O relatório Estado da Imprensa 2010 analisa a situação econômica pessimista da imprensa norte-americana, prevendo que os jornais têm até 2013 para encontrar um novo modelo de negócios para as versões impressas e digitais. A indústria dos jornais perdeu 30% de sua capacidade produtiva desde 2000, enquanto a tiragem média caiu 25,6% e 14 mil jornalistas perderam o emprego desde 2007. O jornalismo online também enfrenta dificuldades com receita de publicidade ainda baixa e poucos
Aula 5 (26/2/2009): As funções na redação de um jornal
Análise pessimista do relatório Estado da Imprensa 2010 sobre futuro da mídia nos EUA
1. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
CENTRO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
Estado da Imprensa 2010: muitas
perguntas, raras respostas e mais
pessimismo
Carlos Castilho
Disponível em
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/blogs.asp?id
_blog=2&id={8575F96E-02FC-4E24-BF69-
C26EC618D086}, acessado em 20/03/10
Uma coisa impressiona logo de cara
quem lê o respeitado relatório
Estado da Imprensa 2010 publicado
anualmente pelo Pew Project for
Excellence in Journalism. Enquanto
os informes anteriores destacavam
invariavelmente as inovações e
mudanças no dia a dia do
jornalismo, especialmente nos
Estados Unidos, desta vez o
documento se concentra na análise
da situação econômica da imprensa
norte-americana e suas perspectivas futuras.
Os jornalistas de todo o mundo seguem de perto tudo o que acontece na imprensa
norte-americana porque ela é tida como o padrão para a cultura ocidental em matéria
de jornalismo e porque há
uma crença generalizada de
que o que acontecer com os
jornais de lá, vai atingir, em
maior ou menor escala, o
resto do mundo ocidental.
E o relatório 2010 está
carregado de pessimismo, a
ponto de prever que os
jornais norte-americanos
têm um prazo até 2013 para
achar um novo modelo de
negócios, tanto para as
versões impressas com as
digitais (na Web), mesmo
levando em conta uma leve
recuperação em 2010 das
perdas sofridas no ano
passado, em conseqüência
da turbulência global nas
bolsas de valores.
Professor mestre Artur Araujo (artur.araujo@puc-campinas.edu.br)
site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/
ftp: ftp://ftp-acd.puc-campinas.edu.br/pub/professores/clc/artur.araujo/
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2. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
CENTRO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
Pesquisadores do projeto e do Instituto Poynter, da Flórida, estimaram que a indústria
dos jornais perdeu 30% de sua capacidade produtiva , avaliada em 1,6 bilhão de
dólares, desde 2000. Eles dizem que com isto o setor tem agora apenas US$ 4,1
bilhões para tentar achar uma saída para a crise.
A situação está tão feia, que o informe reproduz uma queixa Grafico publicado no
Estado da Imprensa 2010das empresas distribuidoras de jornais que reclamam do
baixo peso e magreza das edições diárias, responsáveis pelo fato de que os
entregadores não conseguem mais jogar os exemplares na porta das casas a partir da
calçada. Elas dizem que isto obriga os jornaleiros a chegar mais perto da casa, o que
diminui o ritmo de entrega e encarece a distribuição.
O informe cita a empresa Veronis Suhler Stevenson para a qual mesmo com uma leve
melhoria em 2010, os jornais, revistas e emissoras de televisão dos Estados Unidos
devem, em 2013, faturar 43% a menos do que em 2006. É uma queda assustadora e
que fica ainda mais preocupante quando se leva em conta que a tiragem média dos
jornais norte-americanos caiu 25,6% desde o ano 2000 e que aproximadamente 14 mil
jornalistas ficaram desempregados desde 2007.
O pior de tudo é que o jornalismo pela Web também não está navegando num mar de
rosas. A publicidade online continua raquítica e fica com apenas 10% dos
investimentos feitos por anunciantes na mídia norte-americana. Os grandes jornais
estão cada dia mais impacientes com a falta de indícios de que a cobrança de acesso
às noticias na WEB pode ser rentável. O The New York Times já se deu um prazo de
um ano para que a versão online do jornal dê lucro.
No caso das iniciativas autônomas, os autores do Estado da Imprensa 2010, citam o
projeto J-Lab, que pesquisa jornalismo online nos Estados Unidos, segundo o qual nos
últimos quatro anos apenas 141 milhões de dólares foram investidos no segmento,
cerca de um décimo do que foi perdido pela grande imprensa no mesmo período.
Nesta sinuca de bico, o grande perigo mencionado pelo relatório não é uma quebra em
massa de jornais impressos, revistas e telejornais mas o temor de que o segmento se
torne irrelevante como fonte de informação. O sintoma desta crescente irrelevância é o
fato de que somente 19% dos americanos consultados numa pesquisa do projeto Pew
Internet and American Life terem dito que pagariam pelo acesso a notícias online.
Professor mestre Artur Araujo (artur.araujo@puc-campinas.edu.br)
site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/
ftp: ftp://ftp-acd.puc-campinas.edu.br/pub/professores/clc/artur.araujo/
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