2. Primeiro Setor: setor público (governo,
repartições públicas etc)
Segundo Setor: setor privado (indústria,
comércio, serviços)
Terceiro Setor: organizações privadas com
interesse público
3. TERCEIRO SETOR:
- Trata-se de um setor que não é público nem privado, mas sim uma
junção do setor estatal e do setor privado para uma finalidade maior:
suprir as falhas do governo e do setor privado (empresariado)
no atendimento às necessidades da população, numa relação
conjunta.
- Composição: organizações com natureza privada, mas sem fins
lucrativos, e finalidade pública, sem controle direto do Estado.
- Atividades: práticas de filantropia e ações e projetos sociais.
4. NOVA ORDEM SOCIAL
• Com o prevalecimento do ideal neoliberalista e da concepção de “Estado mínimo”,
ocorre a falência do Estado de bem-estar social (Welfare State ), principal provedor de
serviços sociais e protetor dos cidadãos.
• Uma legião de excluídos e desassistidos, todos órfãos dos serviços do Estado (agora
em boa parte reduzidos, sucateados e ineficientes por conta da falta de investimento),
passa a clamar por ajuda.
• O Segundo Setor (privado), nesse momento, mostra sua verdadeira face: sua
indiferença e seu ímpeto concentrador de renda, com favorecimento das elites e
promoção da desigualdade e exclusão social.
• Segundo o sociólogo alemão Claus Offe, é nesse momento que a sociedade civil
(representada pelas ONGs, movimentos sociais e entidades ligadas a diferentes religiões
e setores sociais engajados) cria uma NOVA ORDEM SOCIAL: onde além do Estado e do
setor privado, um TERCEIRO SETOR voltado às carências sociais passa a ter papel
fundamental. Nessa nova ordem, tanto o setor público como o privado passam a
reconhecer a importância do atendimento das demandas sociais, e se mobilizam em
favor desse Terceiro Setor.
5. ELEMENTOS DEFINIDORES DESCRIÇÃO
Foco Bem-estar público;
Interesse social
Questões centrais Pobreza, desigualdade e exclusão
social
Entidades participantes ONGs, associações, fundações,
entidades de assistência social,
educação, saúde, esporte, meio
ambiente, cultura, ciência e tecnologia,
entre outras várias organizações da
sociedade civil.
Nível de atuação Comunitário e de base
Tipos de ações De caráter associativo e voluntarista.
6. Cuidados
-Uma vez que o Estado e o setor privado tiveram o
entendimento da necessidade de colaborar com o Terceiro
Setor, até por serem cobrados devido a princípios inegociáveis
hoje como o da Responsabilidade social, investir no social,
em países com alta demanda como o Brasil, VIROU UMA
VERDADEIRA INDÚSTRIA.
- Para as empresas, investir no social virou estratégia de
Marketing e uma forma de, muitas vezes, obter benefícios
fiscais.
- Para muitas entidades do Terceiro Setor, investir no social
virou um negócio altamente lucrativo.
7. Cuidados...
- Setor que cresce consideravelmente a cada ano.
- Movimenta mais de um trilhão de dólares por ano em todo
o mundo e é a oitava economia mundial, se comparado ao
PIB dos países.
- No Brasil,10,9 bilhões anuais, de acordo com uma pesquisa
realizada pela empresa de consultoria Kanitz e Associados.
- Muita gente é beneficiada com empregos e projetos sociais,
mas muita verba também é desviada...
8. Cuidados...
-O pesquisador Wilson Bueno, especialista na análise crítica do conceito de
Responsabilidade social no âmbito empresarial, questiona, por exemplo, a
forma como o Instituto Ethos, uma das entidades mais reconhecidas do
Terceiro Setor pela defesa e promoção da Responsabilidade Social, premia as
empresas com iniciativas sociais.
- Esse instituto incorpora em seu quadro de associados um grupo bastante
heterogêneo, com intenções variadas, muitas delas, obrigatoriamente,
oportunistas e não legítimas, como representantes de grandes empresas que,
na prática, não estão nem aí para o social.
Diz Bueno: “muitas vezes, quando se olha para o Instituto Ethos, à procura
de Jesus, encontra-se Judas, sentado confortavelmente ao seu lado.”
Ou seja, o que a responsabilidade social que o Instituto Ethos proclama não tem
sintonia com as empresas que são comumente premiadas pelo instituto. Filme:
The Corporation.
9. Cuidados...
“Há, na verdade, uma diferença importante entre o que Souza Cruz , a Philip Morris, ou
mesmo a Monsanto (um exemplo "magnífico" de cidadania, à luz deste conceito flexível,
porque produz transgênicos que, segundo seu discurso, estão associados à saúde da
população e podem, inclusive, salvar o mundo da fome!) costumam dizer por aí e o que,
efetivamente, se pode entender por responsabilidade social. Na medida em que o Instituto
Ethos chancela esta hipocrisia, o conceito vai ralo abaixo.
Uma empresa cujos produtos matam milhões de pessoas e tornam doentes outros milhões;
ou uma empresa cujos produtos são responsáveis por um número impressionante de mortes
por acidentes de trânsito e pelo aumento da violência familiar, podem, à luz de qualquer
conceito de responsabilidade social, aspirar à condição de cidadãs? Para o Instituto Ethos,
refém do conceito que administra, isso é possível, o que nos coloca, então, num dilema fatal:
então que organização não é socialmente responsável? Se até quem mata com os produtos
que fabrica (e os divulga com cinismo e recursos milionários) pode proclamar-se
socialmente responsável, legitimando-se com a divulgação do Instituto Ethos, então
voltamos à estaca zero. O conceito de responsabilidade social é apenas uma ficção, não é
íntegro” (WILSON BUENO)
10. O JORNALISMO NO TERCEIRO SETOR
- Em função desse quadro, o primeiro conselho aos jornalistas
que cobrem o Terceiro Setor é a necessidade de um
posicionamento crítico.
- Aos que desejam atuar em veículos segmentados de ONGs
e outras entidades, nem tudo está perdido: apesar dos
vários exemplos negativos, há gente séria trabalhando na
área, que realmente busca o bem social.
11. FONTES
•Responsabilidade Social & Cidadania Empresarial, de Francisco Paulo
de Melo Neto
•Comunicação Empresarial: teoria e pesquisa, de Wilson da Costa
Bueno