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FILOSOFIA DA LINGUAGEM
Há três diferentes visões gerais da linguagem, que
definem três paradigmas hoje disponíveis para os
estudos linguísticos – realismo, mentalismo e
pragmatismo.
•A Filosofia (e também a Linguística) preocupa-se
com o sentido.
•As três tendências apontadas são ângulos não
necessariamente excludentes para pensar a questão
do sentido.
• O fenômeno da linguagem exige um tratamento
complexo.
• A Filosofia é uma proposta de busca dos sentidos
alternativa em relação ao mito: enquanto a primeira é
marcada pelo discurso justificado (passível de discussão), o
segundo é pautado pela adesão (não questionável).
• A Filosofia busca, a partir de um método racional, a
“verdade”.
Os três caminhos em busca da “verdade”
SOFISMO
•A realidade não pode ser apreendida, não pode
ser significada.
•O real é “aquilo que se manifesta para nós como
tal no discurso” (p. 452).
Um exemplo
O brasileiro já se acostumou a ligar o noticiário da TV para
assistir ao desfile de carros da Polícia Federal, de onde saem homens
parrudos de colete negro para algemar cidadãos apanhados de
surpresa em suas casas e escritórios, além de carregar computadores e
pilhas de documentos. Promovidas com previsível espalhafato, essas
ações costumam receber nomes poéticos, como Operação Pasárgada,
destinada a apurar fraudes em prefeituras, ou sensacionalistas, como a
Operação Sanguessuga, que investigou desvios na compra de
ambulâncias, ou mesmo de inspiração infantil, como Pinóquio, em
torno de crimes ambientais. [...]
Época, 14 jul. 2008, p. 41.
•Relativismo: é impossível “estabelecerem-se
verdades universalmente válidas, autônomas com
relação às circunstâncias concretas, contingentes e
variáveis da experiência humana” (p. 450).
•Não há lugar para o “ter sentido”, mas para o
“fazer sentido”, que se estabelece a partir de
consensos.
Os três caminhos em busca da “verdade”
REALISMO
•Há a verdade, que prevalece sobre o consenso.
•No sofismo, há uma oposição entre aquilo que é dito e
aquilo que não é dito; não há espaço para a verdade (ou,
melhor dizendo, a verdade é o consenso), pois a linguagem
só trata “do que é”.
•No realismo, há oposição entre aquilo que é verdadeiro e
aquilo que é falso – é possível a linguagem dizer algo que
não é.
•A verdade ou a falsidade é verificada pela confirmação no
real.
•Exemplo:
VALDINAR (indivíduo);
ESTÁ MINISTRANDO UMA AULA (atividade);
ESTÁ ROUCO (estado).
Pelo mero fato de serem proferidos, o enunciados
tratam daquilo que é.
•Portanto, enunciados como (1) “Valdinar está
ministrando uma aula” e (2) “Valdinar está rouco”
são, ambos, plausíveis.
•Contudo, ambos não são obrigatoriamente
verdadeiros; apesar de suas partes tratarem daquilo
que é, a articulação entre elas pode não imitar
fielmente a realidade, como é o caso do enunciado
(2).
•Há um critério objetivo a ser considerado quanto à
busca pelos sentidos: a correspondência com o real, o
qual reflete uma essência (ideal) que lhe é
subjacente.
•A principal função da linguagem é, portanto, a
nomenclatura: dar a cada entidade o nome mais
adequado que ela possa ter, para que se exprima
uma essência.
•“As diferentes línguas humanas, se representam
corretamente a realidade, têm, a despeito de sua
aparente variabilidade, a mesma estrutura
conceptual profunda” (p. 461).
Os três caminhos em busca da “verdade”
MENTALISMO
•Realismo e mentalismo são primos carnais. A
diferença reside no “tipo de entidade
extralinguística que se supõe em cada caso
constituir o significado das expressões” (p. 463).
•No mentalismo, entre a linguagem e o real, há a
alma (ou a mente). O “mundo das ideias” de
Platão, onde se encontram as essências que
orientam nossa observação das coisas do mundo, é
substituído pelo intelecto humano.
•A mente humana é capaz de promover sentidos
universais, pois filtra as imperfeições decorrentes das
percepções individuais.
•O raciocínio é a poderosa ferramenta que orienta o
conhecimento. A lógica determina as formas de
raciocínio “perfeitas”.
Todo cachorro é um animal.
Um pitbull é um cachorro.
Logo, o pitbull é um
animal.
B está contido em A.
c pertence a B.
Logo, c pertence a A
Reflexo dos três paradigmas nas teorias e
disciplinas da Linguística
•O paradigma realista-mentalista foi hegemônico
durante muitos séculos. No século XX, o realismo
pode ser associado ao Estruturalismo, enquanto o
mentalismo ainda é o pilar do Gerativismo.
•Todas as perspectivas calcadas na enunciação (que
surgiram como contraposição aos estruturalismos)
privilegiam o paradigma sofista, chamado
modernamente de pragmático.
Linguística = estudo da linguagem = estudo do sentido veiculado
pela comunicação
Para que
serve a
linguagem?
Apresentar a
realidade
[objetivismo]
Exprimir o
pensamento
[mentalismo]
Agir no mundo,
“influenciar” as pessoas
[perspectiva
sociocultural]
Por que o estudo da linguagem é importante?

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Concepções de linguagem (2)

  • 1. FILOSOFIA DA LINGUAGEM Há três diferentes visões gerais da linguagem, que definem três paradigmas hoje disponíveis para os estudos linguísticos – realismo, mentalismo e pragmatismo.
  • 2. •A Filosofia (e também a Linguística) preocupa-se com o sentido. •As três tendências apontadas são ângulos não necessariamente excludentes para pensar a questão do sentido.
  • 3. • O fenômeno da linguagem exige um tratamento complexo. • A Filosofia é uma proposta de busca dos sentidos alternativa em relação ao mito: enquanto a primeira é marcada pelo discurso justificado (passível de discussão), o segundo é pautado pela adesão (não questionável). • A Filosofia busca, a partir de um método racional, a “verdade”.
  • 4. Os três caminhos em busca da “verdade” SOFISMO •A realidade não pode ser apreendida, não pode ser significada. •O real é “aquilo que se manifesta para nós como tal no discurso” (p. 452).
  • 5. Um exemplo O brasileiro já se acostumou a ligar o noticiário da TV para assistir ao desfile de carros da Polícia Federal, de onde saem homens parrudos de colete negro para algemar cidadãos apanhados de surpresa em suas casas e escritórios, além de carregar computadores e pilhas de documentos. Promovidas com previsível espalhafato, essas ações costumam receber nomes poéticos, como Operação Pasárgada, destinada a apurar fraudes em prefeituras, ou sensacionalistas, como a Operação Sanguessuga, que investigou desvios na compra de ambulâncias, ou mesmo de inspiração infantil, como Pinóquio, em torno de crimes ambientais. [...] Época, 14 jul. 2008, p. 41.
  • 6. •Relativismo: é impossível “estabelecerem-se verdades universalmente válidas, autônomas com relação às circunstâncias concretas, contingentes e variáveis da experiência humana” (p. 450). •Não há lugar para o “ter sentido”, mas para o “fazer sentido”, que se estabelece a partir de consensos.
  • 7. Os três caminhos em busca da “verdade” REALISMO •Há a verdade, que prevalece sobre o consenso. •No sofismo, há uma oposição entre aquilo que é dito e aquilo que não é dito; não há espaço para a verdade (ou, melhor dizendo, a verdade é o consenso), pois a linguagem só trata “do que é”. •No realismo, há oposição entre aquilo que é verdadeiro e aquilo que é falso – é possível a linguagem dizer algo que não é. •A verdade ou a falsidade é verificada pela confirmação no real.
  • 8. •Exemplo: VALDINAR (indivíduo); ESTÁ MINISTRANDO UMA AULA (atividade); ESTÁ ROUCO (estado). Pelo mero fato de serem proferidos, o enunciados tratam daquilo que é. •Portanto, enunciados como (1) “Valdinar está ministrando uma aula” e (2) “Valdinar está rouco” são, ambos, plausíveis.
  • 9. •Contudo, ambos não são obrigatoriamente verdadeiros; apesar de suas partes tratarem daquilo que é, a articulação entre elas pode não imitar fielmente a realidade, como é o caso do enunciado (2). •Há um critério objetivo a ser considerado quanto à busca pelos sentidos: a correspondência com o real, o qual reflete uma essência (ideal) que lhe é subjacente.
  • 10. •A principal função da linguagem é, portanto, a nomenclatura: dar a cada entidade o nome mais adequado que ela possa ter, para que se exprima uma essência. •“As diferentes línguas humanas, se representam corretamente a realidade, têm, a despeito de sua aparente variabilidade, a mesma estrutura conceptual profunda” (p. 461).
  • 11. Os três caminhos em busca da “verdade” MENTALISMO •Realismo e mentalismo são primos carnais. A diferença reside no “tipo de entidade extralinguística que se supõe em cada caso constituir o significado das expressões” (p. 463). •No mentalismo, entre a linguagem e o real, há a alma (ou a mente). O “mundo das ideias” de Platão, onde se encontram as essências que orientam nossa observação das coisas do mundo, é substituído pelo intelecto humano.
  • 12. •A mente humana é capaz de promover sentidos universais, pois filtra as imperfeições decorrentes das percepções individuais. •O raciocínio é a poderosa ferramenta que orienta o conhecimento. A lógica determina as formas de raciocínio “perfeitas”.
  • 13. Todo cachorro é um animal. Um pitbull é um cachorro. Logo, o pitbull é um animal. B está contido em A. c pertence a B. Logo, c pertence a A
  • 14. Reflexo dos três paradigmas nas teorias e disciplinas da Linguística •O paradigma realista-mentalista foi hegemônico durante muitos séculos. No século XX, o realismo pode ser associado ao Estruturalismo, enquanto o mentalismo ainda é o pilar do Gerativismo. •Todas as perspectivas calcadas na enunciação (que surgiram como contraposição aos estruturalismos) privilegiam o paradigma sofista, chamado modernamente de pragmático.
  • 15. Linguística = estudo da linguagem = estudo do sentido veiculado pela comunicação Para que serve a linguagem? Apresentar a realidade [objetivismo] Exprimir o pensamento [mentalismo] Agir no mundo, “influenciar” as pessoas [perspectiva sociocultural]
  • 16. Por que o estudo da linguagem é importante?