2. Problemática
• Com terá vivido Gondomar a República?
• Houve variantes nas diversas freguesias,
quanto a essa vivência?
• Demonstrou politização?
• Evidenciou dinamismo associativo e cultural?
• O que lucrou Gondomar com a República?
11. O edifício da Câmara Municipal de estilo classicizante
remonta edifício a 1901. A fachada terá sido construída
a partir do aproveitamento da pedra resultante da
demolição da antiga Câmara.
12.
13. Pedra representando o
escudo nacional encimado
pela coroa, proveniente dos
antigos paços do Concelho
demolidos em 1898
25. Fonte: Camilo de OLIVEIRA, Apontamentos Monográficos, vol
I , p. 93
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32. De Ermesinde, Valongo, Valbom, S. Cosme ou Jovim
De pés descalços, alma de luto e voz silenciada
De porta em porta, ganhando a ceia azeda e suada
Vinham lavadeiras, as carrejonas, e as leiteiras
E as mulheres, mães, às vezes amantes, mas sempre
guerreiras!
Eram o Sol, o Hino, a Alma e a vida das madrugadas
tripeiras.
Maria de Lurdes dos Anjos
41. No dealbar da República, a
problemática da falta de instrução dos
ourives é muito sentida.
No entanto, só 8% de ourives não
assinam a escritura de casamento.
55% das suas mulheres não assinam.
Os lavradores, numa frequência
simples de 23, assinam em 74%
42. Gravura do Séc XIX
A Mina de Midões, situada no lugar de
Gens, da Freguesia da Sousa desembarca
aí os seus carvões
88. Valbom contava com 9 companhas e 30 homens.
Os barcos utilizados chamavam-se, como hoje,
valboeiros.
Chegou a possuir nove lanchas para a pesca do alto
mar, tripulada por vinte e cinco homens.
O sável e a lampreia, a sardinha eram pescados em
quantidade considerável.
89.
90. A marcenaria é outra actividade importante, sobretudo
em Valbom e S. Cosme.
91. Fonte: A Voz de Gondomar nº 5, 13 de Outubro de
1925, p. 3
92.
93.
94.
95.
96.
97.
98. Em 1920- aproveita-se a água dos
moinhos do rio Sousa para
aproveitamento de energia eléctrica
99. EMIGRAÇÃO
No final do século XIX, Gondomar é o 5º
concelho com maior taxa de emigração para o
Brasil, seguida do Porto.
No início do século XX a tendência continua.
104. 1913 - Abertura da Estada entre as minas entre o
Passal de Baixo e Porto para circulação das zorras
105.
106.
107. 1924 – Eléctrico chega a S. Pedro da Cova
1927 – Vila de Gondomar
108.
109.
110. Em 1926:
- começam a circular automóveis e trens
pela avenida Miguel Bombarda, antiga
Avenida da Igreja, em Valbom, só ocorre em
Janeiro de 1926.
- O primeiro autocarro entre S. Cosme e o
Porto.
111. A luz eléctrica, contemplando, apenas, cinco
casas, em Valbom é feita, apenas em 1925.
À igreja só é iluminada em 1927.
A 7 de Maio chega à Vila de Gondomar
saudada pela banda do Monteiro.
118. SEGURANÇA
A segurança, em Gondomar, está a cargo do
corpo da Guarda Nacional Republicana, que, é
recebida em festa, em 1912.
Em Valbom, uma região muitas vezes em
estado de sítio, é instalado, em 1917 um posto
da GNR. Os guardas deviam divertir-se os
transeuntes mais humoristas, todas as noites,
ao abordá-los, perguntando:
“Quem é? Donde vem? Para Onde vai?”
Em 1924, o Clube Gondomarense pedida a
presença da GNR nos espectáculos
129. DESCANSO SEMANAL
A República estabelece o Domingo como
dia de descanso semanal. A 3 de Abril de
1911 torna-se obrigatório que as
mercearias fechem desde o meio dia de
Domingo até segunda feira
130. Quintas onde a aristocracia portuense ia a ares
Quinta de Valbom (fotografia tirada em 1970)
136. CENTRO DEMOCRÁTICO LUZ E ESPERANÇA
PÁDUA CORREIA, EM VALBOM
Centro Democrático de Instrução Luz e
Esperança Pádua Correia foi fundada em
1904, em casa de Francisco António de
Campos e Silva.
Em 1905 passou a chamar-se Grupo
Dramático e Recreativo de Instrução Luz
e Esperança, tendo como patrono Pádua
Correia.
137. Centro
democrático Pádua
Correia em
Fânzeres
Fundação – 1905.
O sócio n°1 terá sido
Ferreira Calisto.
138. Fundada a 4 de
Agosto de
1905,adoptou o
nome “Escola
Dramática Juventude
Valboense” e tinha
como lema
“Instrução, Recreio e
Beneficiência”.
142. Verde como o o crente vigor e a vida …
vales , montanhas, planícies.
Branco da inocência, altruísmo,
prudência dos anciãos simbolizada nas
suas cãs.
143. HINO DA ESCOLA DRAMÁTICA
No Céu da Pátria adorada
Brilha um astro redentor
Que traz nossa alma encantada
Com seu mágico esplendor!
É a Instrução, seus efeitos
Nós os vamos já sentindo:
Mais ardor em nossos peitos,
Mais luz na mente sorrindo…
144. Coro
Coro:
Assim brada em voz potente
A nossa linda bandeira
Tremulando altivamente,
Do progresso a mensageira!
(…)
145. Em Valbom, em 1912, funda-se o Centro
Republicano Radical que realiza a sua
festa de inauguração na Escola Dramática
na noite de 4 de Outubro, com uma
crescente inscrição de sócios.
Combate, nº25 Agosto, 1912,
149. Caminhe de amor movida
Gente desta terra amada
No concelho toda a gente
Que o Crasto domina altivo
Junto ao nosso esforço
Vede o esforço tão vivo
ingente
De quem a quer respeitada.
De a tornar amada e
Que todo o Gondomar
qu´rida.
pense
Gravemos deste torrão
Em seguir nosso fanal
Um nome de oiro na
- O Progresso – o ideal
História,
Do Club Gondomarense
Cheios de luz e de glória
150. Siga o nosso brado- Avante!
Avante por Gondomar;
Pela divisa lutar Por Gondomar, por
O nosso labor gigante, Gondomar
E o nosso Torrão natal Sempre avante com
Grande, ilustre e respeitado valor,
Há de ser assignado Por Gondomar, por
Na história de Portugal Gondomar
Cantemos cheios de
amor!
151.
152.
153.
154.
155.
156. Orfeão de Gondomar
Em 1917, nasce, aqui, o
Orfeão de Gondomar
O Coral do Orfeão de
Gondomar fez a sua
primeira apresentação
em 21-11-1920, sob a
direcção do maestro José
Moura em colaboração
com o corpo cénico e
Orquestra da Escola
Gondomarense
157. Banda de Música do Monteiro
Em 1850 o reverendo Padre João
Ramos das Neves, conhecido por
Padre João da Torre, organista, criou
um terceto para animar as
festividades religiosas.
O mesmo iniciou o ensino da música.
Damião Monteiro foi um seu ilustre
aluno.
163. Centro Democrático Recreativo da
Venda Nova
Foi idealizado em 1911. Tinha biblioteca;
Jogos.
Fez Conferências educativas e festas.
As adesões tiveram a sua primeira sede na
Farmácia da Venda Nova, onde poderiam ser
entregues livros instrutivos.
164.
165. Surge, na Travessa de S. Veríssimo, com o
nome Grupo Dramático Valboense Luz e
Vida, em 1922 com fins essencialmente
culturais. Hoje, localiza-se na Rua Dr.
Albino Montenegro.
166. Grupo Dramático e de Recreio da
Mocidade Valboense
Foi fundado em 31-1-1911 com finalidade
beneficiente e recreativa. No ano 1928,
contava com 280 sócios. Tinha a sua sede
no lugar da Culmieira. Possuía um grupo de
teatro.
167. CLUBE NAVAL INFANTE D.
HENRIQUE
Fundação - 4 de Julho de 1925 em Valbom.
Patrono D. Henrique
Símbolo - Cruz de Cristo.
Actividade - o Remo
Outras - Polo Aquático e a Natação
Mais tarde: o Basquetebol, a Pesca
Desportiva e o Ténis de Mesa.
168. No Natal de 1960, o Clube inaugurou a sua Sede
Social, na Rua Dr. Joaquim Manuel da Costa
173. “Grupo de Nun´ Álvares de
Fundou-se em 1924.
Valbom
Pretendia difundir a religião católica.
Tem a sua origem no Grupo dos Jovens
Católicos Valboenses Nun´Álvares Pereira, da
iniciativa do padre Joaquim Nunes Barroso.
No dia do seu 1º aniversário, um ofício do Grupo
Radical do Porto dizia “que se ia realizar uma
festa reaccionária”.
Elogia, apenas o Mestre Nun´Álvares.
Representa duas peças.
Actua a Tuna dos Caminhos de Ferro de
Portugal.
174. Círculo Católico de Operários – fundado a
2 de Janeiro de 1910, em casa do coadjutor
do pároco. Tinha escola que funcionava das 7
às 9 horas. Possuía, também um grupo
dramático e escola. Terminou com a
proclamação da república.
Juventude Católica
Partiu da reunião de um grupo de católicos no
Lugar de lamas, na Quinta das Ruas.
Tinha grupo cénico.
Temendo um assalto, arrolaram os bens e
cessaram o contrato de arrendamento.
175. Círculo Católico de Valbom, formado em
Lamas, em 1914, onde antes funcionou o
Clube 31 de Janeiro. Substitui o anterior.
Tinha escola e ministrava catequese. Por
vezes existia pancadaria entre os alunos do
Centro Pádua Correia e estes.
176. No final de 1915, o Governador Civil
mandou fechar todas as juventudes
católicas
181. Companhia Dramática Estrelas de
Fânzeres no lugar da Carvalha – fundada
em 1921. Chegou a ter teatro.
Centro de Instrução e Recreio Seixoense,
de Fânzeres
Fundado em 1926, possuía uma escola
nocturna.
182. Tuna Musical “União de Fânzeres” - foi
fundada em 1925, no lugar da Igreja.
183. Assembleia de Rio Tinto – foi fundada em
1921. Celebrou um brilhante festa em
benefício do Dispensário para crianças de
Rio Tinto.
184. Ideal Cinema
Ideal Cinema – em Rio Tinto
Em 1926, é beneficiado pela luz eléctrica
Torna-se muito frequentado.
185. DESPORTO
Onze Trevos Valboenses; Sporting Clube
Valboense; Oriente Sporting Clube
Em Gondomar havia o campo Alves
Pimenta , junto ao Souto, outro em Rio Tinto
e outro na Arroteia, em Valbom.
186. O Futbol Clube de Gondomar foi fundado
em 1 de Maio de 1921 com fins de Educação
física e desporto. Tinha a sua sede na Praça
Manuel Guedes.
Sport Cub de Rio Tinto, em 1923. Em 1928,
contava com 310 sócios. Tinha como fim o
estudo e prática de exercícios físicos e jogos
ao ar livre, especialmente o futebol. Também
tem praticado beneficência. A sua sede ficava
na Ferraria ( à Venda Nova).
187. Corpo de Bombeiros
Em S. Cosme foi fundada, em 1916 uma
Corporação de Bombeiros – Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários
de Gondomar.
188. VIDA POLÍTICA
O antigo presidente D. Luiz Pizarro da
Cunha de Portocarrero dá posse à nova
Comissão Administrativa Republicana
189. 15- 10-1910
O novo executivo é composto por:
Lucindo Martins de Oliveira; Alexandre de
Barros, Doutor Agostinho Emílio de Sousa
Pinto, Agostinho Silvestre Cardozo, Manuel
Marques de Almeida Russo; Davide Teixeira
de Sousa; Joaquim Teixeira.
O Dr. Rufino Ferreira Cardoso exercerá as
funções de presidente como representante da
autoridade civil.
190. O vereador Sr. Alexandre de Barros propôs “
que, em homenagem às classes operárias que
em Gondomar desfraldaram quando nos
dominava um regímen opressivo, a bandeira
republicana, o dia de descanso no concelho
seja o primeiro de Maio sendo aprovado por
unanimidade.”.
192. Questão Central dos Republicanos:
“ensinar ao povo os seus direitos e os
benefícios que a República em poucos
mezes lhe trouxe”
e
“indicar aos dirigentes republicanos do
concelho o verdadeiro caminho a seguir”
193. Conferências em Valbom e Fânzeres
ocorrem no 1º de Maio, depois da actuação
da Banda do Monteiro que fecha com a
actuação com a “Portuguesa”.
Em Fânzeres dá origem a bordoada por
parte de alguns indivíduos.
É necessário a intervenção de Miguel
Verdial, que com a sua voz potente explica
ao povo que estão em festa devido à
República.
197. Fontes: Arquivo Municipal de Gondomar: Livros de Recenseamento Eleitoral, vários
anos, sem catalogação
Recolha de Dr. João Carneiro e Dr. Manuel Couto sob orientação de Maria Antonieta
Cruz[1]
202. OPOSIÇÕES
Histórico - republicano antigo.
Adesivo - adere aos novos ideais de alma e
coração é “adesivo”
Talassa”, “Reacionário”, “Jesuíta”- não adere
Canhotos,- facção esquerdista do Partido
Democrático
Bonzos - facção moderada
206. Amigo Albino Cá estou e continuo bem de
saúde.
A vida não mata e como regularmente e há
pinguinha.
Este grupo é os de Gondomar. A cadelinha é
do Sargento
que nos serve e é uma bela pessoa.
Dá recados a todos os nossos amigos e aos
meus e à tua
esposa e ao Parada.
Teu amigo
Tomé
210. QUESTÃO RELIGIOSA
Com a lei da Separação
do Estado das Igrejas,
de 20 de Abril de 1911,
as igrejas matrizes e as
capelas públicas
passaram à categoria
de bens nacionais.
211. Valbom – questão dos
cruzeiros.
Propunha-se arrancar todos
os cruzeiros. O da
“Havenida Paroquial” muda
de sítio.
212. O povo pressionou o poder para que nenhum
cruzeiro mudasse de sítio, em Gondomar
232. MUTUALISMO
Associação Fúnebre de S. Bento das Peras de
Rio Tinto – Fundada a 14.04.1895
Associação de Socorros Mútuos de Nossa
Senhora do Amparo de Rio Tinto, Fânzeres e
• Associação de Socorros Mútuos 2 de Janeiro de
S. Pedro da Cova – fundada a de Rio Tinto,
com sede no lugar da Lourinhã
1897. A sua sede ficava no lugar da Venda Nova
• A Gondomarense foi fundada em Valbom, em
–
Sociedade de sua sede na Mútuos de S. Vê
1909. Tinha a Socorros Escola Dramática.
os seus estatutos Tinto – fundada em 12 de
Cristóvão de Rio aprovados em 1910, no final da
monarquia.
Junho de 1879, com sede no lugar da Boavista.
233. Associação de Socorros Mútuos de Rio Tinto,
com sede no lugar da Lourinhã
A Gondomarense foi fundada em Valbom, em
1909. Tinha a sua sede na Escola Dramática. Vê
os seus estatutos aprovados em 1910, no final da
monarquia.
Associação de Socorros Mútuos e Fúnebre
familiar de S. Salvador de Fânzeres foi fundada
em 2. 04. 1905
.
234. Associação de Socorros Fúnebre para ambos
os sexos de Jovim - fundada em 24. 06.1911
Associação Fraternal e beneficiência dos
artistas e Industriais de Valbom e S. Cosme
de Gondomar - fundada a 03. 05.1875
Montepio de S. Cosme de Gondomar –
fundada em 8 de Setembro de 1909.
237. 9 de Abril, meu amor
Triste data em que eu ditei,
Quando eu em ti pensei
Ó minha adorada flor.
São pecados da minha dor
E fatalidades da vida.
Ao escrever-te estas linhas.
Eu só choro, meu coração
Por serem palavras tão minhas
Só as letras as não são.
Olha leva à minha mãe
Muitos beijos e carícias
E diz que de mim tens notícias
Que estou vivo e estou bem
238. Minhas pobres irmãzinhas
Que inocentes, coitadinhas
Que só sentem, como tu sentes,
Diz-lhes que não és tu quem mentes
Porque as palavras são minhas
Fui ferido e perdi um braço
Numa chuva de metralha
Arranja outro namorado
Que eu sou um homem mutilado
E futuro algum te oferece.
245. A procissão realizava-se no Domingo de
manhã, com a imagem da Nossa Senhora
do Rosário em destaque e os pendões das
Confrarias por ordem de importância. A
festa de S. Cosme e S. Damião juntava-lhe.
Havia música, com a banda do Monteiro e
geralmente outra de fora
250. 1910/11 1911/12 1912/13 1913/14 1918/1919
Festivida 595$700 50 $700$ 75$700 7$700 54$ 39
de
Rosário
Pobres e 89$000 89$000 11$407
doentes
Festivida 125$200 13$200 6$200 6$200 19$70
de
Rosas
Pobres e
doentes
As Confrarias transformam-se em Corporações
de Assistência de Beneficência
251. O Sao Bento é das Pêras,
O S. Lázaro dos anéis,
as Marias do Antónios,
e as Anas dos Manéis!
A festa de S. Bento em Rio
Tinto é também muito
concorrida com belas
armações e procissão.
252. Em S. Pedro da Cova, festejava-se o S. Pedro a
29 de Junho, bem como em Valbom. A Santa
Bárbara, advogada dos mineiros não tinha dia
certo. Em Belói festejava-se a Nossa Senhora
das Mercês, a 15 de Agosto.
254. A festa de Santa Justa ( em capela do concelho de
Valongo) dava origem a descantes, na espera, ou
seja quando os pedroenses esperando os
romeiros, nas imediações, onde aproveitavam para
merendar.
Menina, anda a mais eu,
Não tenhas medo à fome,
Que meu pai tem uma quinta
Que mantém a quem não come.
256. A Confraria de S. Cosme
e S. Damião erecta em S.
Cosme de Gondomar, só
ao fim de cinco reuniões,
em 4 de Agosto de 1912,
decide continuar como
confraria e reformar os
estatutos .
257. Os estatutos reformados são
apresentados a 11 de Agosto de 1912,
por Manuel Ribeiro de Almeida Júnior, juiz
da confraria e Victorino Martins d´Oliveira,
secretário
258. As Confrarias transformas-se em
Corporação de Assistência de
Beneficência como é preceituado no
artigo 36 do Código Civil e no artigo 169
da Lei da Separação do Estado e da
Igreja.
260. Estatutos - 1913
Promover o culto e devoção a Santo Eloy
Sufragar as almas dos irmãos fallecidos
Empregar a receita disponível em
beneficência, socorrendo indigente, inválidos
ou tuberculosos, sendo preferidos os irmãos da
Confraria.
As viúvas de ourives e os ourives pobres e
doentes eram o principal objecto da assistência
da confraria, inserindo-se desta forma nas
directrizes da República, mas privilegiando os
seus membros.
261. “ A festa principal desta Confraria é no dia
primeiro de Dezembro, quando seja dia
santificado e não o sendo no primeiro
domingo daquele mez.”
262. FESTAS CÍVICAS
A festa da bandeira
nacional é
comemorada a 1 de
Dezembro, aliada à
restauração da
independência
nacional.
263. FESTA DA ÁRVORE
A Festa da Árvore é referida em vários jornais
republicanos como tendo especial brilho em
Valbom.
Em 1913, O cortejo da Festa da Árvore é é
abrilhantado com uma orquestra paga a
expensas do Clube Gondomarense e a sessão
solene realiza-se no salão do clube
Gondomarense.
São convidados todos os professores primários
a entrarem na organização
264. Em 1916, em Valbom, a festa que teve lugar a
16 de Março, incluiu a plantação de uma árvore
em Fonte Pedrinha, seguida de um cortejo até
ao Souto, onde teve lugar uma sessão solene,
discursos Inflamados a favor da República e
recitativos e cantos escolares.
266. Calendário Festivo Republicano
Natal : festa da Família
1º de Janeiro consagrado à Fraternidade
Universal,
31 de Janeiro aos precursores e Mártires da
República,
5 de Outubro aos Heróis da República,
1º de Dezembro à Independência de Portugal
268. Em 1910 Gondomar possuía um analfabetismo
global de 56,5,
em 1915 é de 54,5,
A reforma do ensino primário consta do Decreto-
Lei de 29 de Março de 1911.
O Ensino Primário passa a ser custeado pelas
Câmaras. A partir de 1918-1919, passam a ser
administrados pelo Estado.
274. A reforma do ensino primário consta do Decreto-
Lei de 29 de Março de 1911.
O Ensino Primário passa a ser custeado pelas
Câmaras. A partir de 1918-1919, passam a ser
administrados pelo Estado.
275. São criadas escolas móveis para adultos, aos
quais será ministrado o ensino da leitura, escrita,
contas, rudimentos de geografia, história-pátria e
educação cívica”.
Centro Democrático de instrução Luz e
Esperança Pádua Correia, em Valbom
“Escola Bernardino Machado”, em Rio Tinto
276. Em 1918/19 existiam:
3 escolas, na Foz do Sousa; S. Cosme; e Rio
Tinto;
4 em S. Pedro da Cova;
2 em Valbom; Covelo; Fânzeres; Jovim; Lomba;
Medas; Melres.
Em Melres e S. Pedro da Cova, 2 eram
masculinas. Nas restantes, 1 era masculina.
Covelo, Jovim e Lomba não tinham escolas
femininas.
277. 1920
Analfabetos Sabem ler
Varões Fêmeas Varões Fêmeas
39% 51% 24% !7%
Em 1910, a média do país era de 75 %
Em 1920 - 66 %
278. 13 de Dezembro de 1921 - Escola Industrial de
Gondomar, com sede em Valbom.
Cursos; de marcenaria, talha, ourivesaria e de
labores femininos.
Tinha como patrono Marques Leitão.
279. Na escola destacam-se bons professores
sobretudo mulheres.:
Em Rio Tinto destaca-se: Maria Rosa
Pinheiro, que recebe um voto de louvor pelo
seu zelo e bons resultados”.
Em S. Cosme destaca-se: Emília Augusta
Lopes de Araújo, professora oficial do sexo
feminino do Souto que, durante a Monarquia
do Norte toma posições a favor da República.
281. A 14.07.1898 é criada a Associação de Classe
dos Operários Marceneiros Valboenses. Tinha a
sede em Fonte Pedrinha.
2. 04 de 1898-Greve dos carreteiros contra as
licenças (1 por cada carro em vez de um
pagamento único).
282. 20.08. de 1901- Pádua Correia fez conferência
no Centro Socialista Oriental.
Em 29 de Setembro o centro Socialista Oriental
inicia missões de propaganda rural para constituir
secções em Valbom; Campanha; Rio Tinto;
Águas Santas.
16 . 01. 1901 -Greve nas Minas de S. Pedro da
Cova
15-09-1903 -greve dos ourives em Gondomar,
por acabar a contrastaria.
283.
284. Em 1906 – fazem-se grandes comícios em Torres
Vedras, Labrugeira, Merceana, Atalaia, Alenquer,
Lourinhã, Setúbal, Almeirim e Gondomar.
17 -02-1907- reunem os Mineiros em S. Pedro
da Cova para formar associação de Classe.
20-09- 1908 -Comício de leiteiras em Valbom
contra os zeladores municipais
10-15-16 - greve de carreteiros: incidentes nas
barreiras, apedrejamentos
285. 28 de Dezembro de 1909, quando o rei visita o
Porto, a cidade está às escuras, porque foram
roubados , 60 a 70 candeeiros de noite.
1 de Dezembro de 1910 -Greve dos funcionários
da Companhia de Gás e Electricidade do Porto, e
Lisboa.
1914, cria-se a Associação de Classe de
Operários Mineiros e Anexos
Em 1915, a Associação dos Operários
Marceneiros de Valbom não comemoram o 1º de
Maio devido à “enorme crise que assoberba as
classes trabalhadoras
286. 1915, há greve mineira em S. Pedro da Cova,
pela melhoria dos salários
1917 - Os mineiros de S. Pedro da Cova entram
uma greve, devido aos baixos salários à carestia
de vida, sobretudo do pão. Esta greve, que se
arrasta por várias semanas é, duramente
reprimida. Vários mineiros são mortos
1918- pede-se a suspensão do imposto sobre as
mobílias que passam as barreiras da cidade do
Porto devido à Crise de trabalho dos
marceneiros.
287. 1923 é marcado pela maior greve dos mineiros
de S. Pedro da Cova – 11 semanas.
As reivindicações são as mesmas: melhores
salários, melhores condições de vida. Desenrola-
se ao longo de 11 semanas
300. Periódicos
DURAÇÃO DESIGNAÇÃO FICHA TÉCNICA LOCAL CARACTERÍSTCAS
1893 a Eco Alfredo Rio Tinto
Popular Pereira
1893 a O Alfredo Rio Tinto Semanário
Gondoma Pereira político e
rense noticioso
1905 à Vitória ! DT: João Valbom Nº comemorativo
actualidad Monteiro da fundação da
e de Escola Dramática
Meireles Musical
Valboense - anual
301. DURAÇÃO DESIGNAÇÃO FICHA TÉCNICA LOCAL CARACTERÍSTCAS
04.06. 1911 A Peleja Dt: 1º - Carlos Rio Quinzenário
12 nºos Amaral; 2ª Tinto
Augusto
Costa; 1º Ed:
António F.
Santos; 2º
A.C.
1911 O Dt: Carlos Rio Quinzenário
24 nºs Moscardo Sousa; Ed: A. Tinto
Rodrigues
11.12.1910 Portugal Dt: João M. S. Semanário
a Novo Moura; Ed: Cosme Republicano
04.06.1911 Agostinho S.
26 nºs Cardoso
302. DURAÇÃO DESIGNAÇÃO FICHA TÉCNICA LOCAL CARACTERÍSTCAS
12 de 1910 Progresso Dt: José B. S. Semanário
5 nºs de Ramos; Rtor Cos político
Gondomar Camilo de me
Oliveira
25.12.1910 O Dt : José S. Sucede ao
Progresso Barbosa Cos Progresso de
de Ramos me Gondomar
Gondomar
16.04.1911 O Combate Dt e Ed: S. Semanário
a 27. Carlos Cos político
10.1912 Amaral; me
Dt :J. M.
Moura;Camilo
de Oliveira e
303. DURAÇÃO DESIGNAÇÃO FICHA TÉCNICA LOCAL CARACTERÍSTCAS
09.06.1912 Aurora de 1º Dt: Beleza S. Semanário
a Gondomar de Andrade; Cos político
30.12.1916 2ºDt: Lino me
234 nºs Nunes de
Figueiredo;3º
Dt: R. M.
Almeida R.
08.03.1913 O Dt: Manuel N. S. Tri-mensal -
a 1914 Evolucionis Correia: Ed: Cos ilustrado
ta Joaquim R. me
Santos
08.01.1915 A Voz Dt: Adelino de S. Tri-mensal -
a 12. 1915 Nacional Melo; Ed: Cos ilustrado
Joaquim R. me Sucede ao
304. DURAÇÃO DESIGNAÇÃO FICHA TÉCNICA LOCAL CARACTERÍSTCAS
21.02.1915 a Terra Rt e Ed: Val Quinzenário
11 de 1916 Portuguesa Centro bom politico,
46 nºs Democrático noticioso e
Pádua literário. Orgão
Correia, Ed: do Partido
A. A. Amado Republicano
Português.
A Terra Dt: António Val
Portuguesa Amado; Ad: bom
João Monteiro
de Meireles
27.05. 1920 O Alho Dt: António P. Val Quinzenário
Moreira; Ed: bom noticioso
Joaquim P. humoristico e de
305. DURAÇÃO DESIGNAÇÃO FICHA TÉCNICA LOCAL CARACTERÍSTCAS
04. 04.1920 Clube S. Nº único de
Gondomaren Cos homenagem a
se me Gabriel Marques
31.06. Ideal da Dt: Amândio Rio Quinzenário
04.07.1922 Mocidade A. Silva; Ed: Tinto literário,
23 nºos Mário noticioso,
Barreto humotístico e de
crítica.
15.01.1923 a A Mocidade Dt: Ferreira Quinzenário
15.09.1923 Aldeã dos
15 nºs Santos;Ed:J
oão G.
Cardoso
306. DURAÇÃO DESIGNAÇÃO FICHA TÉCNICA LOCAL CARACTERÍSTCAS
01.05.1923 Arion Dt: Luís G. de Rio Quinzenário de
a Oliveira Ed: Tinto arte
22.08.1923 Júlio V.
5 nºs Ramos
24.11.1923 A Nossa Dt: João M. Valb Semanário
a 1935 Terra Meireles; Ed: om Republicano
João M. independente
Pereira
10. 06. Academia Dt: António Valb Prop. Grupo
1923 Valboense Guiomar om Académico
nº único Ed: Tiago P. Valboense
Martins
307. DURAÇÃO DESIGNAÇÃO FICHA TÉCNICA LOCAL CARACTERÍSTCAS
25.08.1925 A Voz de Dt: Damião Vila de Quinzenário
a Gondomar Moura;Ed: Gondo político -
01.01.1926 José C. mar republicano
10 nºs Neves Junior
1935 Legionário Ed: M. Ribeiro Gondo Semanário
de de Almeida; mar Católico - Por
Gondomar Dt: C. Gomes Deus e pela
Leite Pátria
314. • O progresso de Gondomar, nº 36, 9 de
Outubro de 1910
315.
316.
317.
318. A Voz de Gondomar,
nº 4, 4 de Outubro
de 1925
319.
320.
321.
322.
323.
324. As moças cá da cidade
Eu venho dizer ao cabo
Se apreciaes hortaliça
Aqui tendes um bom nabo
É um nabo de respeito Outro assim não
apanhaes
Quando d´ellle comer um naco
Logo fica a pedir mais
325. E n´um pomposo dizer vou
E com isto digo tudo
E com isto digo tudo
Que das bandas de S. Cosme
Este das bandas de S.taludo.
Que nabo é o mais Cosme
Este nabo é o mais taludo.
Ora, pois quem tiver gasto
Não ´steja com mais aquella
Passe p´ra cafuma alheia
E tem Nabo p´ra panella
Nabo nº 1, Carnaval 1911
326. Conclusão:
• Gondomar, um concelho rural, recebe a
influência do porto em muitos aspectos e torna-
se muito dinâmico durante a 1º República, quer
do ponto de vista reivindicativo , quer cultural.
• Há diferenças entre as freguesias, podendo
destacar Fânzeres e Valbom como mais
conflituosas, já que aqui se confrontam com
denodo republicanos e monárquicos. Rio Tinto
salienta-se pela qualidade dos seus cidadãos,
destacando entre eles Carlos Amaral.
327. S. Cosme adopta uma postura moderada e
pouco embarca em confrontos de monta.
Quanto a S. Pedro da Cova, se a Junta está
ao lado do Pároco e luta constantemente por
uma sede própria já que tem que reunir na
sacristia da igreja ou na escola, reivindica
melhorias para a freguesia, reverenciando a
Companhia das Minas capaz de ser sua
parceira em tais benefícios.
De qualquer forma, Gondomar, tal como o
país teve oportunidade de lutar por um ideal,
praticar a intervenção cívica e aprender a
tolerância.
328. Bibliografia
Fontes Manuscritas:
Arquivo da Câmara Municipal de Gondomar :
• Livro de Registo das Actas das Sessões de
Vereação da Câmara de Gondomar , Livro nº 13 e
14.
Arquivo da Junta de S. Cosme de Gondomar:
A.J.S.G. – Actas da Junta da Paróquia de S. Cosme
de Gondomar, Livro nº 3; 4; 5 e 6.
Caderno das Actas da Comissão do Recenseamento
Escolar da Freguesia de São Cosme
329. Arquivo da Junta de S. Pedro da Cova :
Actas da Junta da Paróquia da freguesias de S. Pedro
da Cova – Livro nº 5; 6; 7.
Arquivo da Junta de S. Pedro da Cova :
• Actas da Junta da Paróquia da freguesias de Valbom
– Livro nº 4; 5; 6.
Arquivo da Confraria de S. Cosme e S. Damião e N. Srª
do Rosário:
Estatutos da Confraria de S. Cosme e S. Damião da
freguezia de S. Cosme de Gondomar1882 e 19 12
• Estatutos da Confraria de Nossa Senhora do Rosário
da freguezia de S. Cosme de – 1893 e 1912
330. • Livro Diário de Receita e despesa da Confraria
de S. Cosme e S. Damião – 1895-1921
• Registo de orçamento e contas da Confraria da
Senhora do Rosário de Sam Cosme de
Gondomar – 1891 – 1923
• Livro nº 2 - Registo de orçamento e contas da
Confraria da Senhora do Rosário de Sam Cosme
de Gondomar – 1917 – 1936
• Confraria de S. Cosme e S. Damião – Copiador
da Correspondência expedida – 1896-1924
• Copiador da Correspondência da Confraria de
Da Senhora do Rosário –– 1880-1925
331. • Livro nº 1 das Actas da Confraria de S. Cosme e S.
Damião – 1895- 1913
• Livro das Actas da Confraria da Nossa Senhora da
Rosa e Nossa Senhora do Rosário – 1891- 1928
• Livro de matrícula dos irmãos da Confraria de s.
Cosme e S. Damião erectos na egrja parochial de S.
Cosme de Gondomar
• Livro do tombo dos bens capitais, móveis e alfaias
pertencentes à Confraria de S. Cosme e S. Damião
erecta na igreja parochial de S. Cosme, concelho de
Gondomar
• Diário de António Ferreira da Fonseca, S. Pedro da
Cova.
332. Fontes Impressas
Biblioteca Pública Municipal do Porto
• Jornal de Notícias – várias datas
• Periódicos gondomarenses do período da 1ª
República
ARQUIVO CLUBE GONDOMARENSE
• Clube Gondomarense – Resumo da História do
Clube – 1908 a 1958 – 1ª , ed. C. Gondomarense.
333. • AZEVEDO, Carlos Moreira, Dicionário de História
Religiosa de Portugal, Círculo de Leitores, Ri de
Mouro, 2001.
• CATROGA, Fernando, Revolução e Secularização
dos Cemitérios em Portugal, Atitudes perante a
Morte, Coimbra, Livraria Minerva, 1991.
• COSTA, Francisco Barbosa, Romaria de Nossa
Senhora do Rosário em S. Cosme de Gondomar,
ed. C. NSrª do Rosário, Gondomar , 2009
• CRUZ, Antonieta, Eleições no Porto e em
Gondomar: da Monarquia para a República,
Revista da Faculdade de Letras - História,III série,
vol 8, Porto 2007.
334. • FIGUEIRAS, Paulo de Passos Figueiras, S.
Veríssimo de Valbom, Subsídios para uma
Monografia, 1ªed. Centro Social e Cultural da
Paróquia de S. Veríssimo de Valbom, Gondomar,
Gondomar 1998.
• MAGALHÃES, Albano, SILVA, Fátima, D´Armada,
Fina, LOPEs, Licínia, CORREIA, Natália, CASTRO,
Olga, Rio Tinto – Apontamentos Monográficos, 2
vols, ed. J.F. R. Tinto, 1999.
• MAGALHÃES, Albano, D´Armada, Fina, CORREIA,
Natália, Monografia da Vila de Fânzeres, ed. J.F.
Fânzeres, 2005.
335. ROSAS, Fernando, ROLLO, Maria Fernanda,
História da primeira República Portuguesa,
Tinta da China, Lisboa, 2009
Blogues:
Aguaríssimo, Junho de 2009
Novas Cartas Portuguesas, Junho de 2009