O documento discute diferentes estilos de aprendizagem e a importância de se levar em conta a variação de estilos ao ensinar. Também aborda a dinâmica de grupos e a necessidade de estabelecer limites claros no grupo por meio de um contrato pedagógico.
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
Psicopedagoga discute modalidades de aprendizagem
1. Andreia Pessôa- Psicopedagoga com formação Psicanalítica
Formação Continuada de Professores / Maio de 2013
Público Alvo: Educação infantil, Ensino fundamental e médio
Método interativo participativo
Duração: 1h 30min
Dinâmica: GO x GV
EIXO DO TEMA: LIMITES – RESPEITO E SUPERARAÇÃO
A dinâmica do aprender e do ensinar
A forma como a família qualifica o ato de aprender e como ela aprende e ensina – é
determinante na formação do nosso modelo de aprender ao longo da vida. Assim, nossa
tendência é ensinar com base no modo como aprendemos. Os professores precisam ter claro que
as pessoas têm diferentes estilos de aprender e, por isso, é preciso ensinar a partir dessa
variação de estilos.
¹ “Em cada um de nós, podemos observar uma particular “modalidade de aprendizagem –
M.A”, quer dizer, uma maneira pessoal para aproximar-se do conhecimento e para
conformar seu saber. Tal M.A construí-se desde o nascimento, e através dela nos
deparamos com a angústia inerente ao conhecer-desconhecer”.
Sara Paín observa a constituição de diferentes modalidades nos processos representativos
cujos extremos podem ser descritos como: Hipoassimilação/hiperacomodação,
Hipoacomodação/hiperassimilação.
Podemos descrever a hipoassimilação como uma pobreza de contato com o objeto que
redunda em esquemas de objetos empobrecidos, déficit lúdico e criativo. A criança é bastante
tímida, quase não fala, não explora objetos/conteúdos, costuma querer ficar em uma mesma
atividade.
A hiperassimilação: predomínio da subjetivação, desrealização do pensamento,
dificuldade para resignar-se. A criança traz vários assuntos enquanto realiza a atividade,
conversa, pergunta, questiona, mas não costuma ouvir porque já esta formulando outra pergunta.
Prende-se aos detalhes e não observa o todo.
A hiperacomodação: pobreza de contato com a subjetividade, superestimulação da
imitação, falta de iniciativa, obediência acrítica às normas, submissão. Lamentavelmente, a M.A
hipoassimilativa/hiperacomodativa é a vedete de nosso sistema educativo. Muitos “bons alunos”
¹ Fernández, Alicia. A Inteligência Aprisionada, pág.107
² São onze os incisos do Art.3º da LDB 9394/96 – CF/88 – Art. 206
³ São oito incisos no Art. 12 da LDB 9394/96
2. Andreia Pessôa- Psicopedagoga com formação Psicanalítica
encontram-se nesta situação. Tem dificuldade de criar, prefere copiar, repete o que aprende sem
questionar, sem investigar, é muito obediente, aceita tudo.
A hipoacomodação: pobreza de contato com o objeto, dificuldade na internalização de
imagens, a criança sofreu a falta de estimulação ou o abandono. Apresenta dificuldade de
estabelecer vínculos emocionais e cognitivos. Pode ser confundido com um ser preguiçoso.
Também não explora muitos objetos apresentados como se eles fossem “machuca-los”.
Normalmente permanece em uma mesma atividade.
Os Limites no Grupo
Este tópico aborda o mundo e os limites do nosso entendimento. Um sujeito organizado
em relação ao seu contexto consegue perceber que há muita coisa acontecendo que ele não
pode captar ou entender. A arte da escuta, da atenção e a da disponibilidade para ler o mundo
favorecem a construção de um sujeito instrumentalizado para ser feliz. A sala de aula é espaço
privilegiado para essas aprendizagens, pois reúne diferenças no mesmo espaço.
Segundo Pichon-Riviére pode-se falar em grupo quando um conjunto de pessoas movidas
por necessidades semelhantes se reúne em torno de uma tarefa especifica. Diz que a estrutura do
grupo se compõe pela dinâmica dos 3D: o depositado, o depositário e o depositante, e denomina
os papéis que compõem o grupo em cinco: líder de mudança, líder de resistência, bode expiatório,
representantes do silêncio e o porta voz.
Construir o Contrato Pedagógico seria o primeiro passo para estabelecer o limite
necessário no grupo, pois se precisam regular as pautas de comportamento e convivência com
base neste estatuto professor/aluno. Perceber a dinâmica do grupo e o desempenho dos papéis
seria o passo seguinte ao estabelecimento das regras.
Pontos a serem pensados em seguida
• Contratar com o grupo como vai funcionar, esclarecer os limites, rever o que foi acordado
diante as dificuldades e avaliar com o grupo como tudo está se desenvolvendo;
• O tom e a temperatura das relações entre as pessoas. A natureza e dinâmica das
atividades;
• Desenvolver o sentimento de pertencimento a um grupo, nascida da qualidade das
relações;
• Ações coletivas comuns a todos e técnicas de sensibilização;
• A liderança (professor) realmente ser o articulador, capaz de ouvir as necessidades do
grupo;
• Posicionamento coerente e sensato, pautado na ética e no estatuto que envolve o grupo;
¹ Fernández, Alicia. A Inteligência Aprisionada, pág.107
² São onze os incisos do Art.3º da LDB 9394/96 – CF/88 – Art. 206
³ São oito incisos no Art. 12 da LDB 9394/96
3. Andreia Pessôa- Psicopedagoga com formação Psicanalítica
• Reforçar regularmente o conceito de grupo, com a partilha grupal para estabelecer o
equilíbrio na pseudoambiguidade existente no grupo.
• Lembrar que os valores dos alunos, assim como os seus tem base nas projeções
vivenciadas no grupo familiar, sendo assim, o valor que “EU” acredito pode não ser igual,
ter o mesmo valor e intensidade que o do “OUTRO”.
• As relações educativas cujos norteadores são o sim e o não precisam ser estabelecidos
de forma coerente, um compromisso de todos na escola.
“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no
outro. Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei,
porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e
me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a
novidade.”
Paulo Freire
Como questiona Rubem Alves, você é um eucalipto ou um jequitibá?
LEI Nº. 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.
Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei Senador Darcy Ribeiro
• ²Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV – respeito á liberdade e apreço à tolerância;
• ³Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu
sistema de ensino, terão a incumbência de:
I – elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II – administrar seu pessoal e seus recursos matérias e financeiros;
III – assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;
IV – velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V – prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI – articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade
com a escola;
• Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
I – participar da elaboração d proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
¹ Fernández, Alicia. A Inteligência Aprisionada, pág.107
² São onze os incisos do Art.3º da LDB 9394/96 – CF/88 – Art. 206
³ São oito incisos no Art. 12 da LDB 9394/96
4. Andreia Pessôa- Psicopedagoga com formação Psicanalítica
II – elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino;
III – zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV – estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
V – ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos
períodos.
VI – colaborar coma as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.
• Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação
[...]
V – período reservado a estudos, planejamentos e avaliação, incluído na carga de trabalho.
Referência Bibliográfica
FERNÁNDEZ, Alicia. A Inteligência Aprisionada. Porto Alegre: Artmed, 1991.
LDB Nº 9394/96
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 1996.
¹ Fernández, Alicia. A Inteligência Aprisionada, pág.107
² São onze os incisos do Art.3º da LDB 9394/96 – CF/88 – Art. 206
³ São oito incisos no Art. 12 da LDB 9394/96