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Vizinhos Preparados para o Pior
Por: Alan Feuer
The New York Times: 26/01/ 2013
Tradução: Rodrigo Belinaso Guimarães
O canal AMC utilizou a iconografia “Prepper” para
divulgar a nova série
Algumas semanas atrás, em uma
tarde calma de domingo, 40 pessoas se
reuniram em uma igreja de Washington
Heights para uma sessão de apresentações
promovida pela New York City Preppers
Network (Rede de Preparação da Cidade de
Nova Iorque). Um a um, todos ficaram em
pé na frente da sala e exibiram suas bug-
out bags (mochilas de fuga)
meticulosamente preparadas, com os
recipientes preenchidos com equipamentos
para serem usados durante o colapso da
civilização.
Sobre uma mesa dobrável, havia
uma série surpreendente de produtos
guardados para um desastre: bússolas,
pilhas, rádios à manivela, lanternas de
energia solar, isqueiros e um Kendle (dis-
positivo eletrônico para leitura de textos) completamente carregado com mapas rodoviários da
região de Nova Iorque. Muitos dos itens apresentados eram bem mais complexos do que os
“10 Pilares Básicos dos Apetrechos de Fuga” que Jason Charles, o líder do grupo, tinha me
enviado pela internet antes da minha visita. Além disso, boa parte dos equipamentos que eram
mostrados preenchiam as necessidades e interesses dos próprios apresentadores: um chaveiro
no grupo tinha um conjunto de fechaduras; uma vegetariana tinha lentilhas desidratadas feitas
em casa; um homem tinha camisinhas para servirem como cantis de emergência; outro tinha
uma ratoeira, para caçar e comer ratos.
Charles, um bombeiro de Nova Iorque, depois de apresentar sua própria mochila com
cordas de paraquedas, um saco de dormir e suplementos para duas semanas de refeições
prontas para comer, disse ao grupo que ele recentemente tinha comprado um cachorro. “Então
agora eu tenho que projetar o plano dele, também.” Ele disse um pouco preocupado, fazendo
uma pausa e lançando um olhar distante, acrescentou: “isto é estranho, certo?” Nova Iorque
dificilmente se parece com um lugar apropriado para o que se tornou conhecido como
“Movimento Prepper (Preparados),” porém, de fato, a comunidade de preppers da cidade não
é somente grande e extremamente diversificada, mas seus líderes dizem que ela está
crescendo rapidamente.
Para os que não fazem parte do movimento, a palavra prepper, provavelmente, traz à
mente imagens de fanáticos armados e agachados em bunkers esperando o fim dos tempos.
Porém a realidade, ao menos aqui em Nova Iorque, é menos dramática. Os preppers locais
são doutores, porteiros, executivos de escolas comunitárias, condutores de metrô, publicitários
e casais felizes do Bronx. Eles são indubitavelmente pessoas que você conhece ou seus
vizinhos. Pessoas que admito, como eu mesmo.
Não é fácil ser um Prepper nestes dias. A ideologia tem sido golpeada em programas
de TV como “Preparados para o Juízo Final” onde, apesar de seus recordes de audiência em
episódios recentes como “Escape de Nova Iorque”, ele é mais ou menos um convite semanal
para o público rir de lunáticos rumando para as montanhas para escapar de um ataque nuclear
russo. Em dezembro de 2012, uma onda de pânico tomou de assalto o movimento, isso acon-
teceu quando foi revelado que a mãe de
Adam Lanza, o atirador por trás dos
assassinatos de Newtown, Conn, era
uma prepper. Mesmo que a ideologia
prepper esteja crescendo visivelmente
na cultura através de encontros de
grupos organizados, livros, filmes e
acampamentos de fim de semana onde
habilidades básicas de um prepper são
aprendidas, ela continua sendo encarada
como um fenômeno marginal e
inconveniente. Ou seja, algo que está
relacionado em acreditar que o
Bilderberg Group controla todos os
acontecimentos do mundo ou que o
governo está escondendo alienígenas na
Área 51. Equipamento de sobrevivência de Aton Edwards
Minhas próprias tentativas de preparação começaram em algum momento entre a
queda do Lehman Brothers e o correspondente aumento da flexibilização da economia.
Quando isto aconteceu comigo, como obviamente, aconteceu com muitos, o sistema
financeiro estava espantosamente instável. Assim, no domínio dos acontecimentos possíveis
se incluía agora uma destrutiva redução de valor do nosso dinheiro. Instigado pelas leituras
calorosas de autores que antecipam o fim do mundo como John Mauldin e Charles Hugh
Smith, eu comecei a formar uma imagem do mundo como um sistema de sistemas
insustentáveis. Uma instável máquina de Rude Golberg onde o colapso de qualquer elemento,
como petróleo barato, por exemplo, poderia descarrilar completamente o sistema, desde o
transporte de caminhões até a distribuição de alimentos.
Na esteira desses pensamentos, eu convidei para uma visita uma família amiga de
Ohio. Meu amigo é quase um Prepper e me advertiu para que eu adquirisse uma quantidade
de moedas de prata como uma barreira contra a inflação, o que fiz prontamente. Não muito
tempo depois, entregaram em casa os 100 dólares que comprei em suplementos de comida
seca e congelada, com opções normais e vegetarianas, da costco.com. Além disso, eu comprei
para a minha esposa o livro de John Seymour, o qual considero um clássico na preparação de
um lar: “A vida autossuficiente e como viver nela.” Eu comecei também a conversar com ela
sobre a aquisição de uma arma.
Enquanto amigos próximos, que ao visitarem minha casa podiam ser convidados para
darem uma espiada na minha bagunçada mochila de fuga. Na maior parte das vezes, eu me
mantive quieto, consciente do embaraço que eu me veria envolvido com meus planos de
preparação. Então, foi com uma dose de alívio que eu me encontrei neste mês entre parceiros
preppers, que instintivamente entendiam meu desejo de ter em mãos um pacote de
suplementos de vitaminas ou uma ferramenta LifeStraw. Assim, você encontra preppers em
Nova Iorque que estão se preparando para eventos catastróficos como o aquecimento solar ou
uma erupção da Yellowstone Caldera. Porém, em geral, eles se referem a preocupações mais
imediatas, mais locais, sendo a principal a de ser atacado por terroristas, ou ser pego em meio
a desastres naturais ou colapsos econômicos. “A Terra não irá se colidir com o Planeta X e o
apocalipse Maia nunca irá acontecer,” foi assim que Charles se apresentou para mim durante
o encontro de preppers em Nova Iorque. “Mas eu lhe direi uma coisa,” ele acrescentou, “as
pessoas aqui, sem dúvida, usaram seus preps durante o furação Sandy.”
Não surpreendentemente, a tempestade atraiu inúmeros novos recrutas para seu grupo
e o fenômeno se incorporou a uma lista icônica de momentos de preparação que já incluíam o
muito propagandeado Y2K, 9/11 e o furação Katrina. Eu aprendi que os preppers de Nova
Aton Edwards, 51, dando aula via Skype sobre preparação para
desastres.
Iorque se preparam por
razões tão variadas quanto
suas ansiedades e
experiências. “Isto foi uma
resposta pragmática para
certas coisas que eu
conheço,” disse Robert
Segal, que além de outros
empregos vende vinhos, mas
que uma vez trabalhou como
técnico em eletricidade em
submarino nuclear. “Como
um engenheiro, eu estudo
como as coisas desabam.” Eu
achei tudo aquilo particular-
mente atrativo. Eu gostei como os preppers eram dados ao debate: spray contra ursos ou
bastões de baseball; purificação de água ou filtro de água. Assim como, gostei como eles
eram versados em áreas exóticas do conhecimento: antibióticos para peixes ou leis sobre o
uso de facas em Nova Iorque. Eu fiquei especialmente enamorado pelo jargão “GOOD – Get
Out Of Dodge” (Caia fora de Dodge) ou “TEOTWAWKI – The End Of The Word As We
Know It (O fim do mundo como nós o conhecemos). E ainda, eu devo confessar, houve
momentos que me deram uma pausa mental.
Durante sua apresentação, Charles sugeriu que preparar bem uma mochila de fuga era
somente uma parte da equação, tão importante era saber aonde ir. “Fugir não será fácil,” ele
explicou, “talvez leve três ou quatro horas para sair da cidade se as pontes estiverem
bloqueadas, talvez você tenha que usar um bote para atravessar o rio. A situação de qualquer
pessoa será bastante variável.” Quando as apresentações terminaram, Charles entregou o
prêmio de melhor mochila de fuga para um garoto prepper, cujo kit incluía uma linha de
pesca, um cortador de cinto de segurança, acendedores de fogo em cubos, muitos tipos de
multi ferramentas e uma máscara de oxigênio. O vencedor chegou com sua mãe e tinha
também zelosamente preparado uma mochila para ela. Eu queria falar com ele, mas quando
me aproximei, ele me perguntou se eu era da imprensa e, cheio de suspeitas, se recusou a dar
seu nome. Eu mais tarde descobri que o garoto tinha 12 anos.
No início desta minha travessia, me disseram que o homem que me daria uma
compreensão mais profunda do movimento prepping em Nova Iorque seria Aton Edwards,
fundador da International Preparedness Network (Rede Internacional de Preparação) e autor
de um guia de sobrevivência de emergência: Preparedness Now! (Preparação agora!).
Edwards, 51, é tido como o principal especialista em preparação pessoal para desastres da
cidade. Ele apareceu no programa de televisão Today, tem exposto sua conferência Ready Up!
para centenas de ouvintes, com parcerias com a Cruz Vermelha e tem assento permanente no
National Urban Self-Releance and Preparedness Program (Programa Nacional de
Autodependência e Preparação em Meio Urbano). Os seus “comandos centrais para
incidentes” cruzam Nova Iorque, como aquele que ele recentemente criou para o pioneiro do
hip-hop Afrika Bambaataa no Brox.
Edwards tem tanto reconhecimento no universo dos preppings que no mês passado
alguém autointitulado Hudson Valley Prepper deixou uma mensagem no Preppergroups.com
alertando que um dia em um futuro não tão distante ele liderará o Norte. “Este cara, Aton
Edwards,” dizia e mensagem, “um homem perigoso que segue as suas próprias leis, está na
verdade liderando um treinamento de preparação na cidade de Nova Iorque e estabeleceu que
seu principal objetivo é sair da cidade. Você acha que alguém poderia parar Aton e seus
seguidores uma vez que eles peguem a estrada por uma semana e fiquem famintos?”
Encontro de Preppers em Nova Iorque
Quando eu encontrei
Edwards no Brooklyn, eu me
deparei com um homem
gigantesco vestido inteiramente
de preto. Ele estava sentado na
frente de um computador dando
um tutorial pela internet sobre
preparação de mochilas de fuga
para membros do
Envolver.com, uma “comuni-
dade global de culturas
criativas” fundada por Daniel
Penchbeck. Daniel, no ano
passado (2012), foi um
divulgador do fenômeno do
apocalipse Maia. Entre itens expostos numa mesa, como seu machado de sobrevivência com
lâmina de serra e puxador de pregos, fabricado na China, Edwards disse: “Daniel apenas quer
que as pessoas próximas a ele estejam prontas. Mesmo que você seja consciente sobre tudo
que acontece, você ainda precisa estar preparado para o que acontecerá se não houver comida
nem água.” Quando eu o conheci melhor, Edwards contou-me a história do início de seu
interesse em preparação para desastres, que começou, ele disse, em 1972, quando foi assistir
Deliverance (Amargo Pesadelo) no Grand Concourse no Bronx. “Eu pensei que era um filme
sobre acampamento.” Ele entrou no cinema como uma criança relativamente normal de 10
anos de idade, mas saiu como um prepper. “Eu disse para mim mesmo, ‘Gee, você deve
aprender tudo que for possível para evitar aquela situação’.”
Nas duas décadas seguintes, ele adquiriu habilidades em manuais militares e na revista
Soldier of Fortune. Edwards me contou que um dia foi para um curso de defesa civil sediado
na Federal Emergency Management Agency (Agência Federal de Gestão de Emergência) e
recorda ter ficado horrorizado pelo fato do governo ainda contar, na época, com “suplementos
oriundos da guerra fria: salsichas tipo vienense e sacos de 2,5 quilos de açúcar.” Sua desilusão
o levou a fundar em 1989 a I.P.N, que procura treinar cidadãos para estarem prontos em
emergências como ataques cibernéticos e pandemias de gripe. Não é à toa, Edwards disse, que
o movimento prepping primeiramente criou raízes na comunidade negra de Nova Iorque: ele
mesmo é negro e nos anos de 1990 se tornou um convidado frequente do programa de rádio
The Open Line da emissora WBLS. Por volta dessa época, ele começou a das palestras sobre
preparação para desastres na National Action Network (Rede de Ação Nacional), um grupo de
direitos civis fundado pelo pastor Al Sharpton. “Obviamente, disse Edwards, por causa da
nossa história, os povos negros sabem que coisas ruins acontecem.” Hoje em dia, ele
acrescentou, o movimento prepping é “uma estranha mixórdia de todo tipo de pessoas:
negros, brancos, homens, mulheres, todo mundo. Ele se parece com a América.”
Em sua opinião profissional, o próximo passo para o desenvolvimento do prepping
será sua entrada no âmbito do capitalismo empresarial. Isto me fez lembrar de Fabian Illanes e
Roman Zrazhevskiy, dois homens por volta dos 20 anos de idade que conheci nas
apresentações de Preppers em Nova Iorque. Ex-colegas de classe na escola de ensino médio
George H. Hewlett em Long Island, eles são preppers desde quando eram adolescentes e
recentemente criaram o Readytogosurvival.com, um site prepper que vende mochilas de fuga
já preparadas e batizadas com nomes paramilitares como Tactical Traveler ($439,99) e
Convert Defender ($629,99). Eles me disseram que visitaram encontros de Preppers ao redor
de Nova Iorque para “descobrir seus potenciais clientes na região.”
Edwards também entrou no mercado prepper, eu o acompanhei em uma visita em
Westchester para observar uma consultoria que estava realizando, por $120 a hora, para Jeff e
Joana Doster, um casal na faixa dos 50 anos que recentemente se mudaram para Manhattan. O
casal, ele um executivo de marketing
aposentado e ela a autora do livro
Celebrity Bedroom Retreats, foram pegos
sem um lar durante o furação Sandy
depois de terem vendido num péssimo
momento o apartamento que tinham na
West 57th Street. “Nós nos sentimos
desamparados,” Joana disse na nossa
chegada. “Por conta do que aconteceu,
nós chamamos Aton.”
Depois de examinar a nova
moradia do casal, Edwards emitiu sua
análise: “boa elevação, mas a posição
solar não é muito boa.” Os Dosters
contam com energia elétrica para o
aquecimento da casa e para o
fornecimento de água. Assim, dado o
predomínio de falhas no longo inverno de
sua cidade, Edwards recomendou um colchão de água Aquatank com capacidade de 60 galões
para ser guardado debaixo da cama. Ele sugeriu também ao menos 10 caixas de comida
pronta Nuvona e advertiu o casal para investir em duas bicicletas que geram eletricidade, além
de lâmpadas econômicas (“compre as LEDs”) e uma hélice no telhado para gerar energia
alternativa. “Agora, seu pior cenário é acontecer alguma falha no Indian Point,” ele disse se
referindo ao reator em Buchanan, NY, a 30 minutos de distância. “Vocês estão no centro da
zona de perigo. Vocês terão uma dose grave de partículas radioativas.” Os Dosters pareceram
aterrorizados. “A parte boa?” Edwards tranquilizou o casal: “esta casa é alugada.”
Prepping é uma grande jogada: uma aposta não apenas contra a cidade ou um país
ou um governo, mas contra a ideia completa de civilização sustentável. Por esta razão, isto
perpassa um dos tabus que permanecem em nossa sociedade moderna: o modo como vivemos
não é penas afetado por problemas, ele próprio é uma problemática insolúvel. Dessa forma,
parece importante saber se toda essa negatividade abrangente seria apenas histeria ou se seria
de alguma forma racional. Ou seja, seria preciso avaliar se o grupo de preppers que eu
encontrei eram apenas malucos ou de fato possuiriam alguma razão de ser. Pouco tempo
depois do encontro que participei, me deparei com uma reportagem sobre o Dr. Irwin
Redlener, o diretor do National Center for Disaster Preparedness at Columbia University
(Centro Nacional de Preparação de Desastres da Universidade de Columbia). O governador
Andrew M. Cumo havia recentemente nomeado-o para presidir uma comissão para investigar
o nível de preparo do Estado para outra emergência como o furação Sandy. Assim, eu
marquei uma entrevista, pensando que ele, não mais do que ninguém, poderia me responder
as minhas dúvidas.
Embora ele estivesse com um resfriado quando nós nos encontramos em seu escritório
no Harlem, Dr. Redlener tinha uma presença tranquilizante: com barba, erudito e aberto para a
noção de que as pessoas comuns tem um papel central em preparação de emergência. O
governo, ele disse, reagiu decididamente após o 11/09 ao estabelecer o Department de
Homeland Security (Departamento de Segurança da Pátria). Então, “porque as pessoas
comuns não deveriam reagir? É impossível esquecer que nós vivemos num mundo vulnerável
aos perigos naturais e àqueles produzidos pelo homem,” ele disse. “Dessa forma é legítimo
perguntar: qual o impacto disso tudo nos indivíduos?” A sua resposta estava totalmente
alinhada com a doutrina Prepper. Dr. Redlener disse que era racional, na verdade, até mesmo
recomendado ter um suplemento de água e comida armazenado para três dias, uma lanterna,
um Kit de primeiros socorros, um radio que funcione sem baterias e um plano para reunir
num único lugar os parentes depois de um desastre.
Ele mencionou o principal mantra Prepper ao se referir sobre o papel do indivíduo em
manter o controle sobre a situação de desastre. “Um cidadão preparado é alguém que sabe
como cuidar de si mesmo,” ele disse, “que tem reservado os itens necessários à sobrevivência,
que tem um plano.” Quando lhe perguntei sobre algumas daquelas pessoas que eu tinha
encontrado ao longo desta reportagem, falei sobre o equipado garoto de 12 anos, Leonardo
Ruiz Jr., que, diminuindo suas suspeitas, tinha fornecido mais tarde seu nome para o
fotógrafo. Ele me devolveu um sorriso contemplativo, “existe uma escala, disse Dr. Redlener,
cujo início está na imobilidade estúpida e no final, a paranoia. O desafio é encontrar o ponto
mediano, aquele onde você entende que coisas ruins podem acontecer, mas isso não pode
consumir sua vida.”
No fim de nossa conversa, ele me surpreendeu. Eu nunca tinha escutado um porta voz
do governo, quase oficial, admitir que as autoridades não responderiam prontamente em uma
situação de extrema emergência. Dr. Redlener disse que “lacunas” existem durante “mega
desastres,” talvez passem horas ou mesmo dias sem haver uma resposta oficial. “O bem-estar
de muitos, das muitas pessoas afetadas dependeria, nestas lacunas, das redes de relações
pessoais, da comunidade ou da preparação individual, ele disse.” Acrescentando
eufemisticamente, “nós seremos todos os primeiros a responder.”

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Vizinhos Preparados para o Pior

  • 1. Vizinhos Preparados para o Pior Por: Alan Feuer The New York Times: 26/01/ 2013 Tradução: Rodrigo Belinaso Guimarães O canal AMC utilizou a iconografia “Prepper” para divulgar a nova série Algumas semanas atrás, em uma tarde calma de domingo, 40 pessoas se reuniram em uma igreja de Washington Heights para uma sessão de apresentações promovida pela New York City Preppers Network (Rede de Preparação da Cidade de Nova Iorque). Um a um, todos ficaram em pé na frente da sala e exibiram suas bug- out bags (mochilas de fuga) meticulosamente preparadas, com os recipientes preenchidos com equipamentos para serem usados durante o colapso da civilização. Sobre uma mesa dobrável, havia uma série surpreendente de produtos guardados para um desastre: bússolas, pilhas, rádios à manivela, lanternas de energia solar, isqueiros e um Kendle (dis- positivo eletrônico para leitura de textos) completamente carregado com mapas rodoviários da região de Nova Iorque. Muitos dos itens apresentados eram bem mais complexos do que os “10 Pilares Básicos dos Apetrechos de Fuga” que Jason Charles, o líder do grupo, tinha me enviado pela internet antes da minha visita. Além disso, boa parte dos equipamentos que eram mostrados preenchiam as necessidades e interesses dos próprios apresentadores: um chaveiro no grupo tinha um conjunto de fechaduras; uma vegetariana tinha lentilhas desidratadas feitas em casa; um homem tinha camisinhas para servirem como cantis de emergência; outro tinha uma ratoeira, para caçar e comer ratos. Charles, um bombeiro de Nova Iorque, depois de apresentar sua própria mochila com cordas de paraquedas, um saco de dormir e suplementos para duas semanas de refeições prontas para comer, disse ao grupo que ele recentemente tinha comprado um cachorro. “Então agora eu tenho que projetar o plano dele, também.” Ele disse um pouco preocupado, fazendo uma pausa e lançando um olhar distante, acrescentou: “isto é estranho, certo?” Nova Iorque dificilmente se parece com um lugar apropriado para o que se tornou conhecido como “Movimento Prepper (Preparados),” porém, de fato, a comunidade de preppers da cidade não é somente grande e extremamente diversificada, mas seus líderes dizem que ela está crescendo rapidamente. Para os que não fazem parte do movimento, a palavra prepper, provavelmente, traz à mente imagens de fanáticos armados e agachados em bunkers esperando o fim dos tempos. Porém a realidade, ao menos aqui em Nova Iorque, é menos dramática. Os preppers locais são doutores, porteiros, executivos de escolas comunitárias, condutores de metrô, publicitários e casais felizes do Bronx. Eles são indubitavelmente pessoas que você conhece ou seus vizinhos. Pessoas que admito, como eu mesmo. Não é fácil ser um Prepper nestes dias. A ideologia tem sido golpeada em programas de TV como “Preparados para o Juízo Final” onde, apesar de seus recordes de audiência em episódios recentes como “Escape de Nova Iorque”, ele é mais ou menos um convite semanal para o público rir de lunáticos rumando para as montanhas para escapar de um ataque nuclear russo. Em dezembro de 2012, uma onda de pânico tomou de assalto o movimento, isso acon-
  • 2. teceu quando foi revelado que a mãe de Adam Lanza, o atirador por trás dos assassinatos de Newtown, Conn, era uma prepper. Mesmo que a ideologia prepper esteja crescendo visivelmente na cultura através de encontros de grupos organizados, livros, filmes e acampamentos de fim de semana onde habilidades básicas de um prepper são aprendidas, ela continua sendo encarada como um fenômeno marginal e inconveniente. Ou seja, algo que está relacionado em acreditar que o Bilderberg Group controla todos os acontecimentos do mundo ou que o governo está escondendo alienígenas na Área 51. Equipamento de sobrevivência de Aton Edwards Minhas próprias tentativas de preparação começaram em algum momento entre a queda do Lehman Brothers e o correspondente aumento da flexibilização da economia. Quando isto aconteceu comigo, como obviamente, aconteceu com muitos, o sistema financeiro estava espantosamente instável. Assim, no domínio dos acontecimentos possíveis se incluía agora uma destrutiva redução de valor do nosso dinheiro. Instigado pelas leituras calorosas de autores que antecipam o fim do mundo como John Mauldin e Charles Hugh Smith, eu comecei a formar uma imagem do mundo como um sistema de sistemas insustentáveis. Uma instável máquina de Rude Golberg onde o colapso de qualquer elemento, como petróleo barato, por exemplo, poderia descarrilar completamente o sistema, desde o transporte de caminhões até a distribuição de alimentos. Na esteira desses pensamentos, eu convidei para uma visita uma família amiga de Ohio. Meu amigo é quase um Prepper e me advertiu para que eu adquirisse uma quantidade de moedas de prata como uma barreira contra a inflação, o que fiz prontamente. Não muito tempo depois, entregaram em casa os 100 dólares que comprei em suplementos de comida seca e congelada, com opções normais e vegetarianas, da costco.com. Além disso, eu comprei para a minha esposa o livro de John Seymour, o qual considero um clássico na preparação de um lar: “A vida autossuficiente e como viver nela.” Eu comecei também a conversar com ela sobre a aquisição de uma arma. Enquanto amigos próximos, que ao visitarem minha casa podiam ser convidados para darem uma espiada na minha bagunçada mochila de fuga. Na maior parte das vezes, eu me mantive quieto, consciente do embaraço que eu me veria envolvido com meus planos de preparação. Então, foi com uma dose de alívio que eu me encontrei neste mês entre parceiros preppers, que instintivamente entendiam meu desejo de ter em mãos um pacote de suplementos de vitaminas ou uma ferramenta LifeStraw. Assim, você encontra preppers em Nova Iorque que estão se preparando para eventos catastróficos como o aquecimento solar ou uma erupção da Yellowstone Caldera. Porém, em geral, eles se referem a preocupações mais imediatas, mais locais, sendo a principal a de ser atacado por terroristas, ou ser pego em meio a desastres naturais ou colapsos econômicos. “A Terra não irá se colidir com o Planeta X e o apocalipse Maia nunca irá acontecer,” foi assim que Charles se apresentou para mim durante o encontro de preppers em Nova Iorque. “Mas eu lhe direi uma coisa,” ele acrescentou, “as pessoas aqui, sem dúvida, usaram seus preps durante o furação Sandy.” Não surpreendentemente, a tempestade atraiu inúmeros novos recrutas para seu grupo e o fenômeno se incorporou a uma lista icônica de momentos de preparação que já incluíam o muito propagandeado Y2K, 9/11 e o furação Katrina. Eu aprendi que os preppers de Nova
  • 3. Aton Edwards, 51, dando aula via Skype sobre preparação para desastres. Iorque se preparam por razões tão variadas quanto suas ansiedades e experiências. “Isto foi uma resposta pragmática para certas coisas que eu conheço,” disse Robert Segal, que além de outros empregos vende vinhos, mas que uma vez trabalhou como técnico em eletricidade em submarino nuclear. “Como um engenheiro, eu estudo como as coisas desabam.” Eu achei tudo aquilo particular- mente atrativo. Eu gostei como os preppers eram dados ao debate: spray contra ursos ou bastões de baseball; purificação de água ou filtro de água. Assim como, gostei como eles eram versados em áreas exóticas do conhecimento: antibióticos para peixes ou leis sobre o uso de facas em Nova Iorque. Eu fiquei especialmente enamorado pelo jargão “GOOD – Get Out Of Dodge” (Caia fora de Dodge) ou “TEOTWAWKI – The End Of The Word As We Know It (O fim do mundo como nós o conhecemos). E ainda, eu devo confessar, houve momentos que me deram uma pausa mental. Durante sua apresentação, Charles sugeriu que preparar bem uma mochila de fuga era somente uma parte da equação, tão importante era saber aonde ir. “Fugir não será fácil,” ele explicou, “talvez leve três ou quatro horas para sair da cidade se as pontes estiverem bloqueadas, talvez você tenha que usar um bote para atravessar o rio. A situação de qualquer pessoa será bastante variável.” Quando as apresentações terminaram, Charles entregou o prêmio de melhor mochila de fuga para um garoto prepper, cujo kit incluía uma linha de pesca, um cortador de cinto de segurança, acendedores de fogo em cubos, muitos tipos de multi ferramentas e uma máscara de oxigênio. O vencedor chegou com sua mãe e tinha também zelosamente preparado uma mochila para ela. Eu queria falar com ele, mas quando me aproximei, ele me perguntou se eu era da imprensa e, cheio de suspeitas, se recusou a dar seu nome. Eu mais tarde descobri que o garoto tinha 12 anos. No início desta minha travessia, me disseram que o homem que me daria uma compreensão mais profunda do movimento prepping em Nova Iorque seria Aton Edwards, fundador da International Preparedness Network (Rede Internacional de Preparação) e autor de um guia de sobrevivência de emergência: Preparedness Now! (Preparação agora!). Edwards, 51, é tido como o principal especialista em preparação pessoal para desastres da cidade. Ele apareceu no programa de televisão Today, tem exposto sua conferência Ready Up! para centenas de ouvintes, com parcerias com a Cruz Vermelha e tem assento permanente no National Urban Self-Releance and Preparedness Program (Programa Nacional de Autodependência e Preparação em Meio Urbano). Os seus “comandos centrais para incidentes” cruzam Nova Iorque, como aquele que ele recentemente criou para o pioneiro do hip-hop Afrika Bambaataa no Brox. Edwards tem tanto reconhecimento no universo dos preppings que no mês passado alguém autointitulado Hudson Valley Prepper deixou uma mensagem no Preppergroups.com alertando que um dia em um futuro não tão distante ele liderará o Norte. “Este cara, Aton Edwards,” dizia e mensagem, “um homem perigoso que segue as suas próprias leis, está na verdade liderando um treinamento de preparação na cidade de Nova Iorque e estabeleceu que seu principal objetivo é sair da cidade. Você acha que alguém poderia parar Aton e seus seguidores uma vez que eles peguem a estrada por uma semana e fiquem famintos?”
  • 4. Encontro de Preppers em Nova Iorque Quando eu encontrei Edwards no Brooklyn, eu me deparei com um homem gigantesco vestido inteiramente de preto. Ele estava sentado na frente de um computador dando um tutorial pela internet sobre preparação de mochilas de fuga para membros do Envolver.com, uma “comuni- dade global de culturas criativas” fundada por Daniel Penchbeck. Daniel, no ano passado (2012), foi um divulgador do fenômeno do apocalipse Maia. Entre itens expostos numa mesa, como seu machado de sobrevivência com lâmina de serra e puxador de pregos, fabricado na China, Edwards disse: “Daniel apenas quer que as pessoas próximas a ele estejam prontas. Mesmo que você seja consciente sobre tudo que acontece, você ainda precisa estar preparado para o que acontecerá se não houver comida nem água.” Quando eu o conheci melhor, Edwards contou-me a história do início de seu interesse em preparação para desastres, que começou, ele disse, em 1972, quando foi assistir Deliverance (Amargo Pesadelo) no Grand Concourse no Bronx. “Eu pensei que era um filme sobre acampamento.” Ele entrou no cinema como uma criança relativamente normal de 10 anos de idade, mas saiu como um prepper. “Eu disse para mim mesmo, ‘Gee, você deve aprender tudo que for possível para evitar aquela situação’.” Nas duas décadas seguintes, ele adquiriu habilidades em manuais militares e na revista Soldier of Fortune. Edwards me contou que um dia foi para um curso de defesa civil sediado na Federal Emergency Management Agency (Agência Federal de Gestão de Emergência) e recorda ter ficado horrorizado pelo fato do governo ainda contar, na época, com “suplementos oriundos da guerra fria: salsichas tipo vienense e sacos de 2,5 quilos de açúcar.” Sua desilusão o levou a fundar em 1989 a I.P.N, que procura treinar cidadãos para estarem prontos em emergências como ataques cibernéticos e pandemias de gripe. Não é à toa, Edwards disse, que o movimento prepping primeiramente criou raízes na comunidade negra de Nova Iorque: ele mesmo é negro e nos anos de 1990 se tornou um convidado frequente do programa de rádio The Open Line da emissora WBLS. Por volta dessa época, ele começou a das palestras sobre preparação para desastres na National Action Network (Rede de Ação Nacional), um grupo de direitos civis fundado pelo pastor Al Sharpton. “Obviamente, disse Edwards, por causa da nossa história, os povos negros sabem que coisas ruins acontecem.” Hoje em dia, ele acrescentou, o movimento prepping é “uma estranha mixórdia de todo tipo de pessoas: negros, brancos, homens, mulheres, todo mundo. Ele se parece com a América.” Em sua opinião profissional, o próximo passo para o desenvolvimento do prepping será sua entrada no âmbito do capitalismo empresarial. Isto me fez lembrar de Fabian Illanes e Roman Zrazhevskiy, dois homens por volta dos 20 anos de idade que conheci nas apresentações de Preppers em Nova Iorque. Ex-colegas de classe na escola de ensino médio George H. Hewlett em Long Island, eles são preppers desde quando eram adolescentes e recentemente criaram o Readytogosurvival.com, um site prepper que vende mochilas de fuga já preparadas e batizadas com nomes paramilitares como Tactical Traveler ($439,99) e Convert Defender ($629,99). Eles me disseram que visitaram encontros de Preppers ao redor de Nova Iorque para “descobrir seus potenciais clientes na região.” Edwards também entrou no mercado prepper, eu o acompanhei em uma visita em Westchester para observar uma consultoria que estava realizando, por $120 a hora, para Jeff e Joana Doster, um casal na faixa dos 50 anos que recentemente se mudaram para Manhattan. O
  • 5. casal, ele um executivo de marketing aposentado e ela a autora do livro Celebrity Bedroom Retreats, foram pegos sem um lar durante o furação Sandy depois de terem vendido num péssimo momento o apartamento que tinham na West 57th Street. “Nós nos sentimos desamparados,” Joana disse na nossa chegada. “Por conta do que aconteceu, nós chamamos Aton.” Depois de examinar a nova moradia do casal, Edwards emitiu sua análise: “boa elevação, mas a posição solar não é muito boa.” Os Dosters contam com energia elétrica para o aquecimento da casa e para o fornecimento de água. Assim, dado o predomínio de falhas no longo inverno de sua cidade, Edwards recomendou um colchão de água Aquatank com capacidade de 60 galões para ser guardado debaixo da cama. Ele sugeriu também ao menos 10 caixas de comida pronta Nuvona e advertiu o casal para investir em duas bicicletas que geram eletricidade, além de lâmpadas econômicas (“compre as LEDs”) e uma hélice no telhado para gerar energia alternativa. “Agora, seu pior cenário é acontecer alguma falha no Indian Point,” ele disse se referindo ao reator em Buchanan, NY, a 30 minutos de distância. “Vocês estão no centro da zona de perigo. Vocês terão uma dose grave de partículas radioativas.” Os Dosters pareceram aterrorizados. “A parte boa?” Edwards tranquilizou o casal: “esta casa é alugada.” Prepping é uma grande jogada: uma aposta não apenas contra a cidade ou um país ou um governo, mas contra a ideia completa de civilização sustentável. Por esta razão, isto perpassa um dos tabus que permanecem em nossa sociedade moderna: o modo como vivemos não é penas afetado por problemas, ele próprio é uma problemática insolúvel. Dessa forma, parece importante saber se toda essa negatividade abrangente seria apenas histeria ou se seria de alguma forma racional. Ou seja, seria preciso avaliar se o grupo de preppers que eu encontrei eram apenas malucos ou de fato possuiriam alguma razão de ser. Pouco tempo depois do encontro que participei, me deparei com uma reportagem sobre o Dr. Irwin Redlener, o diretor do National Center for Disaster Preparedness at Columbia University (Centro Nacional de Preparação de Desastres da Universidade de Columbia). O governador Andrew M. Cumo havia recentemente nomeado-o para presidir uma comissão para investigar o nível de preparo do Estado para outra emergência como o furação Sandy. Assim, eu marquei uma entrevista, pensando que ele, não mais do que ninguém, poderia me responder as minhas dúvidas. Embora ele estivesse com um resfriado quando nós nos encontramos em seu escritório no Harlem, Dr. Redlener tinha uma presença tranquilizante: com barba, erudito e aberto para a noção de que as pessoas comuns tem um papel central em preparação de emergência. O governo, ele disse, reagiu decididamente após o 11/09 ao estabelecer o Department de Homeland Security (Departamento de Segurança da Pátria). Então, “porque as pessoas comuns não deveriam reagir? É impossível esquecer que nós vivemos num mundo vulnerável aos perigos naturais e àqueles produzidos pelo homem,” ele disse. “Dessa forma é legítimo perguntar: qual o impacto disso tudo nos indivíduos?” A sua resposta estava totalmente alinhada com a doutrina Prepper. Dr. Redlener disse que era racional, na verdade, até mesmo recomendado ter um suplemento de água e comida armazenado para três dias, uma lanterna, um Kit de primeiros socorros, um radio que funcione sem baterias e um plano para reunir num único lugar os parentes depois de um desastre.
  • 6. Ele mencionou o principal mantra Prepper ao se referir sobre o papel do indivíduo em manter o controle sobre a situação de desastre. “Um cidadão preparado é alguém que sabe como cuidar de si mesmo,” ele disse, “que tem reservado os itens necessários à sobrevivência, que tem um plano.” Quando lhe perguntei sobre algumas daquelas pessoas que eu tinha encontrado ao longo desta reportagem, falei sobre o equipado garoto de 12 anos, Leonardo Ruiz Jr., que, diminuindo suas suspeitas, tinha fornecido mais tarde seu nome para o fotógrafo. Ele me devolveu um sorriso contemplativo, “existe uma escala, disse Dr. Redlener, cujo início está na imobilidade estúpida e no final, a paranoia. O desafio é encontrar o ponto mediano, aquele onde você entende que coisas ruins podem acontecer, mas isso não pode consumir sua vida.” No fim de nossa conversa, ele me surpreendeu. Eu nunca tinha escutado um porta voz do governo, quase oficial, admitir que as autoridades não responderiam prontamente em uma situação de extrema emergência. Dr. Redlener disse que “lacunas” existem durante “mega desastres,” talvez passem horas ou mesmo dias sem haver uma resposta oficial. “O bem-estar de muitos, das muitas pessoas afetadas dependeria, nestas lacunas, das redes de relações pessoais, da comunidade ou da preparação individual, ele disse.” Acrescentando eufemisticamente, “nós seremos todos os primeiros a responder.”