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Secretaria de Educação Especial/MEC




                                                                  ISSN 1808-8899



            REVISTA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
   DESTAQUE
                                                  Ano 2   Nº 03   Dezembro/2006


   Considerações contextuais e sistêmicas para a educação
   inclusiva

   ENTREVISTA
   Contribuições do Programa Educação Inclusiva: direito à
   diversidade

   VEJA TAMBÉM
   O direito das pessoas com deficiencia à educação
Expediente
Ministro da Educação
Fernando Haddad

Secretário Executivo
José Henrique Paim Fernandes

Secretária de Educação Especial
Claudia Pereira Dutra

Comissão Organizadora da SEESP
Cláudia Maffini Griboski
Claudia Pereira Dutra
Denise de Oliveira Alves
Kátia Aparecida Marangon Barbosa

Comitê Editorial
Antônio Carlos do Nascimento Osório
Cláudio Roberto Baptista
Dulce Barros de Almeida
Elizabet Dias de Sá
Júlio Romero Ferreira
Marcos José da Silveira Mazzotta
Maria Teresa Eglér Mantoan
Marlene de Oliveira Gotti
Renata Rodrigues Maia Pinto
Rita Vieira de Figueiredo
Rosita Edler Carvalho
Soraia Napoleão Freitas
Windyz Brazão Ferreira

Coordenação Editorial
Berenice Weissheimer Roth

Jornalistas Responsáveis
José Murilo Milhomen – Registro Profissional nº 1459/DF
Assessoria de Comunicação Social do
Ministério da Educação

Fotos
Sergio Nunes Ferreira do Amaral

Diagramação
Bachar Samaan (bsamaan@terra.com.br)

Fotolito, impressão e acabamento
ArtPrinter Gráficos e Editores Ltda.

Revista Inclusão é uma publicação semestral da Secretaria de
Educação Especial do Ministério da Educação.
Esplanada dos Ministérios, Bloco L, 6º andar, Sala 600
CEP: 70047-900 Brasília / DF.
Telefones: 0XX(61) 2104-9267 / 2104-8651
Cadastro via E-mail: revistainclusão@mec.gov.br
Distribuição gratuita
                                                               Inclusão : Revista da Educação Especial / Ministério da Educação,
Tiragem desta edição: 40 mil exemplares                           Secretaria de Educação Especial.v.1, n.1 (out. 2005 −). ─ Brasília:
                                                                  Secretaria de Educação Especial, 2005 ─ .
As matérias publicadas pela revista podem ser reproduzidas,
desde que citada a fonte. Quando assinadas, indicar o autor.      ISSN 1808-8899
Artigos assinados expressam as opiniões de seus respectivos
autores e, não necessariamente, as da SEESP, que os edita        1. Inclusão educacional. 2. Educação especial. I. Brasil. Ministério
por julgar que eles contém elementos de reflexão e debate.      da Educação. Secretaria de Educação Especial.




                                                                                       INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
Editorial
                                                                                                  3

        O Ministério da Educação implementa a po-      polêmica acerca das idéias e possíveis caminhos na
lítica de inclusão educacional, fundamentada nos       busca de um novo paradigma educacional que en-
princípios éticos do respeito aos direitos humanos,    volve redefinição da organização do sistema e do
na proposta pedagógica que propõe ensinar a todos      pensamento pedagógico que fundamentam o pro-
os alunos, valorizando as diferenças de cada um no     cesso de ensino e aprendizagem.
processo educacional e na concepção política de               A Revista Inclusão, da Secretaria de Educa-
construção de sistemas educacionais com escolas        ção Especial, tem cumprido o papel de trazer arti-
abertas para todos.                                    gos e opiniões que contribuem para aquilo que é o
        Nessa perspectiva, a educação especial         fundamental na vida de cada educador: pensar a
envolve um amplo processo de mudanças para a           educação, refletir o seu tempo e buscar a formação
implantação de sistemas educacionais inclusivos,       como um processo contínuo alicerçado nos avanços
revertendo as propostas convencionais de criar pro-    alcançados no campo da pedagogia, da sociologia,
gramas especiais para atender, de forma segrega-       do direito e demais áreas do conhecimento, bem
da, alunos com necessidades educacionais especiais     como nos saberes produzidos na experiência de
e inserindo os gestores públicos e os profissionais     cada projeto pedagógico e de cada comunidade.
da educação na elaboração de políticas para todos,            Agradecemos a contribuição de nossos co-
que contemplem a diversidade humana.                   laboradores que enriquecem a reflexão e partici-
        A educação inclusiva é hoje o debate mais      pam desta alternativa coletiva de transformação e
presente na educação do país. Nunca antes foi tão      emancipação social. Assim, homenageamos, neste
discutido o princípio constitucional de igualdade      espaço, ao professor Hugo Otto Beyer, da UFRGS,
de condições de acesso e permanência na escola,        defensor do projeto da educação inclusiva que, na
implicando na necessidade de reverter os velhos        edição passada da revista, foi autor do artigo Edu-
conceitos de normalidade e padrões de aprendiza-       cação Inclusiva: ressignificando conceitos e práticas
gem, bem como, afirmar novos valores na escola          da educação especial. Hugo, lamentavelmente foi
que contemplem a cidadania, o acesso universal e       uma das vítimas do trágico acidente aéreo que re-
a garantia do direito de todas as crianças, jovens e   centemente abalou o nosso país.
adultos de participação nos diferentes espaços da
estrutura social.
        No contexto educacional brasileiro, essa é                                   Claudia Pereira Dutra
uma política que gera conflito, provoca reflexão e                     Secretária de Educação Especial/MEC

INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006                                                        3
SUMÁRIODEZEMBRO2006

    Editorial           Entrevista                                        Destaque




     3                       6                                                  8
                        O desenvolvimento da                             Considerações
                        educação especial.                               contextuais e
                        Contribuições do Programa                        sistêmicas para a
                        Educação Inclusiva:                              educação inclusiva
                        direito à diversidade                            Susan Stainback
                        Geralda Cornélia de Freitas
                        Teresa Cristina de H. Sousa
                        Gilmária R. da Cunha
                        Rosângela Machado



                • A produção textual de alunos com deficiência mental
                  Rita Vieira de Figueiredo                                                  26
                • Inclusão escolar de alunos com deficiência: expectativas
                  docentes e implicações pedagógicas
                  Denise de Oliveira Alves
                                                                                             31
                • Uma escola para todos: reflexões sobre a prática educativa
                  Soraia Napoleão Freitas                                                    37
                • O desenvolvimento sociocultural por meio da dança, da
                  musicalidade e da teatralidade: uma experiência de arte
                  inclusão com alunos surdos - Maria Nilza Oliveira Quixaba                  41
4                                                  INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
Veja
  Enfoque                               Resenhas                  Informes                    Também




20 46 48 53
A presença de uma                      QUADROS, R.M. de &        III Seminário Nacional de   O Ministério
aluna surda em uma                     SCHMIEDT, M.L.P.          Formação de Gestores e      Público e a tutela
turma de ouvintes                      Idéias para ensinar       Educadores                  do direito das
- possibilidade de                     português para alunos                                 pessoas com
(re)pensar a mesmidade                 surdos                    9º Congresso                deficiência à
e a diferença no                                                 Internacional de            educação
cotidiano escolar                      RODRIGUES, David.         Pesquisas de Línguas de     Rebecca Monte Nunes
Carmen Sanches Sampaio                 Atividade motora          Sinais – TISLR9             Bezerra
                                       adaptada - a alegria do
                                       corpo                     Conferência Internacional
                                                                 “Educação Inclusiva:
                                                                 estamos a fazer
                                                                 progressos?”

                                                                 Política de Formação de
                                                                 Leitores




                                                                                     Opinião
                                                                                     Doa a quem doer
                                                                                     Claudia Werneck     56
INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006                                                             5
6                                                                                                    Entrevista

Geralda Cornélia de Freitas
Teresa Cristina de H. Sousa e Gilmária R. da Cunha
Rosângela Machado

                                                                                                cretaria Municipal da Educação e Cultura de
                                                                                                Salvador-Ba (SMEC), aos poucos, já vinha se
                                                                                                empenhando para realizar, com o apoio de
                                                                                                instituições parceiras. Desde 2003, a partir da
                                                                                                formação dos coordenadores dos municípios-
                                                                                                pólo, realizada pelo MEC/SEESP, esse traba-
                                                                                                lho deu um salto em qualidade e resultados.

                                                                                                Florianópolis: A nova política de formação
                                                                                                do Programa Educação Inclusiva: direito à
                                                                                                diversidade possibilitou preparar gestores e
                                                                                                educadores para serem multiplicadores dos
                                                                                                fundamentos e princípios da educação inclu-
                                                                                                siva em suas redes de ensino. Principalmente
                                                                                                os gestores das secretarias municipais de en-
                                                                                                sino se sentiram apoiados para implementar
                                                                                                ações que promovem o atendimento educa-
                                                                                                cional especializado.

O Programa Educação Inclusiva: direito à       O Programa Educação Inclusiva: direito à         O atendimento educacional especializa-
diversidade implantado pelo MEC em 4.646       diversidade introduziu uma nova política         do foi organizado de modo complemen-
municípios brasileiros conta com 144 muni-     de formação de educadores para a efetiva-        tar ou suplementar ao processo de esco-
cípios-pólo que atuam como multiplicadores     ção da educação inclusiva no país. Como          larização?
da formação de gestores e educadores para      esse processo ocorreu no seu município?
a transformação do sistema educacional em                                                       Betim: Os atendimentos oferecidos pelo
sistema educacional inclusivo. Os municípios   Betim: A partir de 2004, Betim, município-       Centro de Referência e Apoio à Educação
aderiram ao Programa assumindo o compro-       pólo, com o objetivo de disseminar as polí-      Inclusiva -Rafael Veneroso/CRAEI-RV, são
misso com o desenvolvimento de ações de        ticas públicas inclusivas, orientou a implan-    de caráter complementar e suplementar,
formação de educadores, organização do         tação de uma sistemática de ação inclusiva       tendo por objetivo o apoio às famílias, aos
currículo e do espaço escolar para o atendi-   para quarenta e quatro municípios mineiros       professores e aos alunos com necessidades
mento educacional especializado, realização    de sua abrangência. O êxito do trabalho justi-   educacionais especiais, em seu processo de
de parcerias e participação da família com     fica-se pela implantação e expansão dos se-       aprendizagem e inserção social. Fazem parte
vistas a garantia do acesso e permanência      tores de apoio à inclusão educacional nesses     destes atendimentos a utilização e viabiliza-
de todos os alunos nas classes comuns das      municípios de abrangência, como também no        ção de equipamentos e materiais específicos
escolas da rede regular de ensino.             município-pólo de Betim, com uma significa-       para alunos com disfunção neuromotora,
                                               tiva matrícula e atendimento de 2.974 alunos     ensino da Libras aos alunos surdos, ensino
A seguir, as professoras Geralda Cornélia      com necessidades educacionais especiais,         do sistema Braille, utilização do Soroban,
de Freitas, de Betim/MG, Teresa Cristina de    dentre os ensinos, infantil, fundamental e mé-   prática de orientação e mobilidade e ativida-
Holanda Sousa e Gilmária Ribeiro da Cunha,     dio, conforme Censo Escolar 2006.                de de vida diária para os alunos deficientes
de Salvador/BA e Rosângela Machado, de                                                          visuais, serviços de itinerância e orientação
Florianópolis/SC, coordenadoras do Progra-     Salvador: O Programa Educação Inclusiva: di-     às famílias.
ma Educação Inclusiva: direito à diversidade   reito à diversidade, através de ações voltadas
em seus municípios, falam sobre o desenvol-    para a formação de gestores e educadores a       Salvador: A oferta do atendimento educacional
vimento da educação especial na perspectiva    partir do ano de 2004, contribuiu para ampliar   especializado no município de Salvador está
da educação inclusiva.                         e fortalecer um trabalho de inclusão que a Se-   organizada de modo complementar, em tur-

6                                                                                           INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
no oposto ao ensino regular, contando com o       o estudo das especificidades, ou seja, a for-     aos seus direitos e onde eles podem recorrer
apoio dos serviços especializados de doze ins-    mação e as publicações permitiram conhecer       caso esses não sejam atendidos. A segunda
tituições parceiras, conveniadas à Secretaria.    as necessidades de cada deficiência para, en-     ação foi mostrar aos pais, principalmente, da-
                                                  tão, buscar serviços e recursos para os alunos   queles alunos com deficiência que nunca fre-
Florianópolis: O Curso de Formação para           com deficiência terem acesso ao currículo e       qüentaram o ensino regular, os benefícios da
Gestores e Educadores deixou claro que o          ao ambiente físico escolar. Além disso, o fato   inclusão escolar. As redes de apoio são for-
atendimento educacional especializado é           de demonstrar possibilidades de acessibili-      madas constantemente, principalmente com
complemento ou suplemento ao processo de          dade fez com que os gestores e educadores        os profissionais da APAE, das escolas e ins-
escolarização, não podendo em hipótese al-        acreditassem na inclusão escolar.                tituições especializadas e das universidades.
guma substituir o conhecimento escolar que                                                         Serviços e saberes entre as universidades,
é de competência das salas de aula comuns.        Com base nas experiências vivenciadas            instituições especializadas e rede regular de
Assim sendo, as redes de ensino, que partici-     por seu município, destaque as ações re-         ensino, devem servir de apoio para fortalecer
param do Programa, têm claro que uma das          alizadas para fortalecer as relações entre       a inclusão escolar.
ações a ser implementada em suas políticas        a escola e família e, para a formação de
educacionais é o atendimento educacional          redes de apoio à inclusão escolar.               Considerando os princípios da educação
especializado complementar.                                                                        inclusiva de direito de todos à educação
                                                  Betim: Entendemos que a relação estreita         e atenção à diversidade, o que mais você
Comente as contribuições da formação              junto às famílias favorece enormemente este      destacaria como relevante na implemen-
do Programa na construção do projeto              trabalho. Assim, o CRAEI-RV propõe a reali-      tação do Programa no seu município.
pedagógico das escolas para a promoção            zação de diversos trabalhos junto aos pais,
da acessibilidade curricular, atitudinal, fí-     podendo estes acontecer individualmente ou       Betim: Dentre as várias ações de caráter
sica e nas comunicações.                          em pequenos grupos. Realiza periodicamen-        inclusivo, realizadas no município de Betim,
                                                  te encontros com pais que contemplam as          destacamos o projeto Espaço Aberto à In-
Betim: Com a implementação do Programa,           intervenções e orientações dos serviços de       clusão que tem como objetivo possibilitar um
o município de Betim teve suas ações enri-        psicologia, assistência social, fonoaudióloga,   momento em que os educadores das escolas
quecidas com os princípios norteadores des-       pedagogia e fisioterapia. Além disso, oferece     comuns possam compartilhar experiências,
ta proposta, os quais objetivam a transforma-     oficinas onde os pais têm oportunidade de         oportunizando a construção de um fazer in-
ção dos sistemas educacionais em sistemas         aprender trabalhos manuais que possam me-        clusivo, por meio de uma formação contínua,
educacionais inclusivos. A partir de então,       lhorar a renda familiar. Conforme interesse e    teórica e prática.
houve um fortalecimento e ampliação da            necessidade, os pais também podem apren-
prática inclusiva, oportunizando não somente      der o Braille e a Libras, visando estreitar os   Salvador: Na implementação do Programa
a sensibilização dos educadores quanto ao         laços familiares. É interessante destacar que    no município de Salvador o que mais destaca-
trabalho com os alunos com necessidades           os trabalhos realizados com os pais aconte-      mos foi a possibilidade de mobilizar todos os
educacionais especiais, como também a fun-        cem enquanto seus filhos participam das in-       gestores para uma ampla discussão no que
damentação teórica e aplicação prática para       tervenções das quais necessitam.                 se refere à diversidade humana e o espaço
o trabalho escolar com estes educandos.                                                            escolar, o diálogo entre saúde e educação,
                                                  Salvador: Podemos destacar a criação do          a definição de papéis da escola regular e da
Salvador: O Programa possibilitou o rompi-        Núcleo Interdisciplinar de Apoio ao Professor    instituição especializada, sensibilizando-os
mento de barreiras atitudinais existentes em      – NIAP, o qual tem como principal objetivo o     e transformando-os em multiplicadores de
muitos profissionais e a partir daí, inúmeras      fortalecimento do sistema educacional inclu-     idéias que favorecem a inclusão. Atualmen-
escolas da rede municipal de Salvador têm         sivo de Salvador através do apoio interdisci-    te percebemos que as escolas estão mais
revisitado o seu Projeto Político Pedagógico      plinar. O NIAP é composto por profissionais       “abertas” à inclusão, diminuindo a cada dia
tornando-o inclusivo e buscando revelá-lo em      que realizam encontros sistemáticos com          o discurso de “não estar preparada”, pois já
sua prática. A conscientização da inclusão        professores com vistas a apoiá-los no pro-       compreendem que é preciso primeiro acolher
como um direito à igualdade de oportunida-        cesso de inclusão dos alunos, através de         e a partir daí buscar a superação dos desa-
des ao mesmo tempo em que se respeite à           estratégias individuais e coletivas de acordo    fios e assim transformar a realidade.
diversidade humana que está presente na           com demanda do professor, do coordenador
escola, tem desafiado educadores e edu-            pedagógico e do gestor da escola. O Núcleo       Florianópolis: O que considerei de mais
cadoras na construção de um currículo que         também promove, no âmbito da escola, dis-        relevante em meu município foi poder reunir
concilie as diferenças, preserve as identida-     cussões acerca da necessidade de formação        profissionais de várias redes de ensino para
des e, sobretudo, não negue aos alunos e          de redes de apoio a partir da comunidade na      discutir uma política educacional inclusiva
alunas a igualdade de aprender, segundo as        qual está inserida, incentivando gestores e      e contar com a contribuição de várias reali-
possibilidades de cada um.                        professores a buscar parcerias de apoio à in-    dades. São vários municípios que discutem,
                                                  clusão, começando pela própria família, que      hoje, a inclusão escolar e que tiveram como
Florianópolis: O Curso de Formação e as pu-       neste processo também se sente apoiada.          ponto de partida os seminários de formação
blicações distribuídas para as escolas oferece-                                                    para gestores e educadores que ajudaram
ram subsídios para a elaboração de projetos       Florianópolis: A primeira ação realizada         na reflexão, nos esclarecimentos e nas pos-
pedagógicos fundamentados nos princípios da       para fortalecer as relações entre a escola e     sibilidades para implementação de redes de
educação inclusiva. Outro fator importante foi    a família foi a orientação aos pais referente    ensino verdadeiramente inclusivas.

INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006                                                                                              7
8                                                                                                                                     Destaque

Susan Stainback1
susanbrays@alltel.net




CONSIDERAÇÕES CONTEXTUAIS E SISTÊMICAS
              PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA




1- Professora Emeritus, Departamento de Educação, Universidade de Northern Iowa, EUA.
Ela recebeu o grau de doutora nas áreas de Estudos das Necessidades Especiais e Pesquisa Educacional, na Universidade da Virginia, EUA.


8                                                                                                                     INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
Resumo                                                                    Abstract
O currículo oferecido em sala de aula é um dos elementos-chave para       The curriculum offered in a classroom is a key element in the educa-
o sucesso educacional dos estudantes. A área de currículo escolar         tional success of students. Much progress in the area of curriculum has
tem progredido muito durante as últimas décadas. Entretanto, o cur-       occurred over the past several decades. However, curriculum cannot
rículo não pode ser estudado isoladamente. Existem outros aspectos        be studied in isolation. There are other aspects of the classroom and
em relação à sala de aula e à escola que influenciam a efetividade e       the school that influences the effectiveness and direction of the curricu-
o direcionamento do currículo oferecido. Neste artigo, a autora tratará   lum offered. In this paper, the author will address a few of the aspects
de alguns aspectos do contexto de sala de aula, das políticas e pro-      of the context within the classroom and policies and procedures of the
cedimentos do próprio sistema educacional que geram impactos na           educational system itself that impact the effectiveness of the curriculum
efetividade do currículo oferecido e de sua influência na promoção da      offered and its influence on promoting inclusive education.
educação inclusiva. A autora definiu, para efeito de esclarecimento,
que escolas e salas de aula inclusivas são lugares que dão as boas-       For clarification, as defined by this author, inclusive schools and inclusive
vindas e que comemoram a participação de todas as crianças, não           classrooms are places that welcome and celebrate the participation of all
obstante possíveis diferenças que possam existir entre elas.              children, regardless of any differences they may exhibit.

Assim como a vida, escolas e salas de aula são muito complexas.           Schools and Classrooms, like life, are very complex. Curriculum does
O currículo não funciona isoladamente de todo o resto da escola, e        not operate in isolation from everything else going on within, and influ-
influencia a sala de aula. Em conseqüência, quando as escolhas cur-        encing the classroom. As a result, when evaluating curricular choices,
riculares forem feitas, o contexto da sala de aula deverá apresentar      the classroom context it is going to be presented in needs to be con-
as necessidades a serem consideradas em relação aos resultados            sidered in terms of the outcomes desired. Similarly the parameters
desejados. Similarmente os parâmetros e as exigências do sistema          and requirements of the educational system that directs the classroom
educacional que dirigem a sala de aula também devem requerer a            also require attention if the outcomes of the curriculum desired are
atenção para que os resultados desejados do currículo sejam obtidos.      going to be achieved. In this paper, a number of these elements will
Alguns destes elementos serão anotados e discutidos neste artigo.         be noted and discussed.

Palavras-chave: currículo, sala de aula regular, educação inclusiva.      Keywords: curriculum, mainstream classroom, inclusive education.




              CONSIDERAÇÕES CONTEXTUAIS DA SALA DE AULA
          As salas de aula, assim como           mesmo modo, com o grande número de                 aula, das experiências de aprendizagem,
os professores e os alunos designados a          diversidades da natureza, dos interesses           dos recursos e das condições dos pro-
ela, são únicas. Um modelo ou uma práti-         e das necessidades de aprendizagem de              cedimentos e das práticas para o ensino
ca que funcione em uma sala de aula não          cada indivíduo, particularmente em uma             aprendizagem. A participação do aluno, a
necessariamente servirá para uma outra.          sala de aula inclusiva onde todos os alu-          interação e a aprendizagem interdepen-
Similarmente, os variados componentes            nos, não obstante suas diferenças partici-         dente são o foco principal. Os recursos e
que operam dentro de uma sala de aula            pem do processo de aprendizagem, não               as técnicas para fornecer informações e
podem ter um impacto significativo nos            se pode esperar de um professor que                dirigir o currículo de uma maneira que os
resultados educacionais obtidos pelos            ele dispense todo o seu conhecimento               alunos tenham não somente as habilida-
alunos.                                          somente para atender às necessidades               des e as oportunidades, mas também a
                                                 de cada aluno individualmente. Por es-             motivação e o foco para dirigirem as suas
O papel do professor                             sas razões, se aos alunos estiver sendo            necessidades de aprendizagem, são os
                                                 fornecida uma educação que lhes possa              desafios do professor.
         Até um certo ponto, o professor         servir com sucesso para toda a sua vida,
sempre foi visto como a fonte e o distri-        o papel tradicional do professor, como o                    Enquanto professores, continu-
buidor do conhecimento, porém isso não           distribuidor do saber, tem que mudar.              aremos a ajudar os alunos em seus anos
tem mais lugar na nossa sociedade. As                                                               de formação, para conseguirem as habili-
mudanças estão acontecendo cada dia                       Para dirigirem-se às necessida-           dades básicas, tais como escrita, leitura e
mais para se esperar que informações             des dinâmicas dos alunos, em um número             compreensão de textos e fala, porém exis-
pré-concebidas ou fatos serão suficien-           crescente de salas de aula, os professo-           te um foco maior que os ajudará a domi-
tes para conceder aos alunos de hoje             res estão assumindo o papel de organi-             nar e usar essas habilidades como meio
em dia um sucesso daqui para frente. Do          zadores de ambientação das salas de                de aprendizagem e não como um fim.

INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006                                                                                                 9
local para dissolver um
                                                                                                           grupo de adolescentes
                                                                                                           de rua, uma aluna do cur-
                                                                                                           so médio deu a posição
                                                                                                           dos membros do grupo.
                                                                                                           Ela disse: “pergunte-nos
                                                                                                           porque nos juntamos aos
                                                                                                           grupos? É simples. As
                                                                                                           pessoas querem fazer
                                                                                                           parte... elas querem ter
                                                                                                           alguém com quem pos-
                                                                                                           sam contar. Dentro das
                                                                                                           “gangs” é isso que acon-
                                                                                                           tece”. (YOUNG,1990, A1)

                                                                                                                 Nós, incluindo pro-
                                                                                                          fessores, alunos, admi-
                                                                                                          nistradores escolares e
                                                                                                          a equipe de funcionários,
                                                                                                          todos necessitamos nos
                                                                                                          sentir seguros e que “fa-
Como professores necessitarão ser, cada      vida. Não se pode mais esperar de nós,                       zemos parte” do nosso lo-
vez mais, capazes de achar alternativas      professores, sermos complacentes com         cal de trabalho e que nos sentimos bem.
às habilidades básicas tradicionais e re-    um padrão educacional que seja apli-         Quando envolvidos em uma atividade,
cursos disponíveis para atender às neces-    cável a todos os alunos. Em vez disso,       todos nós precisamos saber que existem
sidades originais de cada um dos alunos      deveremos ser mais pró-ativos em provi-      alguns indivíduos com os quais podemos
dentro de uma sala de aula. Alguns alunos    denciar habilidades e conhecimento que       contar, aqueles que nos fornecem o su-
talvez precisem de habilidades especiais     são necessários para que cada indivíduo      porte e o auxílio de que precisamos. A
básicas tais como Braille, equipamentos      viva de forma produtiva sua vida, continu-   ansiedade, o medo de falharmos, a iso-
para se comunicarem usando computado-        adamente, em um mundo de mudanças.           lação, ou o ridículo podem ser aliviados
res, calculadoras, assim podendo permitir                                                 quando as salas de aula e as escolas são
que cada indivíduo tenha as habilidades      Interdependência e apoio                     colocadas de forma em que sempre um
necessárias para lhes garantir sucesso                                                    aluno companheiro, um professor ou um
quando em sociedade. Enquanto os alu-                 Enquanto a dinâmica da educa-       membro da equipe de funcionários esteja
nos progridem, uma ênfase maior é dada       ção e as escolas estão mudando rapida-       disponível para ajudar e compartilhar de
a uma avaliação crítica mais complexa do     mente, é da maior importância que todos      um problema ou para fornecer apoio mo-
que se necessita para promover e praticar    os membros da comunidade, da sala de         ral quando necessário.
a realização da tomada de decisões em        aula e da escola tenham disponível e re-
suas vidas atuais e no futuro. Assim como    conheçam um sistema de sustentação.                   Construindo dentro das escolas
os alunos, nós, como professores, esta-      Ambos, alunos e professores precisam         e das salas de aula um sentido de “eus”
mos sendo convidados a avaliar e tomar       de apoio que possa lhes ajudar a reali-      coletivos (sistemas de auxílio mútuo, se-
decisões mais educacionais. Em relação       zar suas atividades diárias com sucesso.     guros, essencialmente uma comunidade
aos interesses e à direção que os alunos     Freqüentemente professores e alunos          de apoio de indivíduos interdependentes)
tomarão, exigirá nossa orientação e a        se sentem sozinhos e frustrados quan-        estaremos construindo o “nós” coleti-
atenção em vez de simplesmente seguir        do não sabem onde procurar ajuda. Nos        vo, fornecendo a todos os membros um
um pacote de currículo e de materiais pre-   EUA, o problema tornou-se óbvio quando       senso de identidade único, um senso de
viamente designados.                         as estatísticas de números de mudanças       fazer parte de um grupo e de um lugar. É
                                             de professores foram examinadas. Da          somente por meio de um esforço coletivo
         Resumindo, como professores         mesma forma, os alunos demonstraram          que o compromisso com o núcleo de va-
estamos sendo chamados a mudar o             suas frustrações e o desespero sob a for-    lores sociais, de justiça, de tolerância, de
nosso estilo de ensino para desenvolver      ma de comportamento, saindo da escola,       interesse e do respeito pelo outro pode
a interdependência de indivíduos capa-       juntando-se a grupos de gangs e outras       ser adquirido. (DEWEY, 1879)
zes de serem auto-aprendizes por toda a      coisas tais como essas. Em uma reunião
                                                                                                   Apoio desse tipo não requer re-

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curso monetário extra. Em cada escola,           radas ou os alunos precisam estar “pron-       gostaria de ver a nossa compulsão
um membro dessa escola pode ter o pa-            tos” (homogeneizados) para se encaixa-         por querer eliminar as diferenças em
pel de apoio. Se isso for feito será muito       rem em uma situação de aprendizagem.           forças igualitárias e fazer uso dessas
positivo e benéfico. Todos os membros             Essa visão pode ser um grande inconve-         diferenças pra modificar as escolas.
da escola e da sala de aula podem se             niente, prejudicando, assim, o processo        O que é importante sobre as pesso-
sentir seguros se tiverem ajuda disponí-         de aprendizagem nas salas de aula que          as e as escolas são exatamente as
vel. Essa informação a cada membro terá          tentam promover valores e oportunidades        diferenças e não as semelhanças.
valor e o seu auxílio será respeitado e po-      de aprendizagem inclusivas para todos          (p.570)
derá assim ajudar o próximo. Mais adian-         os alunos.
te também informa a todos os membros                                                                   Em inclusões sociais, isso é
que todos necessitam de auxílio. Não                      Tais expectativas e definições       muito importante para a melhoria das
existem grupos separados para darem              predefinidas dos valores dos alunos estão     oportunidades do ensino-aprendizagem,
melhor apoio e grupos de pessoas que             sendo reavaliadas e mudadas para uma         mas também é necessário já que, onde
necessitam de ajuda mais que as outras.          inclusão que ocorrerá como uma posição       se tem inclusão, são lugares onde as
                                                 educacional desejada nas escolas e nas       diversidades são parte inerente de uma
         Em resumo, todos os membros             salas de aula. Quando se reconhece que       sala de aula.
da escola, alunos, professores, pessoal          se tem uma visão limitada do que seja um
administrativo e equipe de funcionários          comportamento aceitável de um aluno, é                 A diversidade em suas muitas for-
requerem ajuda. A responsabilidade de            requerida uma mudança de paradigmas          mas é celebrada em escolas inclusivas. As
dar apoio a um membro companheiro da             que esteja longe dessa estreita percepção.   oportunidades de se capitalizar em cima
escola pode ser dada por cada pessoa                                                          da diversidade não devem ser somente
da escola. Assim sendo, todo membro da                     Para que a inclusão seja bem       focalizadas nos alunos. As diferenças en-
escola pode ter ajuda quando necessário          sucedida, as diferenças dos alunos de-       contradas dentro da equipe de funcioná-
for e pode-se desenvolver um respeito            vem ser reconhecidas como um recurso         rios no tocante os seus vários “berços” (as
mútuo, interesse e responsabilidade para         positivo. As diferenças entre os alunos      suas origens), características e experiên-
com o outro, também confiança nas suas            devem ser reconhecidas e capitalizadas       cias devem ser incentivados, procuradas,
próprias habilidades. Todos são reconhe-         para fornecer oportunidades de aprendi-      colocadas para fora e avaliadas. Em uma
cidos como pessoas de valor porque, em           zagem para todos os alunos da classe.        escola onde o currículo escolar é conside-
uma organização com essa estrutura, to-          Robert Barth escreveu sobre isso em um       rado, esses recursos inerentes da diversi-
dos são designados a serem ajudantes ou          de seus tratados em 1990, “A Personal        dade humana, que estão disponíveis entre
contribuintes para o bem-estar de todos.         Vision of a Good School” (A visão pesso-     os alunos e a equipe de funcionários, não
                                                 al de uma boa escola).                       devem ser negligenciados.
         Se nós pudermos construir e re-
forçar este tipo de auxílio com sucesso,         Ele disse:                                   Respeito mútuo e respeito pessoal
entre os membros da escola, não somen-             Eu preferia que meus filhos estives-
te a confiança pessoal e o desempenho               sem em uma escola onde as diferen-                  Como percebido anteriormente,
serão melhorados, mas também a coo-                ças são notadas, cuidadas e vistas         o reconhecimento das diferenças dentro
peração e o respeito mútuo podem ser               como sendo uma notícia boa para            de uma escola e entre seus membros
esperados entre os alunos além da sala             enriquecer o processo de apren-            deve ser capitalizado para a melhoria do
de aula e do ambiente escolar, como                dizagem. A pergunta a qual várias          currículo oferecido e apresentado nas
membros produtivos da nossa socieda-               pessoas estão preocupadas é “qual          escolas e nas salas de aula. No entanto,
de. Interdependência é uma maneira de              é o limite da diversidade além do          deve-se tomar cuidado para não se de-
vida positiva que pode ajudar a todos em           comportamento aceitável?” Porém a          senvolver, e se necessário for, reconhecer
todos os estágios das nossas vidas e em            pergunta que eu gostaria que fizes-         e dissolver qualquer condição ou políticas
todo o aspecto da nossa comunidade.                sem mais freqüentemente é: “Como           que sejam exclusivas por causa dessas
                                                   podemos transformar o uso delibera-        diferenças e, que sejam de alguma forma,
Paradigma da diversidade                           do das diferenças de classes sociais,      efetivadas somente para alguns membros
                                                   gênero, idade, habilidades, raça e in-     da população estudantil.
         Muito freqüentemente as dife-             teresses em recursos positivos para
renças entre alunos são vistas como um             serem usados na aprendizagem?”                      As políticas públicas devem ser
problema. Muitas pessoas acreditam que             As diferenças oferecem uma grande          avaliadas e modificadas se necessário
as diferenças dos alunos em relação a              oportunidade para o aprendizado.           e comunicar a cada membro da escola,
ajustes educacionais são dificuldades               As diferenças oferecem recursos li-        alunos e adultos da escola, que elas são
que necessitam ser trabalhadas, melho-             vres, abundantes e renováveis. Eu          importantes dentro da escola, que são

INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006                                                                                       11
bem-vindas e que fazem parte do pro-         a probabilidade de todos lucrarem positi-    vencional das escolas e da comunidade,
cesso de ensino-aprendizagem. As polí-       vamente e de maneira agradável a partir      a interdependência e a cooperação têm
ticas da escola e das salas de aulas, bem    das experiências da escola.                  uma enorme importância. Como mem-
como as práticas educativas, podem ser                                                    bros da comunidade da escola e da
desenvolvidas para comunicar o valor de      Cooperação                                   comunidade em geral, precisamos uns
cada um dos membros, em vez de ele-                                                       dos outros para aprender e viver o mais
var alguns alunos e membros da equipe                  Trabalho em equipe e coopera-      eficientemente e eficazmente possível.
de funcionários acima ou abaixo do sta-      ção com outros membros da comunidade         Quanto mais a diversidade aumenta, isso
tus de outrem baseado em atributos de        da escola não só são ferramentas positi-     se torna mais óbvio. Esse movimento para
aprendizagem ou em outras característi-      vas de aprendizagem, mas são cada vez        uma diversidade maior dentro do sistema
cas. Isso não significa que as realizações    mais peças importantes como objetivo         educacional serve realmente como um
e os objetivos de cada aluno não podem       educacional. Como visto anteriormen-         lembrete positivo das necessidades de
ser comemorados, mas tais realizações        te, as interdependências entre alunos e      todos nós. Todos têm que trabalhar juntos
podem ser reconhecidas do ponto de           professores são importantes não só para      em cooperação; trabalhando interdepen-
perspectiva individual em lugar de um        dar uma sustentação mútua que se faz         dentemente, compartilhando e importan-
aluno ou membro da equipe de funcioná-       necessária, mas também para a parti-         do-nos uns com os outros; nós não va-
rios que imaculem uma outra pessoa.          cipação eficaz dentro da comunidade e         mos só enfrentar os desafios do currículo
                                             para dar força para a nossa sociedade no     da escola e da aprendizagem para a vida
          As políticas e as práticas que     futuro. Os povos são interdependentes e      toda, mas também os desafios que ainda
promovem a inclusão social devem co-         cada um de nós tem um papel a realizar,      virão com as experiências.
municar aos membros da escola que            não somente nas nossas comunidades,
cada um é uma parte desejável, de va-        mas também em nossas escolas para                      Com relação à preocupação
lor, e importante peça da comunidade da      realizarmos os objetivos educacionais.       sobre a cooperação, gostaria de dividir a
escola. Além do mais, devem comunicar        Para se atingir os objetivos do currículo    minha experiência sobre o seu poder. Em
que cada aluno é igualmente digno de         e a necessidade de uma aprendizagem          uma recente viagem ao Brasil, eu pode-
receber instrução da mais alta qualidade     contínua e para a vida toda, requer-se       ria facilmente ter sido considerada como
possível, e não algo para os alunos que      sustento e manutenção que podem ser          alguém seriamente inapta, tomando por
são etiquetados como “talentosos” ou         feitos com a cooperação e o apoio dos        base minha incapacidade de me comuni-
para os alunos etiquetados como “incapa-     membros de comunidade.                       car de maneira eficiente, entender ou fa-
zes”. Não se deve dar mais privilégio a um                                                lar o português. Além disso, não possuía
aluno porque ele é um atleta de sucesso,              Kohn mostrou o triste declínio no   informações úteis sobre a cidade a qual
ou poucos privilégios para um que não        que diz respeito à cooperação em nossa       eu estava visitando, São Paulo.
seja. As diferenças e as individualidades    sociedade e subseqüentemente em algu-
devem ser reconhecidas como aspectos         mas de nossas instituições educacionais:               Apesar desse meu problema
positivos entre todos os indivíduos, e não                                                em potencial, minha “incapacidade” foi
grupos predefinidos ou somente a alguns         A atual paixão da nossa sociedade          virtualmente eliminada, e tirei vantagem
membros da escola.                             pela palavra competitividade tem le-       das minhas diferenças através da coope-
                                               vado discussões profundas sobre a          ração, gentileza e apoio das pessoas à
         Mais e mais se tem reconheci-         educação, trazendo uma confusão            minha volta. Membros do grupo que eu
do que, para melhorar o impacto positi-        entre duas idéias muito diferentes: a      fazia parte me auxiliaram na comunica-
vo de um currículo, é benéfico para a           excelência e a procura desesperada         ção, orientações, alimentação, e compar-
escola, para as políticas e para as práti-     pelos povos de triunfar. Quando jo-        tilhamento de objetos e costumes. Com
cas da sala de aula, considerar todas as       vens as crianças não aprendem a ser        a ajuda dessas pessoas, eu não passei
necessidades de todos os membros da            dóceis. Freqüentemente vários anos         por grandes dificuldades, e ao invés dis-
comunidade da escola, dos alunos, dos          de educação não promovem a gene-           so, fui capaz de dividir com eles algumas
professores, da equipe de funcionários,        rosidade ou um compromisso com o           das coisas que eu havia aprendido e vivi-
dos administradores e dos membros da           bem-estar do outro. Pelo contrário,        do que era de interesse deles. Tornei-me
família. O foco no respeito mútuo e na         os alunos graduados pensam que             “capaz” não apenas por causa dos meus
compreensão entre todos os membros             são os mais espertos aqueles que           colegas de escola, mas também por cau-
da comunidade é importante nas ativida-        olham para o número um. (KOHN,             sa do apoio dos motoristas de táxi, de
des de tomada de decisões, em projetos         1991, p.498)                               um conhecido que era garçom no hotel
selecionados, em procedimentos usados                                                     no qual fiquei hospedada e por causa de
para compartilhar as realizações e os de-            Se escolhermos promover a in-        uma aluna do ensino médio que me auxi-
safios. Esse tipo de foco pode aumentar       clusão de todos os alunos na vida con-       liou em uma palestra a que assisti.

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Com base nessa experiência,            vão ainda mais longe, detalhando essas       Avaliação padronizada
ficou claro para mim que uma inaptidão            qualificações periodicamente. Ora, se as
não deve ser considerada como uma ca-            crianças são únicas, porque esses siste-               Na busca pela excelência edu-
racterística permanente ou um traço de           mas educacionais exigem um conjunto de       cacional, avaliações padronizadas de
um indivíduo. Tampouco, uma inaptidão é          qualificações para todas as crianças no       nossos alunos têm sido usadas para
uma função do relacionamento entre um            terceiro mês da 1ª série para que sejam      indicar a “qualidade” da educação ofere-
contexto situacional e de uma ou mais            exatamente as mesmas?                        cida. Esses procedimentos de avaliação
características peculiares de uma pessoa                                                      também servem para medir o valor da
que está destoando. Ao mudar o con-                        Em escolas e salas de aula in-     habilidade do aluno de participar ou com-
texto situacional para apoiar e ficar em          clusivas as singularidades de cada alu-      pletar as atividades escolares. Em alguns
harmonia com uma característica indivi-          no são celebradas. Como professores,         círculos, acredita-se que quanto mais fa-
dual, a tão aclamada inaptidão deixa de          tentamos aproveitar a singularidade de       lhas haja entre os alunos, mais rigorosos
existir. Desde que a educação inclusiva          nossos alunos. Currículos padronizados       são os padrões do sistema escolar que
seja mais freqüentemente definida como            e materiais impostos pelo sistema, que       devem ser seguidos. Ao contrário, parece
a inclusão de alunos com deficiências no          é supostamente desenvolvido para os          que ao invés de ser rigoroso, o sistema
fluxo das escolas e das salas de aula, por        alunos, estão, por definição, na direção      está simplesmente falhando em oferecer
meio do processo de mudança da situa-            oposta para individualização tendo por       aos alunos as informações que a avalia-
ção educacional, para deixar de estar em         base as necessidades dos alunos. Em          ção padronizada se propõe a medir.
desacordo com as características dos             vários casos, quando a individualização
alunos, poderemos estender a educação            das necessidades educacionais e inte-                  Recentemente publicado em um
a todos os membros da escola.                    resses são atendidos por professores,        grande jornal, um artigo discorria sobre a
                                                 eles são, na maioria das vezes, barrados     rigidez do jardim de infância oferecido por
CONSIDERAÇÕES SISTÊMICAS                         pela padronização de qualificações e ma-      um sistema. Eles aprovavam o sistema
                                                 teriais do sistema. Como professores, nos    por possuir altos padrões que permitiam
          Normalmente, as melhores ten-          é dito que supramos essas necessidades       que apenas 70% da turma do jardim avan-
tativas dos professores e da equipe peda-        únicas, porém, para que isso aconteça,       çasse para a 1ª série do ensino básico.
gógica nas escolas e salas de aula para          será preciso romper com as exigências        Mais que condenar esse sistema escolar,
promover resultados educacionais positi-         do sistema no qual operamos.                 eu considero seus padrões um desastre.
vos são impedidas pelas práticas e proce-                                                     Primeiramente, isso indica que as turmas
dimentos exigidos pelo sistema. Mudan-                     Esse problema sistemático          de jardim de infância não fornecem às
ças nesse nível, normalmente, requerem           vem ganhando atenção crescente entre         crianças as habilidades básicas que esse
uma equipe de membros da escola e da             os educadores que estão promovendo           sistema escolar considera necessário
comunidade envolvidos, juntamente com            ambientes de sala de aula e de escolas       para o ingresso na 1ª série. Porém, mais
os administradores, professores, diretoria       mais inclusivos, orientados e apoiados       importante, considera o que ele faz com
e outras pessoas da comunidade que               pela comunidade. Analisar qualificações       a confiança e o respeito próprio dessas
precisam chegar a um consenso no que             curriculares impostas pelo sistema e, ao     crianças. As expectativas dos adultos
tange à mudança. Outra estratégia que            mesmo tempo, trabalhar para tornar a di-     com relação a essas crianças “fracassa-
também tem mostrado muitos resultados            versidade entre os alunos mais flexível e     das” são negativamente influenciadas. E
é o envolvimento de alunos no processo.          reflexiva está ficando insustentável. Sen-     mais, esse tipo de avaliação ensina mui-
                                                 do assim, a assistência e a orientação       tas crianças que aprender não é divertido.
Currículo padronizado                            para os professores e equipe da escola       E a 1ª série é apenas o começo.
                                                 para apoiar os esforços devem estar bem
          Uma noção aceita de educa-             definidas, a fim de se alcançarem essas                 Assim como o currículo padrão,
ção e realidade é que as crianças, assim         necessidades únicas dos alunos. O pro-       a avaliação padronizada não reconhece
como os adultos, são únicos. Não existe          pósito da preocupação sobre a sistemá-       ou encoraja a singularidade entre os alu-
criança padrão. Contudo, vários sistemas         tica curricular é encorajar as habilidades   nos. Isso somente ensina a alguns alunos
educacionais tendem a esquecer esse              dos professores para estimular o progres-    que eles não têm valor nenhum, enquanto
fato quando analisam currículos. Livros,         so máximo entre as crianças, ao invés de     estimula um ego inflado em outros. Isso
fatos, habilidades, experiências, e em           homogeneizá-las. Se na educação es-          torna a escola, as atividades e o processo
alguns casos, até mesmo, projetos de             colhermos celebrar e tirar vantagem da       educacional uma inconveniente lembran-
classe são freqüentemente exigidos por           capacidade inerente da nossa população       ça, ou ameaça, de fracasso em potencial.
esses sistemas como qualificações para            estudantil, precisaremos de uma aborda-      Por definição, em uma curva de avaliação
lecionar em uma série em particular, ma-         gem de sistema curricular que nos apóie      normal, metade dos alunos estão abaixo
téria e “tipo” de classe. Alguns sistemas        e nos permita fazê-las.

INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006                                                                                     13
da média. É sabido entre alguns alunos               Enquanto o conhecimento dos       res disponíveis, devemos ir mais além e
mais espertos que quanto pior forem seus    consultores e dos profissionais de fora     reconhecer e trabalhar para estimular as
companheiros, melhores resultados eles      pode ser útil, a imposição de modelos e    influências contextuais e sistêmicas que
irão alcançar. A conseqüência disso é a     procedimentos desenvolvidos em outros      podem melhorar de forma mais eficaz o
competição, ao invés da cooperação em       lugares pode não ser viável. (WHEATLEY,    currículo fornecido. Porém, apesar do pa-
uma situação de aprendizagem.               1994)                                      pel que exercemos, não podemos alcan-
                                                                                       çar essas metas sozinhos. Como profes-
         Avaliações padronizadas tam-                Cada sistema é uma mistura        sores, administradores, equipe, alunos ou
bém têm resultado prejudicial na prática    única de todos os indivíduos envolvidos    membros da comunidade, precisamos da
educacional de ensinar apenas para ser      que operam dentro dele. Nas tomadas de     cooperação e ajuda de outros. É respon-
bem sucedido na prova, a fim de salvar       decisão, o mais relevante é priorizar os   sabilidade de todos estimular a mudança
os alunos, os professores e as escolas      recursos dos educadores, alunos e mem-     nas escolas, salas de aula, e sistemas
da humilhação de serem rotulados como       bros da comunidade que fazem o siste-      que podem nos levar na direção da visão
fracassados. Ensinar fatos ou números       ma. Como Villa e Thousand (2005) men-      de oportunidades educacionais inclusi-
decorados não faz nada em prol do de-       cionaram, as preocupações e as idéias      vas, e encorajar o aprendizado contínuo
senvolvimento de um indivíduo crítico ou    de cada membro que é afetado por uma       entre todos os membros da sociedade.
possuidor de um desejo duradouro pelo       decisão precisa ser perguntada. Ao fazê-
aprendizado. Além do que, essa atitude      lo, os membros da escola são permitidos    Referências
não reconhece ou estimula o aproveita-      a fornecer recursos com relação ao que
mento dos pontos fortes dos alunos.         acontece em suas vidas. Eles têm poder     BARTH, R. (1990). A personal vision of a
                                            para influenciar seu ambiente de trabalho   good school. Phi Delta Kappan, 71, 512-
          A avaliação para entender o que   e de aprendizado. Quando educadores,       571.
o aluno sabe e precisa para aprender        alunos e comunidade reconhecerem que
pode ser uma ferramenta de diagnóstico      eles têm participação nas tomadas de       DEWY, J. (1897). My pedagogic creed.
positivo. Avaliações usadas em vários       decisões, maior apego às normas práti-     The School Journal, 54(3), 77-80
sistemas escolares requerem estudos         cas, materiais e procedimentos adotados
e modificações a fim de estimular seus        podem ser esperados. Eles se tornam        KOHN, A. (1991). Caring kids: The role
aspectos positivos enquanto evitam as       acionistas na operação do sistema.         of the schools. Phi Delta Kappan, 72(7),
armadilhas. Avaliações que realmente                                                   496-506
levam em conta a singularidade dos alu-               Considerações que estão acon-    .
nos, as habilidades e conhecimentos ne-     tecendo no presente são, da mesma          VILLA, R. & THOUSAND, J. (2005). Cre-
cessários ao funcionamento do aluno na      forma, de importáncia crucial. Envolven-   ating an inclusive school. Baltimore:
sociedade podem ajudá-los a identificar      do idéias e preocupações de alunos e       Paul Brookes Publishers.
e entender o que eles precisam para ser     professores que sofrem o impacto dos
bem sucedidos sem desmoralizar suas         procedimentos e práticas adotados pe-      WHEATLEY, M. (1994). Leadership and
noções de indivíduo.                        los sistemas escolares pode-se fornecer    the new science: Learning about orga-
                                            a informação que permite a avaliação       nization from an orderly universe. San
Empoderamento                               da viabilidade e a eficiência da decisão.   Francisco: Berrett-Koehler Publishers.
                                            A informação sobre como exatamente
         Recentemente, a delegação de       uma decisão está operando em um sis-       YOUNG, J. (1990, April 17). Gangs hea-
competências vem se tornando uma ex-        tema pode ser de muita relevância vinda    ring: School board’s policy review draws
pressão popular no âmbito educacional,      daqueles indivíduos que a usam e são       wide range of opinions. Waterloo Cou-
empresarial e social. Delegar competên-     influenciados por ela todos os dias nas     rier.
cia pode ser algo difícil de alcançar na    salas de aula e nas escolas.
educação já que a maioria dos sistemas
educacionais opera usando um modelo
burocrático. Existe uma forma hierár-       COMENTÁRIOS FINAIS
quica de gestão, de cima para baixo, ou
seja, as decisões são tomadas nos ór-                O currículo não opera em um
gãos centrais ou em conselhos superio-      vazio. Apenas algumas considerações
res. Essas decisões são elaboradas para     que influenciam nossos currículos de sala
serem conduzidas pelos administradores,     de aula foram observadas aqui. Enquanto
professores e funcionários das escolas e    podemos estudar e implementar as mais
impostas aos alunos.                        avançadas e inclusivas opções curricula-

14                                                                                 INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
CLASSROOM CONTEXTUAL CONSIDERATIONS
          Classrooms, like the teachers                         directing the curriculum in a way the stu-                     students to live ongoing productive lives
 and students assigned to them are each                         dents have not only the skills and oppor-                      in our changing world.
 unique. A model or practice that works                         tunity but also the motivation and focus
 in one will not necessarily fit another.                        for addressing their learning needs is the                     Interdependence and Support
 Similarly various components operating                         teacher’s challenge.
 within a classroom can have significant                                                                                                  As the dynamics of education
 impact on the educational outcomes                                       While as teachers we will con-                       and the schools are rapidly changing, it
 achieved by students.                                          tinue to assist students in their formative                    is of particular importance that all mem-
                                                                years to achieve the basic skills such                         bers of the classroom and school com-
 Role of the Teacher                                            as reading writing and communicating,                          munity have available and recognize
                                                                greater focus will be directed toward as-                      a support system. Both students and
            To an ever increasing degree the                    sisting students to master and use these                       teachers require support that can assist
 teacher as the source and dispenser of                         skills as a means to learn rather than an                      them in successfully carrying out their
 knowledge can no longer meet the needs                         end in and of themselves, As teachers we                       daily activities. Too often, teachers and
 of our society. Too much is changing ev-                       will need to be increasingly fluent in the                      students feel alone and frustrated when
 ery day to expect that providing a precon-                     alternatives to traditional basic skills and                   they don’t know where to turn. In the
 ceived set of information or facts will be                     the resources available to provide them                        U.S., the problem has become obvious
 sufficient to allow the students of today to                    to meet the unique needs of all the di-                        as the statistics on teacher turnover are
 be successful even a decade from now.                          verse students within a classroom. Some                        examined. Similarly students have dem-
 Likewise, with the increased recognition                       students may require basic skills such as                      onstrated their frustration and despair in
 of the diverse nature, interests and learn-                    Braille, computer communication devises                        the form of acting out, dropping out of
 ing needs of individual children, particu-                     and calculators to allow each individual                       school, joining gangs and such. At a local
 larly in an inclusive classroom that allows                    to gain the skills s/he requires to func-                      meeting to disband teenage street gangs,
 all students regardless of differences or                      tion successfully in society. As students                      a high school student stated the position
 needs to participate, one teacher cannot                       progress, increasing emphasis on more                          of gang members. She stated: “Ask us
 be expected to dispense all the knowl-                         complex critical evaluation of what they                       why we join gangs. It is simple. People
 edge needed to meet the unique needs                           need and want to learn is promoted and                         want to belong...they want to have some-
 of every child in his/her classroom single-                    practiced for decision making in their cur-                    one they can lean on. In gangs, that’s
 handedly. For such reasons, if students                        rent and future lives. Like the students,                      what happens” (Young, 1990, P.A1).
 are going to be provided an education                          we as teacher are being called upon to
 that can serve them successfully through-                      evaluate and make more educational de-                                   We, including teachers, stu-
 out their lifetime, the traditional role of the                cisions. Concerns regarding directions                         dents and staff, all need to feel secure
 teacher as the dispenser of a standard-                        in which students need guidance will                           and that we “belong” to work at our
 ized set of information is changing.                           require our attention instead of simply                        best. Whenever engaged in an activity,
                                                                following a predesignated, package of                          everyone needs to know that there are
          To address dynamic student                            curriculum facts and materials.                                individuals that can be depended on to
 needs in increasing numbers of class-                                                                                         provide any support and assistance that
 rooms, teachers are assuming the role                                    In summary, as teachers, we                          is required. Anxiety, fear of failure, iso-
 of organizers of the environmental setup                       are being called on to change our style                        lation, or ridicule can be relieved when
 of the classroom, learning experiences,                        of teaching to develop interdependent                          classrooms and schools are arranged so
 resources and procedural and practice                          lifelong self-learners. No longer can we                       there is always a fellow student, teacher
 conditions for learning. Arrangements                          be expected to be complacent to follow                         or staff member available to assist with
 for student involvement, interaction, and                      an educational pattern to be applied to                        and share a problem or provide moral
 interdependent learning are becoming a                         all students. Instead we will become                           support when needed.
 major focus. Supplying resources and                           more proactive in providing the skills and                               By building within schools and
 techniques for locating information and                        knowledge that is needed for individual                        classrooms safe and secure systems of

1- Professor Emeritus,Department of Education,University of Northern Iowa, USA. She received her doctorate in the areas of Disability Studies
and Educational Research from the University of Virginia, Charlottesville.


INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006                                                                                                                       15
mutual assistance, in essence a support-       terdependence is a positive way of life         free, abundant and renewable resource.
 ive community of interdependent indi-          that can help everyone at all stages of         I would like to see our compulsion for
 viduals, a sense of collective “I’s” can be    our lives and in all aspects of our com-        eliminating differences replaced by an
 transformed into a collective “We” provid-     munities.                                       equally compelling force on making use
 ing all members with a unique sense of                                                         of these differences to improve schools.
 identity, belonging and place. It is only      Diversity Paradigm                              What is important about people- and
 through such a collective effort that com-                                                     about schools - is what is different, not
 mitment to core social values of justice,                 Too often differences among          what is the same. [p. 570 ]
 tolerance, concern and respect for oth-        students are viewed as a problem. It
 ers can be acquired (Dewey, 1879).             is believed by many that student differ-                  In inclusive setting, this not only
                                                ences in educational settings pose diffi-        is important to the improvement of edu-
          Support of this type does not re-     culties that need to be “fixed”, improved        cational opportunities but is necessary
 quire the need to add monetary resourc-        or students need to be “made ready”             since inclusive settings are ones in which
 es. In any school every school member          [homogenized] to fit the learning situa-         student diversity is an inherent part of the
 can be enlisted and assigned the role of       tion. This view can be a major drawback         classroom make-up.
 a support provider. By doing this many         and detrimental to the learning process
 positive benefits can be gleaned. All           in classrooms that attempt to promote in-                 Diversity in its many forms is
 members of the school and classroom            clusive values and learning opportunities       celebrated in inclusive schools. Opportu-
 communities can feel secure in having          for all students.                               nities to capitalize upon diversity should
 help available if needed. It informs every                                                     not only focus on the students. The dif-
 member that they are worthwhile and that                Such predefined expectations            ferences among staff in regard to their
 their assistance is respected and they         and definitions of worthwhile students           various backgrounds, characteristics,
 can be of help to others. It further informs   are being re-evaluated and changed for          and experiences should be encouraged,
 all members that everyone needs assis-         inclusion as a desired educational posi-        sought out and valued. Whenever cur-
 tance. There is not a separate group of        tion in schools and classrooms to oc-           riculum is considered, these resources
 givers who are more accomplished than          cur. When limited views of acceptable           inherent in the human diversity available
 others and a separate group of receivers       student behavior are recognized there is        among students and staff within the edu-
 who are needy.                                 required a paradigm shift away from this        cational setting should not be neglected.
                                                narrow perception.
           In summary, all school mem-                                                          Self and Mutual Respect
 bers; students, teacher and staff; require               For inclusion to be successful,
 support and assistance. The responsibil-       student differences must be recognized                    As previously noted, the recog-
 ity of support for fellow school members       as an asset. Differences among stu-             nition of differences among school mem-
 can be shared by every person in the           dents need to recognized and capitalized        ber can be capitalized upon to enhance
 school. In so doing all members can feel       upon to provide learning opportunities for      the curriculum offering and presentation
 they can get assistance when they need         all class members. Robert Barth pointed         in schools and classrooms. However,
 it and develop mutual respect, concern         this out in his 1990 treaties, “A Personal      care must be taken to not develop, and
 and responsibility for others, and confi-       Vision of a Good School.” He stated:            if necessary to recognize and dissolve
 dence in their own abilities. Everyone is                                                      any conditions or exclusionary policies
 also recognized as worthwhile and val-         I would prefer my children to be in a           that are in effect for some members of
 ued because in such an organizational          school where differences are looked             the student population based on differ-
 structure everyone is designated as a          for, attended to, and celebrated as good        ences.
 helper or contributor to the welfare of all.   news, as opportunities for learning. The
                                                question with which so many people are                   Policies can be evaluated and
          If we can successfully build          preoccupied is ‘what are the limits of di-      modified if necessary to communicate to
 and reinforce this type of helping among       versity beyond which behavior is unac-          every school member, student and adult,
 school members, not only will personal         ceptable?’ But the question I would like        that they are important within the school
 confidence and performance be en-               to see asked more often is ‘how can we          and are welcome and belong. School and
 hanced but cooperation and mutual sup-         make conscious deliberate use of differ-        classroom policies and practices can be
 port can be expected to continue among         ences in social class, gender, age, abil-       developed to communicate the value of
 our students beyond the classroom and          ity, race and interest as resources for         every member, rather than elevate some
 school environment into their lives as         learning?’ Differences hold great oppor-        students and staff above or below the
 productive members of our society. In-         tunities for learning. Differences offer a      status of others based on learning attri-

16                                                                                           INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
butes or other characteristics. This does           the future. People are interdependent          could easily have been classified as se-
 not mean that the achievements of each              and we each have a role to play, not only      verely or profoundly disabled based on
 student cannot be celebrated, but such              in our communities, but in our schools to      my inability to effectively speak, under-
 achievements can be recognized from a               accomplish out educational goals. Cur-         stand or read Portuguese. In addition I
 per individual perspective rather than one          riculum goals and the need for ongoing         had no functional knowledge of the city I
 student or staff excelling over others.             lifelong learning require the support and      was visiting, São Paulo.
                                                     maintenance that can be gleaned by co-
           Policies and practices that pro-          operation and support among community                    Despite this potential problem,
 mote inclusion communicate to school                members                                        my “disability” was virtually eliminated
 members that every one is a desirable,                                                             and my differences were capitalized
 worthwhile, important part of the school                     Kohn pointed out the unfortu-         upon through the cooperation, kind-
 community. They further communicate                 nate decline in respect for cooperation in     ness, and support of the people around
 that every student is equally worthy of             our society and subsequently in some of        me. Members of the group of people I
 the highest quality education possible,             our educational institutions:                  was with assisted me in communication,
 not something more for students labeled                                                            directions, foods, and sharing of ma-
 “gifted” or less for students labeled “dis-         Our society’s current infatuation with the     terials and customs. With their help I
 abled.” No more privileges should be                word competitiveness which has leached         experienced no difficulties and in turn I
 provided a student because s/he is a                into discussions about education, encour-      was able to share with them some of the
 star athlete or fewer privileges for a stu-         ages a confusion between two very dif-         things I have learned and experienced
 dent who is not. Differences and unique-            ferent ideas; excellence and the desper-       that was of interest to them. I became
 ness are recognized as positive aspects             ate quest to triumph over other people. ...    “enabled” from not only my educational
 among all individuals, not predefined                At a tender age, children learn not to be      colleagues, but also by the support of taxi
 groups or only some school members.                 tender. A dozen years of schooling often       drivers, a friend I met who was a waiter
                                                     does nothing to promote generosity or a        in the restaurant in the hotel where I was
           Further it has been recognized            commitment to the welfare of others. To        staying and from a high school student
 that to enhance the potential positive im-          the contrary, students are graduated who       who supported me at the conference I
 pact of the curriculum, it is beneficial for         think that being smart means looking out       attended.
 school and classroom policies and prac-             for number one. (Kohn, 1991, 498).
 tices to consider the needs of all mem-                                                                       Based on this experience, it be-
 bers of the school community, students,                       If indeed we chose to promote        came clear to me that a disability need
 teachers, staff, administrators and family          the inclusion of all students into the main-   not be considered a permanent charac-
 members. A focus on mutual respect                  stream of our schools and community            teristic or description of a person. Rather
 and understanding among all members                 life, interdependence and cooperation          a disability is a function of the relationship
 is important in decision making activities,         takes on a heightened importance. As           between a situational context and one or
 projects selected, procedures used and              members of the school community and            more particular characteristics of a per-
 sharing of achievements and challenges.             community at large we do need one an-          son being discordant. By changing the
 This type of focus can increase the prob-           other to most efficiently and effectively       situational context so to support and be
 ability of everyone positively profiting in          learn and live. As diversity increases this    in harmony with an individual’s charac-
 an enjoyable way from the school experi-            just becomes more obvious. This move           teristics, the so called disability no longer
 ence.                                               toward greater diversity in educational        exists. Since inclusive education is often
                                                     setting actually serves as a positive re-      defined as including students with dis-
 Cooperation                                         minder of the needs of everyone. Every-        abilities into the mainstream of schools
                                                     one is needed to work together coopera-        and classrooms, through the process of
           Teamwork and cooperation with             tively; working interdependently, sharing      changing the educational situation to no
 other members of the school community               and caring; if we are going to face not        longer be in disaccord with the students’
 is not only a positive learning tool but is         only the challenges of the school curricu-     characteristics we can enhance the edu-
 increasingly important as an educational            lum and lifelong learning but those of the     cation for all members of the school.
 goal. As previously noted, interdepen-              upcoming generation of experiences.
 dence among students and teachers is                                                               SYSTEMIC CONSIDERATIONS
 not only important in regard to providing                    In regard to this concern of co-
 needed mutual support, but is also impor-           operation, I would like to share with you              Too often the best attempts by
 tant to effective participation in the com-         the power of cooperation I personally          teachers and staff in schools and class-
 munity and the strength of our society in           experienced. On a recent trip to Brazil, I     rooms to promote positive educational

INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006                                                                                               17
outcomes are thwarted by the practices           who are promoting more inclusive, com-             But more importantly, consider what it
 and procedures required by the system.           munity oriented, supportive school and             does to the confidence and self respect
 A change on this level often takes a cadre       classroom environments. It is becoming             of these young children. Expectations
 of involved school and community mem-            critical that we evaluate curricular require-      of adults toward these “failed” children
 bers. Along with administrators, teach-          ments being spelled out by the system              are negatively influenced. Further, such
 ers and staff, school board members              and work together to make them more                evaluation teaches many children that
 and other community members need to              flexible and reflective of the diversity             learning is not fun. .. and kindergarten is
 come to a consensus regarding change.            among students. In so doing, assistance            just the beginning.
 Involving students has also been found           and guidance for the teachers and school
 to be very beneficial.                            staff to support efforts to meet unique stu-                 As with the standardized cur-
                                                  dent needs must be kept clearly in mind.           riculum, standardized testing does not
 Standardized Curriculum                                                                             recognize or encourage the uniqueness
                                                            The purpose of systemic curricu-         among students. It teaches some stu-
           An accepted tenet of education         lar concerns is to foster the teacher’s abil-      dents that they are less than worthy, while
 and reality is that children, like adults, are   ity to promote maximal progress among              promoting in others an inflated sense of
 unique. There is no standardized child.          children rather than to homogenize. If in          self. It makes school and learning activi-
 However, many school systems tend to             education we choose to celebrate and               ties an unpleasant reminder of, or poten-
 forget this fact when they are developing        capitalize upon the diversity inherent in          tial threat of failure. By definition, on a
 curriculum requirements. Books, facts,           our student population we need a system            normal evaluation curve, half of the stu-
 skills, experiences and in some cases            curricular approach that allows and sup-           dents are below average. Among some
 even class projects are often spelled out        ports it.                                          “savvy” students, it is recognized that the
 by a school system as requirements for a                                                            less well their peers perform the better
 particular grade level, subject area and         Standardized Evaluation                            they will score. This results in competi-
 “type” of classroom. Some systems go                                                                tion rather than cooperation in the learn-
 so far as to spell out these requirements                    In a quest for educational excel-      ing situation.
 on a per month basis.                            lence, development of standardized eval-
                                                  uations of our students has been used to                     Standardized testing has also
           If children are unique, why do         indicate the “quality” of education being          resulted in the educationally unhealthy
 school systems develop a set of require-         offered. Such evaluation procedures in             practice of teaching to the test to save the
 ments for all children in the third month of     turn also serve to evaluate the value of a         students, teachers and schools from the
 the first grade to be exactly the same?           student’s ability to participate in or gradu-      humiliation of being labeled as failures.
                                                  ate from school activities. In some circles        Teaching memorized facts and figures
           In inclusive schools and class-        it is believed that the more failures among        does nothing toward fostering critical
 rooms the uniqueness of each child is            students indicates that a school system            thinking or a desire for lifelong learning.
 celebrated. As teachers we attempt to            is maintaining rigorous standards to be            Likewise it does not recognize nor pro-
 capitalize on the uniqueness of our stu-         admired. To the contrary, it appears that          mote capitalizing on the unique strengths
 dents. Standardized curriculum require-          rather than being rigorous, the systems            of students.
 ments and materials imposed by a system          are simply failing to provide students the
 that is supposedly designed for students         information that the standardized testing                   Evaluation to understand what
 is by definition in direct opposition to in-      purports to measure.                               the student knows and needs to learn
 dividualization based on student needs.                                                             can be a positive diagnostic tool. Test-
 In many instances when individualization                   Recently in a large city news-           ing used in many school systems re-
 of educational needs and interests are           paper, there was an article regarding the          quire study and modification to promote
 attempted by teachers, they are often            rigors of kindergarten offered by one sys-         the positive aspects of evaluation while
 thwarted by the system’s standardized            tem. They lauded the system for having             avoiding the pitfalls. Evaluation that truly
 requirements and materials. As teachers          high standards that allowed only 70% of            considers the uniqueness of students
 we are told to meet unique needs how-            the kindergarten class to progress into            and those skills and knowledge needed
 ever to do so will result in breaking with       first grade. Rather than commend this               by the student to function in society can
 the requirements of the system in which          school system, I consider their standards          help students recognize and understand
 we are operating.                                a disgrace. First it indicates that kinder-        what they need to be successful without
                                                  garten classes do not provide children the         demoralizing their sense of self.
           This systemic problem is gain-         basic skills that this school system con-
 ing increasing attention among educators         siders necessary for first grade entrance.

18                                                                                                INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
Empowerment                                         effectiveness of a decision. Information     Young, J. (1990, April 17). Gangs hearing:
                                                     regarding exactly how a decision is oper-    School board’s policy review draws wide
           Empowerment has become                    ating in a system can be most relevantly     range of opinions. Waterloo Courier.
 a popular catchword in recent years in              gleaned from those individuals who use
 education, business and in our commu-               and are influenced by it every day in their
 nities. Empowerment itself can often be a           classrooms and schools.
 difficult thing to accomplish in education
 since most systems of education operate             FINAL COMMENTS
 using a bureaucratic model. There is a
 top down form of governance. Decisions                         Curriculum does not operate in
 are made at the top, at the central office           a vacuum. Just a few of the consider-
 or by other overseeing bodies, and these            ations that influence our classroom cur-
 decisions are designed to be passed on              riculum have been noted here. While we
 and carried out by administrators, teach-           can study and implement the most ad-
 ers and staff and imposed on students in            vanced and inclusive curricular options
 the schools.                                        available, we must in addition recognize
                                                     and work to promote the contextual and
           While input from outside con-             systemic influences that can most effec-
 sultants and professionals can be help-             tively enhance the curriculum provided.
 ful, imposing models and procedures de-                       However, regardless of our role
 veloped elsewhere are often not viable              we cannot accomplish this alone. As
 (Wheatley, 1994). Every system is a                 teachers, administrators, staff, students
 unique blend of all the involved individu-          or community members, we need to so-
 als that operate within it. In decision mak-        licit the cooperation and assistance of
 ing, taping the resources of the educa-             others. Promoting changes in schools,
 tors, students and community members                classrooms and systems that can move
 that make up the system is the most                 us toward the vision of inclusive educa-
 relevant. As Villa and Thousand (2005)              tional opportunities and foster lifelong
 pointed out, the concerns and ideas of              learning among all of our society’s mem-
 every member who is affected by a deci-             bers is a shared responsibility.
 sion need to be solicited.

           In so doing, school members are           REFERENCES
 being allowed to provide input in regard to
 what occurs in their lives. They are be-            Barth, R. (1990). A personal vision of a
 ing empowered to influence their working             good school. Phi Delta Kappan, 71, 512-
 and learning environment. When educa-               571.
 tors, students and community members
 recognize that they are participants in the         Dewy, J. (1897). My pedagogic creed.
 decision making process, greater alle-              The School Journal, 54(3), 77-80
 giance to rules, practices, materials and
 procedures adopted can be expected.                 Kohn, A. (1991). Caring kids: The role of
 They become stakeholders in the opera-              the schools. Phi Delta Kappan, 72(7),
 tion of the system.                                 496-506.

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Considerações sobre a educação inclusiva

  • 1. Secretaria de Educação Especial/MEC ISSN 1808-8899 REVISTA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL DESTAQUE Ano 2 Nº 03 Dezembro/2006 Considerações contextuais e sistêmicas para a educação inclusiva ENTREVISTA Contribuições do Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade VEJA TAMBÉM O direito das pessoas com deficiencia à educação
  • 2. Expediente Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário Executivo José Henrique Paim Fernandes Secretária de Educação Especial Claudia Pereira Dutra Comissão Organizadora da SEESP Cláudia Maffini Griboski Claudia Pereira Dutra Denise de Oliveira Alves Kátia Aparecida Marangon Barbosa Comitê Editorial Antônio Carlos do Nascimento Osório Cláudio Roberto Baptista Dulce Barros de Almeida Elizabet Dias de Sá Júlio Romero Ferreira Marcos José da Silveira Mazzotta Maria Teresa Eglér Mantoan Marlene de Oliveira Gotti Renata Rodrigues Maia Pinto Rita Vieira de Figueiredo Rosita Edler Carvalho Soraia Napoleão Freitas Windyz Brazão Ferreira Coordenação Editorial Berenice Weissheimer Roth Jornalistas Responsáveis José Murilo Milhomen – Registro Profissional nº 1459/DF Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Educação Fotos Sergio Nunes Ferreira do Amaral Diagramação Bachar Samaan (bsamaan@terra.com.br) Fotolito, impressão e acabamento ArtPrinter Gráficos e Editores Ltda. Revista Inclusão é uma publicação semestral da Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação. Esplanada dos Ministérios, Bloco L, 6º andar, Sala 600 CEP: 70047-900 Brasília / DF. Telefones: 0XX(61) 2104-9267 / 2104-8651 Cadastro via E-mail: revistainclusão@mec.gov.br Distribuição gratuita Inclusão : Revista da Educação Especial / Ministério da Educação, Tiragem desta edição: 40 mil exemplares Secretaria de Educação Especial.v.1, n.1 (out. 2005 −). ─ Brasília: Secretaria de Educação Especial, 2005 ─ . As matérias publicadas pela revista podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte. Quando assinadas, indicar o autor. ISSN 1808-8899 Artigos assinados expressam as opiniões de seus respectivos autores e, não necessariamente, as da SEESP, que os edita 1. Inclusão educacional. 2. Educação especial. I. Brasil. Ministério por julgar que eles contém elementos de reflexão e debate. da Educação. Secretaria de Educação Especial. INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
  • 3. Editorial 3 O Ministério da Educação implementa a po- polêmica acerca das idéias e possíveis caminhos na lítica de inclusão educacional, fundamentada nos busca de um novo paradigma educacional que en- princípios éticos do respeito aos direitos humanos, volve redefinição da organização do sistema e do na proposta pedagógica que propõe ensinar a todos pensamento pedagógico que fundamentam o pro- os alunos, valorizando as diferenças de cada um no cesso de ensino e aprendizagem. processo educacional e na concepção política de A Revista Inclusão, da Secretaria de Educa- construção de sistemas educacionais com escolas ção Especial, tem cumprido o papel de trazer arti- abertas para todos. gos e opiniões que contribuem para aquilo que é o Nessa perspectiva, a educação especial fundamental na vida de cada educador: pensar a envolve um amplo processo de mudanças para a educação, refletir o seu tempo e buscar a formação implantação de sistemas educacionais inclusivos, como um processo contínuo alicerçado nos avanços revertendo as propostas convencionais de criar pro- alcançados no campo da pedagogia, da sociologia, gramas especiais para atender, de forma segrega- do direito e demais áreas do conhecimento, bem da, alunos com necessidades educacionais especiais como nos saberes produzidos na experiência de e inserindo os gestores públicos e os profissionais cada projeto pedagógico e de cada comunidade. da educação na elaboração de políticas para todos, Agradecemos a contribuição de nossos co- que contemplem a diversidade humana. laboradores que enriquecem a reflexão e partici- A educação inclusiva é hoje o debate mais pam desta alternativa coletiva de transformação e presente na educação do país. Nunca antes foi tão emancipação social. Assim, homenageamos, neste discutido o princípio constitucional de igualdade espaço, ao professor Hugo Otto Beyer, da UFRGS, de condições de acesso e permanência na escola, defensor do projeto da educação inclusiva que, na implicando na necessidade de reverter os velhos edição passada da revista, foi autor do artigo Edu- conceitos de normalidade e padrões de aprendiza- cação Inclusiva: ressignificando conceitos e práticas gem, bem como, afirmar novos valores na escola da educação especial. Hugo, lamentavelmente foi que contemplem a cidadania, o acesso universal e uma das vítimas do trágico acidente aéreo que re- a garantia do direito de todas as crianças, jovens e centemente abalou o nosso país. adultos de participação nos diferentes espaços da estrutura social. No contexto educacional brasileiro, essa é Claudia Pereira Dutra uma política que gera conflito, provoca reflexão e Secretária de Educação Especial/MEC INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006 3
  • 4. SUMÁRIODEZEMBRO2006 Editorial Entrevista Destaque 3 6 8 O desenvolvimento da Considerações educação especial. contextuais e Contribuições do Programa sistêmicas para a Educação Inclusiva: educação inclusiva direito à diversidade Susan Stainback Geralda Cornélia de Freitas Teresa Cristina de H. Sousa Gilmária R. da Cunha Rosângela Machado • A produção textual de alunos com deficiência mental Rita Vieira de Figueiredo 26 • Inclusão escolar de alunos com deficiência: expectativas docentes e implicações pedagógicas Denise de Oliveira Alves 31 • Uma escola para todos: reflexões sobre a prática educativa Soraia Napoleão Freitas 37 • O desenvolvimento sociocultural por meio da dança, da musicalidade e da teatralidade: uma experiência de arte inclusão com alunos surdos - Maria Nilza Oliveira Quixaba 41 4 INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
  • 5. Veja Enfoque Resenhas Informes Também 20 46 48 53 A presença de uma QUADROS, R.M. de & III Seminário Nacional de O Ministério aluna surda em uma SCHMIEDT, M.L.P. Formação de Gestores e Público e a tutela turma de ouvintes Idéias para ensinar Educadores do direito das - possibilidade de português para alunos pessoas com (re)pensar a mesmidade surdos 9º Congresso deficiência à e a diferença no Internacional de educação cotidiano escolar RODRIGUES, David. Pesquisas de Línguas de Rebecca Monte Nunes Carmen Sanches Sampaio Atividade motora Sinais – TISLR9 Bezerra adaptada - a alegria do corpo Conferência Internacional “Educação Inclusiva: estamos a fazer progressos?” Política de Formação de Leitores Opinião Doa a quem doer Claudia Werneck 56 INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006 5
  • 6. 6 Entrevista Geralda Cornélia de Freitas Teresa Cristina de H. Sousa e Gilmária R. da Cunha Rosângela Machado cretaria Municipal da Educação e Cultura de Salvador-Ba (SMEC), aos poucos, já vinha se empenhando para realizar, com o apoio de instituições parceiras. Desde 2003, a partir da formação dos coordenadores dos municípios- pólo, realizada pelo MEC/SEESP, esse traba- lho deu um salto em qualidade e resultados. Florianópolis: A nova política de formação do Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade possibilitou preparar gestores e educadores para serem multiplicadores dos fundamentos e princípios da educação inclu- siva em suas redes de ensino. Principalmente os gestores das secretarias municipais de en- sino se sentiram apoiados para implementar ações que promovem o atendimento educa- cional especializado. O Programa Educação Inclusiva: direito à O Programa Educação Inclusiva: direito à O atendimento educacional especializa- diversidade implantado pelo MEC em 4.646 diversidade introduziu uma nova política do foi organizado de modo complemen- municípios brasileiros conta com 144 muni- de formação de educadores para a efetiva- tar ou suplementar ao processo de esco- cípios-pólo que atuam como multiplicadores ção da educação inclusiva no país. Como larização? da formação de gestores e educadores para esse processo ocorreu no seu município? a transformação do sistema educacional em Betim: Os atendimentos oferecidos pelo sistema educacional inclusivo. Os municípios Betim: A partir de 2004, Betim, município- Centro de Referência e Apoio à Educação aderiram ao Programa assumindo o compro- pólo, com o objetivo de disseminar as polí- Inclusiva -Rafael Veneroso/CRAEI-RV, são misso com o desenvolvimento de ações de ticas públicas inclusivas, orientou a implan- de caráter complementar e suplementar, formação de educadores, organização do tação de uma sistemática de ação inclusiva tendo por objetivo o apoio às famílias, aos currículo e do espaço escolar para o atendi- para quarenta e quatro municípios mineiros professores e aos alunos com necessidades mento educacional especializado, realização de sua abrangência. O êxito do trabalho justi- educacionais especiais, em seu processo de de parcerias e participação da família com fica-se pela implantação e expansão dos se- aprendizagem e inserção social. Fazem parte vistas a garantia do acesso e permanência tores de apoio à inclusão educacional nesses destes atendimentos a utilização e viabiliza- de todos os alunos nas classes comuns das municípios de abrangência, como também no ção de equipamentos e materiais específicos escolas da rede regular de ensino. município-pólo de Betim, com uma significa- para alunos com disfunção neuromotora, tiva matrícula e atendimento de 2.974 alunos ensino da Libras aos alunos surdos, ensino A seguir, as professoras Geralda Cornélia com necessidades educacionais especiais, do sistema Braille, utilização do Soroban, de Freitas, de Betim/MG, Teresa Cristina de dentre os ensinos, infantil, fundamental e mé- prática de orientação e mobilidade e ativida- Holanda Sousa e Gilmária Ribeiro da Cunha, dio, conforme Censo Escolar 2006. de de vida diária para os alunos deficientes de Salvador/BA e Rosângela Machado, de visuais, serviços de itinerância e orientação Florianópolis/SC, coordenadoras do Progra- Salvador: O Programa Educação Inclusiva: di- às famílias. ma Educação Inclusiva: direito à diversidade reito à diversidade, através de ações voltadas em seus municípios, falam sobre o desenvol- para a formação de gestores e educadores a Salvador: A oferta do atendimento educacional vimento da educação especial na perspectiva partir do ano de 2004, contribuiu para ampliar especializado no município de Salvador está da educação inclusiva. e fortalecer um trabalho de inclusão que a Se- organizada de modo complementar, em tur- 6 INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
  • 7. no oposto ao ensino regular, contando com o o estudo das especificidades, ou seja, a for- aos seus direitos e onde eles podem recorrer apoio dos serviços especializados de doze ins- mação e as publicações permitiram conhecer caso esses não sejam atendidos. A segunda tituições parceiras, conveniadas à Secretaria. as necessidades de cada deficiência para, en- ação foi mostrar aos pais, principalmente, da- tão, buscar serviços e recursos para os alunos queles alunos com deficiência que nunca fre- Florianópolis: O Curso de Formação para com deficiência terem acesso ao currículo e qüentaram o ensino regular, os benefícios da Gestores e Educadores deixou claro que o ao ambiente físico escolar. Além disso, o fato inclusão escolar. As redes de apoio são for- atendimento educacional especializado é de demonstrar possibilidades de acessibili- madas constantemente, principalmente com complemento ou suplemento ao processo de dade fez com que os gestores e educadores os profissionais da APAE, das escolas e ins- escolarização, não podendo em hipótese al- acreditassem na inclusão escolar. tituições especializadas e das universidades. guma substituir o conhecimento escolar que Serviços e saberes entre as universidades, é de competência das salas de aula comuns. Com base nas experiências vivenciadas instituições especializadas e rede regular de Assim sendo, as redes de ensino, que partici- por seu município, destaque as ações re- ensino, devem servir de apoio para fortalecer param do Programa, têm claro que uma das alizadas para fortalecer as relações entre a inclusão escolar. ações a ser implementada em suas políticas a escola e família e, para a formação de educacionais é o atendimento educacional redes de apoio à inclusão escolar. Considerando os princípios da educação especializado complementar. inclusiva de direito de todos à educação Betim: Entendemos que a relação estreita e atenção à diversidade, o que mais você Comente as contribuições da formação junto às famílias favorece enormemente este destacaria como relevante na implemen- do Programa na construção do projeto trabalho. Assim, o CRAEI-RV propõe a reali- tação do Programa no seu município. pedagógico das escolas para a promoção zação de diversos trabalhos junto aos pais, da acessibilidade curricular, atitudinal, fí- podendo estes acontecer individualmente ou Betim: Dentre as várias ações de caráter sica e nas comunicações. em pequenos grupos. Realiza periodicamen- inclusivo, realizadas no município de Betim, te encontros com pais que contemplam as destacamos o projeto Espaço Aberto à In- Betim: Com a implementação do Programa, intervenções e orientações dos serviços de clusão que tem como objetivo possibilitar um o município de Betim teve suas ações enri- psicologia, assistência social, fonoaudióloga, momento em que os educadores das escolas quecidas com os princípios norteadores des- pedagogia e fisioterapia. Além disso, oferece comuns possam compartilhar experiências, ta proposta, os quais objetivam a transforma- oficinas onde os pais têm oportunidade de oportunizando a construção de um fazer in- ção dos sistemas educacionais em sistemas aprender trabalhos manuais que possam me- clusivo, por meio de uma formação contínua, educacionais inclusivos. A partir de então, lhorar a renda familiar. Conforme interesse e teórica e prática. houve um fortalecimento e ampliação da necessidade, os pais também podem apren- prática inclusiva, oportunizando não somente der o Braille e a Libras, visando estreitar os Salvador: Na implementação do Programa a sensibilização dos educadores quanto ao laços familiares. É interessante destacar que no município de Salvador o que mais destaca- trabalho com os alunos com necessidades os trabalhos realizados com os pais aconte- mos foi a possibilidade de mobilizar todos os educacionais especiais, como também a fun- cem enquanto seus filhos participam das in- gestores para uma ampla discussão no que damentação teórica e aplicação prática para tervenções das quais necessitam. se refere à diversidade humana e o espaço o trabalho escolar com estes educandos. escolar, o diálogo entre saúde e educação, Salvador: Podemos destacar a criação do a definição de papéis da escola regular e da Salvador: O Programa possibilitou o rompi- Núcleo Interdisciplinar de Apoio ao Professor instituição especializada, sensibilizando-os mento de barreiras atitudinais existentes em – NIAP, o qual tem como principal objetivo o e transformando-os em multiplicadores de muitos profissionais e a partir daí, inúmeras fortalecimento do sistema educacional inclu- idéias que favorecem a inclusão. Atualmen- escolas da rede municipal de Salvador têm sivo de Salvador através do apoio interdisci- te percebemos que as escolas estão mais revisitado o seu Projeto Político Pedagógico plinar. O NIAP é composto por profissionais “abertas” à inclusão, diminuindo a cada dia tornando-o inclusivo e buscando revelá-lo em que realizam encontros sistemáticos com o discurso de “não estar preparada”, pois já sua prática. A conscientização da inclusão professores com vistas a apoiá-los no pro- compreendem que é preciso primeiro acolher como um direito à igualdade de oportunida- cesso de inclusão dos alunos, através de e a partir daí buscar a superação dos desa- des ao mesmo tempo em que se respeite à estratégias individuais e coletivas de acordo fios e assim transformar a realidade. diversidade humana que está presente na com demanda do professor, do coordenador escola, tem desafiado educadores e edu- pedagógico e do gestor da escola. O Núcleo Florianópolis: O que considerei de mais cadoras na construção de um currículo que também promove, no âmbito da escola, dis- relevante em meu município foi poder reunir concilie as diferenças, preserve as identida- cussões acerca da necessidade de formação profissionais de várias redes de ensino para des e, sobretudo, não negue aos alunos e de redes de apoio a partir da comunidade na discutir uma política educacional inclusiva alunas a igualdade de aprender, segundo as qual está inserida, incentivando gestores e e contar com a contribuição de várias reali- possibilidades de cada um. professores a buscar parcerias de apoio à in- dades. São vários municípios que discutem, clusão, começando pela própria família, que hoje, a inclusão escolar e que tiveram como Florianópolis: O Curso de Formação e as pu- neste processo também se sente apoiada. ponto de partida os seminários de formação blicações distribuídas para as escolas oferece- para gestores e educadores que ajudaram ram subsídios para a elaboração de projetos Florianópolis: A primeira ação realizada na reflexão, nos esclarecimentos e nas pos- pedagógicos fundamentados nos princípios da para fortalecer as relações entre a escola e sibilidades para implementação de redes de educação inclusiva. Outro fator importante foi a família foi a orientação aos pais referente ensino verdadeiramente inclusivas. INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006 7
  • 8. 8 Destaque Susan Stainback1 susanbrays@alltel.net CONSIDERAÇÕES CONTEXTUAIS E SISTÊMICAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA 1- Professora Emeritus, Departamento de Educação, Universidade de Northern Iowa, EUA. Ela recebeu o grau de doutora nas áreas de Estudos das Necessidades Especiais e Pesquisa Educacional, na Universidade da Virginia, EUA. 8 INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
  • 9. Resumo Abstract O currículo oferecido em sala de aula é um dos elementos-chave para The curriculum offered in a classroom is a key element in the educa- o sucesso educacional dos estudantes. A área de currículo escolar tional success of students. Much progress in the area of curriculum has tem progredido muito durante as últimas décadas. Entretanto, o cur- occurred over the past several decades. However, curriculum cannot rículo não pode ser estudado isoladamente. Existem outros aspectos be studied in isolation. There are other aspects of the classroom and em relação à sala de aula e à escola que influenciam a efetividade e the school that influences the effectiveness and direction of the curricu- o direcionamento do currículo oferecido. Neste artigo, a autora tratará lum offered. In this paper, the author will address a few of the aspects de alguns aspectos do contexto de sala de aula, das políticas e pro- of the context within the classroom and policies and procedures of the cedimentos do próprio sistema educacional que geram impactos na educational system itself that impact the effectiveness of the curriculum efetividade do currículo oferecido e de sua influência na promoção da offered and its influence on promoting inclusive education. educação inclusiva. A autora definiu, para efeito de esclarecimento, que escolas e salas de aula inclusivas são lugares que dão as boas- For clarification, as defined by this author, inclusive schools and inclusive vindas e que comemoram a participação de todas as crianças, não classrooms are places that welcome and celebrate the participation of all obstante possíveis diferenças que possam existir entre elas. children, regardless of any differences they may exhibit. Assim como a vida, escolas e salas de aula são muito complexas. Schools and Classrooms, like life, are very complex. Curriculum does O currículo não funciona isoladamente de todo o resto da escola, e not operate in isolation from everything else going on within, and influ- influencia a sala de aula. Em conseqüência, quando as escolhas cur- encing the classroom. As a result, when evaluating curricular choices, riculares forem feitas, o contexto da sala de aula deverá apresentar the classroom context it is going to be presented in needs to be con- as necessidades a serem consideradas em relação aos resultados sidered in terms of the outcomes desired. Similarly the parameters desejados. Similarmente os parâmetros e as exigências do sistema and requirements of the educational system that directs the classroom educacional que dirigem a sala de aula também devem requerer a also require attention if the outcomes of the curriculum desired are atenção para que os resultados desejados do currículo sejam obtidos. going to be achieved. In this paper, a number of these elements will Alguns destes elementos serão anotados e discutidos neste artigo. be noted and discussed. Palavras-chave: currículo, sala de aula regular, educação inclusiva. Keywords: curriculum, mainstream classroom, inclusive education. CONSIDERAÇÕES CONTEXTUAIS DA SALA DE AULA As salas de aula, assim como mesmo modo, com o grande número de aula, das experiências de aprendizagem, os professores e os alunos designados a diversidades da natureza, dos interesses dos recursos e das condições dos pro- ela, são únicas. Um modelo ou uma práti- e das necessidades de aprendizagem de cedimentos e das práticas para o ensino ca que funcione em uma sala de aula não cada indivíduo, particularmente em uma aprendizagem. A participação do aluno, a necessariamente servirá para uma outra. sala de aula inclusiva onde todos os alu- interação e a aprendizagem interdepen- Similarmente, os variados componentes nos, não obstante suas diferenças partici- dente são o foco principal. Os recursos e que operam dentro de uma sala de aula pem do processo de aprendizagem, não as técnicas para fornecer informações e podem ter um impacto significativo nos se pode esperar de um professor que dirigir o currículo de uma maneira que os resultados educacionais obtidos pelos ele dispense todo o seu conhecimento alunos tenham não somente as habilida- alunos. somente para atender às necessidades des e as oportunidades, mas também a de cada aluno individualmente. Por es- motivação e o foco para dirigirem as suas O papel do professor sas razões, se aos alunos estiver sendo necessidades de aprendizagem, são os fornecida uma educação que lhes possa desafios do professor. Até um certo ponto, o professor servir com sucesso para toda a sua vida, sempre foi visto como a fonte e o distri- o papel tradicional do professor, como o Enquanto professores, continu- buidor do conhecimento, porém isso não distribuidor do saber, tem que mudar. aremos a ajudar os alunos em seus anos tem mais lugar na nossa sociedade. As de formação, para conseguirem as habili- mudanças estão acontecendo cada dia Para dirigirem-se às necessida- dades básicas, tais como escrita, leitura e mais para se esperar que informações des dinâmicas dos alunos, em um número compreensão de textos e fala, porém exis- pré-concebidas ou fatos serão suficien- crescente de salas de aula, os professo- te um foco maior que os ajudará a domi- tes para conceder aos alunos de hoje res estão assumindo o papel de organi- nar e usar essas habilidades como meio em dia um sucesso daqui para frente. Do zadores de ambientação das salas de de aprendizagem e não como um fim. INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006 9
  • 10. local para dissolver um grupo de adolescentes de rua, uma aluna do cur- so médio deu a posição dos membros do grupo. Ela disse: “pergunte-nos porque nos juntamos aos grupos? É simples. As pessoas querem fazer parte... elas querem ter alguém com quem pos- sam contar. Dentro das “gangs” é isso que acon- tece”. (YOUNG,1990, A1) Nós, incluindo pro- fessores, alunos, admi- nistradores escolares e a equipe de funcionários, todos necessitamos nos sentir seguros e que “fa- Como professores necessitarão ser, cada vida. Não se pode mais esperar de nós, zemos parte” do nosso lo- vez mais, capazes de achar alternativas professores, sermos complacentes com cal de trabalho e que nos sentimos bem. às habilidades básicas tradicionais e re- um padrão educacional que seja apli- Quando envolvidos em uma atividade, cursos disponíveis para atender às neces- cável a todos os alunos. Em vez disso, todos nós precisamos saber que existem sidades originais de cada um dos alunos deveremos ser mais pró-ativos em provi- alguns indivíduos com os quais podemos dentro de uma sala de aula. Alguns alunos denciar habilidades e conhecimento que contar, aqueles que nos fornecem o su- talvez precisem de habilidades especiais são necessários para que cada indivíduo porte e o auxílio de que precisamos. A básicas tais como Braille, equipamentos viva de forma produtiva sua vida, continu- ansiedade, o medo de falharmos, a iso- para se comunicarem usando computado- adamente, em um mundo de mudanças. lação, ou o ridículo podem ser aliviados res, calculadoras, assim podendo permitir quando as salas de aula e as escolas são que cada indivíduo tenha as habilidades Interdependência e apoio colocadas de forma em que sempre um necessárias para lhes garantir sucesso aluno companheiro, um professor ou um quando em sociedade. Enquanto os alu- Enquanto a dinâmica da educa- membro da equipe de funcionários esteja nos progridem, uma ênfase maior é dada ção e as escolas estão mudando rapida- disponível para ajudar e compartilhar de a uma avaliação crítica mais complexa do mente, é da maior importância que todos um problema ou para fornecer apoio mo- que se necessita para promover e praticar os membros da comunidade, da sala de ral quando necessário. a realização da tomada de decisões em aula e da escola tenham disponível e re- suas vidas atuais e no futuro. Assim como conheçam um sistema de sustentação. Construindo dentro das escolas os alunos, nós, como professores, esta- Ambos, alunos e professores precisam e das salas de aula um sentido de “eus” mos sendo convidados a avaliar e tomar de apoio que possa lhes ajudar a reali- coletivos (sistemas de auxílio mútuo, se- decisões mais educacionais. Em relação zar suas atividades diárias com sucesso. guros, essencialmente uma comunidade aos interesses e à direção que os alunos Freqüentemente professores e alunos de apoio de indivíduos interdependentes) tomarão, exigirá nossa orientação e a se sentem sozinhos e frustrados quan- estaremos construindo o “nós” coleti- atenção em vez de simplesmente seguir do não sabem onde procurar ajuda. Nos vo, fornecendo a todos os membros um um pacote de currículo e de materiais pre- EUA, o problema tornou-se óbvio quando senso de identidade único, um senso de viamente designados. as estatísticas de números de mudanças fazer parte de um grupo e de um lugar. É de professores foram examinadas. Da somente por meio de um esforço coletivo Resumindo, como professores mesma forma, os alunos demonstraram que o compromisso com o núcleo de va- estamos sendo chamados a mudar o suas frustrações e o desespero sob a for- lores sociais, de justiça, de tolerância, de nosso estilo de ensino para desenvolver ma de comportamento, saindo da escola, interesse e do respeito pelo outro pode a interdependência de indivíduos capa- juntando-se a grupos de gangs e outras ser adquirido. (DEWEY, 1879) zes de serem auto-aprendizes por toda a coisas tais como essas. Em uma reunião Apoio desse tipo não requer re- 10 INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
  • 11. curso monetário extra. Em cada escola, radas ou os alunos precisam estar “pron- gostaria de ver a nossa compulsão um membro dessa escola pode ter o pa- tos” (homogeneizados) para se encaixa- por querer eliminar as diferenças em pel de apoio. Se isso for feito será muito rem em uma situação de aprendizagem. forças igualitárias e fazer uso dessas positivo e benéfico. Todos os membros Essa visão pode ser um grande inconve- diferenças pra modificar as escolas. da escola e da sala de aula podem se niente, prejudicando, assim, o processo O que é importante sobre as pesso- sentir seguros se tiverem ajuda disponí- de aprendizagem nas salas de aula que as e as escolas são exatamente as vel. Essa informação a cada membro terá tentam promover valores e oportunidades diferenças e não as semelhanças. valor e o seu auxílio será respeitado e po- de aprendizagem inclusivas para todos (p.570) derá assim ajudar o próximo. Mais adian- os alunos. te também informa a todos os membros Em inclusões sociais, isso é que todos necessitam de auxílio. Não Tais expectativas e definições muito importante para a melhoria das existem grupos separados para darem predefinidas dos valores dos alunos estão oportunidades do ensino-aprendizagem, melhor apoio e grupos de pessoas que sendo reavaliadas e mudadas para uma mas também é necessário já que, onde necessitam de ajuda mais que as outras. inclusão que ocorrerá como uma posição se tem inclusão, são lugares onde as educacional desejada nas escolas e nas diversidades são parte inerente de uma Em resumo, todos os membros salas de aula. Quando se reconhece que sala de aula. da escola, alunos, professores, pessoal se tem uma visão limitada do que seja um administrativo e equipe de funcionários comportamento aceitável de um aluno, é A diversidade em suas muitas for- requerem ajuda. A responsabilidade de requerida uma mudança de paradigmas mas é celebrada em escolas inclusivas. As dar apoio a um membro companheiro da que esteja longe dessa estreita percepção. oportunidades de se capitalizar em cima escola pode ser dada por cada pessoa da diversidade não devem ser somente da escola. Assim sendo, todo membro da Para que a inclusão seja bem focalizadas nos alunos. As diferenças en- escola pode ter ajuda quando necessário sucedida, as diferenças dos alunos de- contradas dentro da equipe de funcioná- for e pode-se desenvolver um respeito vem ser reconhecidas como um recurso rios no tocante os seus vários “berços” (as mútuo, interesse e responsabilidade para positivo. As diferenças entre os alunos suas origens), características e experiên- com o outro, também confiança nas suas devem ser reconhecidas e capitalizadas cias devem ser incentivados, procuradas, próprias habilidades. Todos são reconhe- para fornecer oportunidades de aprendi- colocadas para fora e avaliadas. Em uma cidos como pessoas de valor porque, em zagem para todos os alunos da classe. escola onde o currículo escolar é conside- uma organização com essa estrutura, to- Robert Barth escreveu sobre isso em um rado, esses recursos inerentes da diversi- dos são designados a serem ajudantes ou de seus tratados em 1990, “A Personal dade humana, que estão disponíveis entre contribuintes para o bem-estar de todos. Vision of a Good School” (A visão pesso- os alunos e a equipe de funcionários, não al de uma boa escola). devem ser negligenciados. Se nós pudermos construir e re- forçar este tipo de auxílio com sucesso, Ele disse: Respeito mútuo e respeito pessoal entre os membros da escola, não somen- Eu preferia que meus filhos estives- te a confiança pessoal e o desempenho sem em uma escola onde as diferen- Como percebido anteriormente, serão melhorados, mas também a coo- ças são notadas, cuidadas e vistas o reconhecimento das diferenças dentro peração e o respeito mútuo podem ser como sendo uma notícia boa para de uma escola e entre seus membros esperados entre os alunos além da sala enriquecer o processo de apren- deve ser capitalizado para a melhoria do de aula e do ambiente escolar, como dizagem. A pergunta a qual várias currículo oferecido e apresentado nas membros produtivos da nossa socieda- pessoas estão preocupadas é “qual escolas e nas salas de aula. No entanto, de. Interdependência é uma maneira de é o limite da diversidade além do deve-se tomar cuidado para não se de- vida positiva que pode ajudar a todos em comportamento aceitável?” Porém a senvolver, e se necessário for, reconhecer todos os estágios das nossas vidas e em pergunta que eu gostaria que fizes- e dissolver qualquer condição ou políticas todo o aspecto da nossa comunidade. sem mais freqüentemente é: “Como que sejam exclusivas por causa dessas podemos transformar o uso delibera- diferenças e, que sejam de alguma forma, Paradigma da diversidade do das diferenças de classes sociais, efetivadas somente para alguns membros gênero, idade, habilidades, raça e in- da população estudantil. Muito freqüentemente as dife- teresses em recursos positivos para renças entre alunos são vistas como um serem usados na aprendizagem?” As políticas públicas devem ser problema. Muitas pessoas acreditam que As diferenças oferecem uma grande avaliadas e modificadas se necessário as diferenças dos alunos em relação a oportunidade para o aprendizado. e comunicar a cada membro da escola, ajustes educacionais são dificuldades As diferenças oferecem recursos li- alunos e adultos da escola, que elas são que necessitam ser trabalhadas, melho- vres, abundantes e renováveis. Eu importantes dentro da escola, que são INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006 11
  • 12. bem-vindas e que fazem parte do pro- a probabilidade de todos lucrarem positi- vencional das escolas e da comunidade, cesso de ensino-aprendizagem. As polí- vamente e de maneira agradável a partir a interdependência e a cooperação têm ticas da escola e das salas de aulas, bem das experiências da escola. uma enorme importância. Como mem- como as práticas educativas, podem ser bros da comunidade da escola e da desenvolvidas para comunicar o valor de Cooperação comunidade em geral, precisamos uns cada um dos membros, em vez de ele- dos outros para aprender e viver o mais var alguns alunos e membros da equipe Trabalho em equipe e coopera- eficientemente e eficazmente possível. de funcionários acima ou abaixo do sta- ção com outros membros da comunidade Quanto mais a diversidade aumenta, isso tus de outrem baseado em atributos de da escola não só são ferramentas positi- se torna mais óbvio. Esse movimento para aprendizagem ou em outras característi- vas de aprendizagem, mas são cada vez uma diversidade maior dentro do sistema cas. Isso não significa que as realizações mais peças importantes como objetivo educacional serve realmente como um e os objetivos de cada aluno não podem educacional. Como visto anteriormen- lembrete positivo das necessidades de ser comemorados, mas tais realizações te, as interdependências entre alunos e todos nós. Todos têm que trabalhar juntos podem ser reconhecidas do ponto de professores são importantes não só para em cooperação; trabalhando interdepen- perspectiva individual em lugar de um dar uma sustentação mútua que se faz dentemente, compartilhando e importan- aluno ou membro da equipe de funcioná- necessária, mas também para a parti- do-nos uns com os outros; nós não va- rios que imaculem uma outra pessoa. cipação eficaz dentro da comunidade e mos só enfrentar os desafios do currículo para dar força para a nossa sociedade no da escola e da aprendizagem para a vida As políticas e as práticas que futuro. Os povos são interdependentes e toda, mas também os desafios que ainda promovem a inclusão social devem co- cada um de nós tem um papel a realizar, virão com as experiências. municar aos membros da escola que não somente nas nossas comunidades, cada um é uma parte desejável, de va- mas também em nossas escolas para Com relação à preocupação lor, e importante peça da comunidade da realizarmos os objetivos educacionais. sobre a cooperação, gostaria de dividir a escola. Além do mais, devem comunicar Para se atingir os objetivos do currículo minha experiência sobre o seu poder. Em que cada aluno é igualmente digno de e a necessidade de uma aprendizagem uma recente viagem ao Brasil, eu pode- receber instrução da mais alta qualidade contínua e para a vida toda, requer-se ria facilmente ter sido considerada como possível, e não algo para os alunos que sustento e manutenção que podem ser alguém seriamente inapta, tomando por são etiquetados como “talentosos” ou feitos com a cooperação e o apoio dos base minha incapacidade de me comuni- para os alunos etiquetados como “incapa- membros de comunidade. car de maneira eficiente, entender ou fa- zes”. Não se deve dar mais privilégio a um lar o português. Além disso, não possuía aluno porque ele é um atleta de sucesso, Kohn mostrou o triste declínio no informações úteis sobre a cidade a qual ou poucos privilégios para um que não que diz respeito à cooperação em nossa eu estava visitando, São Paulo. seja. As diferenças e as individualidades sociedade e subseqüentemente em algu- devem ser reconhecidas como aspectos mas de nossas instituições educacionais: Apesar desse meu problema positivos entre todos os indivíduos, e não em potencial, minha “incapacidade” foi grupos predefinidos ou somente a alguns A atual paixão da nossa sociedade virtualmente eliminada, e tirei vantagem membros da escola. pela palavra competitividade tem le- das minhas diferenças através da coope- vado discussões profundas sobre a ração, gentileza e apoio das pessoas à Mais e mais se tem reconheci- educação, trazendo uma confusão minha volta. Membros do grupo que eu do que, para melhorar o impacto positi- entre duas idéias muito diferentes: a fazia parte me auxiliaram na comunica- vo de um currículo, é benéfico para a excelência e a procura desesperada ção, orientações, alimentação, e compar- escola, para as políticas e para as práti- pelos povos de triunfar. Quando jo- tilhamento de objetos e costumes. Com cas da sala de aula, considerar todas as vens as crianças não aprendem a ser a ajuda dessas pessoas, eu não passei necessidades de todos os membros da dóceis. Freqüentemente vários anos por grandes dificuldades, e ao invés dis- comunidade da escola, dos alunos, dos de educação não promovem a gene- so, fui capaz de dividir com eles algumas professores, da equipe de funcionários, rosidade ou um compromisso com o das coisas que eu havia aprendido e vivi- dos administradores e dos membros da bem-estar do outro. Pelo contrário, do que era de interesse deles. Tornei-me família. O foco no respeito mútuo e na os alunos graduados pensam que “capaz” não apenas por causa dos meus compreensão entre todos os membros são os mais espertos aqueles que colegas de escola, mas também por cau- da comunidade é importante nas ativida- olham para o número um. (KOHN, sa do apoio dos motoristas de táxi, de des de tomada de decisões, em projetos 1991, p.498) um conhecido que era garçom no hotel selecionados, em procedimentos usados no qual fiquei hospedada e por causa de para compartilhar as realizações e os de- Se escolhermos promover a in- uma aluna do ensino médio que me auxi- safios. Esse tipo de foco pode aumentar clusão de todos os alunos na vida con- liou em uma palestra a que assisti. 12 INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
  • 13. Com base nessa experiência, vão ainda mais longe, detalhando essas Avaliação padronizada ficou claro para mim que uma inaptidão qualificações periodicamente. Ora, se as não deve ser considerada como uma ca- crianças são únicas, porque esses siste- Na busca pela excelência edu- racterística permanente ou um traço de mas educacionais exigem um conjunto de cacional, avaliações padronizadas de um indivíduo. Tampouco, uma inaptidão é qualificações para todas as crianças no nossos alunos têm sido usadas para uma função do relacionamento entre um terceiro mês da 1ª série para que sejam indicar a “qualidade” da educação ofere- contexto situacional e de uma ou mais exatamente as mesmas? cida. Esses procedimentos de avaliação características peculiares de uma pessoa também servem para medir o valor da que está destoando. Ao mudar o con- Em escolas e salas de aula in- habilidade do aluno de participar ou com- texto situacional para apoiar e ficar em clusivas as singularidades de cada alu- pletar as atividades escolares. Em alguns harmonia com uma característica indivi- no são celebradas. Como professores, círculos, acredita-se que quanto mais fa- dual, a tão aclamada inaptidão deixa de tentamos aproveitar a singularidade de lhas haja entre os alunos, mais rigorosos existir. Desde que a educação inclusiva nossos alunos. Currículos padronizados são os padrões do sistema escolar que seja mais freqüentemente definida como e materiais impostos pelo sistema, que devem ser seguidos. Ao contrário, parece a inclusão de alunos com deficiências no é supostamente desenvolvido para os que ao invés de ser rigoroso, o sistema fluxo das escolas e das salas de aula, por alunos, estão, por definição, na direção está simplesmente falhando em oferecer meio do processo de mudança da situa- oposta para individualização tendo por aos alunos as informações que a avalia- ção educacional, para deixar de estar em base as necessidades dos alunos. Em ção padronizada se propõe a medir. desacordo com as características dos vários casos, quando a individualização alunos, poderemos estender a educação das necessidades educacionais e inte- Recentemente publicado em um a todos os membros da escola. resses são atendidos por professores, grande jornal, um artigo discorria sobre a eles são, na maioria das vezes, barrados rigidez do jardim de infância oferecido por CONSIDERAÇÕES SISTÊMICAS pela padronização de qualificações e ma- um sistema. Eles aprovavam o sistema teriais do sistema. Como professores, nos por possuir altos padrões que permitiam Normalmente, as melhores ten- é dito que supramos essas necessidades que apenas 70% da turma do jardim avan- tativas dos professores e da equipe peda- únicas, porém, para que isso aconteça, çasse para a 1ª série do ensino básico. gógica nas escolas e salas de aula para será preciso romper com as exigências Mais que condenar esse sistema escolar, promover resultados educacionais positi- do sistema no qual operamos. eu considero seus padrões um desastre. vos são impedidas pelas práticas e proce- Primeiramente, isso indica que as turmas dimentos exigidos pelo sistema. Mudan- Esse problema sistemático de jardim de infância não fornecem às ças nesse nível, normalmente, requerem vem ganhando atenção crescente entre crianças as habilidades básicas que esse uma equipe de membros da escola e da os educadores que estão promovendo sistema escolar considera necessário comunidade envolvidos, juntamente com ambientes de sala de aula e de escolas para o ingresso na 1ª série. Porém, mais os administradores, professores, diretoria mais inclusivos, orientados e apoiados importante, considera o que ele faz com e outras pessoas da comunidade que pela comunidade. Analisar qualificações a confiança e o respeito próprio dessas precisam chegar a um consenso no que curriculares impostas pelo sistema e, ao crianças. As expectativas dos adultos tange à mudança. Outra estratégia que mesmo tempo, trabalhar para tornar a di- com relação a essas crianças “fracassa- também tem mostrado muitos resultados versidade entre os alunos mais flexível e das” são negativamente influenciadas. E é o envolvimento de alunos no processo. reflexiva está ficando insustentável. Sen- mais, esse tipo de avaliação ensina mui- do assim, a assistência e a orientação tas crianças que aprender não é divertido. Currículo padronizado para os professores e equipe da escola E a 1ª série é apenas o começo. para apoiar os esforços devem estar bem Uma noção aceita de educa- definidas, a fim de se alcançarem essas Assim como o currículo padrão, ção e realidade é que as crianças, assim necessidades únicas dos alunos. O pro- a avaliação padronizada não reconhece como os adultos, são únicos. Não existe pósito da preocupação sobre a sistemá- ou encoraja a singularidade entre os alu- criança padrão. Contudo, vários sistemas tica curricular é encorajar as habilidades nos. Isso somente ensina a alguns alunos educacionais tendem a esquecer esse dos professores para estimular o progres- que eles não têm valor nenhum, enquanto fato quando analisam currículos. Livros, so máximo entre as crianças, ao invés de estimula um ego inflado em outros. Isso fatos, habilidades, experiências, e em homogeneizá-las. Se na educação es- torna a escola, as atividades e o processo alguns casos, até mesmo, projetos de colhermos celebrar e tirar vantagem da educacional uma inconveniente lembran- classe são freqüentemente exigidos por capacidade inerente da nossa população ça, ou ameaça, de fracasso em potencial. esses sistemas como qualificações para estudantil, precisaremos de uma aborda- Por definição, em uma curva de avaliação lecionar em uma série em particular, ma- gem de sistema curricular que nos apóie normal, metade dos alunos estão abaixo téria e “tipo” de classe. Alguns sistemas e nos permita fazê-las. INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006 13
  • 14. da média. É sabido entre alguns alunos Enquanto o conhecimento dos res disponíveis, devemos ir mais além e mais espertos que quanto pior forem seus consultores e dos profissionais de fora reconhecer e trabalhar para estimular as companheiros, melhores resultados eles pode ser útil, a imposição de modelos e influências contextuais e sistêmicas que irão alcançar. A conseqüência disso é a procedimentos desenvolvidos em outros podem melhorar de forma mais eficaz o competição, ao invés da cooperação em lugares pode não ser viável. (WHEATLEY, currículo fornecido. Porém, apesar do pa- uma situação de aprendizagem. 1994) pel que exercemos, não podemos alcan- çar essas metas sozinhos. Como profes- Avaliações padronizadas tam- Cada sistema é uma mistura sores, administradores, equipe, alunos ou bém têm resultado prejudicial na prática única de todos os indivíduos envolvidos membros da comunidade, precisamos da educacional de ensinar apenas para ser que operam dentro dele. Nas tomadas de cooperação e ajuda de outros. É respon- bem sucedido na prova, a fim de salvar decisão, o mais relevante é priorizar os sabilidade de todos estimular a mudança os alunos, os professores e as escolas recursos dos educadores, alunos e mem- nas escolas, salas de aula, e sistemas da humilhação de serem rotulados como bros da comunidade que fazem o siste- que podem nos levar na direção da visão fracassados. Ensinar fatos ou números ma. Como Villa e Thousand (2005) men- de oportunidades educacionais inclusi- decorados não faz nada em prol do de- cionaram, as preocupações e as idéias vas, e encorajar o aprendizado contínuo senvolvimento de um indivíduo crítico ou de cada membro que é afetado por uma entre todos os membros da sociedade. possuidor de um desejo duradouro pelo decisão precisa ser perguntada. Ao fazê- aprendizado. Além do que, essa atitude lo, os membros da escola são permitidos Referências não reconhece ou estimula o aproveita- a fornecer recursos com relação ao que mento dos pontos fortes dos alunos. acontece em suas vidas. Eles têm poder BARTH, R. (1990). A personal vision of a para influenciar seu ambiente de trabalho good school. Phi Delta Kappan, 71, 512- A avaliação para entender o que e de aprendizado. Quando educadores, 571. o aluno sabe e precisa para aprender alunos e comunidade reconhecerem que pode ser uma ferramenta de diagnóstico eles têm participação nas tomadas de DEWY, J. (1897). My pedagogic creed. positivo. Avaliações usadas em vários decisões, maior apego às normas práti- The School Journal, 54(3), 77-80 sistemas escolares requerem estudos cas, materiais e procedimentos adotados e modificações a fim de estimular seus podem ser esperados. Eles se tornam KOHN, A. (1991). Caring kids: The role aspectos positivos enquanto evitam as acionistas na operação do sistema. of the schools. Phi Delta Kappan, 72(7), armadilhas. Avaliações que realmente 496-506 levam em conta a singularidade dos alu- Considerações que estão acon- . nos, as habilidades e conhecimentos ne- tecendo no presente são, da mesma VILLA, R. & THOUSAND, J. (2005). Cre- cessários ao funcionamento do aluno na forma, de importáncia crucial. Envolven- ating an inclusive school. Baltimore: sociedade podem ajudá-los a identificar do idéias e preocupações de alunos e Paul Brookes Publishers. e entender o que eles precisam para ser professores que sofrem o impacto dos bem sucedidos sem desmoralizar suas procedimentos e práticas adotados pe- WHEATLEY, M. (1994). Leadership and noções de indivíduo. los sistemas escolares pode-se fornecer the new science: Learning about orga- a informação que permite a avaliação nization from an orderly universe. San Empoderamento da viabilidade e a eficiência da decisão. Francisco: Berrett-Koehler Publishers. A informação sobre como exatamente Recentemente, a delegação de uma decisão está operando em um sis- YOUNG, J. (1990, April 17). Gangs hea- competências vem se tornando uma ex- tema pode ser de muita relevância vinda ring: School board’s policy review draws pressão popular no âmbito educacional, daqueles indivíduos que a usam e são wide range of opinions. Waterloo Cou- empresarial e social. Delegar competên- influenciados por ela todos os dias nas rier. cia pode ser algo difícil de alcançar na salas de aula e nas escolas. educação já que a maioria dos sistemas educacionais opera usando um modelo burocrático. Existe uma forma hierár- COMENTÁRIOS FINAIS quica de gestão, de cima para baixo, ou seja, as decisões são tomadas nos ór- O currículo não opera em um gãos centrais ou em conselhos superio- vazio. Apenas algumas considerações res. Essas decisões são elaboradas para que influenciam nossos currículos de sala serem conduzidas pelos administradores, de aula foram observadas aqui. Enquanto professores e funcionários das escolas e podemos estudar e implementar as mais impostas aos alunos. avançadas e inclusivas opções curricula- 14 INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
  • 15. CLASSROOM CONTEXTUAL CONSIDERATIONS Classrooms, like the teachers directing the curriculum in a way the stu- students to live ongoing productive lives and students assigned to them are each dents have not only the skills and oppor- in our changing world. unique. A model or practice that works tunity but also the motivation and focus in one will not necessarily fit another. for addressing their learning needs is the Interdependence and Support Similarly various components operating teacher’s challenge. within a classroom can have significant As the dynamics of education impact on the educational outcomes While as teachers we will con- and the schools are rapidly changing, it achieved by students. tinue to assist students in their formative is of particular importance that all mem- years to achieve the basic skills such bers of the classroom and school com- Role of the Teacher as reading writing and communicating, munity have available and recognize greater focus will be directed toward as- a support system. Both students and To an ever increasing degree the sisting students to master and use these teachers require support that can assist teacher as the source and dispenser of skills as a means to learn rather than an them in successfully carrying out their knowledge can no longer meet the needs end in and of themselves, As teachers we daily activities. Too often, teachers and of our society. Too much is changing ev- will need to be increasingly fluent in the students feel alone and frustrated when ery day to expect that providing a precon- alternatives to traditional basic skills and they don’t know where to turn. In the ceived set of information or facts will be the resources available to provide them U.S., the problem has become obvious sufficient to allow the students of today to to meet the unique needs of all the di- as the statistics on teacher turnover are be successful even a decade from now. verse students within a classroom. Some examined. Similarly students have dem- Likewise, with the increased recognition students may require basic skills such as onstrated their frustration and despair in of the diverse nature, interests and learn- Braille, computer communication devises the form of acting out, dropping out of ing needs of individual children, particu- and calculators to allow each individual school, joining gangs and such. At a local larly in an inclusive classroom that allows to gain the skills s/he requires to func- meeting to disband teenage street gangs, all students regardless of differences or tion successfully in society. As students a high school student stated the position needs to participate, one teacher cannot progress, increasing emphasis on more of gang members. She stated: “Ask us be expected to dispense all the knowl- complex critical evaluation of what they why we join gangs. It is simple. People edge needed to meet the unique needs need and want to learn is promoted and want to belong...they want to have some- of every child in his/her classroom single- practiced for decision making in their cur- one they can lean on. In gangs, that’s handedly. For such reasons, if students rent and future lives. Like the students, what happens” (Young, 1990, P.A1). are going to be provided an education we as teacher are being called upon to that can serve them successfully through- evaluate and make more educational de- We, including teachers, stu- out their lifetime, the traditional role of the cisions. Concerns regarding directions dents and staff, all need to feel secure teacher as the dispenser of a standard- in which students need guidance will and that we “belong” to work at our ized set of information is changing. require our attention instead of simply best. Whenever engaged in an activity, following a predesignated, package of everyone needs to know that there are To address dynamic student curriculum facts and materials. individuals that can be depended on to needs in increasing numbers of class- provide any support and assistance that rooms, teachers are assuming the role In summary, as teachers, we is required. Anxiety, fear of failure, iso- of organizers of the environmental setup are being called on to change our style lation, or ridicule can be relieved when of the classroom, learning experiences, of teaching to develop interdependent classrooms and schools are arranged so resources and procedural and practice lifelong self-learners. No longer can we there is always a fellow student, teacher conditions for learning. Arrangements be expected to be complacent to follow or staff member available to assist with for student involvement, interaction, and an educational pattern to be applied to and share a problem or provide moral interdependent learning are becoming a all students. Instead we will become support when needed. major focus. Supplying resources and more proactive in providing the skills and By building within schools and techniques for locating information and knowledge that is needed for individual classrooms safe and secure systems of 1- Professor Emeritus,Department of Education,University of Northern Iowa, USA. She received her doctorate in the areas of Disability Studies and Educational Research from the University of Virginia, Charlottesville. INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006 15
  • 16. mutual assistance, in essence a support- terdependence is a positive way of life free, abundant and renewable resource. ive community of interdependent indi- that can help everyone at all stages of I would like to see our compulsion for viduals, a sense of collective “I’s” can be our lives and in all aspects of our com- eliminating differences replaced by an transformed into a collective “We” provid- munities. equally compelling force on making use ing all members with a unique sense of of these differences to improve schools. identity, belonging and place. It is only Diversity Paradigm What is important about people- and through such a collective effort that com- about schools - is what is different, not mitment to core social values of justice, Too often differences among what is the same. [p. 570 ] tolerance, concern and respect for oth- students are viewed as a problem. It ers can be acquired (Dewey, 1879). is believed by many that student differ- In inclusive setting, this not only ences in educational settings pose diffi- is important to the improvement of edu- Support of this type does not re- culties that need to be “fixed”, improved cational opportunities but is necessary quire the need to add monetary resourc- or students need to be “made ready” since inclusive settings are ones in which es. In any school every school member [homogenized] to fit the learning situa- student diversity is an inherent part of the can be enlisted and assigned the role of tion. This view can be a major drawback classroom make-up. a support provider. By doing this many and detrimental to the learning process positive benefits can be gleaned. All in classrooms that attempt to promote in- Diversity in its many forms is members of the school and classroom clusive values and learning opportunities celebrated in inclusive schools. Opportu- communities can feel secure in having for all students. nities to capitalize upon diversity should help available if needed. It informs every not only focus on the students. The dif- member that they are worthwhile and that Such predefined expectations ferences among staff in regard to their their assistance is respected and they and definitions of worthwhile students various backgrounds, characteristics, can be of help to others. It further informs are being re-evaluated and changed for and experiences should be encouraged, all members that everyone needs assis- inclusion as a desired educational posi- sought out and valued. Whenever cur- tance. There is not a separate group of tion in schools and classrooms to oc- riculum is considered, these resources givers who are more accomplished than cur. When limited views of acceptable inherent in the human diversity available others and a separate group of receivers student behavior are recognized there is among students and staff within the edu- who are needy. required a paradigm shift away from this cational setting should not be neglected. narrow perception. In summary, all school mem- Self and Mutual Respect bers; students, teacher and staff; require For inclusion to be successful, support and assistance. The responsibil- student differences must be recognized As previously noted, the recog- ity of support for fellow school members as an asset. Differences among stu- nition of differences among school mem- can be shared by every person in the dents need to recognized and capitalized ber can be capitalized upon to enhance school. In so doing all members can feel upon to provide learning opportunities for the curriculum offering and presentation they can get assistance when they need all class members. Robert Barth pointed in schools and classrooms. However, it and develop mutual respect, concern this out in his 1990 treaties, “A Personal care must be taken to not develop, and and responsibility for others, and confi- Vision of a Good School.” He stated: if necessary to recognize and dissolve dence in their own abilities. Everyone is any conditions or exclusionary policies also recognized as worthwhile and val- I would prefer my children to be in a that are in effect for some members of ued because in such an organizational school where differences are looked the student population based on differ- structure everyone is designated as a for, attended to, and celebrated as good ences. helper or contributor to the welfare of all. news, as opportunities for learning. The question with which so many people are Policies can be evaluated and If we can successfully build preoccupied is ‘what are the limits of di- modified if necessary to communicate to and reinforce this type of helping among versity beyond which behavior is unac- every school member, student and adult, school members, not only will personal ceptable?’ But the question I would like that they are important within the school confidence and performance be en- to see asked more often is ‘how can we and are welcome and belong. School and hanced but cooperation and mutual sup- make conscious deliberate use of differ- classroom policies and practices can be port can be expected to continue among ences in social class, gender, age, abil- developed to communicate the value of our students beyond the classroom and ity, race and interest as resources for every member, rather than elevate some school environment into their lives as learning?’ Differences hold great oppor- students and staff above or below the productive members of our society. In- tunities for learning. Differences offer a status of others based on learning attri- 16 INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
  • 17. butes or other characteristics. This does the future. People are interdependent could easily have been classified as se- not mean that the achievements of each and we each have a role to play, not only verely or profoundly disabled based on student cannot be celebrated, but such in our communities, but in our schools to my inability to effectively speak, under- achievements can be recognized from a accomplish out educational goals. Cur- stand or read Portuguese. In addition I per individual perspective rather than one riculum goals and the need for ongoing had no functional knowledge of the city I student or staff excelling over others. lifelong learning require the support and was visiting, São Paulo. maintenance that can be gleaned by co- Policies and practices that pro- operation and support among community Despite this potential problem, mote inclusion communicate to school members my “disability” was virtually eliminated members that every one is a desirable, and my differences were capitalized worthwhile, important part of the school Kohn pointed out the unfortu- upon through the cooperation, kind- community. They further communicate nate decline in respect for cooperation in ness, and support of the people around that every student is equally worthy of our society and subsequently in some of me. Members of the group of people I the highest quality education possible, our educational institutions: was with assisted me in communication, not something more for students labeled directions, foods, and sharing of ma- “gifted” or less for students labeled “dis- Our society’s current infatuation with the terials and customs. With their help I abled.” No more privileges should be word competitiveness which has leached experienced no difficulties and in turn I provided a student because s/he is a into discussions about education, encour- was able to share with them some of the star athlete or fewer privileges for a stu- ages a confusion between two very dif- things I have learned and experienced dent who is not. Differences and unique- ferent ideas; excellence and the desper- that was of interest to them. I became ness are recognized as positive aspects ate quest to triumph over other people. ... “enabled” from not only my educational among all individuals, not predefined At a tender age, children learn not to be colleagues, but also by the support of taxi groups or only some school members. tender. A dozen years of schooling often drivers, a friend I met who was a waiter does nothing to promote generosity or a in the restaurant in the hotel where I was Further it has been recognized commitment to the welfare of others. To staying and from a high school student that to enhance the potential positive im- the contrary, students are graduated who who supported me at the conference I pact of the curriculum, it is beneficial for think that being smart means looking out attended. school and classroom policies and prac- for number one. (Kohn, 1991, 498). tices to consider the needs of all mem- Based on this experience, it be- bers of the school community, students, If indeed we chose to promote came clear to me that a disability need teachers, staff, administrators and family the inclusion of all students into the main- not be considered a permanent charac- members. A focus on mutual respect stream of our schools and community teristic or description of a person. Rather and understanding among all members life, interdependence and cooperation a disability is a function of the relationship is important in decision making activities, takes on a heightened importance. As between a situational context and one or projects selected, procedures used and members of the school community and more particular characteristics of a per- sharing of achievements and challenges. community at large we do need one an- son being discordant. By changing the This type of focus can increase the prob- other to most efficiently and effectively situational context so to support and be ability of everyone positively profiting in learn and live. As diversity increases this in harmony with an individual’s charac- an enjoyable way from the school experi- just becomes more obvious. This move teristics, the so called disability no longer ence. toward greater diversity in educational exists. Since inclusive education is often setting actually serves as a positive re- defined as including students with dis- Cooperation minder of the needs of everyone. Every- abilities into the mainstream of schools one is needed to work together coopera- and classrooms, through the process of Teamwork and cooperation with tively; working interdependently, sharing changing the educational situation to no other members of the school community and caring; if we are going to face not longer be in disaccord with the students’ is not only a positive learning tool but is only the challenges of the school curricu- characteristics we can enhance the edu- increasingly important as an educational lum and lifelong learning but those of the cation for all members of the school. goal. As previously noted, interdepen- upcoming generation of experiences. dence among students and teachers is SYSTEMIC CONSIDERATIONS not only important in regard to providing In regard to this concern of co- needed mutual support, but is also impor- operation, I would like to share with you Too often the best attempts by tant to effective participation in the com- the power of cooperation I personally teachers and staff in schools and class- munity and the strength of our society in experienced. On a recent trip to Brazil, I rooms to promote positive educational INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006 17
  • 18. outcomes are thwarted by the practices who are promoting more inclusive, com- But more importantly, consider what it and procedures required by the system. munity oriented, supportive school and does to the confidence and self respect A change on this level often takes a cadre classroom environments. It is becoming of these young children. Expectations of involved school and community mem- critical that we evaluate curricular require- of adults toward these “failed” children bers. Along with administrators, teach- ments being spelled out by the system are negatively influenced. Further, such ers and staff, school board members and work together to make them more evaluation teaches many children that and other community members need to flexible and reflective of the diversity learning is not fun. .. and kindergarten is come to a consensus regarding change. among students. In so doing, assistance just the beginning. Involving students has also been found and guidance for the teachers and school to be very beneficial. staff to support efforts to meet unique stu- As with the standardized cur- dent needs must be kept clearly in mind. riculum, standardized testing does not Standardized Curriculum recognize or encourage the uniqueness The purpose of systemic curricu- among students. It teaches some stu- An accepted tenet of education lar concerns is to foster the teacher’s abil- dents that they are less than worthy, while and reality is that children, like adults, are ity to promote maximal progress among promoting in others an inflated sense of unique. There is no standardized child. children rather than to homogenize. If in self. It makes school and learning activi- However, many school systems tend to education we choose to celebrate and ties an unpleasant reminder of, or poten- forget this fact when they are developing capitalize upon the diversity inherent in tial threat of failure. By definition, on a curriculum requirements. Books, facts, our student population we need a system normal evaluation curve, half of the stu- skills, experiences and in some cases curricular approach that allows and sup- dents are below average. Among some even class projects are often spelled out ports it. “savvy” students, it is recognized that the by a school system as requirements for a less well their peers perform the better particular grade level, subject area and Standardized Evaluation they will score. This results in competi- “type” of classroom. Some systems go tion rather than cooperation in the learn- so far as to spell out these requirements In a quest for educational excel- ing situation. on a per month basis. lence, development of standardized eval- uations of our students has been used to Standardized testing has also If children are unique, why do indicate the “quality” of education being resulted in the educationally unhealthy school systems develop a set of require- offered. Such evaluation procedures in practice of teaching to the test to save the ments for all children in the third month of turn also serve to evaluate the value of a students, teachers and schools from the the first grade to be exactly the same? student’s ability to participate in or gradu- humiliation of being labeled as failures. ate from school activities. In some circles Teaching memorized facts and figures In inclusive schools and class- it is believed that the more failures among does nothing toward fostering critical rooms the uniqueness of each child is students indicates that a school system thinking or a desire for lifelong learning. celebrated. As teachers we attempt to is maintaining rigorous standards to be Likewise it does not recognize nor pro- capitalize on the uniqueness of our stu- admired. To the contrary, it appears that mote capitalizing on the unique strengths dents. Standardized curriculum require- rather than being rigorous, the systems of students. ments and materials imposed by a system are simply failing to provide students the that is supposedly designed for students information that the standardized testing Evaluation to understand what is by definition in direct opposition to in- purports to measure. the student knows and needs to learn dividualization based on student needs. can be a positive diagnostic tool. Test- In many instances when individualization Recently in a large city news- ing used in many school systems re- of educational needs and interests are paper, there was an article regarding the quire study and modification to promote attempted by teachers, they are often rigors of kindergarten offered by one sys- the positive aspects of evaluation while thwarted by the system’s standardized tem. They lauded the system for having avoiding the pitfalls. Evaluation that truly requirements and materials. As teachers high standards that allowed only 70% of considers the uniqueness of students we are told to meet unique needs how- the kindergarten class to progress into and those skills and knowledge needed ever to do so will result in breaking with first grade. Rather than commend this by the student to function in society can the requirements of the system in which school system, I consider their standards help students recognize and understand we are operating. a disgrace. First it indicates that kinder- what they need to be successful without garten classes do not provide children the demoralizing their sense of self. This systemic problem is gain- basic skills that this school system con- ing increasing attention among educators siders necessary for first grade entrance. 18 INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006
  • 19. Empowerment effectiveness of a decision. Information Young, J. (1990, April 17). Gangs hearing: regarding exactly how a decision is oper- School board’s policy review draws wide Empowerment has become ating in a system can be most relevantly range of opinions. Waterloo Courier. a popular catchword in recent years in gleaned from those individuals who use education, business and in our commu- and are influenced by it every day in their nities. Empowerment itself can often be a classrooms and schools. difficult thing to accomplish in education since most systems of education operate FINAL COMMENTS using a bureaucratic model. There is a top down form of governance. Decisions Curriculum does not operate in are made at the top, at the central office a vacuum. Just a few of the consider- or by other overseeing bodies, and these ations that influence our classroom cur- decisions are designed to be passed on riculum have been noted here. While we and carried out by administrators, teach- can study and implement the most ad- ers and staff and imposed on students in vanced and inclusive curricular options the schools. available, we must in addition recognize and work to promote the contextual and While input from outside con- systemic influences that can most effec- sultants and professionals can be help- tively enhance the curriculum provided. ful, imposing models and procedures de- However, regardless of our role veloped elsewhere are often not viable we cannot accomplish this alone. As (Wheatley, 1994). Every system is a teachers, administrators, staff, students unique blend of all the involved individu- or community members, we need to so- als that operate within it. In decision mak- licit the cooperation and assistance of ing, taping the resources of the educa- others. Promoting changes in schools, tors, students and community members classrooms and systems that can move that make up the system is the most us toward the vision of inclusive educa- relevant. As Villa and Thousand (2005) tional opportunities and foster lifelong pointed out, the concerns and ideas of learning among all of our society’s mem- every member who is affected by a deci- bers is a shared responsibility. sion need to be solicited. In so doing, school members are REFERENCES being allowed to provide input in regard to what occurs in their lives. They are be- Barth, R. (1990). A personal vision of a ing empowered to influence their working good school. Phi Delta Kappan, 71, 512- and learning environment. When educa- 571. tors, students and community members recognize that they are participants in the Dewy, J. (1897). My pedagogic creed. decision making process, greater alle- The School Journal, 54(3), 77-80 giance to rules, practices, materials and procedures adopted can be expected. Kohn, A. (1991). Caring kids: The role of They become stakeholders in the opera- the schools. Phi Delta Kappan, 72(7), tion of the system. 496-506. Ongoing consideration of de- Villa, R. & Thousand, J. (2005). Creating cisions that have been made is likewise an inclusive school. Baltimore: Paul of paramount importance. Involving Brookes Publishers. the ideas and concerns of students and teachers who are impacted by proce- Wheatley, M. (1994). Leadership and dures and practices adopted by school the new science: Learning about orga- systems can provide information that al- nization from an orderly universe. San lows evaluation of the applicability of and Francisco: Berrett-Koehler Publishers. INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006 19