2. Auschwitz I
Auschwitz I foi o centro administrativo de todo o complexo. Foi
aberto em 20 de maio de 1940, a partir de barracas de tijolo do
exército polonês. Os primeiros prisioneiros do campo foram 728
políticos poloneses de Tarnów. Inicialmente, o campo foi
utilizado para internar membros da resistência e intelectuais
poloneses, mais adiante foram levados para lá também
prisioneiros de guerra da União Soviética, prisioneiros comuns
alemães, elementos antissociais e homossexuais. No primeiro
momento chegaram também prisioneiros judeus. Geralmente o
campo abrigava entre treze e dezasseis mil prisioneiros,
alcançando a quantidade de vinte mil em 1942.
À entrada de Auschwitz I lia-se (e ainda hoje se lê) as palavras:
"Arbeit macht frei" (o trabalho liberta). Os prisioneiros do campo
saíam para trabalhar durante o dia nas construções do campo,
com música de marcha tocada por uma orquestra.
3. Auschwitz II (Birkenau)
Auschwitz II (Birkenau) é o campo que a maior parte das pessoas conhece como
Auschwitz. Ali se encerraram centenas de milhares de judeus e ali também foram
executados mais de um milhão de judeus e ciganos.
O campo está localizado em Brzezinka (Birkenau), a 3 km de Auschwitz I. A construção
iniciou-se em 1941 como parte da Endlösung der Judenfrage (solução final). O campo
tinha área de 2,5 por 2 km e estava dividido em várias seções, cada uma delas separadas
em campos. Os campos, como o complexo inteiro, estavam cercados e rodeados de arame
farpado e cercas elétricas (alguns prisioneiros utilizaram-nas para cometer suicídio). O
campo albergou até 100.000 prisioneiros em dado momento. O objetivo principal do
campo não era o de manter prisioneiros como força de trabalho (caso de Auschwitz I e
III) mas sim de exterminá-los. Para cumprir esse objetivo, equipou-se o campo com
quatro crematórios e câmaras de gás. Cada câmara de gás podia receber até 2.500
prisioneiros por turno. O extermínio em grande escala começou na primavera de 1942.
A maioria dos prisioneiros chegava ao campo por trem, com frequência depois de uma
terrível viagem, em vagões de carga, que durava vários dias. A partir de 1944, estendeu-se
a linha para que os trens chegassem diretamente ao campo. Algumas vezes, logo após a
chegada, os prisioneiros eram conduzidos diretamente às câmaras de gás. Em outras
ocasiões, os nazistas selecionavam alguns prisioneiros, sob a supervisão de Josef Mengele,
para ser enviados a campos de trabalho ou para realizar experimentos. Geralmente as
crianças, os anciãos e os doentes eram enviados diretamente para as câmaras de gás.
4. …
Quando um prisioneiro passava pela seleção inicial, era enviado a passar um
período de quarentena, após o que se lhe atribuía uma tarefa no próprio campo
ou era enviado a trabalhar em algum dos campos de trabalho anexos.
Visão de Auschwitz no inverno.
Aqueles que eram selecionados para exterminação eram enviados a um dos
grandes complexos de câmara de gás/crematório nos extremos do campo. Dois
dos crematórios (Krema II e Krema III) tinham instalações subterrâneas, uma
sala para despir e uma câmara de gás com capacidade para milhares de pessoas.
Para evitar o pânico, informava-se às vítimas que receberiam ali uma ducha e
um tratamento desinfetante. A câmara de gás tinha inclusive tubulações para
duchas, embora nunca tenham sido conectadas à rede de água. Ordenava-se às
vítimas que se despissem e deixassem seus pertences no vestiário, onde
supostamente poderiam recuperá-las ao final do "tratamento", recomendando-
se que recordassem o número da localização de seus pertences. Uma vez selada
a entrada, descarregava-se o agente tóxico Zyklon B pelas aberturas no teto. As
câmaras de gás nos crematórios IV e V tinham instalações na superfície e o
Zyklon B se introduzia por janelas especiais nas paredes. Os corpos eram
levados por prisioneiros selecionados para trabalhar na operação das câmaras
de gás e fornos crematórios (chamados Sonderkommando), a uma sala de
fornos anexa, para cremação
5. …
A Alemanha invadiu a Hungria em março de 1944. Entre maio e julho
de 1944, perto de 438.000 judeus da Hungria foram deportados para
Auschwitz-Birkenau e a maioria deles foi lá executada. Se a capacidade
dos fornos não era suficiente, os corpos eram queimados em fogueiras
ao ar livre.
Famílias inteiras de ciganos foram encerradas em uma seção especial
do campo. A maior parte foi para as câmaras de gás em julho de 1944;
em 10 de outubro desse ano procedeu-se à execução dos meninos
ciganos restantes em Birkenau.
Em 7 de outubro de 1944, os Sonderkommandos judeus, que eram
mantidos separados do restante dos prisioneiros, organizaram uma
revolta. As prisioneiras tinham conseguido extrair explosivos de uma
fábrica de armas e os utilizaram para destruir parcialmente o
crematório IV e tratar de escapar na confusão. Os 250 prisioneiros
foram capturados e imediatamente executados.