[1] O documento resume a Exortação Apostólica "Amoris Laetitia" do Papa Francisco sobre o amor na família, abordando temas como a família na Bíblia, os desafios atuais, a vocação da família e o olhar de Jesus sobre as famílias. [2] É destacado que a família deve ser o centro da atenção da Igreja e inspirar-se no amor de Cristo. [3] Também são apresentados temas como o matrimônio como sacramento, a transmissão da vida
2. Paz Espiritualidade FAMÍLIA Confiança MATRIMÔNIO Perdão
Convivência Vocacão Oracão Deus Amor Diálogo Escuta
União Fé Amizade Igreja Vida Relacionamento Solidariedade
Sofrimento Esperança Lar
3. O presente documento é volumoso: tem 325 parágrafos
e mais de 200 páginas. Sua riqueza está intimamente
relacionada à amplitude da abordagem do tema “Amor
na Família”.
Nestas páginas seguimos a estrutura do documento,
condensando as reflexões e buscando preservar a
essência das principais ideias.
Espero que esse serviço lhe seja útil. Pode
compartilhá-lo e usá-lo como lhe aprouver melhorando
o que achar conveniente. Bom estudo!
Antônio de Assis Ribeiro – SDB (P. Bira).
NOTA:
4. INTRODUÇÃO (N. 1-7)
Alegria do amor vivido na família é
também o júbilo da igreja.
Apesar da situação de crise pela qual
passa hoje, as novas gerações
acreditam na família.
A família é uma realidade muito
complexa, ampla tem diversos
aspectos: religiosos, políticos,
culturais, econômicos, jurídicos.
A família é uma realidade poliédrica!
A exortação apostólica recolhe contribuições de dois sínodos
sobre a família e aborda, com diferentes estilos, diversos temas;
É preciso aprofundar pacientemente os diversos temas... Somos
chamados a cuidar com amor da vida das famílias... a família
não é problema, mas uma oportunidade.
5. I CAPÍTULO:
A FAMÍLIA À LUZ DA PALAVRA DE DEUS (N. 8-30)
• A família aparece abundantemente na Sagrada Escritura, que
fala de gerações, de história de amor, de crises familiares, de
violência familiar.
• Desde as primeiras páginas até o livro do Apocalipse, a
realidade da família aparece.
O Salmo 128 (127) nos propõe alguns temas interessantes:
“Feliz quem teme o Senhor e segue seus caminhos. Viverás do trabalho de tuas
mãos, comerás feliz e satisfeito. Tua esposa será como uma vinha fecunda no
interior de tua casa; teus filhos como brotos de oliveira ao redor de tua mesa.
Assim será abençoado o homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe!
Possas ver Jerusalém feliz todos os dias de tua vida; e veja os filhos de teus filhos.
Paz sobre Israel”(Sl128/127,1-6).
6. a) Tu e a tua esposa
No centro do Salmo encontramos o casal formado pelo pai e a mãe,
com toda a sua história de amor. Isto vai ao encontro das origens:
“Deus criou o ser humano à sua imagem; à sua imagem Deus o criou,
homem e mulher ele os criou” (Gn 1,27).
A Bíblia nos apresenta a fecundidade do casal humano, imagem viva e
eficaz, sinal visível do ato do criador;
O casal que ama e gera vida, é capaz de manifestar Deus criador e
Salvador. O amor fecundo é símbolo das realidades íntimas de Deus;
Deus no seu mistério mais íntimo não é solidão, mas uma família. Este
amor na família divina é o Espírito Santo.
b) Os teus filhos como brotos de
oliveira
A expressão “brotos de Oliveira” nos fala de
energia e vitalidade: os pais são os alicerces
da família e os filhos constituem as suas
pedras vivas. A família, quando é espaço
vital, transforma-se em Igreja doméstica.
Dessa forma, pais tornam-se catequistas
dos seus filhos...
7. Os pais têm o dever de cumprir com
seriedade essa missão educativa,
como ensinam frequentemente os
sábios da Bíblia: os filhos são
chamados a receber e a praticar o
mandamento “honra teu pai e tua
mãe” (Ex 20,12; Eclo 3,1-17).
Recordemos o Salmo 78/77que nos fala dos PAIS COMO
CATEQUISTAS de seus filhos:
“O que nós ouvimos, o que aprendemos, o que nossos pais
nos contaram, nós contaremos a nossos filhos.... Ele ordenou
a nossos pais que ensinassem a seus filhos para que
tomassem conhecimento...” (Sl 78/77,3-6).
A família é o lugar onde pais tornam-
se os primeiros mestres da fé de
seus filhos; é uma tarefa artesanal,
pessoa a pessoa;
8. c) A experiência do sofrimento e sangue na família
O Salmo 128 também fala de sofrimento na família; essa é uma
realidade presente na família desde as suas origens: Caim mata Abel
e depois surgem outros conflitos; na família dos patriarcas Abraão,
Isaac e Jacó, Davi, Salomão, Tobias, Jó...
Em sua doença, desabafa Jó falando da sua família:
“Meus irmãos me abandonam, e meus parentes me tratam como estranho...
meus familiares me esqueceram... A minha mulher tem nojo do meu hálito, e
os meus irmãos têm nojo do meu cheiro... pessoas mais íntimas têm horror
de mim...” (Jó 19,13-19).
Nos Evangelhos há muitos dramas
familiares: a doença da sogra de Pedro, a
morte de Lázaro, a morte da filha de Jairo,
o drama da viúva de Naim, a falta de vinho
no casamento em Caná da Galileia...
Nesses dramas familiares, também Jesus
se fez presente!
A família na Bíblia não é abstrata: tem
crises, sofrimentos, tribulações,
fragilidades, dores, gritos...
9. O trabalho humano aparece desde as
origens no livro do gênesis (cf. Gn 2,5);
É do trabalho que as famílias tiram seu
sustento para viver com dignidade. O
trabalho é uma necessidade: “quem não
quer trabalhar, também não deve comer”
(2Tess 3,10; 1Tss 4,11);
Na Bíblia, o problema econômico que afeta a família é
denunciado, gerando desequilíbrios e injustiças (cf. Gn 3,17-19;
1 Reis 21).
O desemprego e a precariedade no trabalho geram
sofrimento para as famílias... São também problemas que
aparecem na Bíblia (cf. Rute e Mt 20,1-16 – operários desocupados).
d) O trabalho e a família
Outro elemento presente no Salmo 128
(V.2) é a experiência do trabalho:
“viverás do trabalho de tuas mãos,
comerás feliz e satisfeito”.
10. II CAPÍTULO:
A REALIDADE E OS DESAFIOS DAS FAMÍLIAS (N. 31-57)
No capítulo II o papa Francisco, auxiliado pelos
participantes do Sínodo, nos apresenta um vasto panorama
dos problemas e desafios que atualmente atingem as
famílias;
Não há a pretensão de ser uma análise exaustiva, nem de
apresentar soluções para o problema da família;
Vivemos atualmente num
contexto de profundas
mudanças culturais,
estruturais, organizacionais
que atingem naturalmente a
família.
11. Alguns fenômenos que
tocam profundamente a
família:
o individualismo, as tensões
internas, o stress, a
diminuição do número de
matrimônios, a convivência
sem aspecto legal;
a solidão, o narcisismo, a sexualidade vivida comercialmente,
a comercialização do corpo, as separações, o divórcio, a
queda demográfica, a mentalidade antinatalista;
as novas configurações de famílias, o avanço da
biotecnologia, a revolução sexual, a esterilização (feminina e
masculina), o aborto, o enfraquecimento da prática religiosa;
a pobreza, a falta de habitação digna, a carência de políticas
adequadas voltadas para a família, a precariedade no
trabalho;
12. Alguns fenômenos que tocam profundamente a família:
a violência doméstica, o terrorismo, a toxicodependência,
a insegurança econômica, dependência televisiva, a
dispersão das relações familiares ,o ressentimentos, o
ódio nas relações familiares, o enfraquecimento dos
vínculos familiares;
a poligamia, mutilação genital, a
violência verbal, física e sexual,
o abuso sexual, a discriminação,
o feminismo, o machismo, a
carência afetiva dos filhos, a
ideologia de gênero...
O bem da família é decisivo para o bem do mundo e da
igreja (N. 31)...
Por isso... a família deve ocupar o centro da atenção
missionária da Igreja (N.58).
13. III CAPÍTULO:
O OLHAR FIXO EM JESUS: A VOCAÇÃO DA FAMÍLIA (N. 58-88)
Temos desafios no mundo da famílias: é preciso de novo o
primeiro anúncio do Evangelho; O matrimônio e a família
devem se inspirar e transfigurar-se à luz do anúncio da
ternura e do amor que vem do Evangelho; precisamos ver o
Cristo Vivo nas famílias deste mundo.
JESUS E AS FAMÍLIAS: Jesus olhou para as mulheres e os homens do seu
tempo: encontrou-os com amor e ternura, acompanhou seus passos com
verdade, paciência e misericórdia anunciando-lhes o Reino de Deus;
Jesus recupera e realiza plenamente o projeto de vida do Pai em relação ao
matrimônio: recupera o dom do matrimônio; repropõe a indissolubilidade,
restaura o projeto original de Deus sobre o matrimônio (cf. Mt 19,3-8);
O exemplo de Jesus é paradigmático para a igreja: ele iniciou sua vida
pública (Caná da Galiléia), com num banquete de núpcias (cf. Jo 2,1-11);
Jesus compartilhou momentos frequentes de amizade com a família de Lázaro e suas
irmãs (cf. Lc 10,3-8); com a família de Pedro (cf. Mt 8,1-); Jesus ouviu o pranto de pais,
restituindo a vida aos seus filhos (cf. Mc 5,41; Lc7,14-15).
14. a) O sacramento do matrimônio: não é uma convenção social; é um
dom para a santificação e a salvação dos esposos; é uma vocação, sinal
do amor entre Cristo e a igreja; é um compromisso que só podem cumprir
com ajuda da Graça; é o próprio Cristo (não é uma coisa!), que vem ao
encontro dos cônjuges cristãos;
O matrimônio cristão é sinal do amor de Cristo para com a sua Igreja;
uma aliança de amor selada com seu sangue na cruz; o matrimônio
representa a aliança do filho de Deus com a natureza humana;
Os casais são chamados a responder ao dom de Deus com esforço,
criatividade, perseverança, luta diária, oração...
Somente fixando o olhar em Cristo conhecemos profundamente a
verdade sobre os relacionamentos humanos; por isso, o matrimônio
deve ser visto numa chave cristocêntrica;
DIANTE DAS SITUAÇÕES DIFÍCEIS: é preciso usar o
princípio do discernimento. O grau de
responsabilidade não é igual para todos os casos;
É preciso evitar juízos que não levam em
consideração a complexidade das situações;
É necessário prestar atenção ao modo como as pessoas
vivem e sofrem por causa de sua condição.
15. b) A família e a transmissão da vida
• O matrimônio é uma comunidade de vida; e o
amor conjugal, entre homem e mulher, está
ordenado para a fecundidade;
• A família é o santuário da vida, o lugar onde a vida
é gerada e cuidada;
• É tão grande o valor de uma vida humana e é
inalienável o direito à vida do bebê inocente, que
cresce no ventre de sua mãe;
• A família protege a vida em todas as suas fases; a
Igreja defende a morte digna, por isso rejeita o abuso
terapêutico, a eutanásia, a pena de morte.
• Os esposos a quem Deus não concedeu ter
filhos podem ter uma vida cheia de sentido
(humana e cristãmente);
• É preciso rejeitar o impulso de se fechar em si
mesmos, pois o amor está sempre aberto à
fecundidade;
16. c) A família e a educação dos filhos
• A família é o lugar do desafio educativo; os pais são
responsáveis pela promoção da educação integral dos seus
filhos; a educação é um dever gravíssimo e direito primário
dos Pais;
• Infelizmente hoje, abriu-se uma fenda entre família e sociedade, o
pacto educativo quebrou-se, a aliança entre a sociedade e a
família está em crise;
• A Igreja é chamada colaborar através da sua ação pastoral
adequada ajudando os pais em sua missão educativa.
• O Estado deve oferecer um serviço
educativo de maneira subsidiária;
• Os pais têm direito de escolher o tipo de
educação que querem dar aos seus filhos
de acordo com suas convicções;
• A escola não pode substituir os pais, pois
serve de complemento;
17. d) A família e a Igreja
A família é chamada a ser igreja doméstica, a permanecer
fiel aos ensinamentos dos Evangelhos;
A família é chamada a amadurecer a experiência eclesial
de comunhão entre as pessoas: comunhão, perdão,
ternura, amor fraterno...Oração!
A Igreja é família de famílias;
A Igreja é um bem para a família
e a família é um bem para a
igreja! O amor vivido nas famílias
é uma força permanente para
vida da igreja.
18. IV CAPÍTULO:
O AMOR NO MATRIMÔNIO (N. 89-164)
Neste IV capítulo, o Papa apresenta uma visão teológica
do Amor no matrimônio e na família comentando o hino
do amor:
“O amor é paciente, o amor é
prestativo; não é invejoso, não se
ostenta, não se incha de orgulho. Nada
faz de inconveniente, não procura seu
próprio interesse, não se irrita, não
guarda rancor. Não se alegra com a
injustiça, mas se regozija com a
verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo
espera, tudo suporta” (1Cor 13,4-7).
19. a) A paciência: a paciência não é simplesmente
suportar tudo; a paciência não é deixar que os
outros nos maltratem, nem tolerar agressões físicas,
nem deixar-se tratar como objeto;
b) Atitude de serviço: trata-se de uma relação dinâmica e criativa
perante a necessidade dos outros; o amor é beneficente, promove os
outros; o amor é benfazejo; faz o bem; o amor não é apenas um
sentimento, mas é a capacidade de fazer o bem.
c) Alegrar com o bem alheio: no amor não há espaço para o desgosto
em relação ao outro; a inveja significa tristeza em relação ao bem alheio;
quem é invejoso demonstra que não se interessa pela felicidade dos
outros; o verdadeiro amor aprecia o sucesso alheio, não o sente como
uma ameaça; o amor aprecia sinceramente cada ser humano e lhe
reconhece o seu direito à felicidade.
Uma pessoa mostra-se paciente quando não se deixa
levar pelos próprios impulsos interiores;
Paciência é não reagir com violência diante da
fraqueza dos outros. Faz parte da paciência não
deixar- se vencer pelo mal e nem esmorecer na
prática do bem.
20. d) O orgulho: o orgulho não combina com o Amor; o orgulho é desejo de
glória e de se manifestar superior aos outros, para impressionar; O amor
não é arrogante, não se engrandece diante dos outros, mas é sutil; A
ciência incha, ao passo que o amor constrói: o amor compreende, cuida,
integra, está atento aos fracos; os arrogantes são insuportáveis!
e) Amabilidade: o amor não reage de modo rude, de forma
inconveniente; o amor não se mostra duro no trato; O amor assume
gestos agradáveis: não ásperos, nem rígidos;
A cortesia é uma escola de sensibilidade e altruísmo; ser amável não é
um estilo de vida que o cristão possa escolher ou rejeitar, faz parte das
exigências do amor; para um verdadeiro encontro com o outro é
necessário um olhar amável. Um olhar pessimista, que logo evidencia
defeitos, erros e os limites alheios, é prejudicial;
Jesus animava as pessoas... Ele dizia: “Coragem
filho, os teus seus pecados” (Mt 9,2); “Grande é a tua
fé” (Mt5,28); “Levanta-te e anda”(Mc 5,41); “Vai em paz”
(Lc 7,50); “Não tenhas medo” (Mt14,27);
21. f) Desprendimento: para amar os outros é preciso amar a si mesmo, todavia o
amor não procura seus próprios interesses; é preciso desapego... “Não cuide
somente do que é seu, mas também daquilo que é dos outros” (Fl2,4).
g) A prática do perdão: significa não levar em conta o mal; Trata-se de assumir
uma atitude positiva que procura compreender a fraqueza alheia e encontrar uma
desculpa para ela; assim fez Jesus: “Pai perdoa-lhes, eles não sabem o que
fazem” (Lc23,34); Para podermos perdoar precisamos passar por uma experiência
libertadora;
h) Alegrar-se com os outros: O amor se rejubila com a verdade: o amor se
alegra com bem do outro, reconhecendo sua dignidade, suas capacidades, suas
boas obras;
i) O Amor tudo desculpa: o amor não danifica a imagem do
outro; não descarrega sentimentos; é preciso cuidar da língua...
(cf. Tg 3,6-8); Os esposos devem aprender a falar bem um do
outro; O Amor acolhe o que nos incomoda, convive com a
imperfeição, desculpa e sabe guardar silêncio perante os
limites do ser amado.
j) O amor confia: Não é necessário controlar o outro, seguir
minuciosamente seus passos, para evitar que fuja dos meus
braços; O amor confia, deixa liberdade, renuncia a controlar
tudo, a possuir e dominar o outro.
ESSAS ATITUDES COMO dinâmica DE CRESCIMENTO sob o impulso da Graça (Deus que
Santifica!) É A VIVÊNCIA DA CARIDADE CONJUGAL!
22. O matrimônio e a virgindade
O amor se expressa de diversos modos e estilos de vida, de
acordo com as vocações;
As pessoas que não se casam, consagram sua vida a serviço
de Cristo e de seus irmãos. A igreja e a sociedade são
enriquecidas pela dedicação deles; o celibato (virgindade) é
uma forma de amor; é um dom de Deus (cf. 1Cor 7,7);
Não há superioridade e nem inferioridade
entre o matrimônio e o celibato;
As duas vocações são complementares:
a virgindade é um sinal escatológico de
Cristo ressuscitado e o matrimônio é um
sinal histórico para nós que
caminhamos na terra, um sinal de Cristo
terreno que aceitou unir-se a nós e se
deu até o derramamento de sangue;
As pessoas celibatárias são convidadas a viver a sua dedicação ao
Reino de Deus com generosidade e disponibilidade.
23. V CAPÍTULO:
O AMOR QUE SE TORNA FECUNDO (N.165 -198)
O amor sempre está aberto para acolher uma nova vida, o amor
sempre dá vida; a família é o lugar da geração, mas também do
acolhimento da vida; Cada nova vida, chega como um presente de Deus;
Os esposos devem ter a liberdade inviolável na responsabilidade da
procriação;
Se uma criança chega em circunstâncias não desejadas, os pais e a
família devem fazer o possível para aceitá-la como dom de Deus e
assumir a responsabilidade de acolhê-la com magnanimidade e carinho;
A cada mulher grávida quero pedir afetuosamente: cuide da sua alegria, que nada
lhe tire a alegria interior da maternidade, tua criança merece a tua alegria!
A maternidade colabora com Deus para o
milagre de uma nova vida: “Tu me teceste no
seio de minha mãe” (Salmo 139,13); “Antes que
te formasse no seio de tua mãe, eu te conhecia
e antes de saíres do ventre materno, eu te
consagrei” (Jr 1,5).
24. Respeitar a dignidade de uma criança significa
afirmar a sua necessidade e o seu direito
natural de ter um pai e de ter uma mãe;
Juntos, pai e mãe ensinam o valor da
reciprocidade, do encontro de seres diferentes,
cada um contribui com sua própria identidade;
CRISE DA PATERNIDADE: hoje sentimos a ausência dos pais,
enfraquecimento da presença materna, crise da paternidade;
A crise da paternidade se manifesta de diversos modos: na
ausência, na atitude de pai-patrão, no autoritarismo, na
prepotência, na dispersão...
É muito importante que o pai esteja próximo à esposa para
compartilhar com ela: alegrias, dificuldades e esperança,
acompanhando o crescimento dos filhos...
Amor de pai e de mãe
Toda criança tem direito de receber o amor de uma mãe e de um
pai; ambos necessários para seu amadurecimento íntegro e
harmonioso;
25. A família alargada
A maternidade não é uma realidade exclusivamente
biológica, mas se expressa de diversas maneiras, como
por exemplo: no ato da adoção – adotar é um ato de
amor, na abertura indo ao encontro dos abandonados, na
luta pela justiça, na manifestação de solidariedade para
com os pobres...
Desta forma, a fecundidade do amor se alarga!
A mística do Sacramento do
matrimônio tem uma dimensão
social;
Participam do amor da família: os
pais, tios, primos, vizinhos, sogro,
sogra, parentes dos cônjuges...
26. VI CAPÍTULO:
ALGUMAS PERSPECTIVAS PASTORAIS (N. 199-258)
É preciso uma evangelização que denuncie os desafios e condicionamentos culturais, sociais, políticos
e econômicos da atualidade; deve-se apresentar valores!
A contribuição da Igreja para com a família passa pela pastoral familiar:
A pastoral familiar precisa formar agentes leigos, psicopedagogos... É importante a assessoria
de médicos da família, assistentes sociais, advogados de menores e de famílias; acolher a
contribuição da psicologia, da sociologia, da sexologia, do aconselhamento de profissionais...
A pastoral familiar deve organizar itinerários e cursos em preparação ao matrimônio considerando as
situações emergenciais, a necessidade da orientação espiritual e de orientação nos sacramentos;
É preciso promover a formação mais adequada de presbíteros, diáconos,
religiosos, catequistas e ministros;
Os ministros ordenados carecem de uma formação adequada para tratar
os problemas complexos atuais da família;
Os seminaristas deveriam ter acesso a uma formação interdisciplinar
mais ampla sobre o namoro, matrimônio... Não só doutrina;
É preciso apostar numa formação para promoção do equilíbrio psíquico;
É importante a presença feminina na formação sacerdotal e combinar
tempos de vida no seminário e experiência pastoral, contato com as
famílias;
27. A preparação dos noivos ao matrimônio
É preciso ajudar os jovens a descobrir o valor e a riqueza do
matrimônio através do processo de preparação dos noivos.
É preciso renovar o anúncio do querígma: trata-se de iniciação ao
sacramento do matrimônio; é importante promover as famílias
missionárias;
É importante recorrer aos recursos da pastoral popular: dia dos
namorados (São Valentim); é preciso criatividade dos pastores;
A preparação ao matrimônio não pode ser um simples curso; mas o
verdadeiro processo de formação de conscientização ampla.
Os noivos precisam ser conduzidos no processo de preparação para
assumirem o matrimônio como vocação;
A pastoral pré-matrimonial deve ser uma pastoral do vínculo, oferendo
ajuda aos noivos em vista do amadurecimento no amor, para superar
momentos duros; eles precisam de orientação psicológica.
28. A preparação da celebração
Tantas vezes, os noivos chegam exaustos à celebração do matrimônio,
porque se preocupam com muitas coisas materiais. O processo de
preparação ao matrimônio implica também reflexão e aprofundamento da
dimensão litúrgica:
― Para compreenderem o significado dos gestos e
dos ritos celebrativos;
― Para perceberem o peso teológico e espiritual da
promessa de fidelidade para toda a vida;
― Para meditarem sobre as leituras bíblicas e
compreenderem melhor seu significado profundo;
― Para lhes favorecer a experiência da oração.
Acompanhamento dos primeiros anos de vida matrimonial
A pastoral familiar deve acompanhar os novos casais para que não
caiam na ilusão de que já está tudo pronto, acabando com o caminho de
crescimento; com o tempo a atração física tende a diminuir;
Encorajar os esposos a serem generosos na comunicação no dia a dia
da vida;
29. A paternidade e maternidade responsável
A paternidade e maternidade devem ser escolhas responsáveis;
isso pressupõe formação da consciência dos esposos; eles são
chamados a recorrer a métodos naturais, programando o número
de filhos;
É importante estimular a espiritualidade familiar através da oração,
da participação na Eucaristia dominical, da orientação espiritual, da
participação em retiros, da leitura Orante da Palavra de Deus;
Os casais são chamados a preservar certos ritos diários: o beijo da
manhã, esperar um pelo outro, saída juntos, compartilhar tarefas
domésticas, vencer a rotina com a festa...
Nas paróquias promova-se: reuniões de
vizinhos, amigos, retiros, conferências,
centro de aconselhamento conjugal,
formação de missionários e agentes da
pastoral familiar, escola de formação, visita
às famílias, benção nas casas, retiro para
casais...
30. VII CAPÍTULO:
REFORÇAR A EDUCAÇÃO DOS FILHOS (N. 259-290)
Os pais incidem sempre, para o bem ou para o mal, no desenvolvimento
moral dos seus filhos. É uma responsabilidade complexa.
Educar é gerar processo de amadurecimento da liberdade; educar é
promoção do crescimento integral, cultivo de autêntica autonomia.
A educação dos filhos envolve a tarefa de promover a liberdade
responsável...
A formação moral deve ser realizada com
métodos positivos, diálogo educativo que integra
a sensibilidade;
A educação moral e cívica cultiva a liberdade
através de propostas, motivações, aplicação de
práticas, prêmios, exemplos, modelos, símbolos,
reflexões, exortações, lições, modos de agir...
A FORMAÇÃO ÉTICA DOS FILHOS
Cabe também aos pais a promoção da formação ética dos seus filhos. A
formação moral não pode ser delegada a outros; Faz parte da educação moral o
desenvolvimento de hábitos bons... Educar a vontade, cuidar das dependências
afetivas;
31. A educação sexual deve ajudar os jovens a aceitar o próprio
corpo de modo que a pessoa não precisa cancelar a diferença
sexual porque já não sabe confrontar-se consigo mesma;
Ser masculino e feminino não é uma questão puramente
biológica ou genética, para isso concorre uma multiplicidade de
elementos... a diferenciação sexual (ser masculino e ou
feminino) é uma obra de Deus.
Hoje há uma obsessão que reduz a
sexualidade aos órgãos genitais; é
preciso não enganar os jovens, a
educação sexual deve incluir respeito e
valorização pela diferença; o amor se
expressa de muitas formas que inclui
também o cuidado, a ternura, a
comunicação rica de sentido;
A educação sexual
A educação sexual deve chegar ao
momento apropriado; adequada à fase;
32. A transmissão da Fé
Os pais também têm a responsabilidade da
transmissão da fé para seus filhos; a família
deve continuar a ser o lugar onde se ensina
a perceber as razões e a beleza da fé;
É muito bonito quando as mães ensinam
seus filhos, desde pequenos, a rezar, a
mandar um beijo a Jesus ou a Nossa
Senhora: quanta ternura nisso!
A transmissão da fé pressupõe que os pais
vivam uma experiência real de confiança em
Deus, que o procuram e precisam Dele.
Os pais são responsáveis pela transmissão
da fé a seus filhos: “cada pai há de contar a
seus filhos teus gestos de amor sempre
fiel” (Isaías 38,19);
As crianças precisam de símbolos, gestos,
narrações... É fundamental que os filhos
vejam de maneira concreta a experiência de
fé e de oração de seus pais.
33. VIII CAPÍTULO:
ACOMPANHAR, DISCERNIR E INTEGRAR A FRAGILIDADE
N. 291-312)
A igreja deve acompanhar
A Igreja é solícita no processo de acompanhamento das famílias,
infundindo nelas a confiança e a esperança... Mas há também famílias
feridas, e por isso muitas vezes, o trabalho da igreja é semelhante ao
de um hospital de campanha;
É preciso usar a lei da gradualidade
(processos) na ação pastoral; é preciso uma
pastoral misericordiosa, encorajadora, de
diálogo, de discernimento...
Hoje muitos preferem a simples convivência
por causa da mentalidade geral... É preciso
acompanhá-los com paciência e delicadeza
como fez Jesus com a mulher samaritana;
A lei da gradualidade, proposta de S. João Paulo II, (Carta Familiaris Consortio, 34)
nos diz que o ser humano que tem consciência, conhece e ama, é capaz de cumprir
o bem moral, seguindo tapas de crescimento... Fazendo processo!
34. Os divorciados e recasados não devem se sentir excomungados... Mas
podem viver e amadurecer como membros vivos da igreja;
Aos sacerdotes cabe acompanhar, promover o discernimento
compreendendo o grau de responsabilidade que não é igual para
todos;
A imputabilidade e a responsabilidade de um ato podem ser diminuídas, ou até
anuladas, pela ignorância, pela inadvertência, pela violência, pelo medo, pelos
hábitos, afeições desordenadas e outros fatores psicossociais;
A caridade fraterna é a primeira lei dos cristão; é a lógica da misericórdia
pastoral!
A missão dos pastores é escutar com carinho, acolher o drama das pessoas e
compreender seu ponto de vista. A misericórdia não exclui a justiça e a verdade.
Discernimento de situações
Aos pastores cabe o discernimento das várias
situações; Ninguém deve ser condenado...
Somos chamados ao usar a pedagogia divina.
A lógica do acompanhamento requer integração
dos casais na vida da comunidade; é necessário
distinguir casos;
35. IX CAPÍTULO:
A ESPIRITUALIDADE CONJUGAL E FAMILIAR (N. 313-325)
O amor tem matizes diferentes segundo o estado
de vida a que cada um foi chamado. A
espiritualidade dos leigos deverá assumir
características próprias;
A presença do Senhor habita na família real e
concreta com seus sofrimentos, lutas, alegrias e
propósitos...
Quando se vive em família é difícil fingir e mentir,
não podemos mostrar uma máscara; o amor gera
autenticidade;
A espiritualidade matrimonial é uma espiritualidade do vínculo
habitado pelo amor divino. A comunhão familiar é bem vivida como
caminho de santificação na vida diária...
Unidos pela Luz da Páscoa
Quando a família se concentra em Cristo, Ele unifica e ilumina toda vida
familiar com seus problemas e sofrimentos; assim se evita a ruptura.
A oração em família é um meio privilegiado para exprimir e reforçar a fé
Pascal;
36. Espiritualidade da solicitude e da consolação
Os esposos cristãos são cooperadores de Deus... Deus convida os esposos a
gerar e a cuidar de toda a vida da família; é um pastoreio misericordioso;
A pessoa amada merece toda atenção; Jesus é modelo: quando dele se
aproximava alguém para falar, Jesus olhava-o com amor (cf. Mc 10,21);
suscitava no outro a alegria de se sentir amado;
Nenhuma família é uma realidade perfeita, por isso se requer um progressivo
amadurecimento na capacidade de amar;
Espiritualidade do amor exclusivo
No matrimônio, os esposos vivem o sentido
de pertencer plenamente a uma única
pessoa, assumindo o desafio e o anseio de
envelhecerem juntos;
Cada cônjuge se torna outro sinal e
instrumento da proximidade do Senhor: “eu
estarei convosco todos os dias, até o fim dos
tempos” (Mt 28, 20);
37. Cada família
deve viver
constantemente
este estímulo:
avancemos famílias!
continuemos a caminhar...
não percamos a esperança por causa dos nossos limites...
não renunciemos a procura da plenitude do amor e nem a
comunhão que nos foi prometida.
Uma palavra de otimismo e Esperança:
38. Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do
Evangelho e pequenas igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias
episódios de violência, de fechamento e divisão; e quem tiver sido
ferido ou escandalizado, seja rapidamente consolado e curado.
Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos
conscientes do carácter sagrado e inviolável da família e da sua
beleza no projeto de Deus. Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei
a nossa súplica. Amém!
Papa Francisco – Ano da Misericórdia, 19 de março de 2016.
CONCLUSÃO:
ORAÇÃO À SAGRADA FAMÍLIA
Jesus, Maria e José, em vós
contemplamos o esplendor do verdadeiro
amor e, confiantes, a vós nos consagramos.
39. Obrigado!
Deus abençoe
nossas Famílias!
RESUMO E EDIÇÃO:
Antônio de Assis Ribeiro (Pe. Bira) – SDB
Email: birasdb@yahoo.com.br
• Coordenador da Comissão Nacional da Pastoral
Juvenil SDB
• Coordenador Inspetorial da Pastoral Juvenil e
Vocacional
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