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Sem dúvida, Luís Vaz de Camões é o maior nome da
literatura portuguesa e um dos maiores da literatura universal.
Escreveu poesias líricas, uma poesia épica, 3 peças
teatrais e algumas cartas.
Sua vida é repleta de incertezas. Não se sabe ao certo o
ano de seu nascimento, porém alguns estudos arriscam em
dizer que foi em 1524.
Veio de uma família decadente e frequentou por algum
tempo a Universidade de Coimbra, também serviu como
militar na África onde perdeu o olho direito.
Após permanecer um ano preso por ter agredido um
oficial do rei, é exilado por 17 anos, morou inclusive em Macau
(colônia portuguesa na China).
Retorna para Portugal em 1570 com Os Lusíadas pronto.
O grande escritor, que hoje é reconhecido mundialmente,
morreu na miséria e foi enterrado como indigente.
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te;
Roga a Deus que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Os bons vi sempre passar
no mundo graves tormentos;
e, para mais m´espantar,
os maus vi sempre nadar
em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mau, mas fui castigado:
Assi que, só para mim
anda o mundo concertado.
Os Lusíadas
Luís Vaz de Camões
Sistematização dos Cantos
Camões na Gruta de Macau, A.-J. Desenne (1817)
Viagem de Vasco da Gama &
Cantos d’Os Lusíadas
Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
Canto I
ASSUNTO Estâncias
Proposição (Apresentação) 1 – 3
Invocação (Tágides, ninfas do rio Tejo) 4 – 5
Dedicatória (Rei D. Sebastião) 6 – 18
Narração
(a viagem de Vasco da Gama às Índias, a narrativa da história de Portugal e as lutas e intervenções
dos deuses do Olimpo)
19
Consílio dos deuses no Olimpo. 20 – 41
Armada na ilha de Moçambique. 42 – 72
Traição de Baco. 73 – 81
Cilada do Régulo (chefe mouro), instigado por Baco; triunfo dos portugueses na praia ; Régulo simula
arrependimento e oferece um falso piloto.
82 – 99
Intervenção de Vênus, afastando a armada de Quíloa; nova investida fracassada do Mouro. 100 – 102
Chegada a Mombaça. 103 – 104
Intervenção do Poeta, refletindo sobre os riscos da vida humana. 105 – 106
Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
Canto II
ASSUNTO Estâncias
O rei de Mombaça, influenciado por Baco, prepara uma cilada à armada. Vasco da Gama envia dois
condenados a terra, a fim de se inteirarem da situação.
1 – 9
Baco, disfarçado de sacerdote, engana os condenados, dando-lhes informações falsas. 10 – 18
Vênus e as Nereidas impedem que as naus aportem em Mombaça. 19 – 24
Fuga do piloto e dos mouros , com receio de terem sido descobertos pelos portugueses. 25 – 28
Vasco da Gama pede à «Divina Guarda» que lhe mostre a terra desejada – a Índia. 29 – 32
Vénus vai até ao «Sexto Céu», com o intuito de pedir proteção a Júpiter para os portugueses. 33 – 41
Júpiter atende aos pedidos da filha e profetiza feitos grandiosos para os Lusitanos. 42 – 55
Mercúrio é enviado a terra, a fim de preparar a receção dos portugueses em Melinde e para, em
sonhos, inspirar a Gama o caminho a seguir.
56 – 63
Partida da armada. 64 – 71
Chegada a Melinde, onde os portugueses são recebidos com pompa e circunstância. 72 – 77
Vasco da Gama envia a terra um «embaixador prestante», a fim de celebrar as «pazes» com o rei. 78 – 84
O rei de Melinde recebe pacificamente o emissário de Vasco da Gama. 85 – 88
Manifestações de contentamento e de regozijo em terra e no mar (frota). 89 – 91
O rei de Melinde visita a armada portuguesa. 92 – 108
O rei de Melinde pede ao «valeroso Capitão» que lhe conte a História de Portugal e factos da viagem. 109 – 113
Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
Canto III
ASSUNTO Estâncias
Invocação a Calíope. (musa grega da poesia épica) 1 – 2
Primeira palavras de Vasco da Gama ao rei de Melinde. 3 – 5
Descrição da Europa e localização de Portugal. 6 – 21
História da fundação de Portugal (de Luso a Viriato). 22
Referência ao Conde D. Henrique. 23 – 28
Reinado de D. Afonso Henriques. 29 – 84
Reinado de D. Sancho I. 85 – 89
Reinado de D. Afonso II. 90
Reinado de D. Sancho II. 91 – 93
Reinado de D. Afonso III. 94 – 95
Reinado de D. Dinis. 96 – 98
Reinado de D. Afonso IV:
- episódio da fermosíssima Maria;
- Batalha do Salado
- episódio de Inês de Castro (est. 118 – 135).
99 – 135
Reinado de D. Pedro. 136 – 137
Reinado de D. Fernando. 138 – 143Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
Canto IV
ASSUNTO Estâncias
Interregno após a morte de D. Fernando; crise dinástica de 1383-1385. 1 – 13
Reinado de D. João I:
- Discurso de Nuno Álvares Pereira;
- Batalha de Aljubarrota (est. 28 – 45);
- Conquista de Ceuta.
14 – 50
Reinado de D. Duarte. 51 – 53
Reinado de D. Afonso V. 54 – 59
Reinado de D. João II. 60 – 65
Reinado de D. Manuel I:
- Sonho profético do monarca;
- Despedidas em Belém (est. 83 – 93);
- Velho do Restelo (est. 94 – 104).
66 – 104
Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
Canto V
ASSUNTO Estâncias
Continuação da narração da viagem, feita por Vasco da Gama ao rei de Melinde:
- Largada de Lisboa;
- Cruzeiro Sul;
- Fogo de Santelmo;
- Tromba Marítima;
- Aventura de Veloso;
- Gigante Adamastor (est. 37 – 60);
- Escorbuto;
- Chegada a Melinde.
1 – 85
Vasco da Gama elogia a tenacidade dos portugueses. 86 – 91
Considerações do Poeta: desilusão e desencanto perante os seus contemporâneos que desprezam a
poesia.
92 – 100
Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
Canto VI
ASSUNTO Estâncias
Festas de despedida em Melinde e continuação da viagem rumo à Índia. 1 – 5
Baco desce ao palácio de Netuno e convoca um consílio dos deuses marinhos, a fim de Éolo soltar os
ventos contra os portugueses.
6 – 37
A armada prossegue a sua rota e, para lutar contra o sono, contam-se histórias, entre as quais a dos
«Doze de Inglaterra», narrada por Fernão Veloso.
38 – 69
Tempestade. 70 – 91
A armada chega a Calecute (Índia) e Vasco da Gama agradece a Deus. 92 – 93
Considerações do Poeta acerca do verdadeiro valor da glória. 95 - 99
Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
Canto VII
ASSUNTO Estâncias
Chegada à barra de Calecute. 1
Considerações do Poeta: elogio do espírito de cruzada dos Lusitanos e dura crítica contra as outras
nações que não seguem o seu exemplo.
2 – 15
Porto de Calecute. 16
Descrição da Índia. 17 – 22
Vasco da Gama envia um mensageiro, a fim de anunciar a sua chegada. 23 – 27
O Monçaide visita a armada. 28 – 41
Vasco da Gama desembarca, acompanhado de nobres portugueses. 42 – 43
O capitão português é recebido pelo Catual, governador da cidade; depois, dirigem-se para o palácio
de Samorim.
44 – 56
O Samorim recebe Vasco da Gama e este apresenta-lhe os objetivos da sua viagem: estabelecer laços
de paz, amizade e comércio; os portugueses são acolhidos nos aposentos do Samorim.
57 – 66
O Catual obtém informações sobre os portugueses junto do Monçaide e este aconselha-o a visitar as
naus.
67 – 72
Paulo da Gama recebe o Catual que o questiona sobre os motivos desenhados nas bandeiras. 73 – 77
Camões invoca as ninfas do Tejo e do Mondego e tece algumas considerações acerca do seu
infortúnio, lamentando-se da ingratidão dos seus contemporâneos que não lhe dão o devido valor.
78 – 87
Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
Canto VIII
ASSUNTO Estâncias
Paulo da Gama explica ao Catual a simbologia das bandeiras e das figuras históricas nelas
representadas.
1 – 42
O Catual mostra interesse pelas narrativas ouvidas , questionando avidamente Paulo da Gama. 43
O Catual regressa a terra. 44
O Samorim pede aos arúspices para prever o futuro e estes anunciam desgraças e destruição com a
chegada dos portugueses.
45 – 46
Baco aparece em sonhos a um sacerdote muçulmano instigando-o contra os portugueses. 47 – 50
Revolta contra a armada portuguesa, devido à influência de Baco. 51 – 59
Vasco da Gama, inspirado por Vénus, procura esclarecer o Samorim, garantindo-lhe que os boatos são
falsos e que apenas pretende a troca de fazendas europeias por especiarias orientais.
60 – 75
O Samorim acredita em Vasco da Gama e desconfia da honestidade dos seus conselheiros. 76 – 78
O Catual prepara uma cilada à armada lusitana, com o intuito de a destruir; Vasco da Gama apercebe-
se de tudo e é feito prisioneiro, pelo que pede para ir à presença do Samorim.
79 – 90
Receoso de ser descoberto pelo Samorim, o Catual resolve libertá-lo, em troca de mercadorias. 91 – 94
Vasco da Gama regressa a bordo. 95
Considerações do Poeta: reflexão sobre o vil poder do ouro. 95 – 99
Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
Canto IX
ASSUNTO Estâncias
Os dois feitores portugueses que tinham vindo a terra são retidos, com o intuito de retardar a partida
da armada, possibilitando a sua destruição por uma frota proveniente de Meca.
1 – 4
O Monçaide informa Vasco da Gama do plano traiçoeiro. 5 – 7
Não conseguindo reaver os feitores portugueses, Gama retém nas naus alguns mercadores locais,
como garantia, e ordena a partida.
8 – 11
O Samorim ordena a libertação dos feitores e dá-se a troca dos reféns. 12
Regresso a Portugal. 13 – 17
Vénus, com a ajuda de Cupido, seu filho, prepara uma recompensa aos portugueses – uma ilha
paradisíaca: a Ilha dos Amores – onde pudessem repousar e desfrutar de momentos aprazíveis.
18 – 50
Os marinheiro avistam a Ilha dos Amores e assiste-se à sua descrição. 51 – 63
Desembarque. 64 – 67
Os nautas descobrem as ninfas e começam a persegui-las, dando lugar a relacionamentos amorosos
entre ambos.
68 – 84
Tétis explica a Vasco da Gama a razão de tal recompensa e leva-o ao seu palácio. 85 – 87
Explicação do valor simbólico da Ilha: «prêmio (…) bem merecido» pelos muitos sacrifícios e trabalhos
passados ao longo da viagem.
88 – 92
Exortação do Poeta a todos aqueles que aspiram a imortalidade. 93 – 95
Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
Canto X
ASSUNTO Estâncias
Tétis e as ninfas oferecem um banquete aos marinheiros. 1 – 4
Uma ninfa, cantando, enumera os feitos futuros dos portugueses. 5 – 7
Camões interrompe os vaticínios da ninfa e invoca Calíope, a fim de que esta lhe restitua «o gosto de
escrever», dada a aproximação do «outono» da vida.
8 – 9
A ninfa prossegue o seu discurso, referindo as ações futuras dos heróis e governadores da Índia. 10 – 74
Tétis conduz Vasco da Gama ao cimo de um monte, onde lhe mostra a «máquina do Mundo». 75 – 90
Tétis apresenta a Gama os vários lugares onde os portugueses hão de praticar altos e heroicos feitos. 91 – 141
Despedida da Ilha dos Amores e regresso à pátria. 142 – 143
Chegada a Lisboa. 144
Considerações do Poeta: lamentações e exortações ao rei D. Sebastião, para que reconheça o mérito
dos seus súbditos; vaticínios de futuras glórias do monarca em causa.
145 – 156
Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
Camões e as Tágides, Columbano Bordalo Pinheiro (1885)

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Camões / Os Lusíadas

  • 1.
  • 2. Sem dúvida, Luís Vaz de Camões é o maior nome da literatura portuguesa e um dos maiores da literatura universal. Escreveu poesias líricas, uma poesia épica, 3 peças teatrais e algumas cartas. Sua vida é repleta de incertezas. Não se sabe ao certo o ano de seu nascimento, porém alguns estudos arriscam em dizer que foi em 1524. Veio de uma família decadente e frequentou por algum tempo a Universidade de Coimbra, também serviu como militar na África onde perdeu o olho direito. Após permanecer um ano preso por ter agredido um oficial do rei, é exilado por 17 anos, morou inclusive em Macau (colônia portuguesa na China). Retorna para Portugal em 1570 com Os Lusíadas pronto. O grande escritor, que hoje é reconhecido mundialmente, morreu na miséria e foi enterrado como indigente.
  • 3.
  • 4. Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
  • 5. Alma minha gentil, que te partiste Tão cedo desta vida descontente, Repousa lá no Céu eternamente, E viva eu cá na terra sempre triste. Se lá no assento etéreo, onde subiste, Memória desta vida se consente, Não te esqueças daquele amor ardente Que já nos olhos meus tão puro viste. E se vires que pode merecer-te Alguma cousa a dor que me ficou Da mágoa, sem remédio, de perder-te; Roga a Deus que teus anos encurtou, Que tão cedo de cá me leve a ver-te, Quão cedo de meus olhos te levou.
  • 6. Os bons vi sempre passar no mundo graves tormentos; e, para mais m´espantar, os maus vi sempre nadar em mar de contentamentos. Cuidando alcançar assim o bem tão mal ordenado, fui mau, mas fui castigado: Assi que, só para mim anda o mundo concertado.
  • 7. Os Lusíadas Luís Vaz de Camões Sistematização dos Cantos Camões na Gruta de Macau, A.-J. Desenne (1817)
  • 8.
  • 9.
  • 10. Viagem de Vasco da Gama & Cantos d’Os Lusíadas Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
  • 11. Canto I ASSUNTO Estâncias Proposição (Apresentação) 1 – 3 Invocação (Tágides, ninfas do rio Tejo) 4 – 5 Dedicatória (Rei D. Sebastião) 6 – 18 Narração (a viagem de Vasco da Gama às Índias, a narrativa da história de Portugal e as lutas e intervenções dos deuses do Olimpo) 19 Consílio dos deuses no Olimpo. 20 – 41 Armada na ilha de Moçambique. 42 – 72 Traição de Baco. 73 – 81 Cilada do Régulo (chefe mouro), instigado por Baco; triunfo dos portugueses na praia ; Régulo simula arrependimento e oferece um falso piloto. 82 – 99 Intervenção de Vênus, afastando a armada de Quíloa; nova investida fracassada do Mouro. 100 – 102 Chegada a Mombaça. 103 – 104 Intervenção do Poeta, refletindo sobre os riscos da vida humana. 105 – 106 Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
  • 12. Canto II ASSUNTO Estâncias O rei de Mombaça, influenciado por Baco, prepara uma cilada à armada. Vasco da Gama envia dois condenados a terra, a fim de se inteirarem da situação. 1 – 9 Baco, disfarçado de sacerdote, engana os condenados, dando-lhes informações falsas. 10 – 18 Vênus e as Nereidas impedem que as naus aportem em Mombaça. 19 – 24 Fuga do piloto e dos mouros , com receio de terem sido descobertos pelos portugueses. 25 – 28 Vasco da Gama pede à «Divina Guarda» que lhe mostre a terra desejada – a Índia. 29 – 32 Vénus vai até ao «Sexto Céu», com o intuito de pedir proteção a Júpiter para os portugueses. 33 – 41 Júpiter atende aos pedidos da filha e profetiza feitos grandiosos para os Lusitanos. 42 – 55 Mercúrio é enviado a terra, a fim de preparar a receção dos portugueses em Melinde e para, em sonhos, inspirar a Gama o caminho a seguir. 56 – 63 Partida da armada. 64 – 71 Chegada a Melinde, onde os portugueses são recebidos com pompa e circunstância. 72 – 77 Vasco da Gama envia a terra um «embaixador prestante», a fim de celebrar as «pazes» com o rei. 78 – 84 O rei de Melinde recebe pacificamente o emissário de Vasco da Gama. 85 – 88 Manifestações de contentamento e de regozijo em terra e no mar (frota). 89 – 91 O rei de Melinde visita a armada portuguesa. 92 – 108 O rei de Melinde pede ao «valeroso Capitão» que lhe conte a História de Portugal e factos da viagem. 109 – 113 Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
  • 13. Canto III ASSUNTO Estâncias Invocação a Calíope. (musa grega da poesia épica) 1 – 2 Primeira palavras de Vasco da Gama ao rei de Melinde. 3 – 5 Descrição da Europa e localização de Portugal. 6 – 21 História da fundação de Portugal (de Luso a Viriato). 22 Referência ao Conde D. Henrique. 23 – 28 Reinado de D. Afonso Henriques. 29 – 84 Reinado de D. Sancho I. 85 – 89 Reinado de D. Afonso II. 90 Reinado de D. Sancho II. 91 – 93 Reinado de D. Afonso III. 94 – 95 Reinado de D. Dinis. 96 – 98 Reinado de D. Afonso IV: - episódio da fermosíssima Maria; - Batalha do Salado - episódio de Inês de Castro (est. 118 – 135). 99 – 135 Reinado de D. Pedro. 136 – 137 Reinado de D. Fernando. 138 – 143Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
  • 14. Canto IV ASSUNTO Estâncias Interregno após a morte de D. Fernando; crise dinástica de 1383-1385. 1 – 13 Reinado de D. João I: - Discurso de Nuno Álvares Pereira; - Batalha de Aljubarrota (est. 28 – 45); - Conquista de Ceuta. 14 – 50 Reinado de D. Duarte. 51 – 53 Reinado de D. Afonso V. 54 – 59 Reinado de D. João II. 60 – 65 Reinado de D. Manuel I: - Sonho profético do monarca; - Despedidas em Belém (est. 83 – 93); - Velho do Restelo (est. 94 – 104). 66 – 104 Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
  • 15. Canto V ASSUNTO Estâncias Continuação da narração da viagem, feita por Vasco da Gama ao rei de Melinde: - Largada de Lisboa; - Cruzeiro Sul; - Fogo de Santelmo; - Tromba Marítima; - Aventura de Veloso; - Gigante Adamastor (est. 37 – 60); - Escorbuto; - Chegada a Melinde. 1 – 85 Vasco da Gama elogia a tenacidade dos portugueses. 86 – 91 Considerações do Poeta: desilusão e desencanto perante os seus contemporâneos que desprezam a poesia. 92 – 100 Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
  • 16. Canto VI ASSUNTO Estâncias Festas de despedida em Melinde e continuação da viagem rumo à Índia. 1 – 5 Baco desce ao palácio de Netuno e convoca um consílio dos deuses marinhos, a fim de Éolo soltar os ventos contra os portugueses. 6 – 37 A armada prossegue a sua rota e, para lutar contra o sono, contam-se histórias, entre as quais a dos «Doze de Inglaterra», narrada por Fernão Veloso. 38 – 69 Tempestade. 70 – 91 A armada chega a Calecute (Índia) e Vasco da Gama agradece a Deus. 92 – 93 Considerações do Poeta acerca do verdadeiro valor da glória. 95 - 99 Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
  • 17. Canto VII ASSUNTO Estâncias Chegada à barra de Calecute. 1 Considerações do Poeta: elogio do espírito de cruzada dos Lusitanos e dura crítica contra as outras nações que não seguem o seu exemplo. 2 – 15 Porto de Calecute. 16 Descrição da Índia. 17 – 22 Vasco da Gama envia um mensageiro, a fim de anunciar a sua chegada. 23 – 27 O Monçaide visita a armada. 28 – 41 Vasco da Gama desembarca, acompanhado de nobres portugueses. 42 – 43 O capitão português é recebido pelo Catual, governador da cidade; depois, dirigem-se para o palácio de Samorim. 44 – 56 O Samorim recebe Vasco da Gama e este apresenta-lhe os objetivos da sua viagem: estabelecer laços de paz, amizade e comércio; os portugueses são acolhidos nos aposentos do Samorim. 57 – 66 O Catual obtém informações sobre os portugueses junto do Monçaide e este aconselha-o a visitar as naus. 67 – 72 Paulo da Gama recebe o Catual que o questiona sobre os motivos desenhados nas bandeiras. 73 – 77 Camões invoca as ninfas do Tejo e do Mondego e tece algumas considerações acerca do seu infortúnio, lamentando-se da ingratidão dos seus contemporâneos que não lhe dão o devido valor. 78 – 87 Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
  • 18. Canto VIII ASSUNTO Estâncias Paulo da Gama explica ao Catual a simbologia das bandeiras e das figuras históricas nelas representadas. 1 – 42 O Catual mostra interesse pelas narrativas ouvidas , questionando avidamente Paulo da Gama. 43 O Catual regressa a terra. 44 O Samorim pede aos arúspices para prever o futuro e estes anunciam desgraças e destruição com a chegada dos portugueses. 45 – 46 Baco aparece em sonhos a um sacerdote muçulmano instigando-o contra os portugueses. 47 – 50 Revolta contra a armada portuguesa, devido à influência de Baco. 51 – 59 Vasco da Gama, inspirado por Vénus, procura esclarecer o Samorim, garantindo-lhe que os boatos são falsos e que apenas pretende a troca de fazendas europeias por especiarias orientais. 60 – 75 O Samorim acredita em Vasco da Gama e desconfia da honestidade dos seus conselheiros. 76 – 78 O Catual prepara uma cilada à armada lusitana, com o intuito de a destruir; Vasco da Gama apercebe- se de tudo e é feito prisioneiro, pelo que pede para ir à presença do Samorim. 79 – 90 Receoso de ser descoberto pelo Samorim, o Catual resolve libertá-lo, em troca de mercadorias. 91 – 94 Vasco da Gama regressa a bordo. 95 Considerações do Poeta: reflexão sobre o vil poder do ouro. 95 – 99 Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
  • 19. Canto IX ASSUNTO Estâncias Os dois feitores portugueses que tinham vindo a terra são retidos, com o intuito de retardar a partida da armada, possibilitando a sua destruição por uma frota proveniente de Meca. 1 – 4 O Monçaide informa Vasco da Gama do plano traiçoeiro. 5 – 7 Não conseguindo reaver os feitores portugueses, Gama retém nas naus alguns mercadores locais, como garantia, e ordena a partida. 8 – 11 O Samorim ordena a libertação dos feitores e dá-se a troca dos reféns. 12 Regresso a Portugal. 13 – 17 Vénus, com a ajuda de Cupido, seu filho, prepara uma recompensa aos portugueses – uma ilha paradisíaca: a Ilha dos Amores – onde pudessem repousar e desfrutar de momentos aprazíveis. 18 – 50 Os marinheiro avistam a Ilha dos Amores e assiste-se à sua descrição. 51 – 63 Desembarque. 64 – 67 Os nautas descobrem as ninfas e começam a persegui-las, dando lugar a relacionamentos amorosos entre ambos. 68 – 84 Tétis explica a Vasco da Gama a razão de tal recompensa e leva-o ao seu palácio. 85 – 87 Explicação do valor simbólico da Ilha: «prêmio (…) bem merecido» pelos muitos sacrifícios e trabalhos passados ao longo da viagem. 88 – 92 Exortação do Poeta a todos aqueles que aspiram a imortalidade. 93 – 95 Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
  • 20. Canto X ASSUNTO Estâncias Tétis e as ninfas oferecem um banquete aos marinheiros. 1 – 4 Uma ninfa, cantando, enumera os feitos futuros dos portugueses. 5 – 7 Camões interrompe os vaticínios da ninfa e invoca Calíope, a fim de que esta lhe restitua «o gosto de escrever», dada a aproximação do «outono» da vida. 8 – 9 A ninfa prossegue o seu discurso, referindo as ações futuras dos heróis e governadores da Índia. 10 – 74 Tétis conduz Vasco da Gama ao cimo de um monte, onde lhe mostra a «máquina do Mundo». 75 – 90 Tétis apresenta a Gama os vários lugares onde os portugueses hão de praticar altos e heroicos feitos. 91 – 141 Despedida da Ilha dos Amores e regresso à pátria. 142 – 143 Chegada a Lisboa. 144 Considerações do Poeta: lamentações e exortações ao rei D. Sebastião, para que reconheça o mérito dos seus súbditos; vaticínios de futuras glórias do monarca em causa. 145 – 156 Os Lusíadas - Sistematização dos Cantos
  • 21. Camões e as Tágides, Columbano Bordalo Pinheiro (1885)