crescimento. Tais levantamentos de informações dizem respeito somente aos habitantes da sede da cidade, para os anos de 1980, 1991, 2000 e 2007, mais precisamente e, também os intervalos compreendidos entre 2000 e 2007. Considerando a complexidade desta coleta de dados, gostariamos de deixar claro, de antemão, que levamos em consideração que a taxa de imigração e emigração para a cidade de Senhor do Bonfim são iguais e, portanto se anulam, fundamentando-me no que é abordado por Futuyma (1992, 23) “por questão de simplicidade, imigração e emigração são normalmente ignoradas imaginando-as iguais”. Para se ter uma idéia a respeito da coleta precisa de dados, o Anuário Estatístico da Bahia (2003, 140) relata que Senhor do Bonfim possui uma área de 816,7 km2, enquanto que para Almeida (2001, 41) é 825 km2, já para Machado (2004, 203) a extensão territorial de Senhor do Bonfim é 1.125 km2. 30
  • 32. 3.1.2 Número de Habitantes. Antes da era Cristã e mesmo até meados dela, o homem vivia em intimo contato e em equilíbrio com a natureza. Para (SALZANO, 1993, 104) “o desenvolvimento sociocultural e tecnológico nos tornou, até certo ponto, independentes dos rigores do meio ambiente”. Mas esta conquista teve seu preço. Alguns dos problemas surgidos relacionaram-se a própria proliferação desenfreada da população humana no planeta. Em seu artigo Yunes (1971, p. 130), descreve que a partir no começo da era cristã, a população mundial era aproximadamente 250 milhões, somente vindo a dobrar seu valor 1650 anos depois. Entre 1650 e 1850, a população que estava estimada em 500 milhões passara então para 1 bilhão de habitantes e dobrou esse valor em menos de um século. Voltando a dobrar novamente em 45 anos e, levantou a hipótese de que em 1975 a humanidade duplicaria novamente em tempo recorde, alcançando a marca de 4 bilhões de habitantes. Para a cidade de Senhor do Bonfim, o crescimento populacional é descrito através da tabela 1 abaixo, de acordo com dados colhidos no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Tabela 1 – População da sede da cidade de Senhor do Bonfim. ANO 1980 1991 2000 2007 POPULAÇÃO 33.811 43.078 51.305 55.293 O crescimento dinâmico desta população também pode ser visualizado no gráfico da figura 5: 31
  • 33. 60 50 40 População (mil) 30 20 10 0 1980 1991 2000 2007 Anos * Fonte: IBGE Figura 5 – Gráfico da população bonfinense de 1980 a 2007. Podemos verificar, de acordo com este gráfico, que a população de Senhor do Bonfim no último período censitário, ou seja, de 2000 a 2007, reduziu seu crescimento com relação aos outros dois períodos censitários anteriores. 3.1.3 Número de Nascimento. Sem a reprodução é impossível para uma população se manter em uma comunidade biótica, visto que a estabilidade ou o crescimento de uma espécie é determinado pela quantidade de indivíduos que são agregados aos que já vivem Odum (1988, p. 191) diz que “natalidade é a capacidade de uma população aumentar”. No passado a humanidade foi marcada pelo número elevado de nascimentos, até acontecer o processo de industrialização, onde as famílias começaram a viver melhor e à medida que os países iam se aperfeiçoando tecnologicamente, o número de nascimentos caia consideravelmente, o que é exposto por Camargo e Martini (1984, p. 107) Sem dúvida alguma, a maior utilização de métodos de controle da prole e a conseqüente redução da fecundidade coincidem com o período de intensificação das transformações sociais e econômica, decorrentes do 32
  • 34. processo de industrialização e modernização já iniciados em décadas anteriores. No Brasil não foi diferente, até cerca de 1980 a população era marcada por um alto número de nascimentos. Para Camargo e Martini (1984, 100) a “magnitude do aumento brasileiro levou praticamente à duplicação da população a intervalos de trinta anos, durante todo o período de 1870-1980”. Porém isso foi se modificando quando a sociedade, de um modo geral, passou a ter mais acesso a educação, informação e tecnologias, o que é descrito por Alves (2000, 10), quando afirma que os “maiores níveis de educação, participação feminina no mercado de trabalho, industrialização, urbanização e secularização podem explicar a queda da fecundidade”. Entendemos que a natalidade da população bonfinense é influenciada por estes fatores descritos por Alves (200, 10) e cremos que os mesmos são decisivos para determinar a quantidade de nascimentos. Como registrado anteriormente, o número de nascimentos da população de Senhor do Bonfim foi coletado a partir do ano 2000 até 2007 e são apresentados na tabela 2. Tabela 2 – Nascimentos em Senhor do Bonfim de 2000 a 2007 ANO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Nº DE NASC. 955 987 1002 898 870 846 825 766 Podemos observar baseados na nesta tabela 2, que houve um ligeiro aumento no número de nascimento de 2000 a 2002, seguido de uma redução gradativa a partir de 2003, para Carvalho e Rodrigues (2006, 5) A queda da fecundidade vem se mostrando generalizada em todo o território brasileiro. Embora desigualdades socioeconômicas e geográficas extremas tenham adiado o início desse processo nas regiões menos desenvolvidas do país. 33
  • 35. 3.1.4 Número de Óbitos. O óbito pode ser entendido como sendo a eliminação do indivíduo de uma determinada população. Semelhantemente a natalidade, até poucas décadas atrás a população humana tinha um índice muito elevado da quantidade de mortos, contribuindo consideravelmente para manter um baixo crescimento populacional, o que é abordado por Yunes (1971, 130) ao relatar: “durante a maior parte da história da humanidade, a população mundial aumentou a um ritmo lento, uma vez que tanto o coeficiente de natalidade quanto o coeficiente de mortalidade eram elevados”. No Brasil a mortalidade começou a cair a mais de um século e meio, porém o período de 1940 a 1970 foi o que apresentou o maior declínio desta variável, o que é relatado por Camargo e Martini (1984, 102) quando afirma que “a mortalidade teve uma queda de 35% entre a década de 40 e a de 50 e de 28% na década seguinte”. Curiosamente a partir da década de 50 quando começou a acontecer um acentuado declínio no número de mortos, o país intensificou a industrialização nacional e melhorou consideravelmente o seu setor de saúde. Sob este aspecto Braga apud Camargo e Martini (1984, 113) diz que no Brasil a queda da mortalidade se deu de maneira mais acelerada que nos países industrializados. Na cidade de Senhor do Bonfim, podemos destacar nos últimos anos um melhoramento no setor da saúde, como por exemplo, a implementação do SAMU, um maior poder aquisitivo por parte de seus moradores. Essas variáveis sociais, econômicas e culturais, contribuem para diminuir a mortalidade e Yunes (1971, 133) relata que as “mudanças no padrão de mortalidade estão relacionadas com a mudança da estrutura social e econômica”. A quantidade de mortos da sede bonfinense a partir de 2000 é exposta na tabela 3 a seguir, sendo que estes dados foram coletados no cartório de registro civil. 34
  • 36. Tabela 3 – Óbitos em Senhor do Bonfim de 2000 a 2007. ANO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 ÓBITOS 198 194 174 229 225 222 229 205 Podemos observar que a partir de 2003 houve um ligeiro aumento na quantidade de mortos, porém não foi um acréscimo significativo, nem tão pouco uma crescente nos anos subseqüentes, mas houve uma pequena oscilação, donde podemos observá- los muito próximos e inferi-los como constante. 3.2 Análise dos Dados. 3.2.1 Superposição dos Gráficos. Começaremos a analisar este trabalho monográfico, através da sobreposição dos gráficos dos modelos matemáticos de Malthus e Verhulst com o gráfico que representa a quantidade de habitantes da cidade de Senhor do Bonfim, como nos mostra a figura 6. 35
  • 37. - modelo de Verhulst - modelo de Malthus 60 - população bonfinense população em mil 40 20 0 1980 1991 2000 2007 anos Figura 6 – Superposição dos gráficos dos modelos matemáticos X população bonfinense. Podemos observar que no esboço gráfico o modelo de Malthus, depois do ano 2000 obteve valores muito elevados, por outro lado o do modelo de Verhulst se adaptou melhor as curvas do gráfico que representa o crescimento da população bonfinense e podemos inferir que quanto mais os anos se passarem, mais o gráfico do modelo de Verhulst tende a sobrepor ao da população real. Outra maneira de nos esclarecermos a respeito dos dois modelos matemáticos que estudam crescimento populacional, é obtermos a população dos anos de 1991, 2000 e 2007, em cada modelo, levando em consideração que para o ano de 1980 a população é igual para os dois modelos e coincide com a população real da sede da cidade de Senhor do Bonfim neste ano, como nos mostra a tabela 4. Tabela 4 – População real e população segundo os modelos matemáticos. Ano 1980 1991 2000 2007 População real 33811 43078 51305 55293 Modelo de Malthus 33811 41710 53143 63292 Modelo de Verhulst 33811 41636 50861 55448 Comparando os resultados do modelo de Verhulst com a população real, com exceção do ano 1991, onde os resultados não foram tão próximos, podemos verificar 36
  • 38. que quanto mais os anos tendem a passar, mais o modelo de Verhulst tende a estabelecer valores mais próximos da realidade, descrevendo satisfatoriamente o processo real da dinâmica populacional de Senhor do Bonfim. Considerando a porcentagem de erro entre a população real e a população encontrada através do modelo de Malthus, para os anos de 1991, 2000 e 2007, tal porcentagem para os respectivos anos são 3,18%, 3,59% e 15,59%. Logo se fossemos considerar a porcentagem de erro este modelo matemático não seria utilizado para a representação do crescimento real da população. Por outro lado, para o modelo de Verhulst, apresenta erro de 3,35%, 0,86% e 0,28% para os anos de 1991, 2000 e 2007, respectivamente. Portanto através da porcentagem de erro, podemos notar que o modelo de Verhulst se aproxima bastante e de maneira satisfatória da realidade populacional. 3.2.2 Crescimento Populacional, Taxa de Nascimento, Taxa de Óbitos e Taxa de Crescimento. O aumento no número de habitantes da cidade de Senhor do Bonfim no último período censitário caiu com relação aos outros dois períodos, pois de 1980 a 1991 houve um acréscimo de 9267 e de 1991 a 2000 a ampliação na população foi de 8227. Porém de 2000 a 2007 houve um aumento de 3988 pessoas, o que nos leva a acreditar que o ritmo do crescimento populacional bonfinense tende a diminuir a cada ano e para os períodos censitários futuros. Sendo assim a população bonfinense crescerá em um ritmo mais lento nos próximos anos. Entendemos que Senhor do Bonfim está ingressando, ou já ingressou, na terceira fase da Transição demográfica, denominada assim por Yunes (1971, 132) ao afirmar: 37
  • 39. Portanto, no início, as taxas elevadas de natalidade e mortalidade compensam-se entre si e o resultado é um crescimento demográfico lento. Numa segunda fase começa a queda de mortalidade com manutenção da natalidade ainda em nível alto, trazendo como conseqüência o acelerado aumento populacional. Numa terceira fase, a mortalidade e natalidade equilibram-se a um nível muito mais baixo e o crescimento novamente é lento. Esta terceira fase do crescimento é marcada por uma taxa de crescimento mais baixa que nas outras duas anteriores. O que podemos verificar através da tabela 5, onde descreve as taxas de crescimento nos referidos períodos, ressaltando que a taxa de crescimento nos dois primeiros períodos, foi obtido da razão entre a população final menos população inicial pela população final multiplicada pelo tempo Nt N0 em anos, isto é, T xc . Já no último período, de 2000 a 2007, através da Nt t diferença entre a taxa de nascimento e taxa de óbitos desse período dividido pelo T xn T xo tempo em anos, ou seja, T xc . t Tabela 5 – taxa de crescimento populacional de 1980 a 2007. Período De 1980 a 1991 De 1991 a 2000 De 2000 a 2007 Taxa de 0,01956 0,01782 0,01165 crescimento Portanto verifica-se, pela tabela 5 acima, que a taxa de crescimento populacional nos períodos censitários se apresenta num constante declínio. O que determina o valor numérico da taxa de crescimento é a taxa de natalidade e a de mortalidade. Não é uma tarefa fácil encontrar a taxa de natalidade e mortalidade de uma população, visto que é necessário ter conhecimento de todos os nascimento e óbitos de um determinado período, para depois obter as referidas taxas. Jannuzzi (2007, 111) relata que “entre as variáveis sintomáticas mais citadas nestas aplicações de estimação populacional de pequenas áreas, estão às estatísticas de nascimentos e óbitos”, acrescentando a esta afirmação de Jannuzzi, destacamos que as estatísticas destas duas variáveis também são importantes para estimar populações de áreas (cidades) medianas. 38
  • 40. As taxas de nascimento e óbito são registradas na tabela a seguir, a partir do ano 2000 até o ano de 2007, cabendo salientar que tais taxas são somente de cada ano respectivo. Tabela 6 – taxa de natalidade e taxa de mortalidade de 2000 a 2007. Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 T xn 0,0173 0,0176 0,0175 0,0154 0,0147 0,0145 0,0135 0,0124 T x0 0,0035 0,0035 0,0031 0,0041 0,0040 0,0039 0,0040 0,0036 T xn Txn = taxa de nascimentos T x0 = taxa de óbitos. Da análise desta tabela percebe-se que a taxa de mortalidade permanece, no decorrer dos anos de 2000 a 2007, praticamente constante, enquanto que a taxa de nascimento vem sofrendo a partir de 2001 uma pequena queda a cada ano. Isso significa que na população bonfinense a cada ano está nascendo menos pessoas e morrendo praticamente um número constante de indivíduos. Diversos fatores, como políticas públicas do controle da natalidade, participação da mulher na força de trabalho, aumento do nível educacional, entre outros, são apontados por diversos autores como a causa da queda na taxa de nascimento, na tentativa de explicar a dinâmica da redução da natalidade em todo o mundo, porém um fator é certo e comprovado e YUNES, (1971, 139) o registra ao afirmar que “vários estudos mostram que os ricos são "menos férteis" que os pobres”. Yunes (1971, 140) é muito feliz ao analisar que “o declínio da fertilidade tem sido precedido e acompanhado, em todos os países, pela urbanização. É comum os autores afirmarem que a população urbana é "menos" fértil que a rural”. O próprio Yunes (1971, 139) explica isto ao registrar: A origem da atitude da limitação do tamanho da família foi aceito, primeiramente, pela classe alta depois pelos demais segmentos da sociedade. Por exemplo, a queda da fertilidade mais rápida em cidades pode ser devida ao íntimo contato das classes sociais mais baixas com as classes que primeiro praticaram a limitação do tamanho da família. 39
  • 41. Entendemos que a maioria da população bonfinense já passou pelo processo de urbanização, ficando ainda uma pequena parte dos habitantes da zona rural que nos próximos anos experimentará tal processo. Por outro lado é notório que a população de um modo em geral aumentou o seu poder aquisitivo, em número modesto é verdade, porém significativo. 3.3. Estimativa para uma População Futura. 3.3.1 Deduzindo o Valor de K . Diante de toda análise realizada até então, é necessário que tenhamos a clareza que o modelo matemático mais adequado para estimarmos a população da cidade de Senhor do Bonfim, é o modelo de Pierre Verhulst. Contudo, este modelo requer antes de tudo um limite de suporte máximo para a população da cidade de Senhor do Bonfim, o qual pode ser encontrado através do método de regressão linear, como mostra a figura 6. 0,025 Taxa relativa ─ Reta ajustada 0,02 0,015 taxa relativa 0,01 0,005 0 0 50 100 150 população em mil Figura 7 – Gráfico da taxa relativa em função da população N . 40
  • 42. A reta mostrada na figura é uma reta de regressão linear e tem como objetivo aproximar por uma linha reta o conjunto de pontos dispersos. A taxa de crescimento relativa varia em função da quantidade de habitantes. Sendo assim, quando a taxa de crescimento for igual a zero, teremos o suporte máximo para o meio. Então a população máxima para a cede da cidade de Senhor do Bonfim é K =119.840 habitantes. 3.3.2 Calculando a População para os Próximos 15 Anos. Utilizemos para o cálculo da população bonfinense dos próximos 15 anos, a equação (7) do capitulo 1, tomando como base que N 0 =55.293, K =119.840 e r 0,01165. A estimativa da população bonfinense para os próximos 15 (quinze) anos é mostrada na tabela 7. Tabela 7 – População estimada segundo o modelo de Verhulst de 2008 a 2022. Ano População estimada 2008 55.637 2009 55.981 2010 56.326 2011 56.671 2012 57.017 2013 57.362 2014 57.708 2015 58.054 2016 58.399 2017 58.745 2018 59.092 2019 59.438 2020 59784 41
  • 43. 2021 60.130 2022 60.476 Podemos até pensar que esta estimativa de crescimento populacional é muito pequena se considerarmos que estamos estimando-a para daqui a 15 anos, pois a população atual de Senhor do Bonfim é 55.293 habitantes, agregando então à população atual a quantidade de 5.183 habitantes até 2.022. Porém se observarmos a tabela 1 e principalmente a figura 5, verificaremos que, nos dois últimos períodos censitários, ou seja, de 1991 a 2000 e de 2000 a 2007, neste segundo período o crescimento da população não chegou nem a metade do período anterior e, possivelmente para alcançar o mesmo crescimento anterior teria que dobrar a quantidade de anos do período censitário anterior. 42
  • 44. CONCLUSÃO A percepção do mundo é um processo complexo que é criado por diferentes povos e que sofre transformações ao longo do espaço e do tempo. Dentre estas diferentes visões de mundo temos aquela criada pela ciência, em especial a matemática a qual vem se consagrando como uma linguagem universal. Assim a ciência seria uma forma de ver o mundo e este mundo sob o ponto de vista da matemática seria facilmente compreendido entre diferentes povos, desde que preparados para entender o significado das simbologias utilizadas na construção desta linguagem. A linguagem matemática mostrou-se de suma importância para a descrição de fenômenos reais. Nesta descrição encontra-se disposta uma ampla gama de opções, seja por meio visual, através de gráficos e figuras; através de tabelas ou equações. Determinados fenômenos podem ser estudados através da modelagem matemática, o qual consiste em descrever um determinado fenômeno por meio de uma equação. Neste trabalho o fenômeno estudado foi a dinâmica populacional da cidade de Senhor do Bonfim. Para isto utilizou-se dois modelos matemáticos: o modelo de Malthus e o de Verhulht. Apesar de serem imitações abstratas, idealizadas e simplificadas da realidade, nos permitiu conhecer certas comportamentos ao longo de um determinado período e realizar previsões futuras sobre o crescimento populacional desta região. A seguir apresentaremos os resultados significativos obtidos neste trabalho. Através deste trabalho pudemos conhecer o número de habitantes da sede da cidade de Senhor do Bonfim em cada período censitário, ou seja, de 1980 a 1991, de 1991 a 2000 e de 2000 a 2007, onde neste último período foi verificado que a taxa de crescimento sofreu uma redução considerável, pois, de 1991 a 2000 foi agregado à população bonfinense 8.227 habitantes, enquanto que de 2000 a 2007 foram apenas 3.988 habitantes. Menos da metade do período anterior. Como também a quantidade de nascimentos de 2000 a 2007 diminuiu, enquanto que o 43
  • 45. número de óbitos, com exceção do ano de 2002, foi praticamente constante neste período, tendo pequenas oscilações. Sendo assim, o número de nascimentos tende a diminuir a cada ano subseqüente, nos levando a inferir que o valor numérico desta variável tende a se aproximar lentamente da quantidade de óbitos em anos futuros. Verificamos através da superposição gráfica dos modelos matemáticos, de Malthus e Verhulst, e da população bonfinense, como também por meio da proporcionalidade de dispersão, que o modelo de Verhulst foi o que melhor se ajustou à dinâmica populacional da cidade de Senhor do Bonfim. Uma vez que este modelo foi o que melhor se aproximou da população real. Além disso, a taxa de crescimento para a população aqui estudada está em constante declínio, o que fortalece a escolha do modelo, pois o modelo de Verhulst tem como característica a taxa de crescimento inversamente proporcional ao crescimento da população. A partir da escolha do modelo de Verhulst como mais apropriado para descrever a dinâmica populacional bonfinense, foi necessário encontrar o limite máximo de suporte para o meio, o qual foi obtido através de método computacional de regressão linear, usando o programa StatD+, onde este suporte máximo encontrado foi 119.840 habitantes. Portanto, de acordo com o modelo de Verhulst, a população da sede da cidade de Senhor do Bonfim poderá se aproximar deste limite, porém não o ultrapassará. Por fim, para concluir este trabalho monográfico, fizemos o levantamento da quantidade de habitantes da sede da cidade de Senhor do Bonfim para os próximos 15 anos (tabela 7), através do modelo de Verhulst, onde observamos que Senhor do Bonfim terá uma população de 60.476 habitantes no ano de 2.022. Fica caracterizado através deste trabalho, a importância de se estudar a dinâmica populacional de uma determinada região, através de modelos matemáticos. Quando usados com cuidado é possível fazer previsões com bastante precisão para períodos de tempo posteriores. Para trabalhos futuros podemos continuar estes estudos ao longo de dez a quinze anos, para verificar-mos possíveis discrepâncias dos resultados obtidos antes (previsão teórica) e depois (constatando os resultados reais). Fica assim uma proposta para que novos estudantes de graduação 44
  • 46. desenvolvam pesquisas científicas investigando a dinâmica populacional da cidade de Senhor do Bonfim, para verificar se o crescimento populacional continua com as características aqui abordadas e se o modelo de Pierre Verhulst, estimou com precisão a realidade populacional. 45
  • 47. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Rose Mary Ferreira. E Tu Me Amas?. Senhor do Bonfim: editora da autora, 2001. ALVES, J. E. D. Transição da fecundidade e relações de gênero no Brasil. 1994. 152f. Tese (Doutorado) – Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1994. disponível em http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/pdf/2000/Todos/mitos%20e%20realida de%20da%20dinamica%20populacional.pdf. Acesso em 16/06/2008 às 11:52h ANUÁRIO ESTATÍSTICO DA BAHIA. Salvador, SEI – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, 2003. BERVIAN, P. A.; CERVO, Amado Luiz. Metodologia científica. 3ª ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983. CARVALHO, J. A.; RODRIGUEZ, Laura L. Wong. O rápido processo de envelhecimento populacional do Brasil: sérios desafios para as políticas públicas. Rev. bras. estud. popul. v.23 n.1 São Paulo. 2006. Disponível em http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/rev_inf/vol23_n1_2006/vol23_n1_2006_3arti go_p5a26.pdf, acesso em 14/06/2008 às 15:30h. FUTUYMA, Douglas. Biologia Evolutiva, 2ª edição. Ribeirão Preto: Editora Sociedade Brasileira de Genética, 1992. GOLDSTEIN, L. J.; LAY, D. C.; SCHNEIDER, D. I. Matemática Aplicada: Economia, Administração e Contabilidade. 8ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2000. GOLDSTEIN, Larry J. LAY, David C. SCHNEIDER, David I. Cálculo e Suas Aplicações. São Paulo: Editora Hemus, 1981. HOFFMAN, Laurence D. Cálculo: Um Curso Moderno e Suas Aplicações. Volume 1, 2ª edição. Rio de Janeiro: LTC-Livros Técnicos e Científicos editora LTDA, 1990. JANNUZZI, Paulo de Martino. Cenários futuros e projeções populacionais para pequenas áreas: método e aplicação para distritos paulistanos 2000-2010. Rev. Brás. Est. Popul. v. 24, n. 1, p. 109-136, São Paulo: 2007. Disponível em http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/rev_inf/vol24_n1_2007/vol24_n1_2007_9arti go_p109a136.pdf, acesso em 10/05/2008 às 9:35h. LAKATOS, E. M.; MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de pesquisa. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1996. 46
  • 48. LEITHOLD, Louis. O Cálculo com Geometria Analítica. Vulume 2, 3ª edição. São Paulo: Harbra LTDA, 1994. MACHADO, Paulo Batista. Noticias e Saudades da Vila Velha da Rainha, Aliás, Senhor do Bonfim. Salvador: Editora UNEB, 2007. MARTINE, G.; CAMARGO, L. Crescimento e distribuição da população brasileira: tendências recentes. Rev. Bras. Est. Popul. Jan/dez, 1984; p.99-144. Disponível em http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/rev_inf/vol1_1984/1984v1_3artigo_p99_144. pdf. acesso em 12/06/2008 às 10:52h. MERRICK, T.; GRAHAM, D. População e desenvolvimento econômico no Brasil. Rio de Janeiro : Zahar, 1980. ODUM, E. P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988. OJIMA, Ricardo. Dimensões da urbanização dispersa e proposta metodológica para estudos comparativos: uma abordagem socioespacial em aglomerações urbanas brasileiras. R. bras. Est. Pop., São Paulo, v. 24, n. 2, p. 277-300, jul./dez. 2007. Disponível em http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/rev_inf/vol24_n2_2007/vol24_n2_2007_8arti go_p277a300.pdf, acesso em 10/06/2008 às 13:30h. REIS, Linda G. Produção de monografia: da teoria à prática. Brasília: Senac-DF, 2006. SALZANO, F.M. Biologia, cultura e evolução, P. Alegre: Editora da Universidade, 2ª ed., 1993 SOARES, José Luís. Biologia no Terceiro Milênio: Seres Vivos, Evolução, Ecologia. Volume 3. São Paulo: Scipione, 1999. YUNES, João. A dinâmica populacional dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Revista Saúde Pública: v.5, n.1. São Paulo: 1971. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rsp/v5n1/15.pdf acesso em 15/06/2008 às 12:05h. 47
  • 49. Apêndice 1 Sabendo que dN rN 1 N 1 dN rdt , seque: dt K N N 1 K Fazendo uso das frações parciais, temos: AN A BN 1 A B K 1 A 1 e B . N N N N K N 1 1 N 1 K K K Logo, 1 A B 1 K 1 1 . N N N N N K N 1 1 K K 1 1 1 Portanto temos que: dN dN . Daí vem: N N K N N 1 K Nt Nt t 1 1 1 1 dN rdt dN dN rdt N K N N0 N N0 K N 0 Sendo u K N du dN e substituindo na equação anterior, temos: Nt t 1 1 dN du rdt N0 N u 0 ln N t ln N 0 ln u rt Nt ln N t ln N 0 ln K N N0 rt Nt n ln K Nt ln K N0 rt N0 48
  • 50. Apêndice 1 Nt K Nt ln ln rt N0 K N0 Nt K N0 ln rt N0 K Nt rt Nt K N0 e N0 K Nt rt Nt e K Nt N0 K N0 rt rt Nt K N0 N0 e K N0 e Nt rt rt Nt K N0 N0 e Nt N0 e K rt rt Nt K N0 N0 e N0 e K rt N0 e K Nt rt K N0 N0 e N0 K Nt K N0 rt rt N0 e e N0 K Nt rt N0 K N0 e dN N Portanto, rN 1 é equivalente a: dt K N0 K Nt rt . N0 K N0 e 49
  • 51. Vista da Igreja Matriz, com atuais praças Juracy Magalhães (em primeiro plano) e Austricliano de Carvalho (ao fundo). Disponível em: http://nrserver2.net/~srbonfim/galeriadefotos-antigas.html# Antiga imagem do prédio da Prefeitura, fotografado do alto da Igreja. Em primeiro plano, praça hoje denominada Juracy Magalhães. Disponível em: http://nrserver2.net/~srbonfim/galeriadefotos-antigas.html# 50
  • 52. Vista do que viria a ser a Praça Dr. Lauro de Freitas, tendo ao fundo a atual rua Cônego Hugo Disponível em: http://nrserver2.net/~srbonfim/galeriadefotos-antigas.html# Beco do Bazar, denominação resistente ao tempo para o atual calçadão da rua Dr. Joviniano Duarte Disponível em: http://nrserver2.net/~srbonfim/galeriadefotos-antigas.html# 51
  • 53. Vista antiga da atual praça Austricliano de Carvalho, ao lado da Igreja Matriz Disponível em: http://nrserver2.net/~srbonfim/galeriadefotos-antigas.html# Área histórica de Bonfim, ainda conhecida popularmente como Campo do Gado, situada na atual praça Luiz Viana. Disponível em: http://nrserver2.net/~srbonfim/galeriadefotos-antigas.html# 52