O documento discute a representação da mulher ao longo da história, desde civilizações antigas matriarcais até o surgimento do feminismo. Aborda como religiões como o cristianismo e o judaísmo promoveram visões misóginas, assim como filósofos como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Também menciona deusas como Gaia e conceitos como a Shekiná no judaísmo.
8. A mulher como propriedade. Judaísmo.
A mulher judia carecia de quaisquer direitos e
era comprada e vendida pela própria família.
9. O cristianismo, conforme se expandiu e se tornou religião de Estado, foi
aprofundando o anti-feminismo das culturas judaica e greco-romana. São Paulo
predicou: “Que a mulher aprenda em silêncio com toda sujeição. Porque não permito
a mulher ensinar, nem exercer domínio sobre o homem, senão estar em silêncio”. Em
outra passagem diria aos homens “Que vossas mulheres calem nas congregações;
por que não lhe é permitido falar (...) E se quiserem aprender algo, perguntem em
casa aos seus maridos”.
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Na lógica desse cristianismo misógino, que ganhou corpo na Idade Média, a mulher
era impura e sedutora. Foi ela que, segundo a Bíblia, havia trazido o pecado ao
mundo e arruinado a felicidade humana. A lenda de Adão e Eva sintetizava bem esta
visão anti-feminina. Tertuliano exclamava: “Mulher! (...) foi tu que arruinaste o gênero
humano. Mulher! Tu és a porta do inferno!”.
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São Thomas de Aquino não ficou para trás ao afirmar que “a mulher era uma erva má”
e que “nasceram para estar sujeitas, eternamente, ao julgo de seu dono e senhor, a
quem a natureza destinou o senhorio pela superioridade que há dado ao homem em
todos os aspectos”. Santo Agostinho escreveu: “Faz parte da ordem natural, entre os
humanos, que as mulheres sejam submissas aos homens (...) Porque, por uma
questão de justiça, a razão mais fraca deve submeter-se a mais forte”.
10. Do Latim família, que significa o conjunto
das propriedades de alguém, incluindo
escravos e parentes; família vem de
famulus, que significa escravo doméstico.
11. Jesus destruiu o patriarcalismo e o tratamento
depreciativo da mulher na cultura judaica.
Mateus cap.19.
12. Freud afirmou que um indivíduo é controlado se
sua libido for controlada. A sexualidade e a
mulher.
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A “histeria" na Inglaterra, meados do séc. XIX-era
vitoriana, tratamentos com “vibradores".
14. O FEMINISMO
• A primeira teria ocorrido
no século XIX e início do
século XX, a segunda nas
décadas de 1960 e 1970
e a terceira na década de
1990 até a atualidade.
15. A primeira onda do feminismo se refere a um
período extenso de atividade feminista ocorrido
durante o século XIX e início do século XX no Reino
Unido e nos Estados Unidos, que tinha o foco
originalmente na promoção da igualdade nos
direitos contratuais e de propriedade para homens e
mulheres, e na oposição de casamentos arranjados e
da propriedade de mulheres casadas (e seus filhos)
por seus maridos.
17. A SHEKINAH DE DEUS, SEU LADO FEMININO
• Designanda a faceta da revelação divina
aos homens, a "Divina Presença", sendo
também considerada a face "feminina" e
"materna" dela. O vocábulo "shechiná"
não aparece na Bíblia Judaica nem no
Novo Testamento, sendo uma palavra
derivada da raiz hebraica ש-כ-נ (sh-k-n),
cujo significado é "habitar", "fazer
morada". De acordo com a concepção
cabalística e do ramo hassidísmo do
judaísmo, a Shechiná é uma energia
cósmica poderosíssima em si mesma,
que habita no "interior" do Universo e
vivifíca-o, sendo a sua "alma" ou
"espírito".
19. Deusa da Terra, Mãe geradora de todos os deuses e criadora do planeta, Gaia é
também conhecida por Geia, Gaea ou Gê.
Nascida do Caos, foi a ordenadora do Cosmos, acabando assim com a desordem e
a destruição em que aquele se encontrava, criando a harmonia.
Sozinha, gerou Urano (o Céu) e Pontos (o Mar); criou, do seu próprio corpo,
montanhas, vales e planícies; fez nascer a água e deu origem aos seres vivos.
Uniu-se a Urano e dessa junção nasceram os Titãs, as Titânides, os Ciclopes e os
Hecatonquiros. Temendo o poder dos filhos, Urano aprisionou-os. Gaia ficou
furiosa e convenceu o filho Cronos, o mais jovem dos Titãs, a castrar o pai, assim
que ele (o Céu) viesse de novo unir-se a ela (a Terra), dando-lhe para o efeito uma
foice de aço. O desentendimento entre Gaia e Urano levou, assim, à separação
entre o Céu e a Terra. Gaia, Urano e a sua descendência (Cronos, por exemplo, é o
pai de Zeus, considerado o deus dos deuses) são referidos como divindades
primordiais, das quais terão derivado as diversas famílias de deuses gregos – por
esta razão, Gaia é uma das primeiras divindades a integrar a morada dos deuses.
21. A Grande Deusa (Maha Devi)
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No pensamento indiano existem muitos seres
divinos (Devas), masculinos e femininos; e um Ser
Absoluto (neutro), que é Brahman. Todas as
divindades, como Brahma, Vishnu e Shiva, são
manifestações de Brahman, não são independentes
dele. Brahman está além da compreensão conceitual e
racional, mas é descrito como tendo a essência da
existência (Sat), da consciência (Cit) e da completude
ou não-dualidade, que se manifesta como uma
felicidade plena (Ananda).