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Grupo Frigol
          FRIGOL S.A.
           C.N.P.J/MF nº 68.067.446/0001-77

  FRIGOL ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA
           C.N.P.J/MF nº 01.372.335/0001-01
Plano de Recuperação Judicial consoante a LEI nº 11.101/2005

em atendimento ao seu artigo 53, para apresentação nos autos do

Processo nº: 319.01.2010.005460-0, em trâmite na 2ª Vara


Judicial - Fórum de Lençóis Paulista/SP elaborado por Erimar

Administração e Consultoria de Empresas S/S Ltda.
SUMÁRIO
1.       Considerações Iniciais ............................................................................. 4 
2.       Histórico e Apresentação da Empresa ................................................... 5 
2.1         ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .......................................................................................... 10 
2.1.1            MISSÃO ..................................................................................................................... 10 
2.1.2            VISÃO ....................................................................................................................... 10 
2.1.3            VALORES E CRENÇAS ................................................................................................ 10 
2.1.4            INFORMAÇÕES SOBRE A ESTRUTURA .......................................................................... 10 
2.2         RELEVÂNCIA SÓCIO-ECONÔMICA ...................................................................................... 15 
2.3         RELEVÂNCIA SÓCIO AMBIENTAL ........................................................................................ 16 
2.4         SUSTENTABILIDADE .......................................................................................................... 18 
2.5         RASTREABILIDADE ............................................................................................................ 19 
2.6         S.I.F. (SERVIÇO DE INSPEÇÃO FEDERAL) .......................................................................... 20 
2.7         PRODUTOS COMERCIALIZADOS ......................................................................................... 21 
3.       Organização do Plano de Recuperação................................................ 27 
3.1    MOTIVOS PARA O PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL ...................................................... 27 
3.2    QUADRO DE CREDORES DO GRUPO FRIGOL. ..................................................................... 29 
O QUADRO DE CREDORES APRESENTADO ABAIXO, JÁ EXPRESSA ALGUMAS ALTERAÇÕES NA LISTA DA
RECUPERANDA QUE ESTARÃO EXPOSTAS NA LISTA DO ADMINISTRADOR JUDICIAL A SER PUBLICADA. .. 29 
3.3    PLANO DE REESTRUTURAÇÃO OPERACIONAL..................................................................... 30 
3.3.1     ÁREA COMERCIAL ...................................................................................................... 30 
3.3.2     ÁREA ADMINISTRATIVA ............................................................................................... 30 
3.3.3     ÁREA FINANCEIRA...................................................................................................... 31 
3.3.4     ÁREA OPERACIONAL .................................................................................................. 31 
3.4    CENÁRIO ECONÔMICO E MERCADOLÓGICO ........................................................................ 32 
3.4.1     MERCADO SETORIAL – PREMISSAS, DESEMPENHO RETROATIVO E PROJEÇÕES ............ 32 
3.4.1.1               Premissas ......................................................................................................................... 32 
3.4.1.2               Desempenho Retroativo ................................................................................................... 33 
3.4.1.3               Projeções .......................................................................................................................... 36 
3.4.2             PERSPECTIVAS ECONÔMICAS – BRASIL....................................................................... 38 
4.       Etapa Quantitativa .................................................................................. 40 
4.1         ANÁLISE DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO......................................................... 40 
4.1.1          DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) .............................................. 40 
4.1.1.1               Dados ............................................................................................................................... 40 
4.1.1.2               Análise .............................................................................................................................. 41 
4.2         PROJEÇÕES DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO ................................................... 43 
4.2.1          PROJEÇÃO DAS RECEITAS .......................................................................................... 43 
4.2.1.1               Premissas ......................................................................................................................... 43 
4.2.1.2               Projeção ........................................................................................................................... 45 
4.2.1.3               Análise .............................................................................................................................. 45 
4.2.2             PROJEÇÃO DE RESULTADOS....................................................................................... 47 
4.2.2.1               Premissas ......................................................................................................................... 47 
4.2.2.2               Projeção ........................................................................................................................... 49 
4.2.2.3               Análise .............................................................................................................................. 50 
5.       Proposta de pagamento aos credores da Recuperação ..................... 51 
5.1         CLASSE I: CREDORES TRABALHISTAS ................................................................................ 51 
5.2         CLASSES II E III - CREDORES COM GARANTIA REAL E QUIROGRAFÁRIOS ............................. 52 
5.2.1           CREDORES FORNECEDORES ...................................................................................... 53 
5.2.2           CREDORES FINANCEIROS ........................................................................................... 55 
5.3         ACELERAÇÃO DE PAGAMENTO .......................................................................................... 56 
5.3.1           ACELERAÇÃO DE PAGAMENTO CREDORES FORNECEDORES ........................................ 56 
5.3.2           ACELERAÇÃO DE PAGAMENTO AOS CREDORES FINANCEIROS ...................................... 57 
5.4         CREDORES DE ADIANTAMENTO DE CONTRATO DE CAMBIO - ACC ....................................... 58 
5.5         FIXAÇÃO DO PRAZO DE PAGAMENTO ................................................................................. 59 
6.       Créditos Contingentes - Impugnações de Crédito e Acordos ............ 61 
7.       Baixa dos Protestos ............................................................................... 62 
8.       Venda de Ativos ...................................................................................... 64 
9.       Forma de Pagamento aos Credores ..................................................... 65 
10.      Nova Assembleia Geral de Credores .................................................... 66 
11.      Análise de Viabilidade da Proposta de Pagamento ............................. 67 
12.      Considerações Finais - Resumo ........................................................... 68 
13.      Nota de Esclarecimento ......................................................................... 70 
14.      Conclusão ............................................................................................... 71 
15.      Laudo de Avaliação de Bens Imobilizados........................................... 73 

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL
1. Considerações Iniciais
Este documento foi elaborado com o propósito de abranger e estabelecer os

principais termos do Plano de Recuperação Judicial, proposto sob a égide da Lei

de Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência do Empresário e da Sociedade

Empresária (Lei nº. 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005 - “Lei de Recuperação de

Empresas”), do GRUPO FRIGOL formado pelas empresas FRIGOL S/A. e FRIGOL

ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA., ambas em Recuperação Judicial.

O GRUPO FRIGOL possui administração central exercida pelos sócios, tem sede na

Rua Dr. Gabriel de Oliveira Rocha, 704, Lençóis Paulista - SP, requereu em 30 de

Julho de 2010 o benefício legal da Recuperação Judicial, com fulcro nos artigos 47

e seguintes da Lei 11.101/05, tendo seu processo sido distribuído na 2ª Vara

Judicial – Fórum de Lençóis Paulista - SP sob nº 319.01.2010.005460-0 na mesma

data, e o deferimento do processamento da recuperação judicial ocorreu em 17 de

Agosto de 2010 pelo Exmo Sr. Dr. Mário Ramos dos Santos, com a

disponibilização de tal decisão no Diário da Justiça do Tribunal de Justiça do

Estado de São Paulo no dia 19 de Agosto de 2010. Para a elaboração do Plano de

Recuperação, objeto deste documento, foi contratada a empresa ERIMAR

Administração e Consultoria de Empresas S/S Ltda., localizada na Rua

Vergueiro, 1855 - conj. 41 - CEP 04101-000 - São Paulo - SP. O plano ora

apresentado propõe condições especiais para pagamento das obrigações vencidas

ou vincendas e demonstra a viabilidade econômico-financeira da empresa, bem

como a compatibilidade entre a proposta de pagamento aos Credores e a geração

dos recursos financeiros no prazo proposto, consoante os artigos 50, 53 e 54 da

Lei 11.101/2005.




Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                  |4
2. Histórico e Apresentação da Empresa
O início da história do FRIGORÍFICO OLIVEIRA - FRIGOL se deu em Março de 1970,

quando o Patriarca da Família Oliveira o Sr. Luis Gonzaga de Oliveira resolveu

mudar-se com a família para a cidade de Lençóis Paulista – SP, onde em uma

atitude corajosa e empreendedora decidiu trocar o único bem que possuía – um

caminhão Mercedes Benz 1111 - por um açougue na Rua Quinze de Novembro, no

Centro de Lençóis Paulista. Levou os três filhos mais velhos; Djalma, Durval e

Dorival para trabalhar no novo e promissor negócio. Depois de passados cinco

anos a família já possuía mais quatro açougues – um para cada filho e neste

mesmo ano entrou para o negócio mais um filho, o Décio.

O sucesso do negócio era crescente e em 1983 abriram um Supermercado na

cidade e um matadouro de suínos no sítio da família. A demanda pelos produtos

oferecidos, até então, pelo pequeno matadouro era bem maior do que a oferta, e,

em 1986 inauguraram o primeiro frigorífico no distrito industrial de Lençóis Paulista

dedicado ao abate de suínos.

Em 1990, com o crescimento do negócio, foi arrendado o frigorífico onde é

atualmente o endereço administrativo da empresa para abate de bois. Na época

este frigorífico tinha a capacidade de abate de 200 (duzentos) bois/dia. Neste

mesmo ano o Sr. Luiz Gonzaga decidiu afastar-se dos negócios deixando a cargo

de seus filhos a administração do empreendimento.

O ano de 1992 foi marcante para a família Oliveira, pois em 22 de Maio

efetivamente nascia o GRUPO FRIGOL onde os irmãos Djalma, Dorival, Durval,

Décio e o cunhado do Djalma, o Benedito, davam mais um passo ousado

mantendo o mesmo espírito empreendedor cunhado pelo Sr. Luiz Gonzaga.
Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                       |5
Naquele mesmo ano, fruto da prosperidade do negócio, o Grupo adquiriu o prédio

arrendado em 1990. Com o mesmo espírito empreendedor e a visão de

oportunidade, o Grupo iniciou reforma visando a ampliação das instalações e sua

capacidade produtiva, passando então a abater 450 (quatrocentos e cinquenta)

bois/dia.

O Grupo Frigol de forma sistemática crescia a cada ano. A visão voltada para o

crescimento da empresa e a percepção de mercado faziam com que os sócios

reinvestissem no negócio constantemente de forma a fortalecê-lo, propiciando a

busca por novas fronteiras. No ano de 1994 a empresa continuava sua expansão

aproveitando-se da organização alcançada e do bom momento que a economia

nacional atravessava, influenciada pelo novo plano econômico o da criação da

nova moeda, o Real. O Plano Real, como vários outros, vinham com a proposta de

controlar a inflação, diminuir a taxa básica de juros e fortalecer a moeda nacional.

Como na edição de outros planos a insegurança pairava no mercado. Em pouco

tempo o Plano Real, frutos da competência na implantação e sua consistência,

trouxe a confiança de se haver conquistado (finalmente) uma moeda forte. A

inflação, vilã por décadas, estava controlada e os juros estacionados em

patamares inferiores. Assim, com a nova moeda, o Brasil iniciou uma nova fase em

sua história. A população em geral passou a ter a possibilidade de planejar a

médio e longo prazo. A inflação debelada propiciou um aumento natural no poder

aquisitivo da população, pois, até então, a correção aplicada aos salários era

sistematicamente inferior ao real custo da inflação. A carne pode ser inserida no

cardápio diário de mais brasileiros aumentando de forma considerável o volume de

consumo deste produto no país.
Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                      |6
Nesta época a empresa ampliou sua capacidade de abate para 1000 (um mil)

bois/dia para atender a crescente demanda.

O crescimento orgânico da empresa era significativo e criava novas necessidades.

Para administrar os negócios do GRUPO FRIGOL, em 7 de agosto de 1996, foi

constituída a FRIGOL ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÃO LTDA..

O espírito empreendedor que sempre norteou o GRUPO FRIGOL mostrava-se

presente, a empresa já atuava nos principais mercados brasileiros tendo sua

marca vinculada a históricos de qualidade e eficiência na distribuição. Como já

havia acontecido com outros frigoríficos nacionais a empresa iniciou, em 1999, seu

processo de internacionalização exportando seus produtos para vários países. Seu

primeiro mercado internacional foi o Egito, logo passou a exportar também para

grande parte dos países da União Européia, se incorporaram também ao seu rol de

clientes países como Rússia, China, Angola, África do Sul e Cabo Verde. O

processo de expansão internacional passava por incorporação de novos clientes

em diferentes países a cada mês; nesse caminho passaram a ser destino dos

produtos do Grupo Frigol países como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Kuait,

Líbano, Líbia, Peru, Geórgia, Namíbia, Ilhas Mauricius, Serra Leoa e outros.

Em 2009 visando à facilidade no escoamento de sua produção no mercado interno

o GRUPO FRIGOL instalou no Bairro Jaguaré na cidade de São Paulo um Centro de

Distribuição. Este CD está localizado em ponto estratégico próximo as Marginais

Pinheiros e Tietê que são duas importantes vias da cidade e que dão acesso às

principais estradas do Estado de São Paulo. Estão alocados nesta unidade mais

80 (oitenta) funcionários.


Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                    |7
Em 2002 os principais índices que tratam do mercado de boi davam conta de um

aumento expressivo no rebanho nacional e o mercado do boi sinalizava crescente

demanda e melhores preços de matéria prima. Estes fatores, macroeconômicos

foram decisivos para a decisão da empresa de instalar uma planta em Água Azul

do Norte, cidade localizada no Estado do Pará há mais de 600 Km da capital

Belém. O iniciou das atividades desta unidade mudou a vida de 600 (seiscentas)

famílias da região, criando uma nova realidade destaque ao fato de que o GRUPO

FRIGOL é a empresa de maior relevância da cidade. Esta unidade entrou em

funcionamento em 2004 com capacidade de abate de 800 (oitocentos) bois/dia e

atualmente esta capacidade já é de 1400 (um mil e quatrocentos) bois/dias. Desta

unidade também são exportados produtos para a Rússia, Venezuela e Países da

África e Ásia.

No ano de 2009, visando melhora de rentabilidade visto que o preço da matéria

prima bovina, no Estado de Rondônia era um dos mais baixos do Brasil, havendo

também um abundância de matéria prima eis que muitas plantas frigoríficas,

naquela época estavam paralisadas, instalou-se no Município de Pimenta Bueno

em uma planta arrendada com capacidade de abate de 250 (duzentos e cinquenta)

bois/dia.

Com o passar dos anos e a consolidação das atividades do GRUPO FRIGOL no

mercado interno e externo já colocavam a empresa entre os dez maiores

frigoríficos do Brasil. Com toda esta estrutura a empresa chegou a gerar 1.500 (um

mil e quinhentos) empregos diretos e mais de 3.000 (três mil) indiretos.

O iniciou de 2008 dava sinais de que o modelo de negócio escolhido pelo Grupo

Frigol era acertado e as previsões dos resultados previstos no orçamento anual

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                    |8
eram animadoras, mais um ano de resultados bem positivos. A partir do segundo

semestre de 2008 ocorreu o grande revés financeiro da empresa, que, com a

eclosão da crise financeira mundial, viu elevar-se o custo financeiro de suas

operações - notadamente em razão das elevadas taxas de juros em suas

operações no mercado - além da abrupta queda no consumo interno e externo.

Outro aspecto relevante - fruto da eclosão da crise financeira mundial em setembro

de 2008 - foi a política adotada pelos bancos que aumentaram a restrição aos

créditos, marcada basicamente pela não renovação de vários contratos, que

anteriormente eram renovados com facilidade. Este fato resultou em uma drástica

redução do capital de giro, acompanhada de um grande incremento nas taxas de

juros praticadas.

Durante os anos de 2009 e 2010 o GRUPO FRIGOL tentou por diversas alternativas

retomar suas atividades aos níveis de outrora, mas os reflexos da crise de 2008

foram muito fortes, a demanda e rentabilidade não retomaram o ritmo necessário

para que a empresa pudesse continuar operando como no passado e equacionar o

passivo gerado durante a crise.

Apesar de todo o ocorrido nestes últimos anos, o GRUPO FRIGOL acredita ser

transitória sua atual situação e tem a certeza de que esse estado de dificuldade

financeira é passageiro, visto já terem sido tomadas medidas administrativas,

comerciais e operacionais necessárias para equilibrar a receita/caixa, como a

diminuição do seu quadro funcional e cortes drásticos em despesas/custos.




Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                    |9
2.1 Estrutura Organizacional
2.1.1 Missão
Produzir soluções que superem as expectativas de nossos clientes, com produtos

ecologicamente corretos, gerando oportunidade para a empresa, com uma equipe

de colaboradores qualificados, motivados e conscientes da integração para o bem

estar social.

2.1.2 Visão
Ser referência no ramo em que atuamos em todo o mundo, buscando

aprimoramento contínuo e inovando sempre.

2.1.3 Valores e Crenças
   Respeito e priorização das expectativas dos clientes (satisfação do cliente);

   Ética profissional;

   Qualidade;

   Humildade nos relacionamentos;


2.1.4 Informações Sobre a Estrutura
O GRUPO FRIGOL é formado por capital 100% (cem por cento) nacional. Sua sede

administrativa/industrial funciona em uma área construída de 16.000 (dezesseis

mil) metros quadrados e possui capacidade para abater 1000 (um mil) bois/dia na

Rua Dr. Gabriel de Oliveira Rocha, 704 no município de Lençóis Paulista – SP.

Possui também uma planta em Água Azul do Norte – PA, em uma área construída

de 15.000 (quinze mil) metros quadrados, com capacidade para abater 1400 (um
Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                        | 10
mil e quatrocentos) bois/dia, responsável por abastecer as regiões Nordeste e

Sudeste do Brasil, além do mercado exterior. Sua terceira planta de abate fica em

Pimenta Bueno - RO, com capacidade de abate de 250 (duzentos e cinquenta)

bois/dia. No Município de São Paulo a empresa possui um escritório comercial

localizado na Rua São Benedito, 509 e também possui um Centro de Distribuição

no bairro do Jaguaré, em um local estratégico próximo às marginais Pinheiros e

Tietê facilitando o escoamento de sua produção responsável por abastecer o

mercado da grande São Paulo, litoral, Vale do Paraíba e Vale do Ribeira.

A seguir fotos de algumas unidades e sua evolução histórica:


Frigol Lençóis Paulista - SP em 1992.




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Frigol Lençóis Paulista - SP em 2002.




Frigol Lençóis Paulista - SP em 2005.




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Frigol Lençóis Paulista - SP em 2010.




Frigol Água Azul do Norte – PA 2005




Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL   | 13
Frigol Água Azul do Norte – PA 2007




Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL   | 14
2.2 Relevância Sócio-Econômica
O GRUPO FRIGOL possui grande relevância sócio-econômica para os municípios de

Lençóis Paulista - SP, Água Azul do Norte - PA e Pimenta Bueno – RO, fato este

que pode ser comprovado por seu quadro de funcionários, onde chegou a

empregar mais de 1.500 (um mil e quinhentos) colaboradores diretos e mais de

3.000 (três mil) colaboradores indiretos.

Todas as plantas do GRUPO FRIGOL tem grande relevância e ajudam a girar a

economia das regiões onde atuam, porém a planta de Água Azul do Norte no Pará

revolucionou a vida dos moradores daquela cidade, pois se trata da empresa de

maior relevância da região gerando empregos e melhoria na qualidade de vida da

população.

Aos funcionários são oferecidos: refeição, assistência médica e odontológica, cesta

básica, incentivo ao estudo através de um subsídio de 30% (trinta por cento), além

de convênios com farmácias da região onde seus funcionários têm 13% (treze por

cento) de desconto na compra de medicamentos.

O GRUPO FRIGOL cumpre regularmente com todos os acordos coletivos

intermediados pelo Sindicato. O valor médio de salário por funcionário é de R$

1.282,40 (um mil, duzentos e oitenta e dois reais e quarenta centavos) sem

considerar encargos sociais. O tempo médio de “casa” considerando os

colaboradores de todos os setores é de aproximadamente 5 (cinco) anos, o índice

de turn over - considerado excelente - é de apenas 3% (três por cento).

Atualmente, o valor total da folha de pagamento é dividido em 78% (setenta e oito

por cento) para o setor industrial, 20% (vinte por cento) para o setor administrativo

e 2% (dois por cento) para o setor comercial.

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                      | 15
2.3 Relevância Sócio Ambiental
   As atividades do GRUPO FRIGOL, bem como da maioria do agronegócio brasileiro,

   sempre foram desenvolvidas com respeito às questões de sustentabilidade

   (ambiental, econômica e social).

   Com este conceito, em suas unidades, o GRUPO FRIGOL já desenvolve projetos

   ambientalmente corretos, visando não só a redução dos impactos, mas também a

   geração de energias alternativas. Vejamos alguns exemplos já implantados:

 PRRUA – Plano de redução e reutilização no uso de água

   Mediante verificações periódicas, a utilização de água em cada setor industrial é

   monitorada por técnicos que têm como missão desenvolver ações corretivas para

   diminuir seu consumo, bem como para, após processo regular, reutilizá-la em

   setores secundários do processo produtivo.

 Descarte de resíduos sólidos recicláveis

   Todo ano é elaborado o “inventário de resíduos sólidos” que descreve quais as

   empresas responsáveis pela coleta e descarte final dos resíduos. Todas as

   empresas são cadastradas e licenciadas pela CETESB (Companhia Ambiental do

   Estado de São Paulo).

 Descarte de resíduos sólidos perigosos (CLASSE 1)

   Dentro do inventário de resíduos sólidos existe um item a parte onde é descrito o

   destino dado aos resíduos classe 1 gerados pela empresa. Pela geração de tais

   resíduos como: Lâmpadas Fluorescentes, Resíduos Ambulatoriais, a empresa é

   cadastrada e certificada pela CETESB, pela geração e descarte adequado dos

   mesmos.

   Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                  | 16
M




 Monitoramento mensal da ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES

   A ETE-FRIGOL tem seu efluente final coletado mensalmente e levado para análise

   em laboratório credenciado pelo Ministério do Meio Ambiente.

 Fabricação de compostos agrícolas através dos resíduos do pré-tratamento

   da Estação de Tratamento de Efluentes.

   Os resíduos orgânicos obtidos através do pré-tratamento dos efluentes são

   transformados em fertilizantes orgânicos.

 Fabricação de Biodiesel de origem animal.

   Os resíduos do processamento da carne (gordura, retalhos de carne, ossos, etc..)

   são encaminhados através de veículos cuidadosamente monitorados até a fábrica

   de biodiesel, onde são fabricados cerca de 40.000 (quarenta mil) litros de

   bicombustível por dia (gordura animal).

 Uso de madeira regulamentada

   A empresa é regulamentada pelo DEPRN (Departamento Estadual de Proteção

   dos Recursos Naturais) para utilizar madeira na geração de vapor e energia.

 Controle de emissão de fumaça veicular

   Monitoramento mensal da frota de caminhões próprios e prestadores de serviço.

   Os veículos não enquadrados na legislação ambiental vigente são afastados para

   readequação.

 Controle de emissão de fumaça preta da caldeira

   Monitoramento diário da emissão de fumaça da caldeira. Quando ocorre

   desconformidades em relação ao lançamento da fumaça o responsável pelo setor

   é convocado para avaliar e corrigir a causa.

   Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                  | 17
2.4 Sustentabilidade




O GRUPO FRIGOL está entre as grandes organizações brasileiras, destacando-se

pela evolução empresarial no ramo frigorífico e pela acentuada participação no

mercado de carnes bovinas. Em suas plantas, a empresa produz cortes especiais

e maturados dentro dos mais modernos processos de industrialização e das

rigorosas normas sanitárias. Tudo isso, para colocar diariamente a máxima

qualidade em carnes na mesa de milhões de consumidores, no Brasil e no Mundo.

Chegou a processar 150 (cento e cinquenta) mil toneladas de carne por ano e os

cortes são distribuídos em todo o território nacional e exportados para diversos

países. Desta maneira o GRUPO FRIGOL se revela uma empresa moderna, que

investe constantemente em novas tecnologias que promovem eficiência na

produção de cortes bovinos e qualidade de vida para os colaboradores.

Sintonizada com a sustentabilidade do planeta, a empresa participa ativamente de

projetos socioambientais em todo o país e apóia projetos de diversas ONG’s

visando sempre à preservação do meio ambiente.

Além do respeito aos parceiros e consumidores, o GRUPO FRIGOL é uma

organização que valoriza a formação humana. Prova disso é o estreito laço de

amizade que mantém com as comunidades em que está inserido, prestigiando

eventos que promovam o bem-estar e lazer das pessoas.




Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                 | 18
2.5 Rastreabilidade




Rastreabilidade é o processo que permite assegurar ao consumidor o histórico de

procedência e, consequentemente, oferecer segurança em relação ao produto que

está sendo adquirido.

O processo de rastreabilidade do GRUPO FRIGOL começa na compra de gado,

buscando adquirir animais oriundos de boas práticas sanitárias e de manejo. Todo

o transporte é realizado de forma a atender as práticas de abate humanitário. O

bem-estar animal é garantido no transporte da propriedade ao frigorífico, esta é

uma das prioridades do Grupo. No frigorífico as práticas de abate humanitário

continuam. Todos os procedimentos precedentes ao abate são realizados com

base nos critérios de abate humanitário. Através dos procedimentos de

rastreabilidade do GRUPO FRIGOL é possível conhecer a procedência (dados do

produtor) com as informações contidas na embalagem do produto final ou o

caminho inverso, chegar até um produto final partindo dos dados da procedência

de cada animal. Em outras palavras, a rastreabilidade está presente em todas as

fases da produção.

Para que o processo permita a rastreabilidade reversa através de uma embalagem,

as caixas, como exemplo as referentes à produção com vistas à União Européia,

contém o “traceability code” no rótulo. Trata-se de uma expressão, em inglês, que

significa código de rastreabilidade que contém varias informações entre elas o Nº.
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do SIF (Serviço de Inspeção Federal – Ministério da Agricultura) do

estabelecimento de abate e a data de abate.




2.6 S.I.F. (Serviço de Inspeção Federal)




O S.I.F. - Serviço de Inspeção Federal - é um órgão do Ministério da Agricultura,

subordinado ao DIPOA - Departamento de Inspeção de Produtos de Origem

Animal - que tem por objetivo normatizar e autorizar a produção e comercialização

de todos os alimentos de origem animal (carne, leite, ovos, laticínios, pescados e

produtos apícolas) no Brasil. É a autoridade máxima nestes assuntos. E nenhuma

empresa poderia vender fora do seu estado de origem, ou mesmo exportar caso

não tenha o direito de portar o carimbo do S.I.F.

Para que se tenha o carimbo do S.I.F., é necessário cumprir com uma série de

exigências:

A começar pela própria sede da indústria (afastamento de 50 (cinquenta) metros

da via pública, pé dilúvio mínimo, azulejos em todas as paredes, telas contra

insetos, uma sala para cada atividade, previsão de um fluxo linear de produção,

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                   | 20
qualidade da água controlada, banheiros e vestiários com separação masculino e

feminino afastados do bloco industrial, etc.), o sistema e os equipamentos

apropriados (tudo em aço inoxidável) para o beneficiamento das matérias-primas, o

controle de qualidade, os uniformes e procedimentos higiênicos dos funcionários e

até mesmo os dizeres da rotulagem, além de uma série de outras exigências: tudo

isso para justificar o slogan: "Garantia de Pureza."

Participam do processo produtivo do GRUPO FRIGOL 17 (dezessete) funcionários do

S.I.F., incluindo um médico veterinário, garantindo assim a excelente e qualidade

dos produtos FRIGOL.



2.7 Produtos Comercializados

A matéria prima que resulta nos cortes especiais e maturados FRIGOL é

proveniente de rebanhos ultra-selecionados. São animais criados naturalmente no

pasto, seguindo os mais exigentes padrões fitossanitários.

O GRUPO FRIGOL comercializa uma grande mix de produtos para atender todos os

tipos de clientes, conforme demonstrado a seguir:




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3. Organização do Plano de Recuperação

3.1 Motivos Para o Pedido de Recuperação Judicial
Como grande parte das empresas nacionais, o GRUPO FRIGOL teve seus problemas

agravados a partir do segundo semestre do ano de 2008 com a eclosão da crise

financeira mundial.

Devido a esta crise o preço de sua matéria-prima (boi) registrou uma alta

acentuada, em contra partida o volume de exportações brasileiras caiu em torno de

30% (trinta por cento) prejudicando de forma avassaladora os frigoríficos.

A queda das exportações motivou a queda do preço da carne no mercado interno,

pois havia um excesso de produto acabado nos estoques das empresas do setor.

Deste modo as empresas em uma atitude de recuperar o negócio mudaram a

estratégia e focaram nos consumidores domésticos. Todavia esta queda nos

preços reduziu ainda mais a margem de lucro no setor.

Com a redução de crédito e aumento nas taxas de juros, o GRUPO FRIGOL ocupou

a totalidade dos limites de crédito concedidos por seus parceiros financeiros,

chegando a uma preocupante situação de falta de liquidez. A escassez de crédito,

os atrasos nos pagamentos de seus credores e o crescente custo financeiro se

sobrepuseram, levando ao risco de conduzir a empresa a consequente

inadimplência e a restrição total de seus créditos, com graves reflexos em sua

atividade operacional, contaminada pelo custo das dívidas de curto prazo.

O pós crise 2008 trouxe ao GRUPO FRIGOL uma situação muito diferente á

experimentada até então. A combinação de baixas vendas, diminuição de

margens, escassez de recursos e altas taxas de juros comprometeu o caixa da
Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                  | 27
empresa. A empresa foi obrigada a buscar, cada vez mais, recursos junto aos

bancos a fim de honrar os seus compromissos cotidianos e poder proceder á

reestruturação necessária para a retomada dos lucros. Os custos do

endividamento acabaram por reduzir a capacidade de reação da empresa, que

sentiu com particular intensidade os problemas oriundos da crise financeira

mundial.

Apesar de todo o exposto, o GRUPO FRIGOL acredita ser transitória sua atual

situação e tem a certeza de que esse estado de dificuldade financeira é

passageiro, visto já terem sido tomadas medidas administrativas, comerciais e

operacionais necessárias para equilibrar a receita/caixa. As medidas, drásticas,

abrangeram toda a empresa destaque a diminuição do seu quadro funcional e os

cortes importantes em despesas/custos.




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3.2 Quadro de Credores do Grupo Frigol.
O quadro de Credores apresentado abaixo, já expressa algumas alterações na lista

da Recuperanda que estarão expostas na lista do administrador judicial a ser

publicada.



                              COMPOSIÇÃO POR TIPO DE CREDOR


Credores Trabalhistas                                                               4.427.588,49

Credores Com Garantia Real                                                         31.016.223,37

Credores Quirografários                                                       108.784.061,31


Total do Quadro de Credores                                                  144.227.873,17
Valores em Reais (R$)




                            GRÁFICO DE REPRESENTATIVIDADE POR CLASSE DE CREDORES


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3.3 Plano de Reestruturação Operacional
Após o pedido de recuperação judicial, o GRUPO FRIGOL, através de sua Diretoria,

desenvolveu um plano de reestruturação financeiro-operacional visando à

lucratividade necessária para permitir a liquidação de seus débitos e a manutenção

de sua viabilidade no médio e longo prazos, o que depende não só da solução da

atual situação de endividamento, mas também e fundamentalmente, da melhoria

de sua capacidade de geração de caixa. As medidas identificadas no Plano de

Reestruturação Financeiro-Operacional estão incorporadas a um planejamento

para o período de 10 (dez) anos e estão fundamentadas nas seguintes decisões

estratégicas:

3.3.1 Área Comercial
     Reestruturação de políticas comerciais;

     Plano orçamentário de vendas ao final de cada mês, com atualizações

         semanais;

     Plano de ação para realização de parcerias estratégicas;

     Reformulação da política comercial em relação às margens/rentabilidade;

     Basear a liderança da empresa em parcerias estratégicas.

3.3.2 Área Administrativa
     Programa de redução do quadro funcional e de gasto com pessoal e horas

         extras e redução de despesas fixas;

     Fortalecimento da política de recursos humanos para que contemple: plano

         de carreira baseado em resultado, melhorias no processo de seleção,

         treinamento e valorização social e profissional dos colaboradores internos

         visando         à    redução          do   turn   over   e   dos   custos   de   pessoal;
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 Fortalecimento organizacional e da responsabilidade estratégica de tomada
         de decisão para alcançar metas e assegurar a aderência das ações aos
         planos;
     Formar as novas diretrizes de administração e dar suporte à área comercial
         através de uma análise SWOT (Strenghts-forças, Weaknesses-fraquezas,
         Opportunities-oportunidades e Threats-ameaças);
     Reorganização do organograma da empresa para novo modelo e consoante
         com o projeto de reorganização administrativa.
     Instituição          da      Governança   Corporativa   formada   por   um   Conselho
         Administrativo e Diretorias Executivas;

3.3.3 Área Financeira

     Busca de novas linhas de créditos menos onerosas e mais adequadas;
     Renegociação de tarifas bancárias;
     Renegociação do passivo não sujeito aos efeitos da Recuperação Judicial de
         forma a equacionar a entrada de receitas e o pagamento dos acordos
         conforme seu fluxo de caixa;
     Implantação de relatórios gerenciais para análise de resultados econômicos
         e financeiros.
     Fornecer base sustentável a todas as decisões estratégicas;

3.3.4 Área Operacional

     Plano de redução dos custos fixos para melhoria da margem operacional,

         bem como redução de custos, mediante análise de processos, para melhoria

         da margem de contribuição;




Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                             | 31
3.4 Cenário Econômico e Mercadológico
3.4.1 Mercado Setorial – Premissas, Desempenho Retroativo e
      Projeções
3.4.1.1 Premissas

A carne bovina brasileira conquistou no mercado internacional posição de

destaque e respeitabilidade. O grande desafio para a cadeia do agronegócio de

bovinos do Brasil é agregar valor ao produto fazendo com que não seja

comercializado como uma simples commodity. É sabido também, que desafio

ainda maior é manter o Brasil como um dos lideres desse mercado.

A solução de alguns problemas da pecuária brasileira passa, necessariamente,

pela organização da cadeia produtiva e pelas melhorias nas práticas de manejo

aplicadas pelo setor, dentre outras. Conhecer a pecuária de corte, as opções, os

métodos que auxiliem sua melhoria e seu crescimento sustentável, são

responsabilidades das inúmeras indústrias frigoríficas espalhadas pelo país, afirma

a ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes).

O consumo de carne pelos seres humanos, acredita-se que tenha sido iniciado

entre 1 milhão e meio de anos atrás, isso trouxe uma grande vantagem em relação

às dietas vegetarianas que existiam na época: uma dieta rica em gordura,

proteínas e ferro.

No Brasil, os pioneiros da atividade pecuarista foram os senhores da Casa da

Torre, localizada na Bahia, utilizando como vaqueiros, muitas vezes, mão-de-obra

indígena. Porém, com uma grande seca que atingiu o Nordeste, e a descoberta de

minerais preciosos em Minas Gerais no final do século XVIII, o pólo pecuarista

brasileiro transferiu-se para as regiões Sudeste e Sul, mais especificamente para

São Paulo e Rio Grande do Sul.


Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                    | 32
O processo de nacionalização dos frigoríficos, iniciado nos anos 70, e o de

crescimento da capacidade, nos anos posteriores, foram feitos de maneira pouco

organizada. No Estado de São Paulo, por exemplo, a indústria cresceu

aproximadamente 245% (duzentos e quarenta e cinco por cento) entre o início da

década de 70 e os dias atuais. Além disso, essa indústria se deslocou quase que

integralmente para o interior do Estado, explica a EMBRAPA (Empresa Brasileira

de Pesquisa Agropecuária). Já na década de 90, o setor brasileiro de carnes

tornou-se mais profissionalizado, adotou técnicas modernas de produção e

redobrou os cuidados com a saúde dos animais. Dessa forma o Brasil se colocou

entre os principais fornecedores mundiais de proteína animal no último ano do

século XX.

A competitividade e até mesmo a sobrevivência da indústria da carne bovina no

mercado está intimamente associada a sua eficiência em gerenciar a qualidade, o

que se traduz na segurança do cliente ao consumir os produtos, contribuindo para

a satisfação de suas exigências e na redução de custos de perdas e refugos.

3.4.1.2 Desempenho Retroativo

O agronegócio brasileiro é responsável por cerca de 1/3 do Produto Interno Bruto

(PIB) do Brasil, empregando 38% (trinta e oito por cento) da mão de obra e sendo

responsável por 36% (trinta e seis por cento) das nossas exportações. É o setor

mais importante da economia brasileira.

O rebanho bovino brasileiro é composto por cerca de 80% (oitenta por cento) de

animais de raças zebuínas (Bos indicus) e de 20% (vinte por cento) de raças

taurinas (Bos taurus) conforme a ABIEC, e totalizam acerca de 190 (cento e

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                  | 33
noventa) milhões de cabeças, que vem em contínuo crescimento e tem

apresentado bons avanços nos índices de produtividade. O custo de produção do

bovino brasileiro situa-se dentre os mais baixos do mundo, o que traz uma grande

vantagem competitiva. Isso faz o Brasil ser um dos quatro maiores produtores

mundiais de carne bovina, segundo a ABIEC, ocupando o segundo lugar com

9.180 milhões de ton. ficando 2.636 milhões de ton. atrás do primeiro colocado,

que é os Estados Unidos. Conforme também, a mesma fonte, os Estados Unidos,

União Européia, Brasil, e a China são os quatro maiores consumidores de carne

bovina, seguindo esta ordem.

Tabela de desempenho 2007 – 2009 – Produção mundial de carne bovina:

                     PAÍS                      2007     2008     2009

            EUA                                12.096   12.163   11.816

            Brasil                             9.297    9.000    9.180

            União Européia                     8.188    8.090    8.000

            China                              6.132    6.132    5.764

            Argentina                          3.300    3.150    3.200

            Índia                              2.413    2.525    2.660

            Austrália                          2.172    2.159    2.100

            México                             1.600    1.600    1.625

            Canadá                             1.278    1.288    1.300

            Rússia                             1.370    1.315    1.280

            Paquistão                          1.113    1.168    1.226

            Outros                             9.392    9.436    8.876

                   TOTAL                       58.351   58.026   57.027

           Fonte: ABIEC (milhões de toneladas)
Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                 | 34
Em 2008 o Brasil liderou o ranking dos maiores exportadores de carne bovina no

mundo, somando o volume de 2,2 milhões de toneladas e receita cambial de US$

5,3 bilhões. Estes valores representaram uma participação de 28% (vinte e oito por

cento) do comércio internacional, exportando para mais de 170 (cento e setenta)

países nos cinco continentes.

No ano de 2008, conforme os dados da ABRAFRIGO (Associação Brasileira de

Frigoríficos) as exportações brasileiras se mantiveram no topo do ranking mundial

dos países que mais exportam carne bovina e alcançaram 1.384.527 ton. de carne

e derivados de bovinos, com uma média mensal 115.337 ton., em valores reais o

acumulado do ano foi de US$ 5.326.112.065 valor que caiu 23 % (vinte e três

pontos percentuais) no ano seguinte. Em 2009 o Brasil exportou sua maior

quantidade para a Rússia, em torno de 334.000 toneladas representando quase

US$ 1.000.000.000,00 (um bilhão) de dólares americanos em divisas. No ranking

brasileiro de exportações de carne, além do pais russo, temos Hong Kong, Irã e

Egito como principais destinatários desse tipo de produto. Os Estados Unidos da

América, maior produtor mundial de carne, figura como sétimo colocado nessa lista

das exportações brasileiras.

A Indústria frigorífica brasileira, especialmente de carne bovina, reúne mais de 130

empresas. Estas empresas estão distribuídas em todo o território brasileiro.

Destas, 77 plantas são reunidas através da Associação Brasileira das Indústrias

Exportadoras de Carnes – ABIEC, do total, aproximadamente 16 empresas, as de

maior porte, juntas são responsáveis pela exportação de mais de 500 mil toneladas

de carnes industrializadas/ano.




Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                     | 35
Conforme a EMBRAPA o mapa do consumo de carne bovina no Brasil segue as

diferenças das rendas per capta existentes nas diversas camadas sociais do país.

As pessoas de renda mais elevada possuem taxas de consumo semelhantes às

dos maiores consumidores do mundo, mais de 50 kg/hab./ano, enquanto a

população de baixa renda já apresenta consumo de terceiro mundo, com menos de

10 kg/hab./ano. A disponibilidade interna situa-se em torno de 34 kg/hab./ano,

compensando as diferenças existentes entre as camadas superiores e inferiores da

população. O crescimento do mercado interno passa obrigatoriamente pela

melhoria da renda, ou ainda pelo fornecimento destes produtos por preços

menores.

A bovinocultura de corte é a maior parcela do agronegócio brasileiro, ela gera

faturamento em torno de mais de R$ 50 bilhões/ano e oferece cerca de 7,5 milhões

de empregos.

Nas últimas décadas as indústrias frigoríficas se atualizaram e começaram a

investir na capacitação dos seus colaboradores, focando o cumprimento de normas

que são internacionalmente reconhecidas. Assim, os frigoríficos brasileiros

implantaram programas voltados para as Boas Práticas de Fabricação, os

Procedimentos Padrão de Higiene Operacional, entre outros que alavancaram a

qualidade dos produtos nacionais.

3.4.1.3 Projeções

A demanda interna e o mercado externo estão puxando os preços das carnes.

Internamente, o aumento de renda é um dos principais fatores dessa sustentação e

no caso da carne bovina, há também a redução na oferta de gado.

A produção nacional de carnes (bovina, suína e de frango) deverá suprir, até 2020,

44,5% do mercado mundial, ou seja, praticamente a metade do mercado
Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                   | 36
internacional será abastecido pelo Brasil, segundo projeções do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), isso, relativo aos cenários de

produção, a participação no mercado e as exportações.

Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) mostra ainda que, no ano de 2010, a

participação brasileira nas exportações mundiais de carne bovina, suína e de

frango será de 37,4%. Um crescimento de 0,71% ao ano para alcançar as

projeções de 2020. Já a relação entre o comércio internacional e as exportações

brasileiras em 2019/2020, mostra que as vendas de carne bovina representarão

30,3% da pauta de exportação, contra os 25% atuais.

Conforme a mesma fonte, o Brasil, em 2010 exportará 25% a mais de carne bovina

em relação a 2009. Segundo os dados do Ministério, o salto será de 420 mil

toneladas, o que totalizará 2,11 milhões toneladas. A projeção é otimista e

comparada com a divulgada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

(USDA), eles prevêem um aumento de 20% nas exportações brasileiras deste

produto em 2010.

Gráfico de desempenho 2009/2010 – 2019/2020 – Produção mundial de carne

bovina:




Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                | 37
O avanço da tecnologia no campo da genética, e da nutrição animal, aliados ao

desenvolvimento de novos métodos de administração e controle sobre o rebanho

bovino, alterou de maneira definitiva os parâmetros de eficiência da pecuária de

corte bovino mundial ao longo das décadas. O reflexo deste aprimoramento no

ambiente das propriedades rurais, que se verifica principalmente na melhora dos

índices de produtividade média dos rebanhos, também traz como consequência

mudanças na geografia do mercado mundial da carne e seus derivados.

3.4.2 Perspectivas Econômicas – Brasil
O Brasil se apresenta mundialmente como uma economia sólida e estável que

superou rapidamente a pior crise internacional dos últimos 80 anos. Este é o

retrato econômico do Brasil de hoje. O novo modelo de desenvolvimento adotado

pelo governo brasileiro ajudou a reduzir consideravelmente os impactos negativos

da instabilidade financeira que abalou o mercado mundial. Nos últimos anos, a

política econômica do Governo Federal, responsável pela criação de milhões de

empregos, combinada à política social de transferência de renda, produziu um

círculo virtuoso de crescimento. Tudo isso ajudou no fortalecimento do mercado

interno, fazendo com que as empresas sintam-se estimuladas a investirem em

produção e fiquem menos expostas às oscilações do mercado internacional. O

compromisso com os fundamentos econômicos também contribuiu na proteção

contra crises internacionais e deixou o país menos vulnerável.

O Brasil tem apresentado ritmo de crescimento superior a média mundial nos

últimos anos. A superação dos efeitos da crise econômica também está abrindo

oportunidades para o País, que provou ser possível adotar um modelo de

desenvolvimento econômico baseado no mercado interno e na redução das

desigualdades sociais.

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                 | 38
O País se tornou credor internacional, ao contrário do que ocorreu em outras

épocas de crise internacional, o Brasil não depende mais da entrada de dinheiro do

exterior para honrar seus compromissos. Desde 2008, pela primeira vez na

história, o País dispõe de mais dólares do que seria preciso para pagar toda a sua

dívida externa.




Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                   | 39
4. Etapa Quantitativa
4.1 Análise do Desempenho Econômico-Financeiro
Abaixo estão demonstrados resumidamente o desempenho econômico do grupo

nos 3 últimos anos e os 7 (sete) primeiros meses de 2010, correspondente ao

período anterior ao pedido de recuperação judicial, dados estes que se encontram

anexados aos autos, de acordo com artigo 51 da Lei 11.101/2005.

4.1.1 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
4.1.1.1 Dados
                                          DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

                                                                        Grupo Frigol
                                                                                                                                                ESPECIAL EM 30 DE 
                    EXERCÍCIO                               2007                              2008                         2009
                                                                                                                                                  JULHO DE 2010
                                                       (R$)               AV%            (R$)           AV%           (R$)            AV%          (R$)      AV%

RECEITA OPERACIONAL BRUTA                                   
                                                           362.192       100,00%          
                                                                                         423.282       100,00%          
                                                                                                                       463.654       100,00%          
                                                                                                                                                     374.957      100,00%

(‐) DEDUÇÕES DE VENDAS                                       
                                                            (54.772) ‐15,12%           
                                                                                      (85.479) ‐20,19%           
                                                                                                                (68.845) ‐14,85%           
                                                                                                                                          (22.534)                 ‐6,01%

(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA                             
                                                           307.420        84,88%          
                                                                                         337.803        79,81%          
                                                                                                                       394.809        85,15%          
                                                                                                                                                     352.423       93,99%

(‐) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS                            
                                                          (257.332) ‐71,05%         
                                                                                   (297.288) ‐70,23%         
                                                                                                            (341.223) ‐73,59%         
                                                                                                                                     (341.870) ‐91,18%
(=) LUCRO BRUTO                                               
                                                             50.088       13,83%             
                                                                                            40.515       9,57%             
                                                                                                                          53.586      11,56%            
                                                                                                                                                       10.553       2,81%

(‐) DESPESAS OPERACIONAIS                                    
                                                            (44.041) ‐12,16%           
                                                                                      (67.673) ‐15,99%           
                                                                                                                (36.562)              ‐7,89%         
                                                                                                                                                    (103.080)     ‐27,49%

(=) RESULTADO ANTES DA CSLL E IRPJ                               
                                                                6.047      1,67%           
                                                                                          (27.158)      ‐6,42%             
                                                                                                                          17.024       3,67%           
                                                                                                                                                      (92.527)    ‐24,68%

(‐) CSLL E IRPJ                                                
                                                              (2.212)      ‐0,61%               
                                                                                               8.167     1,93%              
                                                                                                                           (3.291)    ‐0,71%              
                                                                                                                                                         13.899     3,71%

(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO                               
                                                                3.835      1,06%           
                                                                                          (18.991)      ‐4,49%             
                                                                                                                          13.733       2,96%           
                                                                                                                                                      (78.628)    ‐20,97%
Valores em milhares de Reais (R$)




                      Gráfico Comparativo – Receita Bruta X Resultado Líquido

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                                                                                                           | 40
4.1.1.2 Análise

As dificuldades enfrentadas pelo Grupo FRIGOL nos últimos anos estão realçadas

no DRE- Demonstração de Resultados apresentado nos quadros acima.

No exercício de 2007 o faturamento apresentado foi de R$ 362,1, os custos dos

produtos         vendidos          representaram   71,05%,   as   despesas   operacionais

representaram pouco mais de 12% e o resultado líquido foi positivo em 1,06% da

receita bruta, com valor absoluto de R$ 3,83 milhões.

No exercício de 2008 o faturamento teve aumento de quase 17%, chegando a R$

423,2 milhões. Porém, devido a crise financeira mundial do segundo semestre

daquele ano, o resultado líquido apresentou prejuízo de R$ 18,99 milhões,

representando 4,49% da receita bruta. Neste ano as despesas operacionais

representaram praticamente 16% da receita bruta, quase 4 pontos percentuais a

mais do que o ano anterior, impulsionada pelas despesas financeiras.

O ano de 2009 foi a retomada, o faturamento mais uma vez apresentou

crescimento, desta vez de quase 10%, atingindo R$ 463,6 milhões. Os problemas

do ano anterior foram momentaneamente equacionados, as despesas operacionais

somaram 7,89% da receita bruta. Os custos dos produtos vendidos tiveram alta de

3,36 pontos percentuais, registrando 73,59% da receita bruta. Mesmo com essa

alta, o resultado líquido foi positivo, gerando lucro de mais de R$ 13 milhões, ou

2,96% da receita bruta.

Com esta retomada no ano de 2009, várias instituições financeiras, principalmente

oficiais, passaram a estudar e acenar positivamente para novas linhas de crédito

de longo prazo, fato este que seria essencial para o projeto apresentado eis que o

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                          | 41
ingresso de nova linha de longo prazo mudaria por completo o perfil do

endividamento da empresa e a rentabilidade.

No entanto, sempre que os projetos de investimentos eram apresentados para as

instituições, em especial comitês de créditos, empresa do mesmo segmento

pediam recuperação judicial, fato este que demandava novo estudo de viabilidade

para os projetos, acarretando alterações nestes (v.g. novas garantias). Tal situação

perdurou até o dia 30 de julho de 2010 (data do pedido de recuperação). Até esta

fatídica data o GRUPO FRIGOL não tinha intenção de pedir recuperação judicial.

No exercício encerrado especialmente em 30 de Julho de 2010, refletindo toda a

crise do setor, o resultado apresentado foi o pior de todos os períodos. Com o

mercado em baixa, os preços de venda da carne caíram rapidamente, fazendo

com que o custo dos produtos vendidos representasse mais de 91% da receita

bruta. Diante de um faturamento de quase 375 milhões, o prejuízo foi de R$ 78,6

milhões, ou 20,97% da receita bruta. Outras contas que contribuíram para o

resultado negativo foram as despesas operacionais, que somaram 27,49% da

receita bruta, alta de quase 20 pontos percentuais em relação ao ano anterior,

impulsionada novamente pelas despesas financeiras.

Caso a empresa não encontre condições favoráveis de prazo para concretizar uma

profunda mudança no perfil de sua dívida, bem como, re-planejar toda sua

operação, reduzindo custos (principalmente financeiro) e assim tornando-se

competitiva novamente, essa situação de dificuldade econômico-financeira tende a

agravar-se a cada ano.



Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                     | 42
4.2 Projeções do Desempenho Econômico-Financeiro
As projeções financeiras foram desenvolvidas assumindo-se o crescimento do

mercado, limitando o faturamento a capacidade produtiva do Grupo. Os efeitos das

medidas de melhoria, incluídos no resultado operacional e financeiro, foram

calculados com base em estimativas realistas. Para elaborar o Plano de

Recuperação e estimar os resultados operacionais para o período de recuperação,

foram utilizadas diversas informações fornecidas pelo Grupo. Com base nestas

informações foram identificadas diversas medidas para melhorar o desempenho

operacional. A identificação e quantificação destas medidas foram realizadas

visando à viabilidade do Grupo FRIGOL.

4.2.1 Projeção das Receitas

4.2.1.1 Premissas

Para a projeção do volume de receita bruta nos 10 (dez) anos contemplados no

plano, foram consideradas as seguintes premissas:

     A estratégia adotada foi realista, prevendo-se que nos quatro primeiros anos

         ocorra um crescimento gradual no volume de vendas até ser atingindo a

         capacidade total de produção do Grupo, mantendo assim fixo o valor de

         faturamento até o décimo ano;

     A base para a projeção da receita foi o planejamento comercial da empresa

         que vem sendo executado desde o pedido de recuperação judicial, bem

         como a expectativa do valor de mercado de seus produtos;

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                   | 43
 O volume projetado está totalmente de acordo com a capacidade

         operacional da empresa, demandando apenas possíveis contratações de

         mão-de-obra e arrendamento de nova planta industrial, que estão previstas

         no custo dos produtos vendidos nas projeções de resultado econômico-

         financeiro;

     O preço de venda projetado não contempla o efeito inflacionário. Por ser

         uma projeção de longo prazo, torna-se inviável estimar este indicador de

         modo adequado, sendo assim, consideram-se os preços projetados a valor

         presente, pressupondo que os efeitos inflacionários sobre os custos e

         despesas serão repassados aos preços de venda projetados para garantir as

         margens projetadas.




Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                   | 44
4.2.1.2 Projeção

           RECEITAS                         ANO1      ANO2     ANO3       ANO4       ANO5       ANO6       ANO7       ANO8       ANO9       ANO10     TOTAL
Carne Suína                                   29,78    36,65      45,81      45,81      45,81      45,81      45,81      45,81      45,81      45,81    432,90 
Carne Bovina SP                              296,76   310,56     310,56     310,56     310,56     310,56     310,56     310,56     310,56     310,56  3.091,78 
Carne Bovina PA                              262,77   275,00     336,11     397,22     397,22     397,22     397,22     397,22     397,22     397,22  3.654,38 
Carne Bovina Arrend. Nova Planta                  ‐    61,11     213,89     244,44     244,44     244,44     244,44     244,44     244,44     244,44  1.986,08 
Aproveitamento Bovino SP                      33,25    34,80      34,80      34,80      34,80      34,80      34,80      34,80      34,80      34,80    346,43 
Aproveitamento Bovino PA                      33,25    42,53      69,59      81,19      81,19      81,19      81,19      81,19      81,19      81,19    713,73 
Aproveitamento Suíno                           0,49     0,61       0,76       0,76       0,76       0,76       0,76       0,76       0,76       0,76      7,20 
Total Geral                                  656,30   761,25   1.011,51   1.114,78   1.114,78   1.114,78   1.114,78   1.114,78   1.114,78   1.114,78 10.232,49 
Valores em milhões de Reais (R$)



4.2.1.3 Análise

Para o primeiro ano da recuperação judicial foi projetado um volume de R$ 656,3 milhões de faturamento o que corresponde a

R$ 54,7 milhões de média mensal. O crescimento real projetado em termos monetários é de 16% no primeiro ano, a receita

segue crescendo até o 4º ano, estabilizando-se em R$ 1.114,7 milhões até o 10º ano. Conforme informado nas premissas, o

volume projetado está totalmente de acordo com a capacidade operacional da empresa, demandando apenas possíveis

contratações de mão-de-obra e arrendamento de nova planta industrial, que estão previstas no custo dos produtos vendidos nas

projeções de resultado econômico-financeiro.




     Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                                                                                           | 45
Gráfico ilustrativo da projeção de receitas

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                                 | 46
4.2.2 Projeção de Resultados
4.2.2.1 Premissas

As seguintes premissas foram adotadas na projeção de resultado econômico-

financeiro:

     Foi utilizado o Sistema Tributário Normal com apuração de Lucro Real sendo

        consideradas assim, as respectivas alíquotas de cada imposto incidente para

        as projeções de resultados. Este Sistema Tributário é o adotado pelo Grupo

        FRIGOL no momento da elaboração deste Plano de Recuperação;

     Os Custos dos Produtos Vendidos foram projetados com base em valores

        atuais, líquidos de todos os impostos creditáveis. Este grupo de custos varia

        proporcionalmente ao faturamento projetado;

     As Despesas Comerciais foram projetadas de acordo com o histórico que a

        empresa apresentou em 2008 e 2009, além da redução proposta nas

        medidas de melhoria;

     As Despesas Fixas projetadas terão um pequeno aumento no decorrer dos

        períodos, pois mesmo sendo fixas por característica, na realidade, o

        aumento no volume de vendas demandará alguns aumentos para comportar

        o novo nível de atividade, porém, tais custos já consideram as reduções

        ocorridas a partir das medidas adotadas e previstas no Plano de

        Recuperação;



Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                     | 47
 Outra premissa é que os valores de Depreciação inclusos na projeção serão

        totalmente reinvestidos na empresa como forma de manutenção da atual

        capacidade instalada e partir do quinto ano haverá também a destinação de

        recursos para renovação do parque industrial;

     A sobra de caixa projetada em cada ano da projeção será destinada para a

        recomposição do Capital de Giro da empresa e para o pagamento dos

        débitos não sujeitos aos efeitos da recuperação judicial, reduzindo assim

        além das despesas financeiras, o passivo total da empresa;

     A projeção não contempla efeitos inflacionários, pelos mesmos motivos

        explanados na projeção da receita. A premissa adotada é de que todo efeito

        inflacionário será repassado ao preço de venda projetado quando ocorrer,

        mantendo a rentabilidade projetada, bem como, a geração de caixa e a

        capacidade de pagamento resultante;

     O ano 1 da projeção considera os 12 meses subsequentes a data da

        publicação no Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado de

        São Paulo da decisão de homologação do Plano de Recuperação Judicial e

        consequente concessão da recuperação do Grupo em todo Plano esta data

        será indicada como “Data Inicial”;

     Todas as projeções foram feitas em um cenário realista.


Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                   | 48
4.2.2.2 Projeção
A seguir projeção de resultado econômico-financeiro, com base nos volumes previstos, receitas projetadas e nas premissas
adotadas:
  Demonstração de Resultados                          ANO1       ANO2       ANO3       ANO4       ANO5       ANO6       ANO7       ANO8       ANO9       ANO10              TOTAL
  Receita Bruta de Vendas                               656,3     761,25    1.011,51   1.114,78   1.114,78   1.114,78   1.114,78   1.114,78   1.114,78   1.114,78           10.232,49
       Deduções/abatimentos                              6,56       7,61      10,12      11,15      11,15      11,15      11,15      11,15      11,15       11,15             102,32
       Impostos                                         32,03      39,07      57,36      64,74      64,74      64,74      64,74      64,74      64,74       64,74             581,63
  Receita Líquida                                      617,71     714,56     944,04    1.038,89   1.038,89   1.038,89   1.038,89   1.038,89   1.038,89   1.038,89            9.548,53
       Custo dos Produtos Vendidos                     546,41     628,87     827,29     908,18     908,18     908,18     908,18     908,18     908,18      908,18            8.359,80
       Despesas Variáveis de Venda                      28,24      33,54        47,4     53,31      53,31      53,31      53,31      53,31      53,31       53,31             482,34
  Lucro Bruto                                           43,06      52,15      69,35        77,4       77,4       77,4       77,4       77,4       77,4          77,4          706,39
       Despesas Administrativas e Comerciais            12,22      13,39      16,03      17,01      17,01      17,01      17,01      17,01      17,01       17,01             160,75
       Despesas Financeiras                              9,81      11,18      22,82      23,40      22,33      18,98      13,16       6,37       0,19        0,10             128,34
  Lucro Antes do IR/CSLL                                21,04      27,58      30,49      36,99      38,06      41,41      47,23      54,02      60,20       60,29             417,31
  (-)IRPJ e C.S.L.L.                                     5,76       7,56        8,36     10,14      10,44      11,36      12,96      14,82      16,52       16,55             114,46
  Lucro Líquido                                         15,28      20,03      22,14      26,85      27,62      30,05      34,27      39,20      43,68       43,75             302,85
  Novos Recursos                                        41,00           -          -          -          -          -          -          -          -             -           41,00
       Créditos Tributários                             16,00           -          -          -          -          -          -          -          -             -           16,00
       Novos Financiamentos                             25,00           -          -          -          -          -          -          -          -             -           25,00
  Credores RJ Trabalhistas                               4,43           -          -          -          -          -          -          -          -             -             4,43
  Credores RJ Garantia Real e Quirografários            35,12      12,08      12,84        4,56       4,56       4,56       4,56       4,56       4,56          4,56           91,94
       Credores Fornecedores até R$10mil                 1,32           -          -          -          -          -          -          -          -             -             1,32
       Credores Fornecedores até R$20mil                 3,05           -          -          -          -          -          -          -          -             -             3,05
       Credores Fornecedores Acima de R$20mil           30,75      12,08      12,84           -          -          -          -          -          -             -           55,66
       Credores Financeiros                                  -          -          -       4,56       4,56       4,56       4,56       4,56       4,56          4,56           31,91
  Débitos não sujeitos a RJ                              3,15       4,38      10,64      18,11      19,48      13,03        7,69       8,78       0,91          0,91           87,06
       Amortização Novos Financiamentos                      -          -       3,75       4,35       5,04       5,85       6,78       7,87          -             -           33,64
       Amortização Empréstimos                           0,45       2,65         5,3       5,91       6,58          -          -          -          -             -           20,89
       Passivo Tributário                                1,59       1,59        1,59       1,59       1,59       0,91       0,91       0,91       0,91          0,91           12,47
       ACC/ACE                                               -          -          -       6,27       6,27       6,27          -          -          -             -           18,81
       Leasing/Finame                                    1,12       0,14           -          -          -          -          -          -          -             -             1,26
  Renovação do Parque Industrial                            -          -           -          -       3,00       3,00      3,00       3,00       3,00        3,00              18,00
  Recomposição de Capital de Giro                       13,58       3,57      (1,34)       4,18       0,59       9,47     19,03      22,86      35,21       35,28             142,42
Valores em milhões de Reais (R$)


       Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                                                                                      | 49
4.2.2.3 Análise

Com base nos resultados projetados é possível destacar:

      Como o custo dos produtos vendidos e as despesas variáveis de venda são

       variáveis de acordo com as receitas geradas, mesmo com o incremento no

       volume de vendas, o lucro bruto projetado se manterá estável durante todos

       os períodos, perfazendo uma média de 6,9% perante a receita bruta

       projetada;

      Mesmo com algumas elevações nos gastos fixos, em virtude do aumento do

       nível de atividade, o efeito da alavancagem operacional é favorável, a ponto

       de reduzir os custos fixos em termos percentuais, dessa forma, o lucro

       operacional inicia em 3,20% da receita bruta projetada no primeiro ano,

       chegando a 5,36% da receita bruta projetada no ano 10;

      Conforme a projeção, o lucro líquido apurado ao final de cada ano é suficiente

       para o pagamento da proposta aos credores e ao cumprimento do pagamento

       do passivo tributário. Desta forma, fica demonstrada a viabilidade da

       superação da situação de crise econômico-financeira do GRUPO FRIGOL,

       permitindo que seja mantida a fonte produtora do emprego dos trabalhadores

       e os interesses dos credores, promovendo assim a preservação da empresa,

       sua função social e o estímulo à atividade econômica.




Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                     | 50
5. Proposta de                                 pagamento   aos   credores    da
   Recuperação
A premissa adotada para a proposta de pagamento da dívida é a de que os

percentuais aplicados sobre as receitas obtidas terão que obrigatoriamente ser

respeitados conforme proposto. Para tanto, se faz necessário que a proposta seja

condizente com a capacidade de pagamento demonstrada pelas projeções

econômico-financeiras, sob pena de inviabilizar o processo de recuperação.

Com o intuito de privilegiar o pagamento aos Credores submetidos à recuperação,

até o pagamento integral destes, a empresa não poderá distribuir ou constituir

reserva para pagamento de lucros aos seus sócios.

Para todas as propostas apresentadas, a data utilizada de base para contagem

dos prazos de pagamentos será a data de publicação no Diário da Justiça

Eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo da decisão de

homologação do Plano de Recuperação Judicial e consequente concessão da

recuperação das empresas do GRUPO FRIGOL¸ que neste documento será tratada

como “Data Inicial”.

Entende-se para fins desta proposta como receita líquida o faturamento bruto

apurado no período, deduzido de devoluções, abatimentos e impostos sobre

vendas tais como: ICMS, PIS, COFINS, etc.

5.1 Classe I: Credores Trabalhistas
Os Credores Trabalhistas que possuem multas rescisórias receberão os créditos

provenientes destas multas em até 30 dias após a “Data Inicial”. O saldo

remanescente será pago em até 30 dias após a entrada em caixa de novos

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                 | 51
recursos (Créditos Tributários e/ou Novos Financiamentos) com valor mínimo de

R$ 16 milhões, conforme demonstrado nas projeções do item 4.2.2.2.

Caso não haja a entrada destes novos recursos no prazo de 12 meses após a

“Data Inicial”, o saldo será pago em 12 (doze) parcelas iguais, mensais e

consecutivas, sendo a primeira parcela paga imediatamente após o vencimento do

prazo de 12 (doze) meses após a “Data Inicial”.

A título de juros e atualização monetária, será pago aos Credores Trabalhistas 2%

(dois por cento) ao ano, começando a incidir a partir da “Data Inicial”.

Ressalte-se que, caso haja a inclusão de algum credor Trabalhista sujeito aos

efeitos da Recuperação Judicial ao longo do período da projeção, o mesmo será

pago em até 24 meses após a inscrição da dívida no processo.

5.2 Classes II e III - Credores com Garantia Real e
         Quirografários
Para os fins desta proposta, as classes de Credores com Garantia Real e

Quirografários foram divididas em 2 grupos: Credores Fornecedores e Credores

Financeiros, onde para cada grupo haverá uma proposta de pagamento distinta.

No grupo de Credores Fornecedores estão inclusos todos os pecuaristas,

suinocultores, prestadores de serviços e demais fornecedores que não se

enquadrem como instituições financeiras.

No grupo de Credores Financeiros estão inclusas as instituições financeiras como

bancos e factorings, pessoas físicas que possuem créditos derivados de contratos

de mútuo e empresas ligadas ao Grupo.



Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                 | 52
5.2.1 Credores Fornecedores
Aos Credores Fornecedores, que detém créditos inferiores ou iguais a R$

10.000,00 (dez mil reais), o pagamento será realizado de forma integral em até 30

(trinta) dias após a “Data Inicial”. Desta forma, serão quitados 517 (quinhentos e

dezessete) credores, representando cerca de 38% (trinta e oito por cento) da

quantidade total de Credores com Garantia Real e Quirografários.

Aos Credores Fornecedores que detém créditos superiores a R$ 10.000,00 (dez

mil reais) e inferiores ou iguais a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), o pagamento será

realizado em 6 (seis) parcelas mensais iguais e consecutivas, vencendo a primeira

em 30 (trinta) dias após a “Data Inicial”. Desta forma, serão quitados mais 199

credores, representando cerca de 15% (quinze por cento) da quantidade total de

Credores com Garantia Real e Quirografários.

Aos Credores Fornecedores que detém créditos superiores a R$ 20.000,00 (vinte

mil reais) a proposta de pagamento passa pela concretização de algumas

premissas:

a) As empresas do GRUPO FRIGOL possuem créditos tributários junto a Fazenda

     Estadual de São Paulo, que montam uma quantia aproximada de R$

     20.000.000,00 (vinte milhões de reais). Tais créditos, depois de auditados e

     fiscalizados pela Fazenda Estadual, serão vendidos, gerando um caixa de

     aproximadamente R$ 16.000.000,00 (dezesseis milhões de reais).

b) Desde o pedido de recuperação judicial o GRUPO FRIGOL vem buscando junto a

     instituições financeiras, fundos de investimentos e investidores nacionais e

     internacionais, novos recursos para capitalização de seu negócio. Algumas

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                    | 53
destas instituições têm demonstrado grande interesse nesta operação, que

     pode chegar a um montante de R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de

     reais).

O GRUPO FRIGOL propõe aos Credores Fornecedores com créditos superiores a R$

20.000,00 (vinte mil reais) que caso haja entrada destes novos recursos, seja

destinado 75% (setenta e cinco por cento) do valor a estes credores em até 30

(trinta) dias após a entrada dos mesmos em seu caixa.

O saldo remanescente será pago com 12 (doze) meses de carência da “Data

Inicial” em parcelas semestrais, através da destinação de 1,69% da receita líquida

realizada nos 6 (seis) meses anteriores ao pagamento. O primeiro pagamento

acontecerá até o 10° (décimo) dia útil subsequente ao período de carência e os

demais sucessivamente a este. O GRUPO FRIGOL garante a estes credores uma

parcela mínima de 50% (cinquenta por cento) da projetada, caso o faturamento

não ocorra conforme o esperado.

Conforme as projeções, o saldo remanescente será pago em 24 (vinte e quatro)

meses após o período de carência. Se considerarmos a data de liberação dos

novos recursos como a vista, temos um prazo médio de pagamento a estes

credores de aproximadamente 16 (dezesseis) meses.

Caso dentro de 12 (doze) meses após a “Data Inicial” os pagamentos destinados

aos Credores, oriundos dos valores arrecadados conforme os itens "a" e "b", sejam

inferiores a 30% do montante total devido, a amortização da dívida se dará em 6

(seis) parcelas semestrais, iguais e consecutivas.



Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                  | 54
A título de juros e atualização monetária, será pago aos Credores Fornecedores

3% (três por cento) ao ano, começando a incidir a partir da “Data Inicial”. Os

pagamentos desses valores ocorrerão semestralmente.

5.2.2 Credores Financeiros
A proposta de pagamento aos Credores Financeiros consiste na aplicação de um

deságio de 60% (sessenta por cento) sobre a dívida e pagamentos anuais, através

da destinação de um percentual a ser aplicado sobre a receita líquida realizada nos

12 meses anteriores ao pagamento.

O primeiro pagamento ocorrerá no 10° (décimo) dia útil subsequente ao período de

carência de 48 (quarenta e oito) meses, a contar da “Data Inicial”. Os demais

pagamentos ocorrerão sucessivamente ao primeiro, até a liquidação total da dívida

que, conforme a projeção do item 4.2.2.2, ocorrerá no 10° (décimo) ano.

Assim, o primeiro pagamento ocorrerá através da aplicação do percentual proposto

sobre a receita líquida realizada entre o 37° (trigésimo sétimo) e o 48°

(quadragésimo oitavo) meses posteriores a “Data Inicial”.

Os percentuais propostos (arredondados para duas casas decimais), bem como a

receita líquida projetada estão expostos no quadro a seguir:

                                     RECEITA LÍQUIDA     PERCENTUAL     PAGAMENTO 
                         ANO 
                                           (R$)           PROPOSTO     PROJETADO (R$) 
                                                                                



                       ANO 1               617.711.716     0,00%                     ‐ 
                       ANO 2               714.563.407     0,00%                     ‐ 
                       ANO 3               944.039.467     0,00%                     ‐ 
                       ANO 4             1.038.887.507     0,44%             4.558.122 
                       ANO 5             1.038.887.507     0,44%             4.558.122 
                       ANO 6             1.038.887.507     0,44%             4.558.122 
                       ANO 7             1.038.887.507     0,44%             4.558.122 
                       ANO 8             1.038.887.507     0,44%             4.558.122 
                       ANO 9             1.038.887.507     0,44%             4.558.122 
                       ANO 10            1.038.887.507     0,44%             4.558.122 
                                                                               



                                               TOTAL                        31.906.857 

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                              | 55
A título de juros e atualização monetária, será pago aos Credores Financeiros 2%
(dois por cento) ao ano, começando a incidir a partir da “Data Inicial”. Os
pagamentos desses valores ocorrerão anualmente, inclusive durante o período de
carência.

5.3 Aceleração de Pagamento
No intuito de proporcionar aceleração ao pagamento dos Credores e liquidar com

maior brevidade seu passivo, o GRUPO FRIGOL propõe duas formas de amortização

acelerada, uma para os Credores Fornecedores Estratégicos (Pecuaristas e

Suinocultores) e outra para os Credores Instituições Financeiras.

5.3.1 Aceleração de Pagamento Credores Fornecedores
A proposta de aceleração de pagamento aos Credores Fornecedores Estratégicos

incidirá sobre as compras realizadas pelo GRUPO FRIGOL a partir da “Data Inicial”.

Durante os 12 meses subsequentes a esta data, a cada compra realizada será

acrescido 1% sobre o valor total da fatura, que será pago a título de amortização

acelerada do passivo inscrito no processo de Recuperação Judicial, até que haja

sua liquidação.

A partir do 13º (décimo terceiro) mês após a “Data Inicial”, a cada compra realizada

será acrescido 2% sobre o valor total da fatura, que será pago a título de

amortização acelerada do passivo inscrito no processo de Recuperação Judicial,

até que haja sua liquidação.

O pagamento deste percentual adicional sobre as novas compras que liquidará o

passivo inscrito na recuperação judicial antecipadamente será calculado sobre as

compras realizadas nos 2 (dois) meses anteriores ao pagamento. O primeiro

pagamento ocorrerá no 10° (décimo) dia útil subsequente ao segundo mês contado

a partir da “Data Inicial”, sendo os seguintes bimestralmente após o primeiro.

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                    | 56
5.3.2 Aceleração de Pagamento aos Credores Financeiros
Os Credores Financeiros inscritos na recuperação judicial que se propuserem a

negociar com o GRUPO FRIGOL, viabilizando através de novos empréstimos a

possibilidade da empresa conquistar maior espaço no mercado, recompor seu

capital de giro, podendo expandir sua atuação e representatividade, usando seu

potencial para realizar mais negócios, melhorando inclusive os índices previstos

nas projeções, passarão a receber, segundo as regras deste item, um percentual

adicional destes novos recursos, conforme a seguir:

     Os          montantes           das      tranches   a   serem   fornecidas   através     de

         empréstimo/fomento terão seu valor definido a um mínimo estipulado entre

         as partes;

     Estes novos recursos serão remunerados por CDI (Certificados de Depósito

         Interbancário) mais 0,2% ao mês;

     Os novos empréstimos/fomentos realizados terão carência mínima para

         amortização do principal de 12 (doze) meses da data do contrato. Durante

         este período serão pagos a atualização monetária e os juros ao final de cada

         30 (trinta) dias a partir da data de assinatura do contrato;

     Após o período inicial da carência, as amortizações serão realizadas em um

         prazo mínimo de 48 (quarenta e oito) meses, iniciando-se o primeiro

         pagamento da parcela de amortização 30 (trinta) dias após o vencimento do

         prazo de 12 (doze) meses da contratação do empréstimo;

     Aos Credores que aderirem a esta clausula de aceleração de pagamento o

         deságio sobre os créditos inscritos no processo de Recuperação Judicial

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                                 | 57
proposto poderá reduzir para até 30% (trinta por cento), sendo calculada

         esta redução de forma proporcional ao dinheiro novo ofertado em relação a

         dívida inscrita na Recuperação Judicial, da seguinte maneira: Se o credor

         fornecer dinheiro novo no montante superior ou igual ao de sua dívida

         inscrita na RJ, seu deságio cai para 30%, se fornecer metade do valor

         inscrito na RJ seu deságio cai para 45%, esta metodologia de cálculo será

         aplicada para qualquer valor emprestado;

     Para a amortização do passivo da recuperação judicial existente no quadro

         geral de credores referente ao credor que se habilitar para participar desta

         cláusula de amortização acelerada, será pago 10% (dez por cento) do valor

         do dinheiro novo, limitado ao valor do crédito inscrito na Recuperação

         Judicial;

     Toda a destinação e utilização de recursos deverão ser acompanhadas pelo

         credor que participar desta proposta através das demonstrações contábeis

         apresentadas pelo GRUPO FRIGOL.

5.4 Credores de Adiantamento de Contrato de Cambio -
         ACC
Para os credores detentores de créditos provenientes de Adiantamentos de

Contrato de Cambio - ACC que aderirem a esta proposta de pagamento, a

proposta esta dividida em dois grupos: os Credores com Contratos de Cambio

baixados e os que ainda estão em posição, a saber:

    1) ACC(s) Baixados –

         O GRUPO FRIGOL reconhece, para aqueles credores que aderirem a esta

         proposta, a dívida gerada em Reais tanto para a baixa do contrato de cambio

Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                     | 58
como os Encargos Financeiros recolhidos junto ao Banco Central. A

         proposta consiste em pagamentos mensais, sendo o primeiro pagamento

         realizado no 10° (décimo) dia útil subsequente ao término de um período de

         carência de 36 (trinta e seis) meses a contar da “Data Inicial” em 36 (trinta e

         seis) parcelas iguais, mensais e consecutivas, com correção monetária pela

         TR + 1% a.a.

    2) ACC(s) Em posição –

         O GRUPO FRIGOL reconhece, para aqueles credores que aderirem a esta

         proposta, a divida ainda em US$ (dólares americanos). A proposta consiste

         em pagamentos mensais, sendo o primeiro pagamento realizado no 10°

         (décimo) dia útil subsequente ao término de um período de carência de 36

         (trinta e seis) meses a contar da “Data Inicial” em 36 (trinta e seis) parcelas

         iguais, mensais e consecutivas com correção monetária pela Libor. Durante

         o período de carência os Contratos serão performados (renovados)

         anualmente através de exportações da própria empresa.

5.5 Fixação do Prazo de Pagamento
Para os Credores com Garantia Real, Credores Quirografários Financeiros e

Credores Quirografários Fornecedores com créditos acima de R$ 20.000,00 (vinte

mil reais) a proposta prevê a destinação de um percentual da receita líquida

realizada pelo GRUPO FRIGOL. Logo,

    (i) Se a receita realizada for igual à projetada, então, ao final do 10º (décimo)

              ano, o passivo total sujeito à recuperação judicial atualizado terá sido

              pago na integralidade aos credores;


Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                        | 59
(ii) Se a receita efetivamente realizada for superior à projetada, então poderá

              ocorrer o pagamento total aos credores em um prazo inferior aos 10 (dez)

              anos projetados; e

    (iii)Se a receita efetivamente realizada ficar aquém da estimada, haverá um

              saldo remanescente ao final do 10º (décimo) ano, sobre o qual outorgam

              os credores sobre ele remissão em favor do GRUPO FRIGOL e seus co-

              obrigados, equivalendo os pagamentos até então realizados na quitação

              do passivo total sujeito à Recuperação Judicial, estendendo-se a quitação

              às garantias reais e fidejussórias prestadas.

Vale ressaltar, que durante o período acima mencionado os Credores receberão os

percentuais estipulados, sendo certo que ao final do período dar-se-á em qualquer

das hipóteses acima (i, ii e iii) a quitação integral das obrigações do GRUPO FRIGOL

atinentes ao passivo sujeito à recuperação judicial, considerando-se saldadas

todas as dívidas, para nada mais reclamarem os credores contra elas ou seus

coobrigados.




Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                       | 60
6. Créditos Contingentes - Impugnações de Crédito e
     Acordos
Os créditos listados na Relação de Credores do Administrador Judicial poderão ser

modificados, e novos créditos poderão ser incluídos no Quadro Geral de Credores,

em razão do julgamento dos incidentes de habilitação, divergências, ou

impugnação de créditos ou acordos.

Se novos créditos forem incluídos no Quadro Geral de Credores, conforme previsto

acima, receberão seus pagamentos nas mesmas condições e formas de

pagamentos estabelecidos neste Plano, de acordo com a classificação que lhes foi

atribuída, sem direito aos rateios de pagamentos eventualmente já realizados.




Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                    | 61
7. Baixa dos Protestos
Consoante a Lei nº 9492/1997 (Lei do Protesto), os documentos de dívida

mercantil ou de serviços que comprovem o compromisso entre o credor e o

devedor, em casos de não-pagamento, possuem legalmente assegurado o

processo de Protesto Público, formal e solene. Isso para que fique caracterizado o

descumprimento pelo devedor e comprovado por um Órgão de Autoridade e Fé

Pública, com respaldo na legislação, que dá legitimidade ao protesto e autoridade

a seus efeitos. A lei regulamenta um instrumento para evitar a impunidade e

atitudes de má-fé, restaurando a moralidade e seriedade em qualquer transação

comercial.

O GRUPO FRIGOL, requereu o benefício legal da Recuperação Judicial de forma a

garantir a manutenção das fontes produtoras, do emprego dos trabalhadores e dos

interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, suas

funções sociais e o estímulo à atividade econômica, e apresenta em juízo aos

Credores o Plano de Recuperação Judicial, objeto deste documento, que por sua

vez, após aprovado em Assembleia Geral de Credores, constituirá título executivo

judicial, nos termos do art. 475-N da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -

Código de Processo Civil.

Além disso, o artigo 59 da Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas)

determina que a aprovação do Plano de Recuperação Judicial pelos Credores

implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os

credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 1º

do art. 50 desta Lei (concessão de prazos e condições especiais para pagamento

das obrigações vencidas ou vincendas).
Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL                                  | 62
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Plano de Recuperação Judicial do Grupo Frigol propõe pagamento de dívidas em até 10 anos

  • 1. Grupo Frigol FRIGOL S.A. C.N.P.J/MF nº 68.067.446/0001-77 FRIGOL ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA C.N.P.J/MF nº 01.372.335/0001-01
  • 2. Plano de Recuperação Judicial consoante a LEI nº 11.101/2005 em atendimento ao seu artigo 53, para apresentação nos autos do Processo nº: 319.01.2010.005460-0, em trâmite na 2ª Vara Judicial - Fórum de Lençóis Paulista/SP elaborado por Erimar Administração e Consultoria de Empresas S/S Ltda.
  • 3. SUMÁRIO 1.  Considerações Iniciais ............................................................................. 4  2.  Histórico e Apresentação da Empresa ................................................... 5  2.1  ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .......................................................................................... 10  2.1.1  MISSÃO ..................................................................................................................... 10  2.1.2  VISÃO ....................................................................................................................... 10  2.1.3  VALORES E CRENÇAS ................................................................................................ 10  2.1.4  INFORMAÇÕES SOBRE A ESTRUTURA .......................................................................... 10  2.2  RELEVÂNCIA SÓCIO-ECONÔMICA ...................................................................................... 15  2.3  RELEVÂNCIA SÓCIO AMBIENTAL ........................................................................................ 16  2.4  SUSTENTABILIDADE .......................................................................................................... 18  2.5  RASTREABILIDADE ............................................................................................................ 19  2.6  S.I.F. (SERVIÇO DE INSPEÇÃO FEDERAL) .......................................................................... 20  2.7  PRODUTOS COMERCIALIZADOS ......................................................................................... 21  3.  Organização do Plano de Recuperação................................................ 27  3.1  MOTIVOS PARA O PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL ...................................................... 27  3.2  QUADRO DE CREDORES DO GRUPO FRIGOL. ..................................................................... 29  O QUADRO DE CREDORES APRESENTADO ABAIXO, JÁ EXPRESSA ALGUMAS ALTERAÇÕES NA LISTA DA RECUPERANDA QUE ESTARÃO EXPOSTAS NA LISTA DO ADMINISTRADOR JUDICIAL A SER PUBLICADA. .. 29  3.3  PLANO DE REESTRUTURAÇÃO OPERACIONAL..................................................................... 30  3.3.1  ÁREA COMERCIAL ...................................................................................................... 30  3.3.2  ÁREA ADMINISTRATIVA ............................................................................................... 30  3.3.3  ÁREA FINANCEIRA...................................................................................................... 31  3.3.4  ÁREA OPERACIONAL .................................................................................................. 31  3.4  CENÁRIO ECONÔMICO E MERCADOLÓGICO ........................................................................ 32  3.4.1  MERCADO SETORIAL – PREMISSAS, DESEMPENHO RETROATIVO E PROJEÇÕES ............ 32  3.4.1.1  Premissas ......................................................................................................................... 32  3.4.1.2  Desempenho Retroativo ................................................................................................... 33  3.4.1.3  Projeções .......................................................................................................................... 36  3.4.2  PERSPECTIVAS ECONÔMICAS – BRASIL....................................................................... 38  4.  Etapa Quantitativa .................................................................................. 40  4.1  ANÁLISE DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO......................................................... 40  4.1.1  DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) .............................................. 40  4.1.1.1  Dados ............................................................................................................................... 40  4.1.1.2  Análise .............................................................................................................................. 41  4.2  PROJEÇÕES DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO ................................................... 43  4.2.1  PROJEÇÃO DAS RECEITAS .......................................................................................... 43  4.2.1.1  Premissas ......................................................................................................................... 43  4.2.1.2  Projeção ........................................................................................................................... 45  4.2.1.3  Análise .............................................................................................................................. 45  4.2.2  PROJEÇÃO DE RESULTADOS....................................................................................... 47  4.2.2.1  Premissas ......................................................................................................................... 47  4.2.2.2  Projeção ........................................................................................................................... 49  4.2.2.3  Análise .............................................................................................................................. 50  5.  Proposta de pagamento aos credores da Recuperação ..................... 51  5.1  CLASSE I: CREDORES TRABALHISTAS ................................................................................ 51  5.2  CLASSES II E III - CREDORES COM GARANTIA REAL E QUIROGRAFÁRIOS ............................. 52  5.2.1  CREDORES FORNECEDORES ...................................................................................... 53  5.2.2  CREDORES FINANCEIROS ........................................................................................... 55  5.3  ACELERAÇÃO DE PAGAMENTO .......................................................................................... 56  5.3.1  ACELERAÇÃO DE PAGAMENTO CREDORES FORNECEDORES ........................................ 56  5.3.2  ACELERAÇÃO DE PAGAMENTO AOS CREDORES FINANCEIROS ...................................... 57  5.4  CREDORES DE ADIANTAMENTO DE CONTRATO DE CAMBIO - ACC ....................................... 58  5.5  FIXAÇÃO DO PRAZO DE PAGAMENTO ................................................................................. 59  6.  Créditos Contingentes - Impugnações de Crédito e Acordos ............ 61  7.  Baixa dos Protestos ............................................................................... 62  8.  Venda de Ativos ...................................................................................... 64  9.  Forma de Pagamento aos Credores ..................................................... 65  10.  Nova Assembleia Geral de Credores .................................................... 66  11.  Análise de Viabilidade da Proposta de Pagamento ............................. 67  12.  Considerações Finais - Resumo ........................................................... 68  13.  Nota de Esclarecimento ......................................................................... 70  14.  Conclusão ............................................................................................... 71  15.  Laudo de Avaliação de Bens Imobilizados........................................... 73  Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL
  • 4. 1. Considerações Iniciais Este documento foi elaborado com o propósito de abranger e estabelecer os principais termos do Plano de Recuperação Judicial, proposto sob a égide da Lei de Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência do Empresário e da Sociedade Empresária (Lei nº. 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005 - “Lei de Recuperação de Empresas”), do GRUPO FRIGOL formado pelas empresas FRIGOL S/A. e FRIGOL ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA., ambas em Recuperação Judicial. O GRUPO FRIGOL possui administração central exercida pelos sócios, tem sede na Rua Dr. Gabriel de Oliveira Rocha, 704, Lençóis Paulista - SP, requereu em 30 de Julho de 2010 o benefício legal da Recuperação Judicial, com fulcro nos artigos 47 e seguintes da Lei 11.101/05, tendo seu processo sido distribuído na 2ª Vara Judicial – Fórum de Lençóis Paulista - SP sob nº 319.01.2010.005460-0 na mesma data, e o deferimento do processamento da recuperação judicial ocorreu em 17 de Agosto de 2010 pelo Exmo Sr. Dr. Mário Ramos dos Santos, com a disponibilização de tal decisão no Diário da Justiça do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo no dia 19 de Agosto de 2010. Para a elaboração do Plano de Recuperação, objeto deste documento, foi contratada a empresa ERIMAR Administração e Consultoria de Empresas S/S Ltda., localizada na Rua Vergueiro, 1855 - conj. 41 - CEP 04101-000 - São Paulo - SP. O plano ora apresentado propõe condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas e demonstra a viabilidade econômico-financeira da empresa, bem como a compatibilidade entre a proposta de pagamento aos Credores e a geração dos recursos financeiros no prazo proposto, consoante os artigos 50, 53 e 54 da Lei 11.101/2005. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL |4
  • 5. 2. Histórico e Apresentação da Empresa O início da história do FRIGORÍFICO OLIVEIRA - FRIGOL se deu em Março de 1970, quando o Patriarca da Família Oliveira o Sr. Luis Gonzaga de Oliveira resolveu mudar-se com a família para a cidade de Lençóis Paulista – SP, onde em uma atitude corajosa e empreendedora decidiu trocar o único bem que possuía – um caminhão Mercedes Benz 1111 - por um açougue na Rua Quinze de Novembro, no Centro de Lençóis Paulista. Levou os três filhos mais velhos; Djalma, Durval e Dorival para trabalhar no novo e promissor negócio. Depois de passados cinco anos a família já possuía mais quatro açougues – um para cada filho e neste mesmo ano entrou para o negócio mais um filho, o Décio. O sucesso do negócio era crescente e em 1983 abriram um Supermercado na cidade e um matadouro de suínos no sítio da família. A demanda pelos produtos oferecidos, até então, pelo pequeno matadouro era bem maior do que a oferta, e, em 1986 inauguraram o primeiro frigorífico no distrito industrial de Lençóis Paulista dedicado ao abate de suínos. Em 1990, com o crescimento do negócio, foi arrendado o frigorífico onde é atualmente o endereço administrativo da empresa para abate de bois. Na época este frigorífico tinha a capacidade de abate de 200 (duzentos) bois/dia. Neste mesmo ano o Sr. Luiz Gonzaga decidiu afastar-se dos negócios deixando a cargo de seus filhos a administração do empreendimento. O ano de 1992 foi marcante para a família Oliveira, pois em 22 de Maio efetivamente nascia o GRUPO FRIGOL onde os irmãos Djalma, Dorival, Durval, Décio e o cunhado do Djalma, o Benedito, davam mais um passo ousado mantendo o mesmo espírito empreendedor cunhado pelo Sr. Luiz Gonzaga. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL |5
  • 6. Naquele mesmo ano, fruto da prosperidade do negócio, o Grupo adquiriu o prédio arrendado em 1990. Com o mesmo espírito empreendedor e a visão de oportunidade, o Grupo iniciou reforma visando a ampliação das instalações e sua capacidade produtiva, passando então a abater 450 (quatrocentos e cinquenta) bois/dia. O Grupo Frigol de forma sistemática crescia a cada ano. A visão voltada para o crescimento da empresa e a percepção de mercado faziam com que os sócios reinvestissem no negócio constantemente de forma a fortalecê-lo, propiciando a busca por novas fronteiras. No ano de 1994 a empresa continuava sua expansão aproveitando-se da organização alcançada e do bom momento que a economia nacional atravessava, influenciada pelo novo plano econômico o da criação da nova moeda, o Real. O Plano Real, como vários outros, vinham com a proposta de controlar a inflação, diminuir a taxa básica de juros e fortalecer a moeda nacional. Como na edição de outros planos a insegurança pairava no mercado. Em pouco tempo o Plano Real, frutos da competência na implantação e sua consistência, trouxe a confiança de se haver conquistado (finalmente) uma moeda forte. A inflação, vilã por décadas, estava controlada e os juros estacionados em patamares inferiores. Assim, com a nova moeda, o Brasil iniciou uma nova fase em sua história. A população em geral passou a ter a possibilidade de planejar a médio e longo prazo. A inflação debelada propiciou um aumento natural no poder aquisitivo da população, pois, até então, a correção aplicada aos salários era sistematicamente inferior ao real custo da inflação. A carne pode ser inserida no cardápio diário de mais brasileiros aumentando de forma considerável o volume de consumo deste produto no país. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL |6
  • 7. Nesta época a empresa ampliou sua capacidade de abate para 1000 (um mil) bois/dia para atender a crescente demanda. O crescimento orgânico da empresa era significativo e criava novas necessidades. Para administrar os negócios do GRUPO FRIGOL, em 7 de agosto de 1996, foi constituída a FRIGOL ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÃO LTDA.. O espírito empreendedor que sempre norteou o GRUPO FRIGOL mostrava-se presente, a empresa já atuava nos principais mercados brasileiros tendo sua marca vinculada a históricos de qualidade e eficiência na distribuição. Como já havia acontecido com outros frigoríficos nacionais a empresa iniciou, em 1999, seu processo de internacionalização exportando seus produtos para vários países. Seu primeiro mercado internacional foi o Egito, logo passou a exportar também para grande parte dos países da União Européia, se incorporaram também ao seu rol de clientes países como Rússia, China, Angola, África do Sul e Cabo Verde. O processo de expansão internacional passava por incorporação de novos clientes em diferentes países a cada mês; nesse caminho passaram a ser destino dos produtos do Grupo Frigol países como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Kuait, Líbano, Líbia, Peru, Geórgia, Namíbia, Ilhas Mauricius, Serra Leoa e outros. Em 2009 visando à facilidade no escoamento de sua produção no mercado interno o GRUPO FRIGOL instalou no Bairro Jaguaré na cidade de São Paulo um Centro de Distribuição. Este CD está localizado em ponto estratégico próximo as Marginais Pinheiros e Tietê que são duas importantes vias da cidade e que dão acesso às principais estradas do Estado de São Paulo. Estão alocados nesta unidade mais 80 (oitenta) funcionários. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL |7
  • 8. Em 2002 os principais índices que tratam do mercado de boi davam conta de um aumento expressivo no rebanho nacional e o mercado do boi sinalizava crescente demanda e melhores preços de matéria prima. Estes fatores, macroeconômicos foram decisivos para a decisão da empresa de instalar uma planta em Água Azul do Norte, cidade localizada no Estado do Pará há mais de 600 Km da capital Belém. O iniciou das atividades desta unidade mudou a vida de 600 (seiscentas) famílias da região, criando uma nova realidade destaque ao fato de que o GRUPO FRIGOL é a empresa de maior relevância da cidade. Esta unidade entrou em funcionamento em 2004 com capacidade de abate de 800 (oitocentos) bois/dia e atualmente esta capacidade já é de 1400 (um mil e quatrocentos) bois/dias. Desta unidade também são exportados produtos para a Rússia, Venezuela e Países da África e Ásia. No ano de 2009, visando melhora de rentabilidade visto que o preço da matéria prima bovina, no Estado de Rondônia era um dos mais baixos do Brasil, havendo também um abundância de matéria prima eis que muitas plantas frigoríficas, naquela época estavam paralisadas, instalou-se no Município de Pimenta Bueno em uma planta arrendada com capacidade de abate de 250 (duzentos e cinquenta) bois/dia. Com o passar dos anos e a consolidação das atividades do GRUPO FRIGOL no mercado interno e externo já colocavam a empresa entre os dez maiores frigoríficos do Brasil. Com toda esta estrutura a empresa chegou a gerar 1.500 (um mil e quinhentos) empregos diretos e mais de 3.000 (três mil) indiretos. O iniciou de 2008 dava sinais de que o modelo de negócio escolhido pelo Grupo Frigol era acertado e as previsões dos resultados previstos no orçamento anual Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL |8
  • 9. eram animadoras, mais um ano de resultados bem positivos. A partir do segundo semestre de 2008 ocorreu o grande revés financeiro da empresa, que, com a eclosão da crise financeira mundial, viu elevar-se o custo financeiro de suas operações - notadamente em razão das elevadas taxas de juros em suas operações no mercado - além da abrupta queda no consumo interno e externo. Outro aspecto relevante - fruto da eclosão da crise financeira mundial em setembro de 2008 - foi a política adotada pelos bancos que aumentaram a restrição aos créditos, marcada basicamente pela não renovação de vários contratos, que anteriormente eram renovados com facilidade. Este fato resultou em uma drástica redução do capital de giro, acompanhada de um grande incremento nas taxas de juros praticadas. Durante os anos de 2009 e 2010 o GRUPO FRIGOL tentou por diversas alternativas retomar suas atividades aos níveis de outrora, mas os reflexos da crise de 2008 foram muito fortes, a demanda e rentabilidade não retomaram o ritmo necessário para que a empresa pudesse continuar operando como no passado e equacionar o passivo gerado durante a crise. Apesar de todo o ocorrido nestes últimos anos, o GRUPO FRIGOL acredita ser transitória sua atual situação e tem a certeza de que esse estado de dificuldade financeira é passageiro, visto já terem sido tomadas medidas administrativas, comerciais e operacionais necessárias para equilibrar a receita/caixa, como a diminuição do seu quadro funcional e cortes drásticos em despesas/custos. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL |9
  • 10. 2.1 Estrutura Organizacional 2.1.1 Missão Produzir soluções que superem as expectativas de nossos clientes, com produtos ecologicamente corretos, gerando oportunidade para a empresa, com uma equipe de colaboradores qualificados, motivados e conscientes da integração para o bem estar social. 2.1.2 Visão Ser referência no ramo em que atuamos em todo o mundo, buscando aprimoramento contínuo e inovando sempre. 2.1.3 Valores e Crenças  Respeito e priorização das expectativas dos clientes (satisfação do cliente);  Ética profissional;  Qualidade;  Humildade nos relacionamentos; 2.1.4 Informações Sobre a Estrutura O GRUPO FRIGOL é formado por capital 100% (cem por cento) nacional. Sua sede administrativa/industrial funciona em uma área construída de 16.000 (dezesseis mil) metros quadrados e possui capacidade para abater 1000 (um mil) bois/dia na Rua Dr. Gabriel de Oliveira Rocha, 704 no município de Lençóis Paulista – SP. Possui também uma planta em Água Azul do Norte – PA, em uma área construída de 15.000 (quinze mil) metros quadrados, com capacidade para abater 1400 (um Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 10
  • 11. mil e quatrocentos) bois/dia, responsável por abastecer as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil, além do mercado exterior. Sua terceira planta de abate fica em Pimenta Bueno - RO, com capacidade de abate de 250 (duzentos e cinquenta) bois/dia. No Município de São Paulo a empresa possui um escritório comercial localizado na Rua São Benedito, 509 e também possui um Centro de Distribuição no bairro do Jaguaré, em um local estratégico próximo às marginais Pinheiros e Tietê facilitando o escoamento de sua produção responsável por abastecer o mercado da grande São Paulo, litoral, Vale do Paraíba e Vale do Ribeira. A seguir fotos de algumas unidades e sua evolução histórica: Frigol Lençóis Paulista - SP em 1992. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 11
  • 12. Frigol Lençóis Paulista - SP em 2002. Frigol Lençóis Paulista - SP em 2005. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 12
  • 13. Frigol Lençóis Paulista - SP em 2010. Frigol Água Azul do Norte – PA 2005 Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 13
  • 14. Frigol Água Azul do Norte – PA 2007 Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 14
  • 15. 2.2 Relevância Sócio-Econômica O GRUPO FRIGOL possui grande relevância sócio-econômica para os municípios de Lençóis Paulista - SP, Água Azul do Norte - PA e Pimenta Bueno – RO, fato este que pode ser comprovado por seu quadro de funcionários, onde chegou a empregar mais de 1.500 (um mil e quinhentos) colaboradores diretos e mais de 3.000 (três mil) colaboradores indiretos. Todas as plantas do GRUPO FRIGOL tem grande relevância e ajudam a girar a economia das regiões onde atuam, porém a planta de Água Azul do Norte no Pará revolucionou a vida dos moradores daquela cidade, pois se trata da empresa de maior relevância da região gerando empregos e melhoria na qualidade de vida da população. Aos funcionários são oferecidos: refeição, assistência médica e odontológica, cesta básica, incentivo ao estudo através de um subsídio de 30% (trinta por cento), além de convênios com farmácias da região onde seus funcionários têm 13% (treze por cento) de desconto na compra de medicamentos. O GRUPO FRIGOL cumpre regularmente com todos os acordos coletivos intermediados pelo Sindicato. O valor médio de salário por funcionário é de R$ 1.282,40 (um mil, duzentos e oitenta e dois reais e quarenta centavos) sem considerar encargos sociais. O tempo médio de “casa” considerando os colaboradores de todos os setores é de aproximadamente 5 (cinco) anos, o índice de turn over - considerado excelente - é de apenas 3% (três por cento). Atualmente, o valor total da folha de pagamento é dividido em 78% (setenta e oito por cento) para o setor industrial, 20% (vinte por cento) para o setor administrativo e 2% (dois por cento) para o setor comercial. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 15
  • 16. 2.3 Relevância Sócio Ambiental As atividades do GRUPO FRIGOL, bem como da maioria do agronegócio brasileiro, sempre foram desenvolvidas com respeito às questões de sustentabilidade (ambiental, econômica e social). Com este conceito, em suas unidades, o GRUPO FRIGOL já desenvolve projetos ambientalmente corretos, visando não só a redução dos impactos, mas também a geração de energias alternativas. Vejamos alguns exemplos já implantados:  PRRUA – Plano de redução e reutilização no uso de água Mediante verificações periódicas, a utilização de água em cada setor industrial é monitorada por técnicos que têm como missão desenvolver ações corretivas para diminuir seu consumo, bem como para, após processo regular, reutilizá-la em setores secundários do processo produtivo.  Descarte de resíduos sólidos recicláveis Todo ano é elaborado o “inventário de resíduos sólidos” que descreve quais as empresas responsáveis pela coleta e descarte final dos resíduos. Todas as empresas são cadastradas e licenciadas pela CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).  Descarte de resíduos sólidos perigosos (CLASSE 1) Dentro do inventário de resíduos sólidos existe um item a parte onde é descrito o destino dado aos resíduos classe 1 gerados pela empresa. Pela geração de tais resíduos como: Lâmpadas Fluorescentes, Resíduos Ambulatoriais, a empresa é cadastrada e certificada pela CETESB, pela geração e descarte adequado dos mesmos. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 16
  • 17. M  Monitoramento mensal da ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES A ETE-FRIGOL tem seu efluente final coletado mensalmente e levado para análise em laboratório credenciado pelo Ministério do Meio Ambiente.  Fabricação de compostos agrícolas através dos resíduos do pré-tratamento da Estação de Tratamento de Efluentes. Os resíduos orgânicos obtidos através do pré-tratamento dos efluentes são transformados em fertilizantes orgânicos.  Fabricação de Biodiesel de origem animal. Os resíduos do processamento da carne (gordura, retalhos de carne, ossos, etc..) são encaminhados através de veículos cuidadosamente monitorados até a fábrica de biodiesel, onde são fabricados cerca de 40.000 (quarenta mil) litros de bicombustível por dia (gordura animal).  Uso de madeira regulamentada A empresa é regulamentada pelo DEPRN (Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais) para utilizar madeira na geração de vapor e energia.  Controle de emissão de fumaça veicular Monitoramento mensal da frota de caminhões próprios e prestadores de serviço. Os veículos não enquadrados na legislação ambiental vigente são afastados para readequação.  Controle de emissão de fumaça preta da caldeira Monitoramento diário da emissão de fumaça da caldeira. Quando ocorre desconformidades em relação ao lançamento da fumaça o responsável pelo setor é convocado para avaliar e corrigir a causa. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 17
  • 18. 2.4 Sustentabilidade O GRUPO FRIGOL está entre as grandes organizações brasileiras, destacando-se pela evolução empresarial no ramo frigorífico e pela acentuada participação no mercado de carnes bovinas. Em suas plantas, a empresa produz cortes especiais e maturados dentro dos mais modernos processos de industrialização e das rigorosas normas sanitárias. Tudo isso, para colocar diariamente a máxima qualidade em carnes na mesa de milhões de consumidores, no Brasil e no Mundo. Chegou a processar 150 (cento e cinquenta) mil toneladas de carne por ano e os cortes são distribuídos em todo o território nacional e exportados para diversos países. Desta maneira o GRUPO FRIGOL se revela uma empresa moderna, que investe constantemente em novas tecnologias que promovem eficiência na produção de cortes bovinos e qualidade de vida para os colaboradores. Sintonizada com a sustentabilidade do planeta, a empresa participa ativamente de projetos socioambientais em todo o país e apóia projetos de diversas ONG’s visando sempre à preservação do meio ambiente. Além do respeito aos parceiros e consumidores, o GRUPO FRIGOL é uma organização que valoriza a formação humana. Prova disso é o estreito laço de amizade que mantém com as comunidades em que está inserido, prestigiando eventos que promovam o bem-estar e lazer das pessoas. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 18
  • 19. 2.5 Rastreabilidade Rastreabilidade é o processo que permite assegurar ao consumidor o histórico de procedência e, consequentemente, oferecer segurança em relação ao produto que está sendo adquirido. O processo de rastreabilidade do GRUPO FRIGOL começa na compra de gado, buscando adquirir animais oriundos de boas práticas sanitárias e de manejo. Todo o transporte é realizado de forma a atender as práticas de abate humanitário. O bem-estar animal é garantido no transporte da propriedade ao frigorífico, esta é uma das prioridades do Grupo. No frigorífico as práticas de abate humanitário continuam. Todos os procedimentos precedentes ao abate são realizados com base nos critérios de abate humanitário. Através dos procedimentos de rastreabilidade do GRUPO FRIGOL é possível conhecer a procedência (dados do produtor) com as informações contidas na embalagem do produto final ou o caminho inverso, chegar até um produto final partindo dos dados da procedência de cada animal. Em outras palavras, a rastreabilidade está presente em todas as fases da produção. Para que o processo permita a rastreabilidade reversa através de uma embalagem, as caixas, como exemplo as referentes à produção com vistas à União Européia, contém o “traceability code” no rótulo. Trata-se de uma expressão, em inglês, que significa código de rastreabilidade que contém varias informações entre elas o Nº. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 19
  • 20. do SIF (Serviço de Inspeção Federal – Ministério da Agricultura) do estabelecimento de abate e a data de abate. 2.6 S.I.F. (Serviço de Inspeção Federal) O S.I.F. - Serviço de Inspeção Federal - é um órgão do Ministério da Agricultura, subordinado ao DIPOA - Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal - que tem por objetivo normatizar e autorizar a produção e comercialização de todos os alimentos de origem animal (carne, leite, ovos, laticínios, pescados e produtos apícolas) no Brasil. É a autoridade máxima nestes assuntos. E nenhuma empresa poderia vender fora do seu estado de origem, ou mesmo exportar caso não tenha o direito de portar o carimbo do S.I.F. Para que se tenha o carimbo do S.I.F., é necessário cumprir com uma série de exigências: A começar pela própria sede da indústria (afastamento de 50 (cinquenta) metros da via pública, pé dilúvio mínimo, azulejos em todas as paredes, telas contra insetos, uma sala para cada atividade, previsão de um fluxo linear de produção, Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 20
  • 21. qualidade da água controlada, banheiros e vestiários com separação masculino e feminino afastados do bloco industrial, etc.), o sistema e os equipamentos apropriados (tudo em aço inoxidável) para o beneficiamento das matérias-primas, o controle de qualidade, os uniformes e procedimentos higiênicos dos funcionários e até mesmo os dizeres da rotulagem, além de uma série de outras exigências: tudo isso para justificar o slogan: "Garantia de Pureza." Participam do processo produtivo do GRUPO FRIGOL 17 (dezessete) funcionários do S.I.F., incluindo um médico veterinário, garantindo assim a excelente e qualidade dos produtos FRIGOL. 2.7 Produtos Comercializados A matéria prima que resulta nos cortes especiais e maturados FRIGOL é proveniente de rebanhos ultra-selecionados. São animais criados naturalmente no pasto, seguindo os mais exigentes padrões fitossanitários. O GRUPO FRIGOL comercializa uma grande mix de produtos para atender todos os tipos de clientes, conforme demonstrado a seguir: Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 21
  • 22. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 22
  • 23. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 23
  • 24. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 24
  • 25. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 25
  • 26. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 26
  • 27. 3. Organização do Plano de Recuperação 3.1 Motivos Para o Pedido de Recuperação Judicial Como grande parte das empresas nacionais, o GRUPO FRIGOL teve seus problemas agravados a partir do segundo semestre do ano de 2008 com a eclosão da crise financeira mundial. Devido a esta crise o preço de sua matéria-prima (boi) registrou uma alta acentuada, em contra partida o volume de exportações brasileiras caiu em torno de 30% (trinta por cento) prejudicando de forma avassaladora os frigoríficos. A queda das exportações motivou a queda do preço da carne no mercado interno, pois havia um excesso de produto acabado nos estoques das empresas do setor. Deste modo as empresas em uma atitude de recuperar o negócio mudaram a estratégia e focaram nos consumidores domésticos. Todavia esta queda nos preços reduziu ainda mais a margem de lucro no setor. Com a redução de crédito e aumento nas taxas de juros, o GRUPO FRIGOL ocupou a totalidade dos limites de crédito concedidos por seus parceiros financeiros, chegando a uma preocupante situação de falta de liquidez. A escassez de crédito, os atrasos nos pagamentos de seus credores e o crescente custo financeiro se sobrepuseram, levando ao risco de conduzir a empresa a consequente inadimplência e a restrição total de seus créditos, com graves reflexos em sua atividade operacional, contaminada pelo custo das dívidas de curto prazo. O pós crise 2008 trouxe ao GRUPO FRIGOL uma situação muito diferente á experimentada até então. A combinação de baixas vendas, diminuição de margens, escassez de recursos e altas taxas de juros comprometeu o caixa da Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 27
  • 28. empresa. A empresa foi obrigada a buscar, cada vez mais, recursos junto aos bancos a fim de honrar os seus compromissos cotidianos e poder proceder á reestruturação necessária para a retomada dos lucros. Os custos do endividamento acabaram por reduzir a capacidade de reação da empresa, que sentiu com particular intensidade os problemas oriundos da crise financeira mundial. Apesar de todo o exposto, o GRUPO FRIGOL acredita ser transitória sua atual situação e tem a certeza de que esse estado de dificuldade financeira é passageiro, visto já terem sido tomadas medidas administrativas, comerciais e operacionais necessárias para equilibrar a receita/caixa. As medidas, drásticas, abrangeram toda a empresa destaque a diminuição do seu quadro funcional e os cortes importantes em despesas/custos. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 28
  • 29. 3.2 Quadro de Credores do Grupo Frigol. O quadro de Credores apresentado abaixo, já expressa algumas alterações na lista da Recuperanda que estarão expostas na lista do administrador judicial a ser publicada. COMPOSIÇÃO POR TIPO DE CREDOR Credores Trabalhistas 4.427.588,49 Credores Com Garantia Real 31.016.223,37 Credores Quirografários 108.784.061,31 Total do Quadro de Credores 144.227.873,17 Valores em Reais (R$) GRÁFICO DE REPRESENTATIVIDADE POR CLASSE DE CREDORES Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 29
  • 30. 3.3 Plano de Reestruturação Operacional Após o pedido de recuperação judicial, o GRUPO FRIGOL, através de sua Diretoria, desenvolveu um plano de reestruturação financeiro-operacional visando à lucratividade necessária para permitir a liquidação de seus débitos e a manutenção de sua viabilidade no médio e longo prazos, o que depende não só da solução da atual situação de endividamento, mas também e fundamentalmente, da melhoria de sua capacidade de geração de caixa. As medidas identificadas no Plano de Reestruturação Financeiro-Operacional estão incorporadas a um planejamento para o período de 10 (dez) anos e estão fundamentadas nas seguintes decisões estratégicas: 3.3.1 Área Comercial  Reestruturação de políticas comerciais;  Plano orçamentário de vendas ao final de cada mês, com atualizações semanais;  Plano de ação para realização de parcerias estratégicas;  Reformulação da política comercial em relação às margens/rentabilidade;  Basear a liderança da empresa em parcerias estratégicas. 3.3.2 Área Administrativa  Programa de redução do quadro funcional e de gasto com pessoal e horas extras e redução de despesas fixas;  Fortalecimento da política de recursos humanos para que contemple: plano de carreira baseado em resultado, melhorias no processo de seleção, treinamento e valorização social e profissional dos colaboradores internos visando à redução do turn over e dos custos de pessoal; Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 30
  • 31.  Fortalecimento organizacional e da responsabilidade estratégica de tomada de decisão para alcançar metas e assegurar a aderência das ações aos planos;  Formar as novas diretrizes de administração e dar suporte à área comercial através de uma análise SWOT (Strenghts-forças, Weaknesses-fraquezas, Opportunities-oportunidades e Threats-ameaças);  Reorganização do organograma da empresa para novo modelo e consoante com o projeto de reorganização administrativa.  Instituição da Governança Corporativa formada por um Conselho Administrativo e Diretorias Executivas; 3.3.3 Área Financeira  Busca de novas linhas de créditos menos onerosas e mais adequadas;  Renegociação de tarifas bancárias;  Renegociação do passivo não sujeito aos efeitos da Recuperação Judicial de forma a equacionar a entrada de receitas e o pagamento dos acordos conforme seu fluxo de caixa;  Implantação de relatórios gerenciais para análise de resultados econômicos e financeiros.  Fornecer base sustentável a todas as decisões estratégicas; 3.3.4 Área Operacional  Plano de redução dos custos fixos para melhoria da margem operacional, bem como redução de custos, mediante análise de processos, para melhoria da margem de contribuição; Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 31
  • 32. 3.4 Cenário Econômico e Mercadológico 3.4.1 Mercado Setorial – Premissas, Desempenho Retroativo e Projeções 3.4.1.1 Premissas A carne bovina brasileira conquistou no mercado internacional posição de destaque e respeitabilidade. O grande desafio para a cadeia do agronegócio de bovinos do Brasil é agregar valor ao produto fazendo com que não seja comercializado como uma simples commodity. É sabido também, que desafio ainda maior é manter o Brasil como um dos lideres desse mercado. A solução de alguns problemas da pecuária brasileira passa, necessariamente, pela organização da cadeia produtiva e pelas melhorias nas práticas de manejo aplicadas pelo setor, dentre outras. Conhecer a pecuária de corte, as opções, os métodos que auxiliem sua melhoria e seu crescimento sustentável, são responsabilidades das inúmeras indústrias frigoríficas espalhadas pelo país, afirma a ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes). O consumo de carne pelos seres humanos, acredita-se que tenha sido iniciado entre 1 milhão e meio de anos atrás, isso trouxe uma grande vantagem em relação às dietas vegetarianas que existiam na época: uma dieta rica em gordura, proteínas e ferro. No Brasil, os pioneiros da atividade pecuarista foram os senhores da Casa da Torre, localizada na Bahia, utilizando como vaqueiros, muitas vezes, mão-de-obra indígena. Porém, com uma grande seca que atingiu o Nordeste, e a descoberta de minerais preciosos em Minas Gerais no final do século XVIII, o pólo pecuarista brasileiro transferiu-se para as regiões Sudeste e Sul, mais especificamente para São Paulo e Rio Grande do Sul. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 32
  • 33. O processo de nacionalização dos frigoríficos, iniciado nos anos 70, e o de crescimento da capacidade, nos anos posteriores, foram feitos de maneira pouco organizada. No Estado de São Paulo, por exemplo, a indústria cresceu aproximadamente 245% (duzentos e quarenta e cinco por cento) entre o início da década de 70 e os dias atuais. Além disso, essa indústria se deslocou quase que integralmente para o interior do Estado, explica a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Já na década de 90, o setor brasileiro de carnes tornou-se mais profissionalizado, adotou técnicas modernas de produção e redobrou os cuidados com a saúde dos animais. Dessa forma o Brasil se colocou entre os principais fornecedores mundiais de proteína animal no último ano do século XX. A competitividade e até mesmo a sobrevivência da indústria da carne bovina no mercado está intimamente associada a sua eficiência em gerenciar a qualidade, o que se traduz na segurança do cliente ao consumir os produtos, contribuindo para a satisfação de suas exigências e na redução de custos de perdas e refugos. 3.4.1.2 Desempenho Retroativo O agronegócio brasileiro é responsável por cerca de 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, empregando 38% (trinta e oito por cento) da mão de obra e sendo responsável por 36% (trinta e seis por cento) das nossas exportações. É o setor mais importante da economia brasileira. O rebanho bovino brasileiro é composto por cerca de 80% (oitenta por cento) de animais de raças zebuínas (Bos indicus) e de 20% (vinte por cento) de raças taurinas (Bos taurus) conforme a ABIEC, e totalizam acerca de 190 (cento e Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 33
  • 34. noventa) milhões de cabeças, que vem em contínuo crescimento e tem apresentado bons avanços nos índices de produtividade. O custo de produção do bovino brasileiro situa-se dentre os mais baixos do mundo, o que traz uma grande vantagem competitiva. Isso faz o Brasil ser um dos quatro maiores produtores mundiais de carne bovina, segundo a ABIEC, ocupando o segundo lugar com 9.180 milhões de ton. ficando 2.636 milhões de ton. atrás do primeiro colocado, que é os Estados Unidos. Conforme também, a mesma fonte, os Estados Unidos, União Européia, Brasil, e a China são os quatro maiores consumidores de carne bovina, seguindo esta ordem. Tabela de desempenho 2007 – 2009 – Produção mundial de carne bovina: PAÍS 2007 2008 2009 EUA 12.096 12.163 11.816 Brasil 9.297 9.000 9.180 União Européia 8.188 8.090 8.000 China 6.132 6.132 5.764 Argentina 3.300 3.150 3.200 Índia 2.413 2.525 2.660 Austrália 2.172 2.159 2.100 México 1.600 1.600 1.625 Canadá 1.278 1.288 1.300 Rússia 1.370 1.315 1.280 Paquistão 1.113 1.168 1.226 Outros 9.392 9.436 8.876 TOTAL 58.351 58.026 57.027 Fonte: ABIEC (milhões de toneladas) Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 34
  • 35. Em 2008 o Brasil liderou o ranking dos maiores exportadores de carne bovina no mundo, somando o volume de 2,2 milhões de toneladas e receita cambial de US$ 5,3 bilhões. Estes valores representaram uma participação de 28% (vinte e oito por cento) do comércio internacional, exportando para mais de 170 (cento e setenta) países nos cinco continentes. No ano de 2008, conforme os dados da ABRAFRIGO (Associação Brasileira de Frigoríficos) as exportações brasileiras se mantiveram no topo do ranking mundial dos países que mais exportam carne bovina e alcançaram 1.384.527 ton. de carne e derivados de bovinos, com uma média mensal 115.337 ton., em valores reais o acumulado do ano foi de US$ 5.326.112.065 valor que caiu 23 % (vinte e três pontos percentuais) no ano seguinte. Em 2009 o Brasil exportou sua maior quantidade para a Rússia, em torno de 334.000 toneladas representando quase US$ 1.000.000.000,00 (um bilhão) de dólares americanos em divisas. No ranking brasileiro de exportações de carne, além do pais russo, temos Hong Kong, Irã e Egito como principais destinatários desse tipo de produto. Os Estados Unidos da América, maior produtor mundial de carne, figura como sétimo colocado nessa lista das exportações brasileiras. A Indústria frigorífica brasileira, especialmente de carne bovina, reúne mais de 130 empresas. Estas empresas estão distribuídas em todo o território brasileiro. Destas, 77 plantas são reunidas através da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes – ABIEC, do total, aproximadamente 16 empresas, as de maior porte, juntas são responsáveis pela exportação de mais de 500 mil toneladas de carnes industrializadas/ano. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 35
  • 36. Conforme a EMBRAPA o mapa do consumo de carne bovina no Brasil segue as diferenças das rendas per capta existentes nas diversas camadas sociais do país. As pessoas de renda mais elevada possuem taxas de consumo semelhantes às dos maiores consumidores do mundo, mais de 50 kg/hab./ano, enquanto a população de baixa renda já apresenta consumo de terceiro mundo, com menos de 10 kg/hab./ano. A disponibilidade interna situa-se em torno de 34 kg/hab./ano, compensando as diferenças existentes entre as camadas superiores e inferiores da população. O crescimento do mercado interno passa obrigatoriamente pela melhoria da renda, ou ainda pelo fornecimento destes produtos por preços menores. A bovinocultura de corte é a maior parcela do agronegócio brasileiro, ela gera faturamento em torno de mais de R$ 50 bilhões/ano e oferece cerca de 7,5 milhões de empregos. Nas últimas décadas as indústrias frigoríficas se atualizaram e começaram a investir na capacitação dos seus colaboradores, focando o cumprimento de normas que são internacionalmente reconhecidas. Assim, os frigoríficos brasileiros implantaram programas voltados para as Boas Práticas de Fabricação, os Procedimentos Padrão de Higiene Operacional, entre outros que alavancaram a qualidade dos produtos nacionais. 3.4.1.3 Projeções A demanda interna e o mercado externo estão puxando os preços das carnes. Internamente, o aumento de renda é um dos principais fatores dessa sustentação e no caso da carne bovina, há também a redução na oferta de gado. A produção nacional de carnes (bovina, suína e de frango) deverá suprir, até 2020, 44,5% do mercado mundial, ou seja, praticamente a metade do mercado Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 36
  • 37. internacional será abastecido pelo Brasil, segundo projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), isso, relativo aos cenários de produção, a participação no mercado e as exportações. Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) mostra ainda que, no ano de 2010, a participação brasileira nas exportações mundiais de carne bovina, suína e de frango será de 37,4%. Um crescimento de 0,71% ao ano para alcançar as projeções de 2020. Já a relação entre o comércio internacional e as exportações brasileiras em 2019/2020, mostra que as vendas de carne bovina representarão 30,3% da pauta de exportação, contra os 25% atuais. Conforme a mesma fonte, o Brasil, em 2010 exportará 25% a mais de carne bovina em relação a 2009. Segundo os dados do Ministério, o salto será de 420 mil toneladas, o que totalizará 2,11 milhões toneladas. A projeção é otimista e comparada com a divulgada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), eles prevêem um aumento de 20% nas exportações brasileiras deste produto em 2010. Gráfico de desempenho 2009/2010 – 2019/2020 – Produção mundial de carne bovina: Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 37
  • 38. O avanço da tecnologia no campo da genética, e da nutrição animal, aliados ao desenvolvimento de novos métodos de administração e controle sobre o rebanho bovino, alterou de maneira definitiva os parâmetros de eficiência da pecuária de corte bovino mundial ao longo das décadas. O reflexo deste aprimoramento no ambiente das propriedades rurais, que se verifica principalmente na melhora dos índices de produtividade média dos rebanhos, também traz como consequência mudanças na geografia do mercado mundial da carne e seus derivados. 3.4.2 Perspectivas Econômicas – Brasil O Brasil se apresenta mundialmente como uma economia sólida e estável que superou rapidamente a pior crise internacional dos últimos 80 anos. Este é o retrato econômico do Brasil de hoje. O novo modelo de desenvolvimento adotado pelo governo brasileiro ajudou a reduzir consideravelmente os impactos negativos da instabilidade financeira que abalou o mercado mundial. Nos últimos anos, a política econômica do Governo Federal, responsável pela criação de milhões de empregos, combinada à política social de transferência de renda, produziu um círculo virtuoso de crescimento. Tudo isso ajudou no fortalecimento do mercado interno, fazendo com que as empresas sintam-se estimuladas a investirem em produção e fiquem menos expostas às oscilações do mercado internacional. O compromisso com os fundamentos econômicos também contribuiu na proteção contra crises internacionais e deixou o país menos vulnerável. O Brasil tem apresentado ritmo de crescimento superior a média mundial nos últimos anos. A superação dos efeitos da crise econômica também está abrindo oportunidades para o País, que provou ser possível adotar um modelo de desenvolvimento econômico baseado no mercado interno e na redução das desigualdades sociais. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 38
  • 39. O País se tornou credor internacional, ao contrário do que ocorreu em outras épocas de crise internacional, o Brasil não depende mais da entrada de dinheiro do exterior para honrar seus compromissos. Desde 2008, pela primeira vez na história, o País dispõe de mais dólares do que seria preciso para pagar toda a sua dívida externa. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 39
  • 40. 4. Etapa Quantitativa 4.1 Análise do Desempenho Econômico-Financeiro Abaixo estão demonstrados resumidamente o desempenho econômico do grupo nos 3 últimos anos e os 7 (sete) primeiros meses de 2010, correspondente ao período anterior ao pedido de recuperação judicial, dados estes que se encontram anexados aos autos, de acordo com artigo 51 da Lei 11.101/2005. 4.1.1 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 4.1.1.1 Dados DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Grupo Frigol ESPECIAL EM 30 DE  EXERCÍCIO 2007 2008 2009 JULHO DE 2010 (R$) AV% (R$) AV% (R$) AV% (R$) AV% RECEITA OPERACIONAL BRUTA               362.192 100,00%           423.282 100,00%           463.654 100,00%           374.957 100,00% (‐) DEDUÇÕES DE VENDAS                (54.772) ‐15,12%            (85.479) ‐20,19%            (68.845) ‐14,85%            (22.534) ‐6,01% (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA               307.420 84,88%           337.803 79,81%           394.809 85,15%           352.423 93,99% (‐) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS              (257.332) ‐71,05%          (297.288) ‐70,23%          (341.223) ‐73,59%          (341.870) ‐91,18% (=) LUCRO BRUTO                 50.088 13,83%              40.515 9,57%              53.586 11,56%             10.553 2,81% (‐) DESPESAS OPERACIONAIS                (44.041) ‐12,16%            (67.673) ‐15,99%            (36.562) ‐7,89%          (103.080) ‐27,49% (=) RESULTADO ANTES DA CSLL E IRPJ                    6.047 1,67%            (27.158) ‐6,42%              17.024 3,67%            (92.527) ‐24,68% (‐) CSLL E IRPJ                  (2.212) ‐0,61%                8.167 1,93%               (3.291) ‐0,71%             13.899 3,71% (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO                    3.835 1,06%            (18.991) ‐4,49%              13.733 2,96%            (78.628) ‐20,97% Valores em milhares de Reais (R$) Gráfico Comparativo – Receita Bruta X Resultado Líquido Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 40
  • 41. 4.1.1.2 Análise As dificuldades enfrentadas pelo Grupo FRIGOL nos últimos anos estão realçadas no DRE- Demonstração de Resultados apresentado nos quadros acima. No exercício de 2007 o faturamento apresentado foi de R$ 362,1, os custos dos produtos vendidos representaram 71,05%, as despesas operacionais representaram pouco mais de 12% e o resultado líquido foi positivo em 1,06% da receita bruta, com valor absoluto de R$ 3,83 milhões. No exercício de 2008 o faturamento teve aumento de quase 17%, chegando a R$ 423,2 milhões. Porém, devido a crise financeira mundial do segundo semestre daquele ano, o resultado líquido apresentou prejuízo de R$ 18,99 milhões, representando 4,49% da receita bruta. Neste ano as despesas operacionais representaram praticamente 16% da receita bruta, quase 4 pontos percentuais a mais do que o ano anterior, impulsionada pelas despesas financeiras. O ano de 2009 foi a retomada, o faturamento mais uma vez apresentou crescimento, desta vez de quase 10%, atingindo R$ 463,6 milhões. Os problemas do ano anterior foram momentaneamente equacionados, as despesas operacionais somaram 7,89% da receita bruta. Os custos dos produtos vendidos tiveram alta de 3,36 pontos percentuais, registrando 73,59% da receita bruta. Mesmo com essa alta, o resultado líquido foi positivo, gerando lucro de mais de R$ 13 milhões, ou 2,96% da receita bruta. Com esta retomada no ano de 2009, várias instituições financeiras, principalmente oficiais, passaram a estudar e acenar positivamente para novas linhas de crédito de longo prazo, fato este que seria essencial para o projeto apresentado eis que o Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 41
  • 42. ingresso de nova linha de longo prazo mudaria por completo o perfil do endividamento da empresa e a rentabilidade. No entanto, sempre que os projetos de investimentos eram apresentados para as instituições, em especial comitês de créditos, empresa do mesmo segmento pediam recuperação judicial, fato este que demandava novo estudo de viabilidade para os projetos, acarretando alterações nestes (v.g. novas garantias). Tal situação perdurou até o dia 30 de julho de 2010 (data do pedido de recuperação). Até esta fatídica data o GRUPO FRIGOL não tinha intenção de pedir recuperação judicial. No exercício encerrado especialmente em 30 de Julho de 2010, refletindo toda a crise do setor, o resultado apresentado foi o pior de todos os períodos. Com o mercado em baixa, os preços de venda da carne caíram rapidamente, fazendo com que o custo dos produtos vendidos representasse mais de 91% da receita bruta. Diante de um faturamento de quase 375 milhões, o prejuízo foi de R$ 78,6 milhões, ou 20,97% da receita bruta. Outras contas que contribuíram para o resultado negativo foram as despesas operacionais, que somaram 27,49% da receita bruta, alta de quase 20 pontos percentuais em relação ao ano anterior, impulsionada novamente pelas despesas financeiras. Caso a empresa não encontre condições favoráveis de prazo para concretizar uma profunda mudança no perfil de sua dívida, bem como, re-planejar toda sua operação, reduzindo custos (principalmente financeiro) e assim tornando-se competitiva novamente, essa situação de dificuldade econômico-financeira tende a agravar-se a cada ano. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 42
  • 43. 4.2 Projeções do Desempenho Econômico-Financeiro As projeções financeiras foram desenvolvidas assumindo-se o crescimento do mercado, limitando o faturamento a capacidade produtiva do Grupo. Os efeitos das medidas de melhoria, incluídos no resultado operacional e financeiro, foram calculados com base em estimativas realistas. Para elaborar o Plano de Recuperação e estimar os resultados operacionais para o período de recuperação, foram utilizadas diversas informações fornecidas pelo Grupo. Com base nestas informações foram identificadas diversas medidas para melhorar o desempenho operacional. A identificação e quantificação destas medidas foram realizadas visando à viabilidade do Grupo FRIGOL. 4.2.1 Projeção das Receitas 4.2.1.1 Premissas Para a projeção do volume de receita bruta nos 10 (dez) anos contemplados no plano, foram consideradas as seguintes premissas:  A estratégia adotada foi realista, prevendo-se que nos quatro primeiros anos ocorra um crescimento gradual no volume de vendas até ser atingindo a capacidade total de produção do Grupo, mantendo assim fixo o valor de faturamento até o décimo ano;  A base para a projeção da receita foi o planejamento comercial da empresa que vem sendo executado desde o pedido de recuperação judicial, bem como a expectativa do valor de mercado de seus produtos; Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 43
  • 44.  O volume projetado está totalmente de acordo com a capacidade operacional da empresa, demandando apenas possíveis contratações de mão-de-obra e arrendamento de nova planta industrial, que estão previstas no custo dos produtos vendidos nas projeções de resultado econômico- financeiro;  O preço de venda projetado não contempla o efeito inflacionário. Por ser uma projeção de longo prazo, torna-se inviável estimar este indicador de modo adequado, sendo assim, consideram-se os preços projetados a valor presente, pressupondo que os efeitos inflacionários sobre os custos e despesas serão repassados aos preços de venda projetados para garantir as margens projetadas. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 44
  • 45. 4.2.1.2 Projeção RECEITAS ANO1 ANO2 ANO3 ANO4 ANO5 ANO6 ANO7 ANO8 ANO9 ANO10 TOTAL Carne Suína  29,78 36,65 45,81 45,81 45,81 45,81 45,81 45,81 45,81 45,81 432,90  Carne Bovina SP  296,76 310,56 310,56 310,56 310,56 310,56 310,56 310,56 310,56 310,56 3.091,78  Carne Bovina PA  262,77 275,00 336,11 397,22 397,22 397,22 397,22 397,22 397,22 397,22 3.654,38  Carne Bovina Arrend. Nova Planta  ‐ 61,11 213,89 244,44 244,44 244,44 244,44 244,44 244,44 244,44 1.986,08  Aproveitamento Bovino SP  33,25 34,80 34,80 34,80 34,80 34,80 34,80 34,80 34,80 34,80 346,43  Aproveitamento Bovino PA  33,25 42,53 69,59 81,19 81,19 81,19 81,19 81,19 81,19 81,19 713,73  Aproveitamento Suíno  0,49 0,61 0,76 0,76 0,76 0,76 0,76 0,76 0,76 0,76 7,20  Total Geral  656,30 761,25 1.011,51 1.114,78 1.114,78 1.114,78 1.114,78 1.114,78 1.114,78 1.114,78 10.232,49  Valores em milhões de Reais (R$) 4.2.1.3 Análise Para o primeiro ano da recuperação judicial foi projetado um volume de R$ 656,3 milhões de faturamento o que corresponde a R$ 54,7 milhões de média mensal. O crescimento real projetado em termos monetários é de 16% no primeiro ano, a receita segue crescendo até o 4º ano, estabilizando-se em R$ 1.114,7 milhões até o 10º ano. Conforme informado nas premissas, o volume projetado está totalmente de acordo com a capacidade operacional da empresa, demandando apenas possíveis contratações de mão-de-obra e arrendamento de nova planta industrial, que estão previstas no custo dos produtos vendidos nas projeções de resultado econômico-financeiro. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 45
  • 46. Gráfico ilustrativo da projeção de receitas Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 46
  • 47. 4.2.2 Projeção de Resultados 4.2.2.1 Premissas As seguintes premissas foram adotadas na projeção de resultado econômico- financeiro:  Foi utilizado o Sistema Tributário Normal com apuração de Lucro Real sendo consideradas assim, as respectivas alíquotas de cada imposto incidente para as projeções de resultados. Este Sistema Tributário é o adotado pelo Grupo FRIGOL no momento da elaboração deste Plano de Recuperação;  Os Custos dos Produtos Vendidos foram projetados com base em valores atuais, líquidos de todos os impostos creditáveis. Este grupo de custos varia proporcionalmente ao faturamento projetado;  As Despesas Comerciais foram projetadas de acordo com o histórico que a empresa apresentou em 2008 e 2009, além da redução proposta nas medidas de melhoria;  As Despesas Fixas projetadas terão um pequeno aumento no decorrer dos períodos, pois mesmo sendo fixas por característica, na realidade, o aumento no volume de vendas demandará alguns aumentos para comportar o novo nível de atividade, porém, tais custos já consideram as reduções ocorridas a partir das medidas adotadas e previstas no Plano de Recuperação; Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 47
  • 48.  Outra premissa é que os valores de Depreciação inclusos na projeção serão totalmente reinvestidos na empresa como forma de manutenção da atual capacidade instalada e partir do quinto ano haverá também a destinação de recursos para renovação do parque industrial;  A sobra de caixa projetada em cada ano da projeção será destinada para a recomposição do Capital de Giro da empresa e para o pagamento dos débitos não sujeitos aos efeitos da recuperação judicial, reduzindo assim além das despesas financeiras, o passivo total da empresa;  A projeção não contempla efeitos inflacionários, pelos mesmos motivos explanados na projeção da receita. A premissa adotada é de que todo efeito inflacionário será repassado ao preço de venda projetado quando ocorrer, mantendo a rentabilidade projetada, bem como, a geração de caixa e a capacidade de pagamento resultante;  O ano 1 da projeção considera os 12 meses subsequentes a data da publicação no Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo da decisão de homologação do Plano de Recuperação Judicial e consequente concessão da recuperação do Grupo em todo Plano esta data será indicada como “Data Inicial”;  Todas as projeções foram feitas em um cenário realista. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 48
  • 49. 4.2.2.2 Projeção A seguir projeção de resultado econômico-financeiro, com base nos volumes previstos, receitas projetadas e nas premissas adotadas: Demonstração de Resultados ANO1 ANO2 ANO3 ANO4 ANO5 ANO6 ANO7 ANO8 ANO9 ANO10   TOTAL Receita Bruta de Vendas 656,3 761,25 1.011,51 1.114,78 1.114,78 1.114,78 1.114,78 1.114,78 1.114,78 1.114,78   10.232,49   Deduções/abatimentos 6,56 7,61 10,12 11,15 11,15 11,15 11,15 11,15 11,15 11,15   102,32   Impostos 32,03 39,07 57,36 64,74 64,74 64,74 64,74 64,74 64,74 64,74   581,63 Receita Líquida 617,71 714,56 944,04 1.038,89 1.038,89 1.038,89 1.038,89 1.038,89 1.038,89 1.038,89    9.548,53   Custo dos Produtos Vendidos 546,41 628,87 827,29 908,18 908,18 908,18 908,18 908,18 908,18 908,18   8.359,80   Despesas Variáveis de Venda 28,24 33,54 47,4 53,31 53,31 53,31 53,31 53,31 53,31 53,31   482,34 Lucro Bruto 43,06 52,15 69,35 77,4 77,4 77,4 77,4 77,4 77,4 77,4    706,39   Despesas Administrativas e Comerciais 12,22 13,39 16,03 17,01 17,01 17,01 17,01 17,01 17,01 17,01   160,75   Despesas Financeiras 9,81 11,18 22,82 23,40 22,33 18,98 13,16 6,37 0,19 0,10 128,34 Lucro Antes do IR/CSLL 21,04 27,58 30,49 36,99 38,06 41,41 47,23 54,02 60,20 60,29 417,31 (-)IRPJ e C.S.L.L. 5,76 7,56 8,36 10,14 10,44 11,36 12,96 14,82 16,52 16,55 114,46 Lucro Líquido 15,28 20,03 22,14 26,85 27,62 30,05 34,27 39,20 43,68 43,75 302,85 Novos Recursos 41,00 - - - - - - - - -   41,00   Créditos Tributários 16,00 - - - - - - - - -   16,00   Novos Financiamentos 25,00 - - - - - - - - -   25,00 Credores RJ Trabalhistas 4,43 - - - - - - - - -    4,43 Credores RJ Garantia Real e Quirografários 35,12 12,08 12,84 4,56 4,56 4,56 4,56 4,56 4,56 4,56    91,94    Credores Fornecedores até R$10mil 1,32 - - - - - - - - -    1,32    Credores Fornecedores até R$20mil 3,05 - - - - - - - - -    3,05    Credores Fornecedores Acima de R$20mil 30,75 12,08 12,84 - - - - - - -    55,66    Credores Financeiros - - - 4,56 4,56 4,56 4,56 4,56 4,56 4,56   31,91 Débitos não sujeitos a RJ 3,15 4,38 10,64 18,11 19,48 13,03 7,69 8,78 0,91 0,91    87,06    Amortização Novos Financiamentos - - 3,75 4,35 5,04 5,85 6,78 7,87 - -    33,64    Amortização Empréstimos 0,45 2,65 5,3 5,91 6,58 - - - - -    20,89    Passivo Tributário 1,59 1,59 1,59 1,59 1,59 0,91 0,91 0,91 0,91 0,91    12,47    ACC/ACE - - - 6,27 6,27 6,27 - - - -    18,81    Leasing/Finame 1,12 0,14 - - - - - - - -    1,26 Renovação do Parque Industrial - - - - 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00   18,00 Recomposição de Capital de Giro 13,58 3,57 (1,34) 4,18 0,59 9,47 19,03 22,86 35,21 35,28 142,42 Valores em milhões de Reais (R$) Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 49
  • 50. 4.2.2.3 Análise Com base nos resultados projetados é possível destacar:  Como o custo dos produtos vendidos e as despesas variáveis de venda são variáveis de acordo com as receitas geradas, mesmo com o incremento no volume de vendas, o lucro bruto projetado se manterá estável durante todos os períodos, perfazendo uma média de 6,9% perante a receita bruta projetada;  Mesmo com algumas elevações nos gastos fixos, em virtude do aumento do nível de atividade, o efeito da alavancagem operacional é favorável, a ponto de reduzir os custos fixos em termos percentuais, dessa forma, o lucro operacional inicia em 3,20% da receita bruta projetada no primeiro ano, chegando a 5,36% da receita bruta projetada no ano 10;  Conforme a projeção, o lucro líquido apurado ao final de cada ano é suficiente para o pagamento da proposta aos credores e ao cumprimento do pagamento do passivo tributário. Desta forma, fica demonstrada a viabilidade da superação da situação de crise econômico-financeira do GRUPO FRIGOL, permitindo que seja mantida a fonte produtora do emprego dos trabalhadores e os interesses dos credores, promovendo assim a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 50
  • 51. 5. Proposta de pagamento aos credores da Recuperação A premissa adotada para a proposta de pagamento da dívida é a de que os percentuais aplicados sobre as receitas obtidas terão que obrigatoriamente ser respeitados conforme proposto. Para tanto, se faz necessário que a proposta seja condizente com a capacidade de pagamento demonstrada pelas projeções econômico-financeiras, sob pena de inviabilizar o processo de recuperação. Com o intuito de privilegiar o pagamento aos Credores submetidos à recuperação, até o pagamento integral destes, a empresa não poderá distribuir ou constituir reserva para pagamento de lucros aos seus sócios. Para todas as propostas apresentadas, a data utilizada de base para contagem dos prazos de pagamentos será a data de publicação no Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo da decisão de homologação do Plano de Recuperação Judicial e consequente concessão da recuperação das empresas do GRUPO FRIGOL¸ que neste documento será tratada como “Data Inicial”. Entende-se para fins desta proposta como receita líquida o faturamento bruto apurado no período, deduzido de devoluções, abatimentos e impostos sobre vendas tais como: ICMS, PIS, COFINS, etc. 5.1 Classe I: Credores Trabalhistas Os Credores Trabalhistas que possuem multas rescisórias receberão os créditos provenientes destas multas em até 30 dias após a “Data Inicial”. O saldo remanescente será pago em até 30 dias após a entrada em caixa de novos Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 51
  • 52. recursos (Créditos Tributários e/ou Novos Financiamentos) com valor mínimo de R$ 16 milhões, conforme demonstrado nas projeções do item 4.2.2.2. Caso não haja a entrada destes novos recursos no prazo de 12 meses após a “Data Inicial”, o saldo será pago em 12 (doze) parcelas iguais, mensais e consecutivas, sendo a primeira parcela paga imediatamente após o vencimento do prazo de 12 (doze) meses após a “Data Inicial”. A título de juros e atualização monetária, será pago aos Credores Trabalhistas 2% (dois por cento) ao ano, começando a incidir a partir da “Data Inicial”. Ressalte-se que, caso haja a inclusão de algum credor Trabalhista sujeito aos efeitos da Recuperação Judicial ao longo do período da projeção, o mesmo será pago em até 24 meses após a inscrição da dívida no processo. 5.2 Classes II e III - Credores com Garantia Real e Quirografários Para os fins desta proposta, as classes de Credores com Garantia Real e Quirografários foram divididas em 2 grupos: Credores Fornecedores e Credores Financeiros, onde para cada grupo haverá uma proposta de pagamento distinta. No grupo de Credores Fornecedores estão inclusos todos os pecuaristas, suinocultores, prestadores de serviços e demais fornecedores que não se enquadrem como instituições financeiras. No grupo de Credores Financeiros estão inclusas as instituições financeiras como bancos e factorings, pessoas físicas que possuem créditos derivados de contratos de mútuo e empresas ligadas ao Grupo. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 52
  • 53. 5.2.1 Credores Fornecedores Aos Credores Fornecedores, que detém créditos inferiores ou iguais a R$ 10.000,00 (dez mil reais), o pagamento será realizado de forma integral em até 30 (trinta) dias após a “Data Inicial”. Desta forma, serão quitados 517 (quinhentos e dezessete) credores, representando cerca de 38% (trinta e oito por cento) da quantidade total de Credores com Garantia Real e Quirografários. Aos Credores Fornecedores que detém créditos superiores a R$ 10.000,00 (dez mil reais) e inferiores ou iguais a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), o pagamento será realizado em 6 (seis) parcelas mensais iguais e consecutivas, vencendo a primeira em 30 (trinta) dias após a “Data Inicial”. Desta forma, serão quitados mais 199 credores, representando cerca de 15% (quinze por cento) da quantidade total de Credores com Garantia Real e Quirografários. Aos Credores Fornecedores que detém créditos superiores a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a proposta de pagamento passa pela concretização de algumas premissas: a) As empresas do GRUPO FRIGOL possuem créditos tributários junto a Fazenda Estadual de São Paulo, que montam uma quantia aproximada de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais). Tais créditos, depois de auditados e fiscalizados pela Fazenda Estadual, serão vendidos, gerando um caixa de aproximadamente R$ 16.000.000,00 (dezesseis milhões de reais). b) Desde o pedido de recuperação judicial o GRUPO FRIGOL vem buscando junto a instituições financeiras, fundos de investimentos e investidores nacionais e internacionais, novos recursos para capitalização de seu negócio. Algumas Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 53
  • 54. destas instituições têm demonstrado grande interesse nesta operação, que pode chegar a um montante de R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais). O GRUPO FRIGOL propõe aos Credores Fornecedores com créditos superiores a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) que caso haja entrada destes novos recursos, seja destinado 75% (setenta e cinco por cento) do valor a estes credores em até 30 (trinta) dias após a entrada dos mesmos em seu caixa. O saldo remanescente será pago com 12 (doze) meses de carência da “Data Inicial” em parcelas semestrais, através da destinação de 1,69% da receita líquida realizada nos 6 (seis) meses anteriores ao pagamento. O primeiro pagamento acontecerá até o 10° (décimo) dia útil subsequente ao período de carência e os demais sucessivamente a este. O GRUPO FRIGOL garante a estes credores uma parcela mínima de 50% (cinquenta por cento) da projetada, caso o faturamento não ocorra conforme o esperado. Conforme as projeções, o saldo remanescente será pago em 24 (vinte e quatro) meses após o período de carência. Se considerarmos a data de liberação dos novos recursos como a vista, temos um prazo médio de pagamento a estes credores de aproximadamente 16 (dezesseis) meses. Caso dentro de 12 (doze) meses após a “Data Inicial” os pagamentos destinados aos Credores, oriundos dos valores arrecadados conforme os itens "a" e "b", sejam inferiores a 30% do montante total devido, a amortização da dívida se dará em 6 (seis) parcelas semestrais, iguais e consecutivas. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 54
  • 55. A título de juros e atualização monetária, será pago aos Credores Fornecedores 3% (três por cento) ao ano, começando a incidir a partir da “Data Inicial”. Os pagamentos desses valores ocorrerão semestralmente. 5.2.2 Credores Financeiros A proposta de pagamento aos Credores Financeiros consiste na aplicação de um deságio de 60% (sessenta por cento) sobre a dívida e pagamentos anuais, através da destinação de um percentual a ser aplicado sobre a receita líquida realizada nos 12 meses anteriores ao pagamento. O primeiro pagamento ocorrerá no 10° (décimo) dia útil subsequente ao período de carência de 48 (quarenta e oito) meses, a contar da “Data Inicial”. Os demais pagamentos ocorrerão sucessivamente ao primeiro, até a liquidação total da dívida que, conforme a projeção do item 4.2.2.2, ocorrerá no 10° (décimo) ano. Assim, o primeiro pagamento ocorrerá através da aplicação do percentual proposto sobre a receita líquida realizada entre o 37° (trigésimo sétimo) e o 48° (quadragésimo oitavo) meses posteriores a “Data Inicial”. Os percentuais propostos (arredondados para duas casas decimais), bem como a receita líquida projetada estão expostos no quadro a seguir: RECEITA LÍQUIDA  PERCENTUAL  PAGAMENTO  ANO  (R$)  PROPOSTO  PROJETADO (R$)              ANO 1  617.711.716 0,00%  ‐  ANO 2  714.563.407 0,00%  ‐  ANO 3  944.039.467 0,00%  ‐  ANO 4  1.038.887.507 0,44%  4.558.122  ANO 5  1.038.887.507 0,44%  4.558.122  ANO 6  1.038.887.507 0,44%  4.558.122  ANO 7  1.038.887.507 0,44%  4.558.122  ANO 8  1.038.887.507 0,44%  4.558.122  ANO 9  1.038.887.507 0,44%  4.558.122  ANO 10  1.038.887.507 0,44%  4.558.122          TOTAL  31.906.857  Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 55
  • 56. A título de juros e atualização monetária, será pago aos Credores Financeiros 2% (dois por cento) ao ano, começando a incidir a partir da “Data Inicial”. Os pagamentos desses valores ocorrerão anualmente, inclusive durante o período de carência. 5.3 Aceleração de Pagamento No intuito de proporcionar aceleração ao pagamento dos Credores e liquidar com maior brevidade seu passivo, o GRUPO FRIGOL propõe duas formas de amortização acelerada, uma para os Credores Fornecedores Estratégicos (Pecuaristas e Suinocultores) e outra para os Credores Instituições Financeiras. 5.3.1 Aceleração de Pagamento Credores Fornecedores A proposta de aceleração de pagamento aos Credores Fornecedores Estratégicos incidirá sobre as compras realizadas pelo GRUPO FRIGOL a partir da “Data Inicial”. Durante os 12 meses subsequentes a esta data, a cada compra realizada será acrescido 1% sobre o valor total da fatura, que será pago a título de amortização acelerada do passivo inscrito no processo de Recuperação Judicial, até que haja sua liquidação. A partir do 13º (décimo terceiro) mês após a “Data Inicial”, a cada compra realizada será acrescido 2% sobre o valor total da fatura, que será pago a título de amortização acelerada do passivo inscrito no processo de Recuperação Judicial, até que haja sua liquidação. O pagamento deste percentual adicional sobre as novas compras que liquidará o passivo inscrito na recuperação judicial antecipadamente será calculado sobre as compras realizadas nos 2 (dois) meses anteriores ao pagamento. O primeiro pagamento ocorrerá no 10° (décimo) dia útil subsequente ao segundo mês contado a partir da “Data Inicial”, sendo os seguintes bimestralmente após o primeiro. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 56
  • 57. 5.3.2 Aceleração de Pagamento aos Credores Financeiros Os Credores Financeiros inscritos na recuperação judicial que se propuserem a negociar com o GRUPO FRIGOL, viabilizando através de novos empréstimos a possibilidade da empresa conquistar maior espaço no mercado, recompor seu capital de giro, podendo expandir sua atuação e representatividade, usando seu potencial para realizar mais negócios, melhorando inclusive os índices previstos nas projeções, passarão a receber, segundo as regras deste item, um percentual adicional destes novos recursos, conforme a seguir:  Os montantes das tranches a serem fornecidas através de empréstimo/fomento terão seu valor definido a um mínimo estipulado entre as partes;  Estes novos recursos serão remunerados por CDI (Certificados de Depósito Interbancário) mais 0,2% ao mês;  Os novos empréstimos/fomentos realizados terão carência mínima para amortização do principal de 12 (doze) meses da data do contrato. Durante este período serão pagos a atualização monetária e os juros ao final de cada 30 (trinta) dias a partir da data de assinatura do contrato;  Após o período inicial da carência, as amortizações serão realizadas em um prazo mínimo de 48 (quarenta e oito) meses, iniciando-se o primeiro pagamento da parcela de amortização 30 (trinta) dias após o vencimento do prazo de 12 (doze) meses da contratação do empréstimo;  Aos Credores que aderirem a esta clausula de aceleração de pagamento o deságio sobre os créditos inscritos no processo de Recuperação Judicial Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 57
  • 58. proposto poderá reduzir para até 30% (trinta por cento), sendo calculada esta redução de forma proporcional ao dinheiro novo ofertado em relação a dívida inscrita na Recuperação Judicial, da seguinte maneira: Se o credor fornecer dinheiro novo no montante superior ou igual ao de sua dívida inscrita na RJ, seu deságio cai para 30%, se fornecer metade do valor inscrito na RJ seu deságio cai para 45%, esta metodologia de cálculo será aplicada para qualquer valor emprestado;  Para a amortização do passivo da recuperação judicial existente no quadro geral de credores referente ao credor que se habilitar para participar desta cláusula de amortização acelerada, será pago 10% (dez por cento) do valor do dinheiro novo, limitado ao valor do crédito inscrito na Recuperação Judicial;  Toda a destinação e utilização de recursos deverão ser acompanhadas pelo credor que participar desta proposta através das demonstrações contábeis apresentadas pelo GRUPO FRIGOL. 5.4 Credores de Adiantamento de Contrato de Cambio - ACC Para os credores detentores de créditos provenientes de Adiantamentos de Contrato de Cambio - ACC que aderirem a esta proposta de pagamento, a proposta esta dividida em dois grupos: os Credores com Contratos de Cambio baixados e os que ainda estão em posição, a saber: 1) ACC(s) Baixados – O GRUPO FRIGOL reconhece, para aqueles credores que aderirem a esta proposta, a dívida gerada em Reais tanto para a baixa do contrato de cambio Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 58
  • 59. como os Encargos Financeiros recolhidos junto ao Banco Central. A proposta consiste em pagamentos mensais, sendo o primeiro pagamento realizado no 10° (décimo) dia útil subsequente ao término de um período de carência de 36 (trinta e seis) meses a contar da “Data Inicial” em 36 (trinta e seis) parcelas iguais, mensais e consecutivas, com correção monetária pela TR + 1% a.a. 2) ACC(s) Em posição – O GRUPO FRIGOL reconhece, para aqueles credores que aderirem a esta proposta, a divida ainda em US$ (dólares americanos). A proposta consiste em pagamentos mensais, sendo o primeiro pagamento realizado no 10° (décimo) dia útil subsequente ao término de um período de carência de 36 (trinta e seis) meses a contar da “Data Inicial” em 36 (trinta e seis) parcelas iguais, mensais e consecutivas com correção monetária pela Libor. Durante o período de carência os Contratos serão performados (renovados) anualmente através de exportações da própria empresa. 5.5 Fixação do Prazo de Pagamento Para os Credores com Garantia Real, Credores Quirografários Financeiros e Credores Quirografários Fornecedores com créditos acima de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a proposta prevê a destinação de um percentual da receita líquida realizada pelo GRUPO FRIGOL. Logo, (i) Se a receita realizada for igual à projetada, então, ao final do 10º (décimo) ano, o passivo total sujeito à recuperação judicial atualizado terá sido pago na integralidade aos credores; Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 59
  • 60. (ii) Se a receita efetivamente realizada for superior à projetada, então poderá ocorrer o pagamento total aos credores em um prazo inferior aos 10 (dez) anos projetados; e (iii)Se a receita efetivamente realizada ficar aquém da estimada, haverá um saldo remanescente ao final do 10º (décimo) ano, sobre o qual outorgam os credores sobre ele remissão em favor do GRUPO FRIGOL e seus co- obrigados, equivalendo os pagamentos até então realizados na quitação do passivo total sujeito à Recuperação Judicial, estendendo-se a quitação às garantias reais e fidejussórias prestadas. Vale ressaltar, que durante o período acima mencionado os Credores receberão os percentuais estipulados, sendo certo que ao final do período dar-se-á em qualquer das hipóteses acima (i, ii e iii) a quitação integral das obrigações do GRUPO FRIGOL atinentes ao passivo sujeito à recuperação judicial, considerando-se saldadas todas as dívidas, para nada mais reclamarem os credores contra elas ou seus coobrigados. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 60
  • 61. 6. Créditos Contingentes - Impugnações de Crédito e Acordos Os créditos listados na Relação de Credores do Administrador Judicial poderão ser modificados, e novos créditos poderão ser incluídos no Quadro Geral de Credores, em razão do julgamento dos incidentes de habilitação, divergências, ou impugnação de créditos ou acordos. Se novos créditos forem incluídos no Quadro Geral de Credores, conforme previsto acima, receberão seus pagamentos nas mesmas condições e formas de pagamentos estabelecidos neste Plano, de acordo com a classificação que lhes foi atribuída, sem direito aos rateios de pagamentos eventualmente já realizados. Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 61
  • 62. 7. Baixa dos Protestos Consoante a Lei nº 9492/1997 (Lei do Protesto), os documentos de dívida mercantil ou de serviços que comprovem o compromisso entre o credor e o devedor, em casos de não-pagamento, possuem legalmente assegurado o processo de Protesto Público, formal e solene. Isso para que fique caracterizado o descumprimento pelo devedor e comprovado por um Órgão de Autoridade e Fé Pública, com respaldo na legislação, que dá legitimidade ao protesto e autoridade a seus efeitos. A lei regulamenta um instrumento para evitar a impunidade e atitudes de má-fé, restaurando a moralidade e seriedade em qualquer transação comercial. O GRUPO FRIGOL, requereu o benefício legal da Recuperação Judicial de forma a garantir a manutenção das fontes produtoras, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, suas funções sociais e o estímulo à atividade econômica, e apresenta em juízo aos Credores o Plano de Recuperação Judicial, objeto deste documento, que por sua vez, após aprovado em Assembleia Geral de Credores, constituirá título executivo judicial, nos termos do art. 475-N da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. Além disso, o artigo 59 da Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas) determina que a aprovação do Plano de Recuperação Judicial pelos Credores implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 1º do art. 50 desta Lei (concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas). Plano de Recuperação Judicial | GRUPO FRIGOL | 62