Este documento descreve a implantação da técnica de recuperação intraoperatória de sangue (RIOS) em um serviço público de atendimento ao trauma no Ceará. A técnica permitiu reduzir as transfusões de sangue e melhorar os resultados clínicos dos pacientes, especialmente após a criação de uma equipe dedicada à RIOS disponível 24 horas por dia. A experiência mostrou a importância da comunicação e integração entre as equipes médicas e de enfermagem para o sucesso do programa.
IMPLANTAÇÃO DA TÉCNICA DE RECUPERAÇÃO INTRAOPERATÓRIA DE SANGUE EM SERVIÇO PÚBLICO DE ATENDIMENTO AO TRAUMA
1. IMPLANTAÇÃO DA TÉCNICA DE
RECUPERAÇÃO
INTRAOPERATÓRIA DE
SANGUE EM SERVIÇO
PÚBLICO DE
ATENDIMENTO AO TRAUMA
Ve lma Dias do Nascimento
2. AMPLIAÇÃO DO ESCOPO
DE PRÁTICAS
Maior adesão ao tratamento,
gestão de sintomas e utilização
dos serviços e efetividade clínica
na atenção aos
usuários/pacientes.
3. Recuperação Intraoperatória de
Sangue
Técnica que envolve a coletae
reinfusão de sangue autólogo
obtido da aspiração do campo
cirúrgico,
através de equipamento
apropriado,
apresentando- se como uma
alternativa eficaz à transfusão de
sangue
homólogo.
CE P IJ F : n° 3.101.044
TÉCNICA RIOS
5. O uso da RIOS é
recomendado
quando pode ser
esperada a redução
da probabilidade de
transfusão alogênica
(doadores) e / ou
anemia severa no
pós-operatório
(KLEIN et al., 2018).
6. Centro
de
Hematologia e
Hemoterapia
do
Ceará
- Serviço de referência responsável pela
coordenação e promoção da política estadual do
sangue no estado do Ceará.
- Conta com serviço
especializado de RIOS
atuando em 7 hospitais
de referência.
7. IJF 1 e 2
Perfil predominantemente cirúrgico
Instituto Dr. José Frota
Referência no trauma e alta complexidade no estado do Ceará
8. Junho/2015
IMPLANTAÇÃO DA TÉCNICA RIOS
NO IJF
No segundo semestre de 2015 o
HEMOCE viabilizou o equipamento e
os materiais necessários para sua
realização, além do treinamento de
profissional para manuseio e
realização dos procedimentos.
9. Hemocentro Coordenador
Implantação da técnica com disponibilização do
equipamento, materiais e profissional capacitado para sua
realização
Desenvolvimento da Experiência
Perfil de cirurgias
Identificação de cirurgias com benefício potencial
Capacitação com Anestesistas
Aulas e palestras para o corpo clínico e residentes de
anestesiologia
Centro Cirúrgico
Abordagem direta aos cirurgiões no centro cirúrgico pela
Enfermagem do HEMOCE
Nú c le o Tr an sf us io n al , 20 15
10. ATIVIDADES
DESENVOLVIDAS
METODOLOGIA
Divulgação sistemática do
método com apoio da
chefia da unidade cirúrgica
Criação de estratégia de
comunicação para
interface dos Enfermeiros do
Núcleo Transfusional
(NUTRAN) com Cirurgiões e
Anestesistas
Ampliação da Equipe de
Enfermeiros para
atendimento 24 horas
11. Equipe Cirúrgica
O desinteresse e resistência das equipes foram
trabalhados a partir da sensibilização do corpo
clínico e de cirurgiões formadores de opinião no
serviço.
Comitê Transfusional Hospitalar
O CTH passou a realizar campanha anual com o tema
“Transfusão eu levo a sério” para divulgação dos
protocolos institucionais de transfusão.
Hemocentro Coordenador
Disponibilizou equipamentos, materiais e capacitação
dos profissionais sem custos para o
hospital, o que facilitou a adesão por parte de sua
diretoria.
Campanha do Comitê
Transfusional Hospitaar
13. DESAFIOS ENFRENTADOS
USO DA TÉCNICA RIOS NO IJF
Resistência
da equipe médica
Resistência por parte da
Equipe Médica e
desconhecimento das
vantagens e benefícios de
sua utilização
Uso da técnica
RIOS
Falta de entendimento e
familiaridade com os
conceitos de preservação
do sangue no
intraoperatório
Qualificação
Profissional
Ausência de formação
dos profissionais de
Enfermagem para
utilização
do método
14. Benefícios
da RIOS
Diminuição de transfusões homólogas e
suas complicações, como risco de
transmissão de doenças
infectocontagiosas, edema pulmonar,
hemólises ou anafilaxia
Redução na demanda de bolsas de
sangue para transfusão
Evita alterações imunológicas induzidas
15. ELETIVO
As cirurgias que mais se
beneficiaram da implantação do
método nessa experiência foram
correção de Fratura de Fêmur,
Artroplastia Total de Quadril (ATQ),
Fratura de Acetábulo e Epifisiólise
de Fêmur na pediatria.
EMERGÊNCIA
No Trauma Toracoabdominal
houve grande impacto na redução
de transfusões e melhoria da
evolução clínica de pacientes com
lesão hepática e esplênica, além do
trauma torácico.
16. O QUE FOI
TRANSFORMADO
IMPLANTAÇÃO DA TÉCNICA RIOS
NO TRAUMA
Critérios para uso da técnica
- Permitiu identificar critérios para sua utilização
e disponibilizar essa estratégia de conservação
de sangue para todos os procedimentos com
benefício potencial
Uso em pacientes com recusa a
transfusão de sangue
- Ampliando o uso para pacientes sem recusa
religiosa à transfusão, de forma sistemática
Mudança no perfil transfusional
- Redução do número de transfusão de hemácias
em procedimentos Eletivos e de Emergência,
com uma média de recuperação de 1 - 2 e 3 - 4
bolsas, respectivamente
17. 2011-2014
12 Procedimentos de RIOS em
apenas 4 anos
(3 RIOS/ano).
2015-2017
176 Procedimentos incluindo o
cenário Emergencial
(58 RIOS/ano)
10/2018 - 2020
Formação da Equipe de
Enfermeiros do Trauma (12
RIOS/mês)
19. RESULTADOS APÓS IMPLANTAÇÃO DA EQUIPE
PROTOCOLO
Protocolo estruturado e
validado pelo CTH
para Indicação da RIOS no
cenário eletivo e no
trauma
toracoabdominal
TÉCNICA RIOS
Nenhum
procedimento com
complicação e
expansão para uso
em Drenagem de Tórax
ENFERMEIRO
Participação ativa do
Enfermeiro como
membro da Equipe
Cirúrgica
20. USO DA TÉCNICA RIOS
REAPROVEITAMENTO DE SANGUE AUTÓLOGO NO TRAUMA
Redução da exposição
transfusional no cenário da
urgência e em procedimentos
eletivos específicos
Permitiu o aproveitamento de
sangue autólogo em cirurgias
eletivas e de urgência de
grande porte
Beneficiou os pacientes com
indicação formal de
autotransfusão por recusa
religiosa ao uso do sangue
homólogo
21. USO DA TÉCNICA RIOS
REAPROVEITAMENTO DE SANGUE AUTÓLOGO NO TRAUMA
Maior integração entre as equipes
do serviço de transfusão e o corpo
clínico e cirúrgico
do hospital
Oportunidade de sensibilização da
equipe médica quanto ao uso
racional e manuseio do sangue
no intraoperatório
Permitiu maior envolvimento do
Enfermeiro em sala operatória
melhorando a interface com as
equipes médicas
23. COMUNICAÇÃO
Várias estratégias de
comunicação foram usadas
para sensibilização dos
profissionais
INTEGRAÇÃO
Integração com as
coordenações Médicas, de
Enfermagem, plantonistas e
residentes foi fundamental
24. Vídeo de apoio
Esse material foi usado para sensibilização das equipes de cirurgiões e
anestesiologistas
25. Vídeo de apoio
Esse material foi usado para sensibilização das equipes de
cirurgiões e anestesiologistas.
26. O uso da RIOS no Manejo da
Hemorragia Grave contribuiu para
a validação de um Protocolo
Pioneiro no Brasil desenvolvido
durante o Mestrado.
PROTOCOLO MHEG teve o apoio:
CAPES/COFEN/UNIFOR