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Estudante:
Ana Beatriz Ligabue de Oliveira
Professor Orientador:
Doutor Gessé de Souza Silva
A psicose? Por qual motivo?
Um mundo não compartilhado.
Sofrimento
Aprimoramento da clínica.
Questão: Como a teoria de Donald Winnicott
colaborou para a compreensão teória e manejo
clínico da psicose.
O objetivo geral: Analisar a teoria de Donald
Winnicott e a sua forma de compreender a
teoria e a clínica da psicose.
Objetivos específicos:
- Descrever algumas mudanças na
compreensão da psicose ao longo da história.
- Analisar obras de Donald Winnicott para a
clínica da psicose.
Metodologia:
Estudo teórico: Utilização de livros, autores
clássicos que fundamentaram a clínica da
psicose.
 Introdução
 Psicose: Uma busca pela compreensão de um
conceito disperso.
 A compreensão da Psicose ao longo da
história – trazida pelos clássicos.
 Donald Winnicott: A teoria.
 A Pequena Piggle.
O termo psicose caracterizou o conjunto das
chamadas doenças mentais, sendo orgânicas
ou especificamente mentais, sendo depois
restrita às classificações: esquizofrenia,
paranóia e psicose maníaco-depressiva.
(ROUDINESCO, 1998)
Um estado mental caracterizado por prejuízos ou
rupturas sérias nas funções cerebrais superiores
mais fundamentais – percepção, cognição,
processamento cognitivo e emoções. Afetos
manifestados em fenômenos comportamentais,
como delírios e alucinações e a fala se torna
significativamente desorganizada. (APA, 2010, p
764)
Exprimem-se em uma perda mais ou menos total
da capacidade de compreender o significado da
realidade em que vivemos e de manter entre ela
e nós mesmos uma relação de sintonia suficiente
para permitir um comportamento autônomo e
responsável no âmbito cultural em que
 vivemos. (GALIMBERTI, 1992,p 966)
A psicose como estrutura clínica
Os tratamentos anteriores;
Como antes era a psicose compreendida?
Kraepelin e Bleuler.
A abordagem biológica.
Bleuler: A não separação mente-corpo.
 “One Hundred Years of Phychiatry”,
Kraepelin (1924) propõe:
Que o estado deve se preocupar com as
instituições psiquiátricas, tanto para a
melhoria daqueles já doentes, como para o
avanço da ciência.
Graças a grandes humanitários, como
Sigmund Freud, Carl Gustav Jung, Karen
Horney, o cuidado em relação ao paciente
mudou.
O termo Demência Precoce que não é mais
utilizado, sendo trocado por
esquizofrenia, termo proposto por Bleuler
(1934). Já o termo parafrenia, proposto por
Sigmund Freud (1911), também passou a ser
pouco utilizado.
Freud (1911) analisa o livro Memórias de um
doente dos nervos, de Daniel Paul Schreber.
O que consideramos produto da doença, a
formação delirante, é na realidade uma
tentativa de cura. Após a catástrofe, a
reconstrução tem sucesso maior ou menor,
nunca total; nas palavras de Schreber, “uma
profunda modificação interna” verificou-se no
mundo. (FREUD, 1911, p 94)
“ O Mundo de Schreber se
tornou pobre e vazio depois
que ele dele retirou o seu
amor”. FREUD, 1911, p 25)
 Breuer: 1881 capaz de curar através da
hipnose;
 Prova dos processos psíquicos inconsciente;
 Sonhos – delírio: Inconsciente
 Abrindo caminhos para o tratamento da
psicose pela psicanálise...
- Freud (1924), revela que tanto o neurótico
quanto o psicótico são capazes de alterar a
realidade a seu favor.
- Freud (1917) escreveu o artigo Luto e
Melancolia. Onde ele diferencia o luto
normal do patológico.
- Investimento libidinal, objeto.
 Paulo Dalgalarrondo (2008) Psicopatologia dinâmica e
descritiva, médica e existencial, categoral ou
dimensional, biológica ou sócio-cultural.
 Kraepelin: Descrição
 Freud: Dinâmica
 Combinação de Ambas seria o ideal.
Donald Winnicott: Em 1923 iniciou sua
formação em psicanálise;
Pediatra, infância com muitas brincadeiras.
Winnicott: O termo psicose, para este
teórico, é utilizado para indicar sujeitos que
a estrutura da sua personalidade tem
fraquezas que se revelam quando a tensão
máxima do complexo de Édipo precisa ser
suportada.
 No início: pele como membrana limitante.
Mundo interno/externo – diferenciação;
 Processo de integração – base do narcisismo
primário – Pleno desenvolvimento do Ego;
 Mãe como ego auxiliar/ analista;
 Suficientemente boa dependência absoluta
até a relativa.
 Não só os fatores em si, mas a visão que o sujeito tem do
fator externo – sua subjetividade;
 Riqueza do sujeito em termos de realidade psíquica e
progresso humano;
 Cuidador capaz de responder aos gestos espontâneos do
babê;
 Objetos transicionais, suportar as ausências da mãe.
 Diminuição das ideias de entidades
nosológicas;
 Psicanalista: Especialista em obtenção da
história;
 Self verdadeiro e falso – hipertrofia
intelectual;
 Privação emocional anterior ao estado em
que o sujeito se encontre capaz de perceber
essa privação.
 Diagnóstico pautado na qualidade da
distorção ambiental ou deficiência;
 Hereditariedade e ambiente que apóia, falha
ou traumatiza, enquanto no meio existe um
sujeito crescendo, vivendo e se
desenvolvendo;
 Também considera uma alteração da
realidade: Na neurose e na psicose.
 Falhas podem provocar uma falha no
desenvolvimento do self e o resultado é a
esquizofrenia;
 Colapso esquizofrênico: Inverso do processo
maturativo da infância mais precoce;
 Normalidade: Não é uma meta a ser atingida.
Para viver é preciso ter uma dose de
criatividade.
 Analista, holding – sustentação ao paciente.
 Colapso das defesas, precisam existir novas,
reorganizadas;
 Hereditariedade e ambiente que apóia;
 Falhas no ambiente favorável: Resultado a
esquizofrenia.
“É possível uma pessoa esquizoide ou
esquizofrênica levar uma vida satisfatória e
mesmo realizar um trabalho de valor
excepcional. Pode ser doente, do ponto de vista
psiquiátrico,devido a um sentido debilitado de
realidade. Como equilibrar isso, pode-se afirmar
que existem pessoas tão firmementeancoradas na
realidade objetivamente percebida que
estãodoentes no sentido oposto, dada a sua perda
de contato com omundo subjetivo e com a
abordagem criativa dos fatos”
( WINNICOTT, 1971, p 97).
Suficientemente bom;
O desmame e a desilusão, a criatividade;
Quando a adaptação é falha, ela resulta em
uma intrusão do ambiente sobre a criança,
podendo levá-la a distorções psicóticas.
 Winnicott (1975) o aspecto do olhar do bebê
para a mãe .
Também pode-se pensar em pacientes
psicóticos, que para a teoria de Donald
Winnicott têm uma fragilidade em sua
organização, pois esses podem ter uma
despersonalização, sentem-se estranhos a si.
 UM CASO DE WINNICOTT: A PEQUENA
PIGGLE
 A fantasia: Bebê-car e Mãe preta.
 CONSIDERAÇÕES FINAIS:
 Bleuler e Winnicott;
 Freud e Winnicott;
 Kraepelin e Winnicott
 Articulação entre conhecimentos e
desenvolvimento emocional.
 AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOTIATION / APA, Dicionário de
Psicologia.
 Porto Alegre: Artmed, 2010.
 AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Estatístico de
Transtornos
 Mentais – DSM 5. Porto Alegre: Artmed, 2014.
 BLEULER, Eugen. Textobook of Psychiatry. 1.ed. Nova Iorque,
Macmillan
 Company, 1934.
 CALLIGARIS, Contardo. Introdução a uma Clínica Diferencial das
Psicoses.1 ed.
 Porto Alegre: Artes Médicas,1989.
 ELISABETH, Roudinesco; PLON Michel. Dicionário de Psicanálise.
Rio de Janeiro,
 1998.
 GALIMBERTI, Umberto. Dicionário de Psicologia. Tradução: João
Paixão Netto.
 São Paulo: Loyola,1992.
 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação Estatística Internacional de
 Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - CID 10. Tradução Centro
 Colaborador da OMS para a classificação de doenças em português.6.ed. São
 Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1993.
 PAULO, Dalgalarrondo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.
 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
 FREUD, Sigmund. Neurose e Psicose (1924). Tradução Paulo Cezar de Souza. In:
 Sigmund Freud, Obras Completas. São Paulo: Companhia das letras, 2011, Vol. XII.
 ______. A Perda da Realidade na Neurose e na Psicose (1924). Tradução Paulo
 Cezar de Souza. Sigmund Freud Obras Completas. São Paulo: Companhia das
 letras, 2011, Vol. XII.
 ______. Luto e Melancolia (1917). Tradução Paulo Cezar de Souza. Sigmund Freud
 Obras Completas. São Paulo: Companhia das letras, 2011, Vol. XII.
 WINNICOTT, Donald. O Brincar e a Realidade. Tradução José Octávio de
Aguiar
 Abreu e Vanete Nobre. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
 ______. Natureza Humana; Tradução Davi Litman Bogomez .Donald
Winnicott. Rio
 de Janeiro: Imago, 1990.
 ______. O ambiente e os Processos de Maturação: Estudos sobre o
 Desenvolvimento Emocional.Tradução: Irineo Constantino Schuch Ortiz.
Donald
 Winnicott. Porto Alegre: Artmed, 1983.
 ______. The Piggle. Relato do tratamento psicanalítico de uma menina.
Donald
 Winnicott. Rio de Janeiro: Imago, 1987.
 ______. Da Pediatria à Psicanálise (1971). Tradução David Bogomoletz.
Donald
 Winnicott. Rio de Janeiro: Imago, 2000.

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Sobre a psicose

  • 1. Estudante: Ana Beatriz Ligabue de Oliveira Professor Orientador: Doutor Gessé de Souza Silva
  • 2. A psicose? Por qual motivo? Um mundo não compartilhado. Sofrimento Aprimoramento da clínica. Questão: Como a teoria de Donald Winnicott colaborou para a compreensão teória e manejo clínico da psicose.
  • 3. O objetivo geral: Analisar a teoria de Donald Winnicott e a sua forma de compreender a teoria e a clínica da psicose.
  • 4. Objetivos específicos: - Descrever algumas mudanças na compreensão da psicose ao longo da história. - Analisar obras de Donald Winnicott para a clínica da psicose.
  • 5. Metodologia: Estudo teórico: Utilização de livros, autores clássicos que fundamentaram a clínica da psicose.
  • 6.  Introdução  Psicose: Uma busca pela compreensão de um conceito disperso.  A compreensão da Psicose ao longo da história – trazida pelos clássicos.  Donald Winnicott: A teoria.  A Pequena Piggle.
  • 7. O termo psicose caracterizou o conjunto das chamadas doenças mentais, sendo orgânicas ou especificamente mentais, sendo depois restrita às classificações: esquizofrenia, paranóia e psicose maníaco-depressiva. (ROUDINESCO, 1998)
  • 8. Um estado mental caracterizado por prejuízos ou rupturas sérias nas funções cerebrais superiores mais fundamentais – percepção, cognição, processamento cognitivo e emoções. Afetos manifestados em fenômenos comportamentais, como delírios e alucinações e a fala se torna significativamente desorganizada. (APA, 2010, p 764)
  • 9. Exprimem-se em uma perda mais ou menos total da capacidade de compreender o significado da realidade em que vivemos e de manter entre ela e nós mesmos uma relação de sintonia suficiente para permitir um comportamento autônomo e responsável no âmbito cultural em que  vivemos. (GALIMBERTI, 1992,p 966)
  • 10. A psicose como estrutura clínica
  • 11. Os tratamentos anteriores; Como antes era a psicose compreendida? Kraepelin e Bleuler. A abordagem biológica. Bleuler: A não separação mente-corpo.
  • 12.  “One Hundred Years of Phychiatry”, Kraepelin (1924) propõe: Que o estado deve se preocupar com as instituições psiquiátricas, tanto para a melhoria daqueles já doentes, como para o avanço da ciência.
  • 13. Graças a grandes humanitários, como Sigmund Freud, Carl Gustav Jung, Karen Horney, o cuidado em relação ao paciente mudou.
  • 14. O termo Demência Precoce que não é mais utilizado, sendo trocado por esquizofrenia, termo proposto por Bleuler (1934). Já o termo parafrenia, proposto por Sigmund Freud (1911), também passou a ser pouco utilizado.
  • 15. Freud (1911) analisa o livro Memórias de um doente dos nervos, de Daniel Paul Schreber.
  • 16. O que consideramos produto da doença, a formação delirante, é na realidade uma tentativa de cura. Após a catástrofe, a reconstrução tem sucesso maior ou menor, nunca total; nas palavras de Schreber, “uma profunda modificação interna” verificou-se no mundo. (FREUD, 1911, p 94)
  • 17. “ O Mundo de Schreber se tornou pobre e vazio depois que ele dele retirou o seu amor”. FREUD, 1911, p 25)
  • 18.  Breuer: 1881 capaz de curar através da hipnose;  Prova dos processos psíquicos inconsciente;  Sonhos – delírio: Inconsciente  Abrindo caminhos para o tratamento da psicose pela psicanálise...
  • 19. - Freud (1924), revela que tanto o neurótico quanto o psicótico são capazes de alterar a realidade a seu favor. - Freud (1917) escreveu o artigo Luto e Melancolia. Onde ele diferencia o luto normal do patológico. - Investimento libidinal, objeto.
  • 20.  Paulo Dalgalarrondo (2008) Psicopatologia dinâmica e descritiva, médica e existencial, categoral ou dimensional, biológica ou sócio-cultural.  Kraepelin: Descrição  Freud: Dinâmica  Combinação de Ambas seria o ideal.
  • 21. Donald Winnicott: Em 1923 iniciou sua formação em psicanálise; Pediatra, infância com muitas brincadeiras.
  • 22. Winnicott: O termo psicose, para este teórico, é utilizado para indicar sujeitos que a estrutura da sua personalidade tem fraquezas que se revelam quando a tensão máxima do complexo de Édipo precisa ser suportada.
  • 23.  No início: pele como membrana limitante. Mundo interno/externo – diferenciação;  Processo de integração – base do narcisismo primário – Pleno desenvolvimento do Ego;  Mãe como ego auxiliar/ analista;  Suficientemente boa dependência absoluta até a relativa.
  • 24.  Não só os fatores em si, mas a visão que o sujeito tem do fator externo – sua subjetividade;  Riqueza do sujeito em termos de realidade psíquica e progresso humano;  Cuidador capaz de responder aos gestos espontâneos do babê;  Objetos transicionais, suportar as ausências da mãe.
  • 25.  Diminuição das ideias de entidades nosológicas;  Psicanalista: Especialista em obtenção da história;  Self verdadeiro e falso – hipertrofia intelectual;  Privação emocional anterior ao estado em que o sujeito se encontre capaz de perceber essa privação.
  • 26.  Diagnóstico pautado na qualidade da distorção ambiental ou deficiência;  Hereditariedade e ambiente que apóia, falha ou traumatiza, enquanto no meio existe um sujeito crescendo, vivendo e se desenvolvendo;  Também considera uma alteração da realidade: Na neurose e na psicose.
  • 27.  Falhas podem provocar uma falha no desenvolvimento do self e o resultado é a esquizofrenia;  Colapso esquizofrênico: Inverso do processo maturativo da infância mais precoce;  Normalidade: Não é uma meta a ser atingida. Para viver é preciso ter uma dose de criatividade.  Analista, holding – sustentação ao paciente.
  • 28.  Colapso das defesas, precisam existir novas, reorganizadas;  Hereditariedade e ambiente que apóia;  Falhas no ambiente favorável: Resultado a esquizofrenia.
  • 29. “É possível uma pessoa esquizoide ou esquizofrênica levar uma vida satisfatória e mesmo realizar um trabalho de valor excepcional. Pode ser doente, do ponto de vista psiquiátrico,devido a um sentido debilitado de realidade. Como equilibrar isso, pode-se afirmar que existem pessoas tão firmementeancoradas na realidade objetivamente percebida que estãodoentes no sentido oposto, dada a sua perda de contato com omundo subjetivo e com a abordagem criativa dos fatos” ( WINNICOTT, 1971, p 97).
  • 30. Suficientemente bom; O desmame e a desilusão, a criatividade; Quando a adaptação é falha, ela resulta em uma intrusão do ambiente sobre a criança, podendo levá-la a distorções psicóticas.
  • 31.  Winnicott (1975) o aspecto do olhar do bebê para a mãe . Também pode-se pensar em pacientes psicóticos, que para a teoria de Donald Winnicott têm uma fragilidade em sua organização, pois esses podem ter uma despersonalização, sentem-se estranhos a si.
  • 32.  UM CASO DE WINNICOTT: A PEQUENA PIGGLE  A fantasia: Bebê-car e Mãe preta.
  • 33.  CONSIDERAÇÕES FINAIS:  Bleuler e Winnicott;  Freud e Winnicott;  Kraepelin e Winnicott  Articulação entre conhecimentos e desenvolvimento emocional.
  • 34.  AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOTIATION / APA, Dicionário de Psicologia.  Porto Alegre: Artmed, 2010.  AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Estatístico de Transtornos  Mentais – DSM 5. Porto Alegre: Artmed, 2014.  BLEULER, Eugen. Textobook of Psychiatry. 1.ed. Nova Iorque, Macmillan  Company, 1934.  CALLIGARIS, Contardo. Introdução a uma Clínica Diferencial das Psicoses.1 ed.  Porto Alegre: Artes Médicas,1989.  ELISABETH, Roudinesco; PLON Michel. Dicionário de Psicanálise. Rio de Janeiro,  1998.  GALIMBERTI, Umberto. Dicionário de Psicologia. Tradução: João Paixão Netto.  São Paulo: Loyola,1992.
  • 35.  ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação Estatística Internacional de  Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - CID 10. Tradução Centro  Colaborador da OMS para a classificação de doenças em português.6.ed. São  Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1993.  PAULO, Dalgalarrondo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.  2ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.  FREUD, Sigmund. Neurose e Psicose (1924). Tradução Paulo Cezar de Souza. In:  Sigmund Freud, Obras Completas. São Paulo: Companhia das letras, 2011, Vol. XII.  ______. A Perda da Realidade na Neurose e na Psicose (1924). Tradução Paulo  Cezar de Souza. Sigmund Freud Obras Completas. São Paulo: Companhia das  letras, 2011, Vol. XII.  ______. Luto e Melancolia (1917). Tradução Paulo Cezar de Souza. Sigmund Freud  Obras Completas. São Paulo: Companhia das letras, 2011, Vol. XII.
  • 36.  WINNICOTT, Donald. O Brincar e a Realidade. Tradução José Octávio de Aguiar  Abreu e Vanete Nobre. Rio de Janeiro: Imago, 1975.  ______. Natureza Humana; Tradução Davi Litman Bogomez .Donald Winnicott. Rio  de Janeiro: Imago, 1990.  ______. O ambiente e os Processos de Maturação: Estudos sobre o  Desenvolvimento Emocional.Tradução: Irineo Constantino Schuch Ortiz. Donald  Winnicott. Porto Alegre: Artmed, 1983.  ______. The Piggle. Relato do tratamento psicanalítico de uma menina. Donald  Winnicott. Rio de Janeiro: Imago, 1987.  ______. Da Pediatria à Psicanálise (1971). Tradução David Bogomoletz. Donald  Winnicott. Rio de Janeiro: Imago, 2000.