2. Torre de Belém:
Mais do que qualquer outro monumento de Portugal, a
Torre de Belém reflete a ousadia, os contactos pioneiros
com outros Povos e o vanguardismo do nosso País
no passado histórico.
Construída estrategicamente na margem norte do rio
Tejo, entre 1514 e 1520, para defesa da barra de
Lisboa, é uma das jóias da arquitetura do reinado de D.
Manuel, uma síntese entre a torre de tradição medieval
e os primeiros dispositivos aptos para resistir ao fogo de
artilharia. Mantém algumas salas de utilização civil com
as características abóbadas quinhentistas, a casamata
para o disparo da artilharia e a memória dos cárceres
que ali funcionaram desde
Finais de seculo XVI.
Está inscrito na lista do Património Mundial da
UNESCO, é um ex-libris do património cultural
português projetado em todo o mundo e é um dos
elementos arquitetónicos que pontua a paisagem
ribeirinha na zona monumental Ajuda-Belém.
3. Projeto de Conservação
O projeto de conservação da Torre de Belém
começou por uma fase de avaliação e
documentação das condições exteriores do
monumento. Nesta fase foram identificadas,
documentadas e localizadas as formas de
degradação que afetavam as pedras e as
argamassas. Construída em pedra de liós, a
alvenaria foi executada de modo diferente acima e
abaixo do nível da água. Os principais problemas
de conservação encontrados e identificados foram:
estruturais, de infiltração de águas, superfícies
sujas e manchadas e blocos de pedra
deteriorados. Os trabalhos de conservação da
Torre iniciaram-se em Fevereiro de 1997 e
prolongaram-se por seis meses, ao que se
seguiram os trabalhos no Baluarte, concluídos em
Janeiro de 1998.
Agregando os esforços do Instituto Português do
Património Arquitetónico, em representação do
Ministério da Cultura, da World Monuments Fund,
da World Monuments Fund Portugal e de um
conjunto de empresas Mecenas, o Projeto de
Conservação do Exterior da Torre de Belém, levou
em conta a filosofia de intervenção, a avaliação
das condições existentes, o planeamento e
controlo dos procedimentos de conservação, bem
como a gestão da informação relativa ao projeto e
ao seu impacto junto da opinião pública.
4. Intervenções Estruturais
Inicialmente, foi efetuada a recolha e a
numeração de fragmentos instáveis
referenciados nas bases gráficas dos
sectores.
Os elementos foram posteriormente colados
com resina epoxídica e as fracturas estucadas
com as mesmas argamassas da estucagem
final.
No caso dos elementos instáveis de maior
dimensão, deslocados e/ou fraturados, foi
efetuado o realinhamento e a fixação e,
sempre que necessário, o reforço estrutural.
A intervenção no Arcanjo S. Miguel no cunhal
NE do Torreão significou, numa primeira fase,
uma pesquisa sistemática no espelho de água
envolvente da Torre para a procura do
fragmento da asa esquerda, já fraturada em
1994 e entretanto perdida. Após algumas
tentativas o fragmento foi recuperado.
Por ocasião do levantamento, evidenciou-se a
deslocação existente da escultura em relação
à sua base e uma acentuada instabilidade da
peça. Assim, foi realizada a recolocação
correta e um novo assentamento.
5. Fases de Limpeza
Numa perspectiva genérica, existiam na Torre
tipologias de formação e deposição estranhas às
superfícies, que necessitaram de uma accão
mista de limpeza, quer por questões de
conservação quer estéticas, conjugando por
níveis, sistemas húmidos e secos, químicos e
mecânicos.
Tratamento das Juntas
Reintegrações de Superfície
O tratamento das juntas consistiu na remoção dos
materiais não funcionais, no enchimento parcial
dos vazios estruturais e na estucagem final de
superfície - foram intervencionadas cerca de dez
mil metros lineares de juntas.
Trabalhos Diversos
Neste grupo inserem-se temáticas diversas,
relativas a várias atividades, desde intervenções
localizadas a tratamentos finais de proteção.