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Programa AGRO nº 282 - PREPARAÇÃO DE COMPOSTOS PARA AGRICULTURA BIOLÓGICA
Medida 8 – Desenvolvimento Tecnológico e Demonstração 8.1 – Desenvolvimento Experimental e Demonstração
Actividade Experimental desenvolvida no Algarve
1PREPARAÇÃODECOMPOSTOS
PARAAGRICULTURABIOLÓGICA
2
PROGRAMA AGRO
MEDIDA 8 – DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E DEMONSTRAÇÃO
ACÇÃO 8.1 – DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL E DEMONSTRAÇÃO
(DE&D)
PROJECTO Nº 282
PREPARAÇÃODE
COMPOSTOSPARA
AGRICULTURABIOLÓGICA
Projecto Agro 282: HORTOFRUTICULTURA EM
AGRICULTURA BIOLÓGICA
Chefe do projecto: Jorge Ferreira (Agrobio)
AUTORES:
Equipa da Actividade: PREPARAÇÃO DE COMPOSTOS
PARA AGRICULTURA BIOLÓGICA
Coordenador da Actividade: Mário Reis (UALG)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve:
Maria Mendes Fernandes
Armindo José Gonçalves Rosa
Paulo Miguel Gomes Oliveira
Artur Rodrigues
Universidade do Algarve – Faculdade de Engenharia de
Recurso Naturais:
Mário Manuel Ferreira dos Reis
João Manuel Carrasco de Brito
Lídia Adelina Pó Catalão Dionísio
Carlos Guerrero
Luísa Coelho
Impressão e acabamento
Depósito Legal
ISBN
PREPARAÇÃO DE COMPOSTOS PARA
AGRICULTURA BIOLÓGICA
Índice
1. RESUMO DOS TRABALHOS.........................................................1
2. INTRODUÇÃO................................................................................2
2.1 TÉCNICA DA COMPOSTAGEM .....................................................2
2.2 UTILIZAÇÃO DOS COMPOSTOS ...................................................3
3. COMPOSTAGENS REALIZADAS DURANTE O PROJECTO.......4
3.1 COMPOSTAGEM DE MISTURA DE RESÍDUOS VEGETAIS, PALHA DE
TRIGO E BAGAÇO DE AZEITONA ...............................................................4
3.1.1 Condições da compostagem .............................................4
3.1.2 Resultados .........................................................................6
3.1.3 Conclusões ........................................................................8
3.2 COMPOSTAGEM DE BAGAÇO DE AZEITONA E RESÍDUOS
HORTÍCOLAS, EM PILHA VENTILADA E EM PILHA REVIRADA ......................11
3.2.1 Condições da compostagem ...........................................11
3.2.2 Resultados .......................................................................13
3.2.3 Conclusões ......................................................................16
3.3 COMPOSTAGEM DE LARANJAS DE REFUGO, BAGAÇO DE AZEITONA
E APARAS DE RELVA, EM PILHA VENTILADA E EM PILHA REVIRADA ...........17
3.3.1 Condições da compostagem ...........................................18
3.3.2 Resultados .......................................................................18
3.3.3 Conclusões ......................................................................25
4. CONCLUSÕES GERAIS ..............................................................27
5. REFERÊNCIAS.............................................................................29
6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA....................................................29
1
1. Resumo dos trabalhos
Durante o Projecto Agro 282 testou-se a
compostagem de diferentes misturas de materiais de
origem agrícola e agro industrial: resíduos hortícolas, palha
de trigo, aparas de relva, laranjas de refugo e bagaço de
azeitona. Procurou-se utilizar materiais de ocorrência vulgar
na região, e por isso mais acessíveis aos agricultores, que
contudo são comuns noutras regiões do país.
A compostagem realizou-se em pilhas com
reviramento mecânico e em pilhas com arejamento forçado.
Para a preparação das pilhas empregaram-se
equipamentos habituais em muitas explorações agrícolas.
A moenda dos materiais mais grosseiros efectuou-se com
um corta-forragem para milho, fixo, no qual se iam
introduzindo os materiais a compostar, nas proporções
adequadas. O reviramento realizou-se com um tractor
agrícola com pá carregadora frontal. Numa das
compostagens foi necessário uma trituração adicional do
material em compostagem, para o que se usou um
cultivador rotativo. O humedecimento do material durante a
compostagem efectuou-se microaspersores, e com
mangueira com ralo durante os reviramentos. A
compostagem foi monitorizada, controlando-se a
temperatura e algumas variáveis físico-químicas. Os
compostos foram caracterizados no final do período de
compostagem, isto é, após estabilização da sua
temperatura.
2
2. Introdução
2.1 Técnica da compostagem
A compostagem é uma técnica antiga, pela qual
resíduos de origem vegetal e por vezes animal, são
transformados num produto rico em húmus, designado
compostado ou composto, através de um processo
controlado, aérobio e exotérmico.
Relativamente ao material inicial, o composto
apresenta um menor volume, uma cor mais escura e um
odor agradável. Os compostos têm elevado interesse para
o aumento da fertilidade dos solos, pelas melhorias que
induzem a nível químico, físico e biológico.
Assim, a compostagem permite reciclar materiais
frequentemente desperdiçados e obter produtos novos de
elevado valor agrícola. Numa perspectiva de
sustentabilidade dos sistemas de exploração da terra,
justifica-se cada vez mais a aplicação desta tecnologia, não
apenas a produtos de origem agrícola, agro-industrial e
florestal, mas também a outros materiais resultantes da
actividade humana, muitas vezes em processos de co-
compostagem com os resíduos vegetais.
Um dos métodos mais frequentes de compostagem,
pelo baixo custo e simplicidade de meios envolvidos, é a
compostagem em pilha estática com reviramento, manual
ou mecânico. O controlo destes métodos baseia-se na
manutenção das adequadas condições de vida para os
principais intervenientes no processo: os microorganismos,
nomeadamente bactérias, fungos e actinomicetas. Na
maioria dos casos, com misturas equilibradas de resíduos
vegetais, é suficiente garantir o suficiente arejamento do
meio e a humidade no material. Por vezes, um ajuste do pH
inicial, da relação carbono/ azoto ou de outros nutrientes
pode também ser interessante para favorecer o desenrolar
da compostagem.
3
2.2 Utilização dos compostos
Os compostos são importantes para a fertilidade do
solo pois, entre outros aspectos, contribuem para o
aumento do teor de matéria orgânica do solo e de
elementos nutritivos. Além disso, aplicação de composto
melhora a estrutura do solo, o que aumenta a infiltração de
água e reduz a erosão superficial. Ao mesmo tempo, a
presença de composto aumenta a capacidade de retenção
de água no solo, o seu arejamento e facilita sua
mobilização. Os compostos aumentam a actividade
microbiana no solo o que melhora a sua fertilidade e,
permite o desenvolvimento de mecanismos de controlo
biológico de algumas doenças do solo.
A aplicação de compostos ao solo é hoje uma das
técnicas mais importantes de fertilização (Ferreira et al.,
1998, Stoffella e Kahn, 2000), sendo fundamental na
agricultura realizada segundo o modo de produção
biológico. A qualidade do composto é um aspecto decisivo,
e é condicionada pela natureza dos materiais utilizados e
pelas condições de realização da compostagem (Bertoldi et
al., 1987).
Quando o composto se destina à agricultura podem,
por vezes, surgir problemas na escolha dos materiais a
compostar devido á contaminação destes, por exemplo,
com alguns pesticidas ou metais pesados. Este facto
justifica a selecção dos materiais a compostar em função
do objectivo de utilização do composto.
4
3. Compostagens realizadas durante o Projecto
3.1 Compostagem de mistura de resíduos vegetais,
palha de trigo e bagaço de azeitona
3.1.1 Condições da compostagem
Empregaram-se resíduos de origem agrícola, obtidos
no Centro de Experimentação Hortofrutícola do Patacão da
DRAALG (Figura 1), designados por resíduos vegetais
(RV), com palha de trigo (PT) e com bagaço de azeitona
não extractado (BA). Os RV eram constituídos
fundamentalmente por restos de culturas, por espontâneas
resultantes da limpeza de terrenos de cultivo, por aparas de
relva e por resíduos da poda de árvores e arbustos da
DRAALG.
Prepararam-se duas misturas nas proporções
seguintes (em volume), designadas por:
• Composto A: constituída por resíduos vegetais e
palha de trigo (1RV:0,9PT)
• Composto B: constituída por resíduos vegetais e
bagaço de azeitona (1RV:0,2BA)
Com a realização destas misturas pretendeu-se, de
entre outros objectivos, melhorar a relação carbono/azoto
da mistura de materiais a compostar. Nas misturas
indicadas, a relação C/N inicial calculada foi de 20 para a
mistura A e de 24 para o composto B. Apesar de
relativamente baixa (20), não se procurou elevar o valor
teórico da relação C/N inicial da mistura A para um valor
tecnicamente mais adequado, para não aumentar o custo
de produção do composto, que seria causado pelo custo de
aquisição e transporte da palha de trigo.
Para preparar as pilhas de compostagem, os
materiais foram previamente moídos em conjunto, de
5
acordo com a relação volumétrica previamente
estabelecida. O tipo de materiais permitiu usar um corta-
forragem de milho para a sua trituração (Figura 2). Com a
mistura construíram-se duas pilhas, uma para o Composto
A (8,5 m de comprimento, 2,7 m de largura, e 1,7 m de
altura) e outra para o Composto B (8,5 m de comprimento,
2,7 m de largura, e 1,1 m de altura) (Figura 4). Em cada
pilha aplicou-se 75 kg de fosfato natural (Fertigafsa, ADP).
Durante a preparação das pilhas de material, elevou-
se a humidade dos materiais aplicando água com uma
mangueira com ralo muito fino, para molhar sem provocar
escorrência (Figura 3).
Durante a compostagem, a temperatura foi
determinada na zona central da pilha, em três pontos
segundo uma linha vertical: no centro (Centro), a meia
distância do centro ao pavimento (Inferior) e a meia
distância do centro à parte superior da pilha (Superior).
Durante a compostagem efectuaram-se dois volteios com a
pá frontal de um tractor agrícola. Nas pilhas, os materiais
foram regados com microaspersores instalados na sua
parte superior, sempre que, por observação visual,
apresentavam um baixo teor de humidade.
No início e no final da compostagem recolheram-se
amostras do material de cada pilha, a partir de amostras
parciais recolhidas aleatoriamente. Estas amostras foram
analisadas, determinando-se o teor de humidade (por
pesagem após secagem a 80 ºC durante 48 h); o teor de
matéria orgânica (por calcinação a 450 ºC durante 12 h); o
teor azoto Kjeldhal (por digestão a 350 ºC com H2SO4,
seguida de neutralização com NaOH 35%, destilação
(destilador Pro Nitro II) e titulação com HCl 0,1 M). Em
soluções obtidas por incineração por via seca determinou-
se: o fósforo total (por colorimetria a 375 nm (CADAS 100)),
e o potássio, o cálcio, o magnésio e o ferro (por
espectrofotometria de absorção atómica).
6
3.1.2 Resultados
A compostagem iniciou-se na última semana de
Junho de 2002. Durante a preparação das pilhas, as
misturas apresentaram uma humidade muito baixa devido
ao bagaço de azeitona se encontrar muito seco, exigindo a
aplicação de água durante a sua preparação. A
temperatura atingiu rapidamente entre 65ºC a 75ºC (Figura
6). Ao decrescer para valores entre 45ºC e 50ºC foi
efectuado o primeiro reviramento com a pá frontal do
tractor. O reviramento repetiu-se uma vez.
Compostagem de mistura de resíduos agrícolas e palha de
trigo (Composto A - 1RV:0,9PT)
A compostagem iniciou-se com 19,5m
3
de mistura,
que se reduziu a 4,9m
3
após cerca de 6 meses, obtendo-se
um rendimento de 25% em volume (Figura 5).
A relação C/N inicial determinada em laboratório
apresentou um valor (52) superior ao valor teórico
calculado previamente (20), mas que não comprometeu o
processo de compostagem (Tabela 1).
Tabela 1 – Propriedades das misturas de resíduos agrícolas
Fase Humidade
Matéria
orgânica
Azoto
(Kjeldahl)
Relação
C/N
Composto (%) (%) (%)
A (RV+PT)
1
Início 44,1 86,8 0,98 52
Final 50,2 30,9 1,20 14
B (RV+BA)
2
Início 19,1 51,6 1,07 27
Final 45,3 54,9 1,42 22
1
RV: resíduos hortícolas, PT: palha de trigo; 2
RV: resíduos hortícolas, BA: bagaço de
azeitona
No centro da pilha, a temperatura atingiu um valor
bastante elevado, 78,6 ºC, o que, apesar de não ser
desejável, não comprometeu o decurso da compostagem
(Figura 6). A elevação da temperatura deve ser controlada
7
oportunamente para maximizar a eficiência do processo, o
que nem sempre é fácil de conseguir. A temperatura no
centro da pilha manteve-se por várias semanas acima dos
60ºC, garantindo a higienização da maior parte do material.
Após cerca de 4 meses de compostagem a
temperatura foi estabilizando, isto é, aproximando-se da
temperatura do ar, apesar de existirem no material
adequadas condições de humidade e arejamento.
Nesta altura, que se considerou o final da
compostagem, a relação C/N desceu para 14. Os
nutrientes determinados apresentarem valores habituais
(Tabela 2).
Tabela 2 – Teor de alguns nutrientes nos compostos (%)
Composto Azoto Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Ferro
(Kjeldahl) (P2O5) (K2O) (Ca) (Mg) (Fe)
A
1
1,20 0,183 1,37 2,34 0,298 0,172
B
2
1,42 0,557 1,46 2,62 0,225 0,079
1
A: resíduos hortícolas + palha de trigo; 2
B: resíduos hortícolas + bagaço de azeitona
Compostagem de mistura de resíduos agrícolas e bagaço
de azeitona
(Composto B - 1RV:0,2BA)
A compostagem iniciou-se com 12,6 m
3
de mistura,
que se reduziu a 5,7 m3
após cerca de 6 meses de
compostagem, obtendo-se um rendimento de 45% em
volume (Figura 5).
A relação C/N inicial apresentou um valor óptimo, 27
(Tabela 1) próximo do calculado previamente para a
mistura de materiais (24). No final do processo a relação
C/N desceu apenas para 22.
No centro da pilha a temperatura atingiu também
valores bastante elevados (78,5 ºC) (Figura 6), mantendo-
se por várias semanas acima dos 60 ºC. Também nesta
8
compostagem se observou a estabilização da temperatura
cerca de 4 meses de compostagem.
Os nutrientes determinados apresentarem valores
habituais (Tabela 2).
3.1.3 Conclusões
As compostagens decorreram normalmente, com uma
fase termofílica suficiente, extensa mesmo, no caso da
mistura B. Esta situação deve-se provavelmente à
presença do bagaço de azeitona e ao seu conteúdo em
lípidos residuais da extracção do azeite (Reis, 1997). No
final da compostagem, a relação C/N atingiu valores
normais na mistura A, mas ligeiramente elevados na
mistura B, o que pode também ser justificado pela
presença dos caroços de azeitona de degradação difícil.
O composto A (RV+PT) apresentou um teor de
matéria orgânica muito baixo. Como as pilhas foram
construídas em sequência, apesar do cuidado em usar o
mesmo tipo resíduos na mistura, é possível que na
preparação da pilha com a mistura B, tivessem sido
empregues resíduos vegetais que incorporassem mais
terra, por exemplo, aderente à suas raízes ou devido ao
seu processo de recolha no campo.
Quanto à sua composição, destaca-se o teor de azoto
que variou entre 1,2% e 1,4% e a riqueza em cálcio, entre
2,3% e 2,6%.
9
A
B
27-Jun-
02
07-Jul-
02
18-Jul-
02
03-Out-
02
16-Jan-
03
0
5
10
15
20
m
3
Data
Variação do volume do material (A e B) durante a
compostagem
25%
45%
Composto
Figura 1 – Pilha de
resíduos, antes da
trituração com o
colhedor de milho
para forragem
Figura 2 – Colhedor de milho (entrada do
material e da zona de trituração)
Figura 3 – Humedecimento do material
para compostagem
Figura 4 – Aspecto de uma das pilhas preparadas
Figura 5 –
Variação do
volume das
pilhas
(A: resíduos
agrícolas +
palha de trigo;
B: resíduos
agrícolas + bag.
de azeitona)
10
Variaçãodatemperaturadurantea
compostagem(CompostoA)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
25-Jun
2-Jul
8-Jul
15-Jul
21-Jul
28-Jul
4-Ago
10-Ago
17-Ago
24-Ago
30-Ago
6-Set
12-Set
19-Set
26-Set
2-Out
9-Out
15-Out
22-Out
29-Out
4-Nov
11-Nov
17-Nov
24-Nov
1-Dez
7-Dez
14-Dez
20-Dez
27-Dez
3-Jan
Data
ºC
Centro
Superior
Inferior
Variaçãodatemperaturadurantea
compostagem(CompostoB)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
27-Jun
4-Jul
10-Jul
17-Jul
23-Jul
30-Jul
5-Ago
12-Ago
18-Ago
25-Ago
1-Set
7-Set
14-Set
20-Set
27-Set
3-Out
10-Out
16-Out
23-Out
29-Out
5-Nov
11-Nov
18-Nov
24-Nov
1-Dez
7-Dez
14-Dez
20-Dez
27-Dez
2-Jan
Data
ºC
Centro
Superior
Inferior
Figura6–Variaçãodatemperaturaduranteacompostagem,em
diferenteszonasdaspilhas(↓volteio)
11
3.2 Compostagem de bagaço de azeitona e resíduos
hortícolas, em pilha ventilada e em pilha revirada
3.2.1 Condições da compostagem
Compostou-se uma mistura de bagaço de azeitona
(BA) e resíduos agrícolas (RV), em pilha com ventilação
forçada (PV) e em pilha com reviramento mecanico (PR).
O bagaço de azeitona era proveniente da extracção
de azeite por método tradicional, em Messines, sendo
constituído essencialmente por caroços triturados e
resíduos de polpa. Os resíduos agrícolas foram obtidos nos
campos experimentais da DRAALG, e triturados num
colhedor de milho-forragem. Quando o material inicial
apresenta partículas demasiado grandes, a sua trituração
aumenta a superfície exposta à acção microbiana,
acelerando a decomposição, e melhora o aspecto final do
composto.
Em seguida, misturaram-se os materiais na proporção
de 1RV:0,25BA (v/v) e foi construída uma única pilha com
todo o material, que depois se separou, uma parte para
compostar com reviramento mecânico (com tractor com pá
frontal) (PR), outra com arejamento forçado (PV) e uma
pequena parte para a compostagem em caixa. Aplicou-se
fosfato natural, como anteriormente, 75 kg de fosfato
natural (Fertigafsa, ADP) em cada pilha e a quantidade
equivalente na caixa.
Para a construção da pilha com arejamento forçado
foi colocado um tubo de drenagem (DRENOPLAS, 100 mm
de diâmetro externo), com 15 m de comprimento, disposto
em três linhas na zona da base da futura pilha. Este tubo
permitia a injecção ou a extracção de ar através de um
ventilador centrífugo, de funcionamento controlado por
computador, em função da temperatura do material em
compostagem (ventilação quando a temperatura excedia
12
55ºC no centro da pilha de material).
A pilha com ventilação forçada mediu 1,20 m de
altura, 2,30 m de largura e 5,90 m de comprimento. A pilha
com reviramento mecânico mediu 1,10 m de altura, 2,30 m
de largura e 5,60 m de comprimento. Para compostar em
caixa utilizou-se uma caixa em PE, com ranhuras laterais,
com cerca de 700 L de capacidade, isolada térmicamente
com placas de poliestireno extrudido amovíveis de 2 cm de
espessura.
Após a constituição das pilhas, colocou-se sobre
estas um tecido em polipropileno para reduzir a perda de
água por evaporação, sem bloquear a circulação de ar.
Instalaram-se aspersores no cimo das pilhas, controlados
manualmente, para molhar o material sempre que a sua
humidade gravimétrica estivesse abaixo de 40 a 45 %.
Simultaneamente realizou-se a compostagem em
caixa de cerca de 700 L, com reviramento manual, para
comparação do processo de compostagem nestas
condições.
Das propriedades físico-químicas determinou-se o pH
em extracto aquoso (1:2) (Gabriels e Verdonck, 1991), a
condutividade eléctrica, no extracto aquoso para o pH,
após filtração por papel de filtro, e o teor de matéria seca
(Martinez, 1992). Determinou-se o teor em matéria
orgânica (Ramos et al. , 1987) e em matéria mineral, por
diferença para o peso seco total. Foram também
determinados os macronutrientes: azoto (total), fósforo,
magnésio e cálcio. O teor de azoto Kjeldhal (por digestão a
350 ºC com H2SO4, seguida de neutralização com NaOH
35%, destilação (destilador Pro Nitro II) e titulação com HCl
0,1 M. Em soluções obtidas por incineração por via seca
determinou-se: o fósforo total, por colorimetria a 375 nm
(CADAS 100), e o potássio, o cálcio e o magnésio (por
espectrofotometria de absorção atómica).
13
3.2.2 Resultados
Não foi possível registar em continuo a temperatura
nos materiais, mas aparentemente a temperatura evoluiu
de forma normal nas pilhas, com um largo período em fase
termofílica (Figura 7).
Evolução da temperatura na compostagemde resíduos agrícolas e bagaço de
azeitona
0
10
20
30
40
50
60
70
1-Jun-2003
1-Jul-2003
31-Jul-2003
30-A
go-2003
29-Set-2003
29-O
ut-2003
28-N
ov-2003
28-D
ez-2003
27-Jan-2004
26-Fev-2004
27-M
ar-2004
Data
TemperaturaºC
Pilha Revirada
Pilha Ventilada
Caixa
Figura 7 – Variação da temperatura durante a compostagem da
mistura de bagaço de azeitona e resíduos agrícolas, em pilhas
(revirada e ventilada) e em caixa.
Na caixa a compostagem também passou por uma
fase termofílica, mais curta, e posteriormente a temperatura
no centro da caixa manteve-se abaixo da temperatura no
centro das pilhas.
O teor de nutrientes nos diferentes compostos, como
era previsível, não apresentou grandes variações, excepto
no caso do azoto, com um valor mais elevado na caixa,
embora sem grande significado prático (Tabela 3).
Destaca-se nos compostos o elevado teor em cálcio.
Observaram-se ligeiras diferenças nas variáveis físico-
químicas determinadas nos compostos, excepto na CE,
bastante mais baixa no composto da caixa (Tabela 4). A
menor CE do composto da caixa pode ter ocorrido devido à
menor altura de material e por isso este ter sido mais
facilmente homogeneizado e “lavado”, resultando um
14
decréscimo de sais no meio.
Tabela 3 – Teor em nutrientes1
no inicio e no final da
compostagem de bagaço de azeitona e resíduos agrícolas
Comp.
2
Fase Azoto
(total, %)
Fósforo
(P2O5%)
Potássio
(K2O ppm)
Cálcio
(Ca %)
Magnésio
(Mg %)
Ferro
(%)
PV Início 1,42 0,79 93 7,28 0,85 -
Final 1,16
(1,31)
0,25
(0,24)
435
(408)
2,01
(1,86)
0,28
(0,26)
0,44
(0,61)
PR Início 1,21 1,72 78 5,50 0,70 -
Final 1,19
(1,17)
0,28
(0,22)
344
(325)
2,61
(1,93)
0,27
(0,25)
0,65
(0,65)
CX Início - - - - - -
Final 1,57 0,23 201 2,08 0,23 0,80
1
Por baixo de valor médio nas pilhas, indica-se entre parênteses o valor na
amostra de material apenas do centro das pilhas
2
Comp., material inicial e composto de: PV, pilha ventilada; PR, pilha revirada
e CX, caixa.
O composto final apresentou um pH médio entre 7,5 e
7,8 (Tabela 4), mas os compostos das pilhas apresentarem
uma CE relativamente elevada, entre 5,2 e 3,3,
respectivamente o composto da pilha ventilada e o da pilha
revirada.
Tabela 4 – Caracterização físico-química1
dos compostos de
bagaço de azeitona e resíduos agrícolas
2
Composto
2
pH CE
(dS m
-1
)
MS
(%)
MO
(%)
MM
(%)
PV 7,71 5,15 65,6 41,9 58,1
(7,85) (4,94) (48,8) (52,6) (47,4)
PR 7,66 3,25 52,2 38,5 61,5
(7,55) (3,01) (41,0) (52,2) (47,5)
CX 7,54 0,88 49,1 51,9 48,1
1
MS, matéria seca; MO, matéria orgânica; MM, matéria mineral
2
Comp., material inicial e composto de: PV, pilha ventilada; PR, pilha revirada
e CX, caixa. Por baixo do valor médio na pilha, indica-se entre parênteses o
valor na amostra de material apenas do centro das pilhas
Os compostos obtidos foram avaliados numa situação
15
bastante exigente, isto é, como substratos em viveiros de
plantas hortícolas. Para isso utilizou-se composto colhido
aleatoriamente nas pilhas e na caixa, e composto colhido
apenas das zonas centrais das pilhas.
Os compostos testados apresentaram propriedades
físicas normais neste tipo de materiais, nomeadamente um
elevado espaço poroso, cerca de 80% (Tabela 5). A
capacidade de arejamento (CA) foi maior no composto PV,
que apresentou no entanto uma capacidade de água
facilmente utilizável ligeiramente inferior ao PR. O
composto da Caixa apresentou um valor anormalmente
baixo da capacidade de arejamento, o que afecta a
expressão das outras variáveis. Este composto apresentou
mais partículas nas classes inferiores de granulometria e
menos partículas nas classes de maior dimensão (Tabela
5), o que contribui para justificar a menor capacidade de
arejamento calculada, embora o valor muito baixo de CA
obtido possa ter ficado a dever-se principalmente a
problema técnico na execução do método analítico.
Tabela 5 - Caracterização física dos compostos de bagaço de
azeitona e resíduos agrícolas1
Comp. dra
daph
b
daps
c
EPTd
CTRe
CAf
AFUg
ARh
ADUi
PV2
1,97 0,761 0,389 80,2 85,9 37,8 9,4 1,3 31,8
(1,85) (0,758) (0,347) (81,2) (80,5) (10,3) (16,6) (4,8) (49,5)
PR3
2,01 0,804 0,360 82,1 77,8 22,4 12,8 2,3 44,6
(1,85) (0,757) (0,339) (81,7) (77,3) (3,1) (14,3) (2,8) (61,4)
CX4
1,85 0,960 0,368 80,2 67,7 4,4 17,5 8,5 49,7
1
Valor médio do composto. Por baixo entre parênteses indica-se o valor na
amostra de composto apenas do centro das pilhas;
2
PV, pilha ventilada;
3
PR,
pilha revirada;
4
CX, caixa.
a
densidade real,
b
densidade aparente do material húmido,
c
densidade aparente
do material seco,
d
espaço poroso total,
e
contracção do volume,
f
capacidade de
arejamento,
g
água facilmente utilizável,
h
água de reserva e
i
água dificilmente
utilizável.
Nos compostos do centro das pilhas existia maior
percentagem de partículas finas (Tabela 6), o que justifica a
16
maior capacidade de retenção de água destes materiais.
Tabela 6 – Distribuição granulométrica nos compostos obtidos a
partir de bagaço de azeitona e resíduos agrícolas (% v/v)
Granulometria (mm) Pilha Ventilada Pilha Revirada Caixa
>1 mm 68,4
1
67,2 63,1
(59,5)
2
(69,6)
<1 mm 31,6 32,8 36,9
(40,5) (30,4)
Composto Tamanho das partículas
3
(mm)
<0,125 0,125-0,25 0,25-0,5 0,5-1 1-2 2-5 5-10 10-16 >16
PV
4
3,27 6,76 10,1 11,5 14,6 42,1 7,59 2,06 2,10
(2,38) (10,59) (14,1) (13,5) (14,7) (36,8) (5,11) (1,74) (1,15)
PR
5
2,79 6,49 10,3 13,3 16,8 40,2 7,04 2,47 0,71
(1,48) (3,78) (11,9) (13,3) (17,1) (40,4) (6,11) (1,65) (4,35)
CX
6
1,42 0,70 15,6 19,2 13,9 36,0 6,05 3,69 3,46
1
valor médio do composto;
2
valor no composto do centro da pilha.
3
Valor médio do composto. Por baixo entre parênteses indica-se o valor na
amostra de composto apenas do centro das pilhas
4
PV, pilha ventilada;
5
PR, pilha revirada;
6
CX, caixa.
3.2.3 Conclusões
Foi possível compostar em caixa de cerca de 700 L de
capacidade, obtendo-se um composto não muito diferente
do composto das pilhas apesar de, com menor volume de
material, a compostagem apresentar uma fase termofilica
mais curta e uma menor temperatura média.
Do ponto de vista físico, os compostos obtidos foram
semelhantes, nomeadamente no espaço poroso total. Os
compostos dos centros das pilhas e o composto da caixa
apresentaram uma distribuição granulométrica mais rica em
partículas menores, o que pode justificar a sua maior
capacidade de retenção de água, em detrimento da
respectiva capacidade de arejamento.
17
3.3 Compostagem de laranjas de refugo, bagaço de
azeitona e aparas de relva, em pilha ventilada e em
pilha revirada
A compostagem iniciou-se em 27 de Novembro de
2004, utilizando-se laranjas de refugo, bagaço de azeitona
e aparas de relva, na proporção em volume de 2:1:1.
Foram construídas duas pilhas de material para
compostagem, denominadas por pilha estática com
ventilação (PV) e pilha com reviramento mecânico (PR). As
pilhas foram preparadas como descrito na primeira
compostagem e foram cobertas com um tecido de
polipropileno (Figura 11).
No 1º dia de compostagem foram recolhidas amostras
para caracterização física e química, o que se repetiu
regularmente ao longo do processo. Das propriedades
físico-químicas determinou-se o pH em extracto aquoso
(1:2) (Gabriels e Verdonck, 1991), a condutividade
eléctrica, no extracto aquoso para o pH, após filtração por
papel de filtro e o teor de matéria seca (Martinez, 1992). A
nível químico determinou-se o teor em matéria orgânica
(Ramos et al., 1987) e a matéria mineral, por diferença para
o peso seco total. Foram também determinados alguns
macronutrientes: azoto total (método de Kjeldhal), fósforo
por colorimetria, o cálcio o potássio e o magnésio por
espectrofotometria de absorção atómica. Calculou-se a
relação C/N a partir do teor em matéria orgânica e do azoto
total.
Após 5 meses e após um ano de compostagem,
efectuaram-se ensaios de cultura, com duas espécies
hortícolas, com os compostos entretanto obtidos, para
avaliar a sua capacidade como substratos hortícolas de
viveiro em placas alveoladas.
Para verificar se os compostos apresentavam efeito
supressivo de doenças do solo, efectuaram-se ensaios, na
mesma altura, para avaliar o respectivo efeito supressivo
18
dos compostos relativamente a Rizoctonia solani Kühn. O
método usado (Nelson et al., 1983) baseia-se no cultivo de
pepino em substrato, inoculado e não inoculado com R.
solani, usando uma turfa com pH corrigido como substrato
de controlo. Após 7 dias de cultura em estufa avaliou-se a
infecção nas plantas, que se traduziu nos parâmetros: ds,
disease severity e di, disease incidence.
3.3.1 Condições da compostagem
Durante a compostagem foram efectuados 2
reviramentos na pilha revirada (21 de Janeiro e 28 de Abril
de 2005) e 1 reviramento na pilha ventilada (para
homogeneização da mistura, em 29 de Abril 2005). Este
reviramento em Abril foi acompanhado de um
fraccionamento mecânico do material, devido à elevada
resistência das laranjas à degradação. Para isso
empregou-se um cultivador mecânico montado num tractor
(
Figura 13). Adicionou-se água á mistura quando
necessário.
3.3.2 Resultados
Evolução da compostagem
A compostagem foi mais demorada que em processos
anteriores, com materiais semelhantes, embora nessas
misturas não tenha havido a inclusão do refugo de laranja.
O volume de composto obtido foi inferior a 50% do volume
19
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
Início 1º Volteio 2º Volteio Final
tempo
m3
Ventilada
Revirada
inicial (Figura 8).
Ambas as misturas compostadas mantiveram um pH
muito baixo durante um largo período, com um aumento
progressivo, mas que só atingiu valores na zona de pH
neutro depois de cerca de 4 meses de compostagem
(Figura 10). Durante este período, a temperatura quase não
atingiu o nível termofílico (Figura 9).
Figura 8 - Evolução
do volume nas
pilhas durante a
compostagem
Temperatura
10
20
30
40
50
60
70
26-Nov
09-Dez
22-Dez
04-Jan
17-Jan
31-Jan
13-Fev
26-Fev
10-Mar
23-Mar
05-Abr
18-Abr
01-Mai
14-Mai
27-Mai
09-Jun
22-Jun
05-Jul
18-Jul
31-Jul
13-Ago
26-Ago
08-Set
21-Set
04-Out
17-Out
30-Out
12-Nov
25-Nov
(ºC)
PV lateral PV central PR lateral PR central
Figura 9 - Temperatura registada durante a compostagem nas
pilhas ventilada (PV) e revirada (PR), em sondas colocadas no
centro (central) e lateralmente (lateral) (↓ reviramento, ⇓
reviramento com fraccionamento)
Após o volteio para homogeneização, a temperatura
voltou a subir, mais que anteriormente (Figura 9), subindo
nesta altura também o valor de pH, o que sugere um efeito
muito positivo da trituração do material, sobretudo das
20
laranjas.
No final do período de compostagem (de acordo com
a variação da temperatura) a condutividade eléctrica
desceu para menos de 0,5 dS m
-1
, factor positivo para
utilização do composto. O teor de matéria orgânica
apresentou-se elevado e o teor de azoto total alcançou 2%.
A relação C/N ficou um pouco acima dos valores
tradicionalmente indicados como típicos de compostos
estabilizados, mas é necessário considerar que uma parte
do carbono estimado para o calculo daquela relação,
corresponde ao contido nos caroços de azeitona, que
constituem uma fonte de carbono dificilmente disponível.
3
4
5
6
7
8
9
D
ia
1
D
ia
6
D
ia
20
D
ia
34
D
ia
49
D
ia
56
D
ia
71
D
ia
85
D
ia
98
D
ia
123
D
ia
151
D
ia
171
D
ia
199
D
ia
227
D
ia
270
D
ia
312
D
ia
354
Ventilada Revirada
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
D
ia
1
D
ia
6
D
ia
20
D
ia
34
D
ia
49
D
ia
56
D
ia
71
D
ia
85
D
ia
98D
ia
123D
ia
151D
ia
171D
ia
199D
ia
227D
ia
270D
ia
312D
ia
354
Ventilada Revirada
80
82
84
86
88
90
92
94
96
98
100
D
ia
1
D
ia
13
D
ia
27
D
ia
41
D
ia
51
D
ia
63
D
ia
77
D
ia
91D
ia
108D
ia
136D
ia
152D
ia
185D
ia
213D
ia
250D
ia
291D
ia
333D
ia
375
%
Ventilada Revirada
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
D
ia
1
D
ia
13
D
ia
27
D
ia
41
D
ia
51
D
ia
63
D
ia
77
D
ia
91
D
ia
108
D
ia
136
D
ia
152
D
ia
185
D
ia
213
D
ia
250
D
ia
291
D
ia
333
D
ia
375
(%)
Ventilada
Revirada
10
20
30
40
50
60
70
D
ia
1
D
ia
13
D
ia
27
D
ia
41
D
ia
51
D
ia
63
D
ia
77
D
ia
91
D
ia
108
D
ia
136
D
ia
152
D
ia
185
D
ia
213
D
ia
250
D
ia
291
D
ia
333
D
ia
375
Ventilada
Revirada
30
35
40
45
50
55
60
65
70
D
ia
6
D
ia
20
D
ia
34
D
ia
49
D
ia
56
D
ia
71
D
ia
85
D
ia
98
D
ia
123
D
ia
151
D
ia
171
D
ia
199
D
ia
227
D
ia
270
D
ia
312
D
ia
354
%
Ventilada Revirada
CE
(dS m
-1
)
Matéria orgânica
Matéria
seca
Azoto
(Kjeldhal)
C/N
pH
Figura 10 - Evolução de propriedades físico-químicas durante a
compostagem de laranjas de refugo, bagaço de azeitona e
aparas de relva (2:1:1 v/v), em pilha ventilada e pilha revirada.
21
Figura 11 - Pilha preparada para compostagem (à esquerda:
tubo de ventilação forçada, à direita: cobertura com tecido)
Figura 12 –
Ventilador
Figura 13 –
Fraccionamento do
material (durante o 2º
reviramento)
22
Caracterização dos compostos
A mistura de resíduos apresentou um teor inicial de
azoto de cerca 1,2% e era particularmente rica em cálcio
(Tabela 7).
Tabela 7 - Elementos nutritivos durante a compostagem
Idade
(dias)
Azoto
(total
1
%)
Fósforo
4
(P2O5 ppm)
Magnésio
3
(Mg %)
Cálcio
(Ca %)
Potássio
(K2O ppm)
PV 0 1,15 158 0,85 7,28
2
93,0
2
151 1,37 565 - 3,13
3
< 250
3
375 2,00 1294 - 4,16
3
< 250
3
PR 0 1,21 152 0,77 5,50
2
77,8
2
154 1,52 565 - 2,33
3
< 250
3
375 2,19 992 - 4,20
3
< 250
3
1
Kjeldhal,
2
absorção atómica,
3
espectrofotometria de absorção atómica,
4
colorimetria
Entre os 5 e os 12 meses de idade, registou-se uma
pequena variação da granulometria dos compostos (Tabela
8), que se traduziu numa redução do espaço poroso total
com redução da capacidade de arejamento e aumento da
capacidade de retenção de água (Tabela 9).
Tabela 8 - Granulometria dos compostos obtidos a partir de
refugo de laranja, bagaço de azeitona e aparas de relva (% p/p)
Pilha Ventilada Pilha ReviradaGranulometria
(mm) 151 dias 375 dias 151 das 375 dias
>1mm 85,7 83,7 82,3 81,9
<1mm 13,3 16,3 17,7 18,1
idade Tamanho das partículas (mm)
Pilha (dias) <0,125 0,125-0,25 0,25–0,5 0,5–1 1–2 2–5 5–10 10–16 >16
V 151 1,11 1,40 3,78 7,97 12,7 45,5 10,3 8,23 8,99
375 1,33 1,25 4,58 9,13 13,6 50,2 12,1 5,85 2,01
R 154 1,10 1,96 5,15 9,45 14,7 48,2 7,2 4,87 7,37
375 1,62 2,23 4,85 9,44 14,8 51,5 7,4 4,72 3,55
23
Tabela 9 - Caracterização física do substrato comercial (SC) e
dos compostos das pilhas ventilada (PV) e revirada (PR)
Pilha Idade
(dias)
dr daph daps ETP
(%v/v)
CTR
(%v/v)
CA
(%v/v)
AFU
(%v/v)
AR
(%v/v)
ADU
(%v/v)
151 1,54 0,536 0,217 95,9 29,6 29,5 27,4 2,00 27,0PV
375 1,58 0,655 0,274 82,7 34,3 12,4 31,0 4,08 35,3
154 1,50 0,504 0,226 84,9 26,3 18,8 29,5 2,26 34,5PR
375 1,58 0,650 0,255 83,9 34,0 15,3 32,1 3,81 32,7
SC 1,51 0,738 0,122 91,9 51,4 21,2 30,0 2,8 40,0
Valor agronómico dos compostos
Avaliou-se o comportamento dos compostos como
substratos em viveiros em placas alveoladas após cerca de
150 e 375 dias de compostagem, relativamente a um
substrato comercial específico (Exclusive, Brill).
Nos compostos com cerca de 150 dias as plantas
apresentaram um comportamento muito inferior ao do
substrato comercial (Tabela 10), apesar das propriedades
físicas relativamente semelhantes do composto PV às do
substrato comercial (Tabela 9).
Tabela 10 - Valores médios das variáveis medidas no final do
viveiro com composto com cerca de 150 dias
Diâmetr
o (mm)
Altura
(cm)
Nº
folhas
Peso
fresco p.
aérea
(g)
Peso
seco p.
aérea
(g)
Matéria
seca
%
Relação
diâmetro
/altura
Melão
SCa
4,09a 19,9a 3,83a 5,54a 0,56a 9,99ab 21,9b
PVb
3,51b 6,54b 3,89a 2,47b 0,24b 9,79b 63,8a
PRc
3,27c 5,02b 3,28b 2,03b 0,22b 10,8a 66,6a
Tomate
SC 3,47a 19,0a 5,11a 3,80a 0,46a 12,0a 18,3c
PV 2,49b 8,38b 3,83b 1,00b 0,10b 10,3b 30,5b
PR 2,10c 5,54c 2,78c 0,41c 0,04c 9,77b 38,0a
a
Substrato comercial (Exclusive, Brill), b
composto da pilha ventilada, c
composto da pilha
revirada, d
separação de médias pelo Teste de Duncan (em cada espécie, na mesma
coluna os valores seguidos da mesma letra não são estatisticamente diferentes para p ≤
0,05)
Registou-se uma diferença entre os compostos
durante o viveiro, apresentando as plantas no composto da
pilha ventilada (PV) um crescimento superior às da pilha
24
revirada (PR), de forma mais evidente no viveiro de tomate.
A falta de estabilidade dos compostos, pode ter sido
uma causa do seu inferior comportamento como substratos
em viveiro, encontrando-se o composto PV aparentemente
mais estabilizado (menos fitotóxico), uma vez que as
propriedades físicas não são substancialmente diferentes
(Tabela 8 e Tabela 9).
Após 375 dias de compostagem, repetiu-se o teste
dos compostos como substratos de viveiro. Novamente, o
substrato comercial (SC) apresentou melhor
comportamento (Tabela 11) mas, ao contrário do ensaio
com composto com 150 dias, o composto da pilha revirada
(PR) apresentou agora um comportamento igual ou
superior ao composto da pilha ventilada (PV), também na
cultura de tomate como anteriormente (Tabela 11).
Tabela 11 - Valores médios das variáveis medidas no final do
viveiro com composto com aproximadamente 375 dias
Diâmetro
(mm)
Altura
(cm)
Nº
folhas
Peso
fresco p.
aérea (g)
P. seco
p.aérea
(g)
Matéria
seca
%
diâmetro
/altura
Melão
SCa
2,91b 10,1a 5,06a 1,67a 0,17a 10,0a 28,9c
PVb
3,27a 8,18c 3,50b 1,16b 0,08b 6,82b 40,4a
PRc
3,23a 9,11b 3,67b 1,32b 0,09b 6,98b 35,8b
Tomate
SC 3,70a 11,6a 3,89b 1,80a 0,14a 7,67c 32,0c
PV 2,10c 4,62c 3,44c 0,41c 0,04c 9,24b 45,9a
PR 2,61b 6,50b 4,44a 0,77b 0,08b 10,8a 40,3b
a
Substrato comercial (Exclusive, Brill), b
Composto da pilha ventilada, c
composto da pilha
revirada, d
separação de médias pelo Teste de Duncan (por espécie, na mesma coluna os
valores seguidos da mesma letra não são estatisticamente diferentes para p≤0,05)
Para avaliar eventuais diferenças de maturidade
calculou-se o índice de germinação dos compostos, o qual
foi superior no composto da pilha revirada (99,2 versus
93,4).
Neste viveiro, as plantas foram avaliadas não só
quando as mais desenvolvidas atingiram o tamanho
comercial (duração normal do ensaio), o que demorou 44
25
dias, mas também quando as plantas remanescentes
atingiram a altura média das plantas da 1ª avaliação. Para
isso mantiveram-se as plantas em viveiro e realizou-se uma
2ª amostragem e avaliação.
Este período alargado de viveiro foi de 55 (melão) e
69 dias (tomate) para o composto PV e de apenas 50
(melão) e 63 dias (tomate) para o composto PR. Assim, o
tempo necessário para as plantas nos compostos atingirem
a altura média das plantas no substrato comercial foi, em
média, de mais 18 dias para o PV e mais 7,5 dias para o
PR.
Tabela 12 - Número de dias necessários para as plantas
atingirem o tamanho (altura) adequado para a plantação
Substrato
comercial
Pilha Ventilada Pilha Revirada
Melão 44 55 +11 dias (20%) 50 + 6 dias (14%)
Tomate 44 69 + 25 dias (57%) 63 + 19 dias (43%)
Avaliação da capacidade supressiva dos compostos
Na mesma altura da avaliação agronómica dos
compostos, isto é aos 150 dias e 375 dias de
compostagem, avaliou-se também a capacidade supressiva
dos compostos. Com ambas as idades, os compostos
apresentaram capacidade supressiva, que foi bastante
elevada no composto com 150 dias (Tabela 13) e menor no
de 375 dias.
3.3.3 Conclusões
Para preparar composto com laranjas é importante
assegurar uma adequada trituração inicial do material, para
que haja uma rápida subida do pH e o processo decorra
mais rapidamente.
O composto apresentou um teor de azoto (Kjeldhal)
de cerca de 2% e uma baixa CE, o que aumenta o leque
26
das suas possibilidades de aplicação.
Tabela 13 - Resultados do bioensaio com os compostos1
Tratamento Idade do composto:
150 dias
% G ds di
Turfa (controlo) não inoculada 1,00 a 1,00 b 0,000 c
inoculada 0,96 b 2,33a 0,729 a
Composto PV não inoculada 1,00 a 1,00 b 0,000 c
inoculado 1,00 a 1,06 b 0,049 b
Composto PR não inoculada 1,00 a 1,00 b 0,000 c
inoculado 1,00 a 1,08 b 0,076 b
Idade do composto:
375 dias
Turfa (controlo) não inoculada 0,987 a 1,00 c 0,000 c
inoculada 0,653 b 3,81 a 0,948 a
Composto PV não inoculada 0,704 b 1,00 c 0,000 c
inoculado 0,533 b 2,77 b 0,532 b
Composto PR não inoculada 0,723 b 1,00 c 0,000 c
inoculado 0,557 b 2,82 b 0,521 b
1
Os valores das médias de %G (percentagem de germinação), ds (disease
severity)e di (disease incidence) seguidos da mesma letra não são
estatisticamente diferentes para p ≥ 0,05 segundo o teste de Duncan.
Usados estremes como substratos, o
comportamento dos compostos foi inferior ao de uma
mistura comercial específica, sobretudo quando mais
jovens (150 dias). Nos compostos mais estabilizados, 350
dias, o composto da pilha revirada apresentou melhor
comportamento, sugerindo a vantagem do reviramento na
homogeneização e estabilização do composto.
O pior comportamento como substratos de viveiro
dos compostos mais jovens pode estar associado a uma
insuficiente estabilidade nesta fase. Deve por isso, para
esta forma de utilização tão exigente, usar-se materiais
bem estabilizados. Esta condição pode ser contraditória
com o aproveitamento da sua capacidade supressiva pois
se observou uma maior capacidade aos 150 dias do que
aos 350 dias.
A capacidade supressiva manifestada deve ser
testada em cultura, quer como substrato quer no solo, pois
pode ser uma importante mais-valia do composto.
27
4. Conclusões gerais
A compostagem de resíduos agrícolas e de outras
origens, nomeadamente resultantes de actividades agro-
industriais e florestais, permitiu reduzir o volume de
resíduos e reciclá-los na preparação de compostos com
aptidão para uso agrícola.
Método de compostagem
• A compostagem em pilhas mostrou ser um método
simples, que se pode realizar com maquinaria vulgar e
que não exige especial acompanhamento técnico
• É muito importante a adequada preparação do material,
nomeadamente a trituração e a mistura de materiais
para garantir o desenvolvimento rápido e homogéneo do
processo.
• Posteriormente, a manutenção da humidade e do
arejamento, aliado ao seguimento da temperatura
permitem um controlo satisfatório do processo.
• O arejamento forçado não conduziu, neste caso, a uma
alteração sensível das propriedades dos compostos ou
da duração da compostagem. A combinação de
arejamento forçado com reviramento mecânico, com
alguns tipos de resíduos, poderá ter interesse para
acelerar a compostagem.
• O volume de material é importante por afectar a
intensidade de troca de calor com o ambiente e assim
condicionar o aumento da temperatura no material em
compostagem. Por isso, quando se usam volumes
reduzidos de material, inferiores normalmente a 1m
3
,
sem qualquer isolamento térmico, embora a
compostagem possa ocorrer, é mais difícil obter uma
fase termofílica muito extensa, embora a que ocorre
possa ser suficiente.
28
Valor agronómico dos compostos
• Os compostos obtidos apresentaram características
gerais adequadas á sua utilização em agricultura.
• Como substratos (em viveiro de placas alveoladas, com
tomate e de melão), o seu comportamento foi inferior ao
do substrato comercial testado. Os compostos levaram a
um aumento do período de viveiro. Este facto pode ter
sido devido a falta de maturidade ou a um menor ajuste
entre as propriedades físicas dos compostos e as
condições ambientais em que decorreram os viveiros.
Contudo, a adequação da tecnologia, nomeadamente
rega, fertilização e tipo de contentor, podem alterar esta
situação e conseguirem-se obter bons resultados com os
compostos. Acresce que, a utilização como substrato é
das mais exigentes quanto às propriedades dos
compostos e o emprego em viveiros exige características
muito específicas.
• Os compostos testados apresentaram capacidade
supressiva para Rizoctonia solani Kühn, o que constitui
uma mais-valia importante, pelo reforço da protecção
contra esta doença que se pode obter pelo uso destes
compostos, como constituintes de substratos de cultivo ou
incorporados no solo.
29
5. Referências
Gabriels, R. e Verdonck O. 1991. Physical and chemical
characterization of plant substrates: towards a European
standardization. Acta Horticulturae 294:249-259.
Martinez, F.X. 1992. Propuesta de metodologia para la determinacion
de las propriedades fisicas de los sustratos. Actas de las I Jornadas
de Sustratos de la SECH 294:55-65.
Nelson, E.B., Kuter, G.A. e Hoitink H.A.J. 1983. Effects of fungal
antagonists and compost on suppression of Rizoctonia damping-off
in container amended with composted hardwood bark.
Phytophatology 73.1457-1462.
Ramos, J. C. M., Vilaseca J.S. e A. C. Ramon. 1987. Control analític de
la qualitat del compost i estudi de la seva maduració. In:
Experiències amb el compost. Servei del Medi Ambient, Diputació de
Barcelona (eds). Estudis I monografies 12. p. 31-69.
Reis, M. 1997. Compostagem e caracterização de resíduos vegetais
para utilização como substratos hortícolas. Tese de doutoramento.
Universidade do Algarve. Faro.
6. Bibliografia consultada
Bertoldi, M. de et al. 1987. Compost: Production, Quality and Use. Elsevier
Applied Science Publishers Ltd. Essex, Reino Unido.
Chen Y. e Avmimelech, Y. 1986. The role of organic matter in modern
agriculture. Chen Y. e Avmimelech, Y. (ed.). Martinus Nijhoff.
Dordrecht, Holanda.
Gray, K.R., Sherman, K. e Biddlestone, A.J. 1971. A review of composting,
Part 1 - Process Biochemistry (Junho), 32-36.
Gray, K.R., Sherman, K. e Biddlestone, A.J. 1971. A review of composting,
Part 2 - The practical process. Process Biochemistry (Outubro), 22-28.
Gray, K.R., A.J. Biddlestone e Clark, R. 1973. A review of composting,
Part 3 - Processes and products. Process Biochemistry (Outubro), 11-
15.
Hoitink, H.A.J. e Keener H.M. 1993.Science and Engineering of
Composting: Design, Environmental, Microbiological and Utilization
Aspects. Renaissance Publications. Worthington, EUA.
Stoffella, P.J. e Kahn B.A. 2000. Compost Utilization in Horticultural
Cropping Systems. Stoffella, PJ. e Kahn B.A. (ed.). Lewis Publishers,
Boca Raton, EUA.

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Preparação de compostos a partir de resíduos agrícolas

  • 1. Programa AGRO nº 282 - PREPARAÇÃO DE COMPOSTOS PARA AGRICULTURA BIOLÓGICA Medida 8 – Desenvolvimento Tecnológico e Demonstração 8.1 – Desenvolvimento Experimental e Demonstração Actividade Experimental desenvolvida no Algarve 1PREPARAÇÃODECOMPOSTOS PARAAGRICULTURABIOLÓGICA
  • 2. 2 PROGRAMA AGRO MEDIDA 8 – DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E DEMONSTRAÇÃO ACÇÃO 8.1 – DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL E DEMONSTRAÇÃO (DE&D) PROJECTO Nº 282 PREPARAÇÃODE COMPOSTOSPARA AGRICULTURABIOLÓGICA
  • 3. Projecto Agro 282: HORTOFRUTICULTURA EM AGRICULTURA BIOLÓGICA Chefe do projecto: Jorge Ferreira (Agrobio) AUTORES: Equipa da Actividade: PREPARAÇÃO DE COMPOSTOS PARA AGRICULTURA BIOLÓGICA Coordenador da Actividade: Mário Reis (UALG) Direcção Regional de Agricultura do Algarve: Maria Mendes Fernandes Armindo José Gonçalves Rosa Paulo Miguel Gomes Oliveira Artur Rodrigues Universidade do Algarve – Faculdade de Engenharia de Recurso Naturais: Mário Manuel Ferreira dos Reis João Manuel Carrasco de Brito Lídia Adelina Pó Catalão Dionísio Carlos Guerrero Luísa Coelho Impressão e acabamento Depósito Legal ISBN
  • 4. PREPARAÇÃO DE COMPOSTOS PARA AGRICULTURA BIOLÓGICA Índice 1. RESUMO DOS TRABALHOS.........................................................1 2. INTRODUÇÃO................................................................................2 2.1 TÉCNICA DA COMPOSTAGEM .....................................................2 2.2 UTILIZAÇÃO DOS COMPOSTOS ...................................................3 3. COMPOSTAGENS REALIZADAS DURANTE O PROJECTO.......4 3.1 COMPOSTAGEM DE MISTURA DE RESÍDUOS VEGETAIS, PALHA DE TRIGO E BAGAÇO DE AZEITONA ...............................................................4 3.1.1 Condições da compostagem .............................................4 3.1.2 Resultados .........................................................................6 3.1.3 Conclusões ........................................................................8 3.2 COMPOSTAGEM DE BAGAÇO DE AZEITONA E RESÍDUOS HORTÍCOLAS, EM PILHA VENTILADA E EM PILHA REVIRADA ......................11 3.2.1 Condições da compostagem ...........................................11 3.2.2 Resultados .......................................................................13 3.2.3 Conclusões ......................................................................16 3.3 COMPOSTAGEM DE LARANJAS DE REFUGO, BAGAÇO DE AZEITONA E APARAS DE RELVA, EM PILHA VENTILADA E EM PILHA REVIRADA ...........17 3.3.1 Condições da compostagem ...........................................18 3.3.2 Resultados .......................................................................18 3.3.3 Conclusões ......................................................................25 4. CONCLUSÕES GERAIS ..............................................................27 5. REFERÊNCIAS.............................................................................29 6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA....................................................29
  • 5. 1 1. Resumo dos trabalhos Durante o Projecto Agro 282 testou-se a compostagem de diferentes misturas de materiais de origem agrícola e agro industrial: resíduos hortícolas, palha de trigo, aparas de relva, laranjas de refugo e bagaço de azeitona. Procurou-se utilizar materiais de ocorrência vulgar na região, e por isso mais acessíveis aos agricultores, que contudo são comuns noutras regiões do país. A compostagem realizou-se em pilhas com reviramento mecânico e em pilhas com arejamento forçado. Para a preparação das pilhas empregaram-se equipamentos habituais em muitas explorações agrícolas. A moenda dos materiais mais grosseiros efectuou-se com um corta-forragem para milho, fixo, no qual se iam introduzindo os materiais a compostar, nas proporções adequadas. O reviramento realizou-se com um tractor agrícola com pá carregadora frontal. Numa das compostagens foi necessário uma trituração adicional do material em compostagem, para o que se usou um cultivador rotativo. O humedecimento do material durante a compostagem efectuou-se microaspersores, e com mangueira com ralo durante os reviramentos. A compostagem foi monitorizada, controlando-se a temperatura e algumas variáveis físico-químicas. Os compostos foram caracterizados no final do período de compostagem, isto é, após estabilização da sua temperatura.
  • 6. 2 2. Introdução 2.1 Técnica da compostagem A compostagem é uma técnica antiga, pela qual resíduos de origem vegetal e por vezes animal, são transformados num produto rico em húmus, designado compostado ou composto, através de um processo controlado, aérobio e exotérmico. Relativamente ao material inicial, o composto apresenta um menor volume, uma cor mais escura e um odor agradável. Os compostos têm elevado interesse para o aumento da fertilidade dos solos, pelas melhorias que induzem a nível químico, físico e biológico. Assim, a compostagem permite reciclar materiais frequentemente desperdiçados e obter produtos novos de elevado valor agrícola. Numa perspectiva de sustentabilidade dos sistemas de exploração da terra, justifica-se cada vez mais a aplicação desta tecnologia, não apenas a produtos de origem agrícola, agro-industrial e florestal, mas também a outros materiais resultantes da actividade humana, muitas vezes em processos de co- compostagem com os resíduos vegetais. Um dos métodos mais frequentes de compostagem, pelo baixo custo e simplicidade de meios envolvidos, é a compostagem em pilha estática com reviramento, manual ou mecânico. O controlo destes métodos baseia-se na manutenção das adequadas condições de vida para os principais intervenientes no processo: os microorganismos, nomeadamente bactérias, fungos e actinomicetas. Na maioria dos casos, com misturas equilibradas de resíduos vegetais, é suficiente garantir o suficiente arejamento do meio e a humidade no material. Por vezes, um ajuste do pH inicial, da relação carbono/ azoto ou de outros nutrientes pode também ser interessante para favorecer o desenrolar da compostagem.
  • 7. 3 2.2 Utilização dos compostos Os compostos são importantes para a fertilidade do solo pois, entre outros aspectos, contribuem para o aumento do teor de matéria orgânica do solo e de elementos nutritivos. Além disso, aplicação de composto melhora a estrutura do solo, o que aumenta a infiltração de água e reduz a erosão superficial. Ao mesmo tempo, a presença de composto aumenta a capacidade de retenção de água no solo, o seu arejamento e facilita sua mobilização. Os compostos aumentam a actividade microbiana no solo o que melhora a sua fertilidade e, permite o desenvolvimento de mecanismos de controlo biológico de algumas doenças do solo. A aplicação de compostos ao solo é hoje uma das técnicas mais importantes de fertilização (Ferreira et al., 1998, Stoffella e Kahn, 2000), sendo fundamental na agricultura realizada segundo o modo de produção biológico. A qualidade do composto é um aspecto decisivo, e é condicionada pela natureza dos materiais utilizados e pelas condições de realização da compostagem (Bertoldi et al., 1987). Quando o composto se destina à agricultura podem, por vezes, surgir problemas na escolha dos materiais a compostar devido á contaminação destes, por exemplo, com alguns pesticidas ou metais pesados. Este facto justifica a selecção dos materiais a compostar em função do objectivo de utilização do composto.
  • 8. 4 3. Compostagens realizadas durante o Projecto 3.1 Compostagem de mistura de resíduos vegetais, palha de trigo e bagaço de azeitona 3.1.1 Condições da compostagem Empregaram-se resíduos de origem agrícola, obtidos no Centro de Experimentação Hortofrutícola do Patacão da DRAALG (Figura 1), designados por resíduos vegetais (RV), com palha de trigo (PT) e com bagaço de azeitona não extractado (BA). Os RV eram constituídos fundamentalmente por restos de culturas, por espontâneas resultantes da limpeza de terrenos de cultivo, por aparas de relva e por resíduos da poda de árvores e arbustos da DRAALG. Prepararam-se duas misturas nas proporções seguintes (em volume), designadas por: • Composto A: constituída por resíduos vegetais e palha de trigo (1RV:0,9PT) • Composto B: constituída por resíduos vegetais e bagaço de azeitona (1RV:0,2BA) Com a realização destas misturas pretendeu-se, de entre outros objectivos, melhorar a relação carbono/azoto da mistura de materiais a compostar. Nas misturas indicadas, a relação C/N inicial calculada foi de 20 para a mistura A e de 24 para o composto B. Apesar de relativamente baixa (20), não se procurou elevar o valor teórico da relação C/N inicial da mistura A para um valor tecnicamente mais adequado, para não aumentar o custo de produção do composto, que seria causado pelo custo de aquisição e transporte da palha de trigo. Para preparar as pilhas de compostagem, os materiais foram previamente moídos em conjunto, de
  • 9. 5 acordo com a relação volumétrica previamente estabelecida. O tipo de materiais permitiu usar um corta- forragem de milho para a sua trituração (Figura 2). Com a mistura construíram-se duas pilhas, uma para o Composto A (8,5 m de comprimento, 2,7 m de largura, e 1,7 m de altura) e outra para o Composto B (8,5 m de comprimento, 2,7 m de largura, e 1,1 m de altura) (Figura 4). Em cada pilha aplicou-se 75 kg de fosfato natural (Fertigafsa, ADP). Durante a preparação das pilhas de material, elevou- se a humidade dos materiais aplicando água com uma mangueira com ralo muito fino, para molhar sem provocar escorrência (Figura 3). Durante a compostagem, a temperatura foi determinada na zona central da pilha, em três pontos segundo uma linha vertical: no centro (Centro), a meia distância do centro ao pavimento (Inferior) e a meia distância do centro à parte superior da pilha (Superior). Durante a compostagem efectuaram-se dois volteios com a pá frontal de um tractor agrícola. Nas pilhas, os materiais foram regados com microaspersores instalados na sua parte superior, sempre que, por observação visual, apresentavam um baixo teor de humidade. No início e no final da compostagem recolheram-se amostras do material de cada pilha, a partir de amostras parciais recolhidas aleatoriamente. Estas amostras foram analisadas, determinando-se o teor de humidade (por pesagem após secagem a 80 ºC durante 48 h); o teor de matéria orgânica (por calcinação a 450 ºC durante 12 h); o teor azoto Kjeldhal (por digestão a 350 ºC com H2SO4, seguida de neutralização com NaOH 35%, destilação (destilador Pro Nitro II) e titulação com HCl 0,1 M). Em soluções obtidas por incineração por via seca determinou- se: o fósforo total (por colorimetria a 375 nm (CADAS 100)), e o potássio, o cálcio, o magnésio e o ferro (por espectrofotometria de absorção atómica).
  • 10. 6 3.1.2 Resultados A compostagem iniciou-se na última semana de Junho de 2002. Durante a preparação das pilhas, as misturas apresentaram uma humidade muito baixa devido ao bagaço de azeitona se encontrar muito seco, exigindo a aplicação de água durante a sua preparação. A temperatura atingiu rapidamente entre 65ºC a 75ºC (Figura 6). Ao decrescer para valores entre 45ºC e 50ºC foi efectuado o primeiro reviramento com a pá frontal do tractor. O reviramento repetiu-se uma vez. Compostagem de mistura de resíduos agrícolas e palha de trigo (Composto A - 1RV:0,9PT) A compostagem iniciou-se com 19,5m 3 de mistura, que se reduziu a 4,9m 3 após cerca de 6 meses, obtendo-se um rendimento de 25% em volume (Figura 5). A relação C/N inicial determinada em laboratório apresentou um valor (52) superior ao valor teórico calculado previamente (20), mas que não comprometeu o processo de compostagem (Tabela 1). Tabela 1 – Propriedades das misturas de resíduos agrícolas Fase Humidade Matéria orgânica Azoto (Kjeldahl) Relação C/N Composto (%) (%) (%) A (RV+PT) 1 Início 44,1 86,8 0,98 52 Final 50,2 30,9 1,20 14 B (RV+BA) 2 Início 19,1 51,6 1,07 27 Final 45,3 54,9 1,42 22 1 RV: resíduos hortícolas, PT: palha de trigo; 2 RV: resíduos hortícolas, BA: bagaço de azeitona No centro da pilha, a temperatura atingiu um valor bastante elevado, 78,6 ºC, o que, apesar de não ser desejável, não comprometeu o decurso da compostagem (Figura 6). A elevação da temperatura deve ser controlada
  • 11. 7 oportunamente para maximizar a eficiência do processo, o que nem sempre é fácil de conseguir. A temperatura no centro da pilha manteve-se por várias semanas acima dos 60ºC, garantindo a higienização da maior parte do material. Após cerca de 4 meses de compostagem a temperatura foi estabilizando, isto é, aproximando-se da temperatura do ar, apesar de existirem no material adequadas condições de humidade e arejamento. Nesta altura, que se considerou o final da compostagem, a relação C/N desceu para 14. Os nutrientes determinados apresentarem valores habituais (Tabela 2). Tabela 2 – Teor de alguns nutrientes nos compostos (%) Composto Azoto Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Ferro (Kjeldahl) (P2O5) (K2O) (Ca) (Mg) (Fe) A 1 1,20 0,183 1,37 2,34 0,298 0,172 B 2 1,42 0,557 1,46 2,62 0,225 0,079 1 A: resíduos hortícolas + palha de trigo; 2 B: resíduos hortícolas + bagaço de azeitona Compostagem de mistura de resíduos agrícolas e bagaço de azeitona (Composto B - 1RV:0,2BA) A compostagem iniciou-se com 12,6 m 3 de mistura, que se reduziu a 5,7 m3 após cerca de 6 meses de compostagem, obtendo-se um rendimento de 45% em volume (Figura 5). A relação C/N inicial apresentou um valor óptimo, 27 (Tabela 1) próximo do calculado previamente para a mistura de materiais (24). No final do processo a relação C/N desceu apenas para 22. No centro da pilha a temperatura atingiu também valores bastante elevados (78,5 ºC) (Figura 6), mantendo- se por várias semanas acima dos 60 ºC. Também nesta
  • 12. 8 compostagem se observou a estabilização da temperatura cerca de 4 meses de compostagem. Os nutrientes determinados apresentarem valores habituais (Tabela 2). 3.1.3 Conclusões As compostagens decorreram normalmente, com uma fase termofílica suficiente, extensa mesmo, no caso da mistura B. Esta situação deve-se provavelmente à presença do bagaço de azeitona e ao seu conteúdo em lípidos residuais da extracção do azeite (Reis, 1997). No final da compostagem, a relação C/N atingiu valores normais na mistura A, mas ligeiramente elevados na mistura B, o que pode também ser justificado pela presença dos caroços de azeitona de degradação difícil. O composto A (RV+PT) apresentou um teor de matéria orgânica muito baixo. Como as pilhas foram construídas em sequência, apesar do cuidado em usar o mesmo tipo resíduos na mistura, é possível que na preparação da pilha com a mistura B, tivessem sido empregues resíduos vegetais que incorporassem mais terra, por exemplo, aderente à suas raízes ou devido ao seu processo de recolha no campo. Quanto à sua composição, destaca-se o teor de azoto que variou entre 1,2% e 1,4% e a riqueza em cálcio, entre 2,3% e 2,6%.
  • 13. 9 A B 27-Jun- 02 07-Jul- 02 18-Jul- 02 03-Out- 02 16-Jan- 03 0 5 10 15 20 m 3 Data Variação do volume do material (A e B) durante a compostagem 25% 45% Composto Figura 1 – Pilha de resíduos, antes da trituração com o colhedor de milho para forragem Figura 2 – Colhedor de milho (entrada do material e da zona de trituração) Figura 3 – Humedecimento do material para compostagem Figura 4 – Aspecto de uma das pilhas preparadas Figura 5 – Variação do volume das pilhas (A: resíduos agrícolas + palha de trigo; B: resíduos agrícolas + bag. de azeitona)
  • 15. 11 3.2 Compostagem de bagaço de azeitona e resíduos hortícolas, em pilha ventilada e em pilha revirada 3.2.1 Condições da compostagem Compostou-se uma mistura de bagaço de azeitona (BA) e resíduos agrícolas (RV), em pilha com ventilação forçada (PV) e em pilha com reviramento mecanico (PR). O bagaço de azeitona era proveniente da extracção de azeite por método tradicional, em Messines, sendo constituído essencialmente por caroços triturados e resíduos de polpa. Os resíduos agrícolas foram obtidos nos campos experimentais da DRAALG, e triturados num colhedor de milho-forragem. Quando o material inicial apresenta partículas demasiado grandes, a sua trituração aumenta a superfície exposta à acção microbiana, acelerando a decomposição, e melhora o aspecto final do composto. Em seguida, misturaram-se os materiais na proporção de 1RV:0,25BA (v/v) e foi construída uma única pilha com todo o material, que depois se separou, uma parte para compostar com reviramento mecânico (com tractor com pá frontal) (PR), outra com arejamento forçado (PV) e uma pequena parte para a compostagem em caixa. Aplicou-se fosfato natural, como anteriormente, 75 kg de fosfato natural (Fertigafsa, ADP) em cada pilha e a quantidade equivalente na caixa. Para a construção da pilha com arejamento forçado foi colocado um tubo de drenagem (DRENOPLAS, 100 mm de diâmetro externo), com 15 m de comprimento, disposto em três linhas na zona da base da futura pilha. Este tubo permitia a injecção ou a extracção de ar através de um ventilador centrífugo, de funcionamento controlado por computador, em função da temperatura do material em compostagem (ventilação quando a temperatura excedia
  • 16. 12 55ºC no centro da pilha de material). A pilha com ventilação forçada mediu 1,20 m de altura, 2,30 m de largura e 5,90 m de comprimento. A pilha com reviramento mecânico mediu 1,10 m de altura, 2,30 m de largura e 5,60 m de comprimento. Para compostar em caixa utilizou-se uma caixa em PE, com ranhuras laterais, com cerca de 700 L de capacidade, isolada térmicamente com placas de poliestireno extrudido amovíveis de 2 cm de espessura. Após a constituição das pilhas, colocou-se sobre estas um tecido em polipropileno para reduzir a perda de água por evaporação, sem bloquear a circulação de ar. Instalaram-se aspersores no cimo das pilhas, controlados manualmente, para molhar o material sempre que a sua humidade gravimétrica estivesse abaixo de 40 a 45 %. Simultaneamente realizou-se a compostagem em caixa de cerca de 700 L, com reviramento manual, para comparação do processo de compostagem nestas condições. Das propriedades físico-químicas determinou-se o pH em extracto aquoso (1:2) (Gabriels e Verdonck, 1991), a condutividade eléctrica, no extracto aquoso para o pH, após filtração por papel de filtro, e o teor de matéria seca (Martinez, 1992). Determinou-se o teor em matéria orgânica (Ramos et al. , 1987) e em matéria mineral, por diferença para o peso seco total. Foram também determinados os macronutrientes: azoto (total), fósforo, magnésio e cálcio. O teor de azoto Kjeldhal (por digestão a 350 ºC com H2SO4, seguida de neutralização com NaOH 35%, destilação (destilador Pro Nitro II) e titulação com HCl 0,1 M. Em soluções obtidas por incineração por via seca determinou-se: o fósforo total, por colorimetria a 375 nm (CADAS 100), e o potássio, o cálcio e o magnésio (por espectrofotometria de absorção atómica).
  • 17. 13 3.2.2 Resultados Não foi possível registar em continuo a temperatura nos materiais, mas aparentemente a temperatura evoluiu de forma normal nas pilhas, com um largo período em fase termofílica (Figura 7). Evolução da temperatura na compostagemde resíduos agrícolas e bagaço de azeitona 0 10 20 30 40 50 60 70 1-Jun-2003 1-Jul-2003 31-Jul-2003 30-A go-2003 29-Set-2003 29-O ut-2003 28-N ov-2003 28-D ez-2003 27-Jan-2004 26-Fev-2004 27-M ar-2004 Data TemperaturaºC Pilha Revirada Pilha Ventilada Caixa Figura 7 – Variação da temperatura durante a compostagem da mistura de bagaço de azeitona e resíduos agrícolas, em pilhas (revirada e ventilada) e em caixa. Na caixa a compostagem também passou por uma fase termofílica, mais curta, e posteriormente a temperatura no centro da caixa manteve-se abaixo da temperatura no centro das pilhas. O teor de nutrientes nos diferentes compostos, como era previsível, não apresentou grandes variações, excepto no caso do azoto, com um valor mais elevado na caixa, embora sem grande significado prático (Tabela 3). Destaca-se nos compostos o elevado teor em cálcio. Observaram-se ligeiras diferenças nas variáveis físico- químicas determinadas nos compostos, excepto na CE, bastante mais baixa no composto da caixa (Tabela 4). A menor CE do composto da caixa pode ter ocorrido devido à menor altura de material e por isso este ter sido mais facilmente homogeneizado e “lavado”, resultando um
  • 18. 14 decréscimo de sais no meio. Tabela 3 – Teor em nutrientes1 no inicio e no final da compostagem de bagaço de azeitona e resíduos agrícolas Comp. 2 Fase Azoto (total, %) Fósforo (P2O5%) Potássio (K2O ppm) Cálcio (Ca %) Magnésio (Mg %) Ferro (%) PV Início 1,42 0,79 93 7,28 0,85 - Final 1,16 (1,31) 0,25 (0,24) 435 (408) 2,01 (1,86) 0,28 (0,26) 0,44 (0,61) PR Início 1,21 1,72 78 5,50 0,70 - Final 1,19 (1,17) 0,28 (0,22) 344 (325) 2,61 (1,93) 0,27 (0,25) 0,65 (0,65) CX Início - - - - - - Final 1,57 0,23 201 2,08 0,23 0,80 1 Por baixo de valor médio nas pilhas, indica-se entre parênteses o valor na amostra de material apenas do centro das pilhas 2 Comp., material inicial e composto de: PV, pilha ventilada; PR, pilha revirada e CX, caixa. O composto final apresentou um pH médio entre 7,5 e 7,8 (Tabela 4), mas os compostos das pilhas apresentarem uma CE relativamente elevada, entre 5,2 e 3,3, respectivamente o composto da pilha ventilada e o da pilha revirada. Tabela 4 – Caracterização físico-química1 dos compostos de bagaço de azeitona e resíduos agrícolas 2 Composto 2 pH CE (dS m -1 ) MS (%) MO (%) MM (%) PV 7,71 5,15 65,6 41,9 58,1 (7,85) (4,94) (48,8) (52,6) (47,4) PR 7,66 3,25 52,2 38,5 61,5 (7,55) (3,01) (41,0) (52,2) (47,5) CX 7,54 0,88 49,1 51,9 48,1 1 MS, matéria seca; MO, matéria orgânica; MM, matéria mineral 2 Comp., material inicial e composto de: PV, pilha ventilada; PR, pilha revirada e CX, caixa. Por baixo do valor médio na pilha, indica-se entre parênteses o valor na amostra de material apenas do centro das pilhas Os compostos obtidos foram avaliados numa situação
  • 19. 15 bastante exigente, isto é, como substratos em viveiros de plantas hortícolas. Para isso utilizou-se composto colhido aleatoriamente nas pilhas e na caixa, e composto colhido apenas das zonas centrais das pilhas. Os compostos testados apresentaram propriedades físicas normais neste tipo de materiais, nomeadamente um elevado espaço poroso, cerca de 80% (Tabela 5). A capacidade de arejamento (CA) foi maior no composto PV, que apresentou no entanto uma capacidade de água facilmente utilizável ligeiramente inferior ao PR. O composto da Caixa apresentou um valor anormalmente baixo da capacidade de arejamento, o que afecta a expressão das outras variáveis. Este composto apresentou mais partículas nas classes inferiores de granulometria e menos partículas nas classes de maior dimensão (Tabela 5), o que contribui para justificar a menor capacidade de arejamento calculada, embora o valor muito baixo de CA obtido possa ter ficado a dever-se principalmente a problema técnico na execução do método analítico. Tabela 5 - Caracterização física dos compostos de bagaço de azeitona e resíduos agrícolas1 Comp. dra daph b daps c EPTd CTRe CAf AFUg ARh ADUi PV2 1,97 0,761 0,389 80,2 85,9 37,8 9,4 1,3 31,8 (1,85) (0,758) (0,347) (81,2) (80,5) (10,3) (16,6) (4,8) (49,5) PR3 2,01 0,804 0,360 82,1 77,8 22,4 12,8 2,3 44,6 (1,85) (0,757) (0,339) (81,7) (77,3) (3,1) (14,3) (2,8) (61,4) CX4 1,85 0,960 0,368 80,2 67,7 4,4 17,5 8,5 49,7 1 Valor médio do composto. Por baixo entre parênteses indica-se o valor na amostra de composto apenas do centro das pilhas; 2 PV, pilha ventilada; 3 PR, pilha revirada; 4 CX, caixa. a densidade real, b densidade aparente do material húmido, c densidade aparente do material seco, d espaço poroso total, e contracção do volume, f capacidade de arejamento, g água facilmente utilizável, h água de reserva e i água dificilmente utilizável. Nos compostos do centro das pilhas existia maior percentagem de partículas finas (Tabela 6), o que justifica a
  • 20. 16 maior capacidade de retenção de água destes materiais. Tabela 6 – Distribuição granulométrica nos compostos obtidos a partir de bagaço de azeitona e resíduos agrícolas (% v/v) Granulometria (mm) Pilha Ventilada Pilha Revirada Caixa >1 mm 68,4 1 67,2 63,1 (59,5) 2 (69,6) <1 mm 31,6 32,8 36,9 (40,5) (30,4) Composto Tamanho das partículas 3 (mm) <0,125 0,125-0,25 0,25-0,5 0,5-1 1-2 2-5 5-10 10-16 >16 PV 4 3,27 6,76 10,1 11,5 14,6 42,1 7,59 2,06 2,10 (2,38) (10,59) (14,1) (13,5) (14,7) (36,8) (5,11) (1,74) (1,15) PR 5 2,79 6,49 10,3 13,3 16,8 40,2 7,04 2,47 0,71 (1,48) (3,78) (11,9) (13,3) (17,1) (40,4) (6,11) (1,65) (4,35) CX 6 1,42 0,70 15,6 19,2 13,9 36,0 6,05 3,69 3,46 1 valor médio do composto; 2 valor no composto do centro da pilha. 3 Valor médio do composto. Por baixo entre parênteses indica-se o valor na amostra de composto apenas do centro das pilhas 4 PV, pilha ventilada; 5 PR, pilha revirada; 6 CX, caixa. 3.2.3 Conclusões Foi possível compostar em caixa de cerca de 700 L de capacidade, obtendo-se um composto não muito diferente do composto das pilhas apesar de, com menor volume de material, a compostagem apresentar uma fase termofilica mais curta e uma menor temperatura média. Do ponto de vista físico, os compostos obtidos foram semelhantes, nomeadamente no espaço poroso total. Os compostos dos centros das pilhas e o composto da caixa apresentaram uma distribuição granulométrica mais rica em partículas menores, o que pode justificar a sua maior capacidade de retenção de água, em detrimento da respectiva capacidade de arejamento.
  • 21. 17 3.3 Compostagem de laranjas de refugo, bagaço de azeitona e aparas de relva, em pilha ventilada e em pilha revirada A compostagem iniciou-se em 27 de Novembro de 2004, utilizando-se laranjas de refugo, bagaço de azeitona e aparas de relva, na proporção em volume de 2:1:1. Foram construídas duas pilhas de material para compostagem, denominadas por pilha estática com ventilação (PV) e pilha com reviramento mecânico (PR). As pilhas foram preparadas como descrito na primeira compostagem e foram cobertas com um tecido de polipropileno (Figura 11). No 1º dia de compostagem foram recolhidas amostras para caracterização física e química, o que se repetiu regularmente ao longo do processo. Das propriedades físico-químicas determinou-se o pH em extracto aquoso (1:2) (Gabriels e Verdonck, 1991), a condutividade eléctrica, no extracto aquoso para o pH, após filtração por papel de filtro e o teor de matéria seca (Martinez, 1992). A nível químico determinou-se o teor em matéria orgânica (Ramos et al., 1987) e a matéria mineral, por diferença para o peso seco total. Foram também determinados alguns macronutrientes: azoto total (método de Kjeldhal), fósforo por colorimetria, o cálcio o potássio e o magnésio por espectrofotometria de absorção atómica. Calculou-se a relação C/N a partir do teor em matéria orgânica e do azoto total. Após 5 meses e após um ano de compostagem, efectuaram-se ensaios de cultura, com duas espécies hortícolas, com os compostos entretanto obtidos, para avaliar a sua capacidade como substratos hortícolas de viveiro em placas alveoladas. Para verificar se os compostos apresentavam efeito supressivo de doenças do solo, efectuaram-se ensaios, na mesma altura, para avaliar o respectivo efeito supressivo
  • 22. 18 dos compostos relativamente a Rizoctonia solani Kühn. O método usado (Nelson et al., 1983) baseia-se no cultivo de pepino em substrato, inoculado e não inoculado com R. solani, usando uma turfa com pH corrigido como substrato de controlo. Após 7 dias de cultura em estufa avaliou-se a infecção nas plantas, que se traduziu nos parâmetros: ds, disease severity e di, disease incidence. 3.3.1 Condições da compostagem Durante a compostagem foram efectuados 2 reviramentos na pilha revirada (21 de Janeiro e 28 de Abril de 2005) e 1 reviramento na pilha ventilada (para homogeneização da mistura, em 29 de Abril 2005). Este reviramento em Abril foi acompanhado de um fraccionamento mecânico do material, devido à elevada resistência das laranjas à degradação. Para isso empregou-se um cultivador mecânico montado num tractor ( Figura 13). Adicionou-se água á mistura quando necessário. 3.3.2 Resultados Evolução da compostagem A compostagem foi mais demorada que em processos anteriores, com materiais semelhantes, embora nessas misturas não tenha havido a inclusão do refugo de laranja. O volume de composto obtido foi inferior a 50% do volume
  • 23. 19 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 Início 1º Volteio 2º Volteio Final tempo m3 Ventilada Revirada inicial (Figura 8). Ambas as misturas compostadas mantiveram um pH muito baixo durante um largo período, com um aumento progressivo, mas que só atingiu valores na zona de pH neutro depois de cerca de 4 meses de compostagem (Figura 10). Durante este período, a temperatura quase não atingiu o nível termofílico (Figura 9). Figura 8 - Evolução do volume nas pilhas durante a compostagem Temperatura 10 20 30 40 50 60 70 26-Nov 09-Dez 22-Dez 04-Jan 17-Jan 31-Jan 13-Fev 26-Fev 10-Mar 23-Mar 05-Abr 18-Abr 01-Mai 14-Mai 27-Mai 09-Jun 22-Jun 05-Jul 18-Jul 31-Jul 13-Ago 26-Ago 08-Set 21-Set 04-Out 17-Out 30-Out 12-Nov 25-Nov (ºC) PV lateral PV central PR lateral PR central Figura 9 - Temperatura registada durante a compostagem nas pilhas ventilada (PV) e revirada (PR), em sondas colocadas no centro (central) e lateralmente (lateral) (↓ reviramento, ⇓ reviramento com fraccionamento) Após o volteio para homogeneização, a temperatura voltou a subir, mais que anteriormente (Figura 9), subindo nesta altura também o valor de pH, o que sugere um efeito muito positivo da trituração do material, sobretudo das
  • 24. 20 laranjas. No final do período de compostagem (de acordo com a variação da temperatura) a condutividade eléctrica desceu para menos de 0,5 dS m -1 , factor positivo para utilização do composto. O teor de matéria orgânica apresentou-se elevado e o teor de azoto total alcançou 2%. A relação C/N ficou um pouco acima dos valores tradicionalmente indicados como típicos de compostos estabilizados, mas é necessário considerar que uma parte do carbono estimado para o calculo daquela relação, corresponde ao contido nos caroços de azeitona, que constituem uma fonte de carbono dificilmente disponível. 3 4 5 6 7 8 9 D ia 1 D ia 6 D ia 20 D ia 34 D ia 49 D ia 56 D ia 71 D ia 85 D ia 98 D ia 123 D ia 151 D ia 171 D ia 199 D ia 227 D ia 270 D ia 312 D ia 354 Ventilada Revirada 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 D ia 1 D ia 6 D ia 20 D ia 34 D ia 49 D ia 56 D ia 71 D ia 85 D ia 98D ia 123D ia 151D ia 171D ia 199D ia 227D ia 270D ia 312D ia 354 Ventilada Revirada 80 82 84 86 88 90 92 94 96 98 100 D ia 1 D ia 13 D ia 27 D ia 41 D ia 51 D ia 63 D ia 77 D ia 91D ia 108D ia 136D ia 152D ia 185D ia 213D ia 250D ia 291D ia 333D ia 375 % Ventilada Revirada 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 D ia 1 D ia 13 D ia 27 D ia 41 D ia 51 D ia 63 D ia 77 D ia 91 D ia 108 D ia 136 D ia 152 D ia 185 D ia 213 D ia 250 D ia 291 D ia 333 D ia 375 (%) Ventilada Revirada 10 20 30 40 50 60 70 D ia 1 D ia 13 D ia 27 D ia 41 D ia 51 D ia 63 D ia 77 D ia 91 D ia 108 D ia 136 D ia 152 D ia 185 D ia 213 D ia 250 D ia 291 D ia 333 D ia 375 Ventilada Revirada 30 35 40 45 50 55 60 65 70 D ia 6 D ia 20 D ia 34 D ia 49 D ia 56 D ia 71 D ia 85 D ia 98 D ia 123 D ia 151 D ia 171 D ia 199 D ia 227 D ia 270 D ia 312 D ia 354 % Ventilada Revirada CE (dS m -1 ) Matéria orgânica Matéria seca Azoto (Kjeldhal) C/N pH Figura 10 - Evolução de propriedades físico-químicas durante a compostagem de laranjas de refugo, bagaço de azeitona e aparas de relva (2:1:1 v/v), em pilha ventilada e pilha revirada.
  • 25. 21 Figura 11 - Pilha preparada para compostagem (à esquerda: tubo de ventilação forçada, à direita: cobertura com tecido) Figura 12 – Ventilador Figura 13 – Fraccionamento do material (durante o 2º reviramento)
  • 26. 22 Caracterização dos compostos A mistura de resíduos apresentou um teor inicial de azoto de cerca 1,2% e era particularmente rica em cálcio (Tabela 7). Tabela 7 - Elementos nutritivos durante a compostagem Idade (dias) Azoto (total 1 %) Fósforo 4 (P2O5 ppm) Magnésio 3 (Mg %) Cálcio (Ca %) Potássio (K2O ppm) PV 0 1,15 158 0,85 7,28 2 93,0 2 151 1,37 565 - 3,13 3 < 250 3 375 2,00 1294 - 4,16 3 < 250 3 PR 0 1,21 152 0,77 5,50 2 77,8 2 154 1,52 565 - 2,33 3 < 250 3 375 2,19 992 - 4,20 3 < 250 3 1 Kjeldhal, 2 absorção atómica, 3 espectrofotometria de absorção atómica, 4 colorimetria Entre os 5 e os 12 meses de idade, registou-se uma pequena variação da granulometria dos compostos (Tabela 8), que se traduziu numa redução do espaço poroso total com redução da capacidade de arejamento e aumento da capacidade de retenção de água (Tabela 9). Tabela 8 - Granulometria dos compostos obtidos a partir de refugo de laranja, bagaço de azeitona e aparas de relva (% p/p) Pilha Ventilada Pilha ReviradaGranulometria (mm) 151 dias 375 dias 151 das 375 dias >1mm 85,7 83,7 82,3 81,9 <1mm 13,3 16,3 17,7 18,1 idade Tamanho das partículas (mm) Pilha (dias) <0,125 0,125-0,25 0,25–0,5 0,5–1 1–2 2–5 5–10 10–16 >16 V 151 1,11 1,40 3,78 7,97 12,7 45,5 10,3 8,23 8,99 375 1,33 1,25 4,58 9,13 13,6 50,2 12,1 5,85 2,01 R 154 1,10 1,96 5,15 9,45 14,7 48,2 7,2 4,87 7,37 375 1,62 2,23 4,85 9,44 14,8 51,5 7,4 4,72 3,55
  • 27. 23 Tabela 9 - Caracterização física do substrato comercial (SC) e dos compostos das pilhas ventilada (PV) e revirada (PR) Pilha Idade (dias) dr daph daps ETP (%v/v) CTR (%v/v) CA (%v/v) AFU (%v/v) AR (%v/v) ADU (%v/v) 151 1,54 0,536 0,217 95,9 29,6 29,5 27,4 2,00 27,0PV 375 1,58 0,655 0,274 82,7 34,3 12,4 31,0 4,08 35,3 154 1,50 0,504 0,226 84,9 26,3 18,8 29,5 2,26 34,5PR 375 1,58 0,650 0,255 83,9 34,0 15,3 32,1 3,81 32,7 SC 1,51 0,738 0,122 91,9 51,4 21,2 30,0 2,8 40,0 Valor agronómico dos compostos Avaliou-se o comportamento dos compostos como substratos em viveiros em placas alveoladas após cerca de 150 e 375 dias de compostagem, relativamente a um substrato comercial específico (Exclusive, Brill). Nos compostos com cerca de 150 dias as plantas apresentaram um comportamento muito inferior ao do substrato comercial (Tabela 10), apesar das propriedades físicas relativamente semelhantes do composto PV às do substrato comercial (Tabela 9). Tabela 10 - Valores médios das variáveis medidas no final do viveiro com composto com cerca de 150 dias Diâmetr o (mm) Altura (cm) Nº folhas Peso fresco p. aérea (g) Peso seco p. aérea (g) Matéria seca % Relação diâmetro /altura Melão SCa 4,09a 19,9a 3,83a 5,54a 0,56a 9,99ab 21,9b PVb 3,51b 6,54b 3,89a 2,47b 0,24b 9,79b 63,8a PRc 3,27c 5,02b 3,28b 2,03b 0,22b 10,8a 66,6a Tomate SC 3,47a 19,0a 5,11a 3,80a 0,46a 12,0a 18,3c PV 2,49b 8,38b 3,83b 1,00b 0,10b 10,3b 30,5b PR 2,10c 5,54c 2,78c 0,41c 0,04c 9,77b 38,0a a Substrato comercial (Exclusive, Brill), b composto da pilha ventilada, c composto da pilha revirada, d separação de médias pelo Teste de Duncan (em cada espécie, na mesma coluna os valores seguidos da mesma letra não são estatisticamente diferentes para p ≤ 0,05) Registou-se uma diferença entre os compostos durante o viveiro, apresentando as plantas no composto da pilha ventilada (PV) um crescimento superior às da pilha
  • 28. 24 revirada (PR), de forma mais evidente no viveiro de tomate. A falta de estabilidade dos compostos, pode ter sido uma causa do seu inferior comportamento como substratos em viveiro, encontrando-se o composto PV aparentemente mais estabilizado (menos fitotóxico), uma vez que as propriedades físicas não são substancialmente diferentes (Tabela 8 e Tabela 9). Após 375 dias de compostagem, repetiu-se o teste dos compostos como substratos de viveiro. Novamente, o substrato comercial (SC) apresentou melhor comportamento (Tabela 11) mas, ao contrário do ensaio com composto com 150 dias, o composto da pilha revirada (PR) apresentou agora um comportamento igual ou superior ao composto da pilha ventilada (PV), também na cultura de tomate como anteriormente (Tabela 11). Tabela 11 - Valores médios das variáveis medidas no final do viveiro com composto com aproximadamente 375 dias Diâmetro (mm) Altura (cm) Nº folhas Peso fresco p. aérea (g) P. seco p.aérea (g) Matéria seca % diâmetro /altura Melão SCa 2,91b 10,1a 5,06a 1,67a 0,17a 10,0a 28,9c PVb 3,27a 8,18c 3,50b 1,16b 0,08b 6,82b 40,4a PRc 3,23a 9,11b 3,67b 1,32b 0,09b 6,98b 35,8b Tomate SC 3,70a 11,6a 3,89b 1,80a 0,14a 7,67c 32,0c PV 2,10c 4,62c 3,44c 0,41c 0,04c 9,24b 45,9a PR 2,61b 6,50b 4,44a 0,77b 0,08b 10,8a 40,3b a Substrato comercial (Exclusive, Brill), b Composto da pilha ventilada, c composto da pilha revirada, d separação de médias pelo Teste de Duncan (por espécie, na mesma coluna os valores seguidos da mesma letra não são estatisticamente diferentes para p≤0,05) Para avaliar eventuais diferenças de maturidade calculou-se o índice de germinação dos compostos, o qual foi superior no composto da pilha revirada (99,2 versus 93,4). Neste viveiro, as plantas foram avaliadas não só quando as mais desenvolvidas atingiram o tamanho comercial (duração normal do ensaio), o que demorou 44
  • 29. 25 dias, mas também quando as plantas remanescentes atingiram a altura média das plantas da 1ª avaliação. Para isso mantiveram-se as plantas em viveiro e realizou-se uma 2ª amostragem e avaliação. Este período alargado de viveiro foi de 55 (melão) e 69 dias (tomate) para o composto PV e de apenas 50 (melão) e 63 dias (tomate) para o composto PR. Assim, o tempo necessário para as plantas nos compostos atingirem a altura média das plantas no substrato comercial foi, em média, de mais 18 dias para o PV e mais 7,5 dias para o PR. Tabela 12 - Número de dias necessários para as plantas atingirem o tamanho (altura) adequado para a plantação Substrato comercial Pilha Ventilada Pilha Revirada Melão 44 55 +11 dias (20%) 50 + 6 dias (14%) Tomate 44 69 + 25 dias (57%) 63 + 19 dias (43%) Avaliação da capacidade supressiva dos compostos Na mesma altura da avaliação agronómica dos compostos, isto é aos 150 dias e 375 dias de compostagem, avaliou-se também a capacidade supressiva dos compostos. Com ambas as idades, os compostos apresentaram capacidade supressiva, que foi bastante elevada no composto com 150 dias (Tabela 13) e menor no de 375 dias. 3.3.3 Conclusões Para preparar composto com laranjas é importante assegurar uma adequada trituração inicial do material, para que haja uma rápida subida do pH e o processo decorra mais rapidamente. O composto apresentou um teor de azoto (Kjeldhal) de cerca de 2% e uma baixa CE, o que aumenta o leque
  • 30. 26 das suas possibilidades de aplicação. Tabela 13 - Resultados do bioensaio com os compostos1 Tratamento Idade do composto: 150 dias % G ds di Turfa (controlo) não inoculada 1,00 a 1,00 b 0,000 c inoculada 0,96 b 2,33a 0,729 a Composto PV não inoculada 1,00 a 1,00 b 0,000 c inoculado 1,00 a 1,06 b 0,049 b Composto PR não inoculada 1,00 a 1,00 b 0,000 c inoculado 1,00 a 1,08 b 0,076 b Idade do composto: 375 dias Turfa (controlo) não inoculada 0,987 a 1,00 c 0,000 c inoculada 0,653 b 3,81 a 0,948 a Composto PV não inoculada 0,704 b 1,00 c 0,000 c inoculado 0,533 b 2,77 b 0,532 b Composto PR não inoculada 0,723 b 1,00 c 0,000 c inoculado 0,557 b 2,82 b 0,521 b 1 Os valores das médias de %G (percentagem de germinação), ds (disease severity)e di (disease incidence) seguidos da mesma letra não são estatisticamente diferentes para p ≥ 0,05 segundo o teste de Duncan. Usados estremes como substratos, o comportamento dos compostos foi inferior ao de uma mistura comercial específica, sobretudo quando mais jovens (150 dias). Nos compostos mais estabilizados, 350 dias, o composto da pilha revirada apresentou melhor comportamento, sugerindo a vantagem do reviramento na homogeneização e estabilização do composto. O pior comportamento como substratos de viveiro dos compostos mais jovens pode estar associado a uma insuficiente estabilidade nesta fase. Deve por isso, para esta forma de utilização tão exigente, usar-se materiais bem estabilizados. Esta condição pode ser contraditória com o aproveitamento da sua capacidade supressiva pois se observou uma maior capacidade aos 150 dias do que aos 350 dias. A capacidade supressiva manifestada deve ser testada em cultura, quer como substrato quer no solo, pois pode ser uma importante mais-valia do composto.
  • 31. 27 4. Conclusões gerais A compostagem de resíduos agrícolas e de outras origens, nomeadamente resultantes de actividades agro- industriais e florestais, permitiu reduzir o volume de resíduos e reciclá-los na preparação de compostos com aptidão para uso agrícola. Método de compostagem • A compostagem em pilhas mostrou ser um método simples, que se pode realizar com maquinaria vulgar e que não exige especial acompanhamento técnico • É muito importante a adequada preparação do material, nomeadamente a trituração e a mistura de materiais para garantir o desenvolvimento rápido e homogéneo do processo. • Posteriormente, a manutenção da humidade e do arejamento, aliado ao seguimento da temperatura permitem um controlo satisfatório do processo. • O arejamento forçado não conduziu, neste caso, a uma alteração sensível das propriedades dos compostos ou da duração da compostagem. A combinação de arejamento forçado com reviramento mecânico, com alguns tipos de resíduos, poderá ter interesse para acelerar a compostagem. • O volume de material é importante por afectar a intensidade de troca de calor com o ambiente e assim condicionar o aumento da temperatura no material em compostagem. Por isso, quando se usam volumes reduzidos de material, inferiores normalmente a 1m 3 , sem qualquer isolamento térmico, embora a compostagem possa ocorrer, é mais difícil obter uma fase termofílica muito extensa, embora a que ocorre possa ser suficiente.
  • 32. 28 Valor agronómico dos compostos • Os compostos obtidos apresentaram características gerais adequadas á sua utilização em agricultura. • Como substratos (em viveiro de placas alveoladas, com tomate e de melão), o seu comportamento foi inferior ao do substrato comercial testado. Os compostos levaram a um aumento do período de viveiro. Este facto pode ter sido devido a falta de maturidade ou a um menor ajuste entre as propriedades físicas dos compostos e as condições ambientais em que decorreram os viveiros. Contudo, a adequação da tecnologia, nomeadamente rega, fertilização e tipo de contentor, podem alterar esta situação e conseguirem-se obter bons resultados com os compostos. Acresce que, a utilização como substrato é das mais exigentes quanto às propriedades dos compostos e o emprego em viveiros exige características muito específicas. • Os compostos testados apresentaram capacidade supressiva para Rizoctonia solani Kühn, o que constitui uma mais-valia importante, pelo reforço da protecção contra esta doença que se pode obter pelo uso destes compostos, como constituintes de substratos de cultivo ou incorporados no solo.
  • 33. 29 5. Referências Gabriels, R. e Verdonck O. 1991. Physical and chemical characterization of plant substrates: towards a European standardization. Acta Horticulturae 294:249-259. Martinez, F.X. 1992. Propuesta de metodologia para la determinacion de las propriedades fisicas de los sustratos. Actas de las I Jornadas de Sustratos de la SECH 294:55-65. Nelson, E.B., Kuter, G.A. e Hoitink H.A.J. 1983. Effects of fungal antagonists and compost on suppression of Rizoctonia damping-off in container amended with composted hardwood bark. Phytophatology 73.1457-1462. Ramos, J. C. M., Vilaseca J.S. e A. C. Ramon. 1987. Control analític de la qualitat del compost i estudi de la seva maduració. In: Experiències amb el compost. Servei del Medi Ambient, Diputació de Barcelona (eds). Estudis I monografies 12. p. 31-69. Reis, M. 1997. Compostagem e caracterização de resíduos vegetais para utilização como substratos hortícolas. Tese de doutoramento. Universidade do Algarve. Faro. 6. Bibliografia consultada Bertoldi, M. de et al. 1987. Compost: Production, Quality and Use. Elsevier Applied Science Publishers Ltd. Essex, Reino Unido. Chen Y. e Avmimelech, Y. 1986. The role of organic matter in modern agriculture. Chen Y. e Avmimelech, Y. (ed.). Martinus Nijhoff. Dordrecht, Holanda. Gray, K.R., Sherman, K. e Biddlestone, A.J. 1971. A review of composting, Part 1 - Process Biochemistry (Junho), 32-36. Gray, K.R., Sherman, K. e Biddlestone, A.J. 1971. A review of composting, Part 2 - The practical process. Process Biochemistry (Outubro), 22-28. Gray, K.R., A.J. Biddlestone e Clark, R. 1973. A review of composting, Part 3 - Processes and products. Process Biochemistry (Outubro), 11- 15. Hoitink, H.A.J. e Keener H.M. 1993.Science and Engineering of Composting: Design, Environmental, Microbiological and Utilization Aspects. Renaissance Publications. Worthington, EUA. Stoffella, P.J. e Kahn B.A. 2000. Compost Utilization in Horticultural Cropping Systems. Stoffella, PJ. e Kahn B.A. (ed.). Lewis Publishers, Boca Raton, EUA.