Saulo tem uma conversa espiritual com Abigail sobre como propagar o evangelho de Cristo. Abigail enfatiza a importância de amar, trabalhar, esperar, perdoar e confiar na misericórdia de Deus, mesmo quando enfrentar dificuldades na unificação das pessoas e na propagação da verdade.

1. “Abigail adiantou-se
sempre carinhosa:
Saulo, para certeza da
vitória no escabroso
caminho, lembra-te de
que é preciso dar; ...

2. Jesus deu ao
mundo quanto
possuía e, acima
de tudo, deu-nos a
compreensão
intuitiva das
nossas
fraquezas, para
tolerarmos as
misérias
humanas...

3. O moço tarsense
notou que
Estêvão, nesse
ínterim, se
despedia, endereç
ando-lhe um olhar
fraterno.

4. Abigail por sua vez,
apertava-lhe as mãos
com intensa ternura.

5. O Ex-rabino
desejaria prolongar
a deliciosa visão
para o resto da
vida, manter-se
junto dela para
sempre; contudo, a
entidade querida
esboçava um gesto
de amoroso adeus.

6. Esforçou-
se, então, por
catalogar
apressadamente
suas necessidades
espirituais, desejoso
de ouvi-la
relativamente aos
problemas que o
defrontavam.

7. Ansioso de
aproveitar as
mínimas parcelas
daquele
glorioso, fugaz
minuto, Saulo
alinhava
mentalmente
grande número de
perguntas. ...

8. Que fazer para
adquirir a
compreensão
perfeita dos
desígnios do
Cristo? ...

9. - Ama!
– respondeu Abigail
espontaneamente.

10. Mas, como
proceder de modo
a enriquecermos na
virtude divina?
Jesus aconselha o
amor aos próprios
inimigos. ...

11. Entretanto, considerava
quão difícil devia ser
semelhante realização.
...

12. Penoso
testemunhar
dedicação, sem o
real entendimento
dos outros.

13. Como fazer para que
a alma alcançasse
tão elevada
expressão de
esforço com Jesus-
Cristo?

14. - Trabalha!.
Esclareceu a noiva
amada sorrindo
bondosamente.

15. Abigail tinha
razão. Era
necessário realizar
a obra de
aperfeiçoamento
interior. Desejava
ardentemente
fazê-lo. ...

16. Para isso insulara-
se no deserto, por
mais de mil dias
consecutivos.

17. Todavia, voltando ao
ambiente do esforço
coletivo, em
cooperação com
antigos
companheiros, acalent
ava sadias esperanças
que se converteram
em dolorosas
perplexidades.

18. Que providências
adotar contra o
desânimo
destruidor?

19. - Espera!
Disse ela ainda, num
gesto de terna
solicitude, ...

20. ..., como quem
desejava
esclarecer que a
alma deve estar
pronta a atender
ao programa
divino, ...

21. ..., em qualquer
circunstância, extr
eme de caprichos
pessoais.

22. Ouvindo-a, Saulo
considerou que a
esperança fora
sempre a
companheira dos
seus dias mais
ásperos.

23. Saberia aguardar o
porvir com as
bênçãos do
Altíssimo.
Confiaria na sua
Misericórdia. Não
desdenharia as
oportunidades do
serviço redentor.

25. Reconhecia que, de
fato, a concordância
geral em torno da
realização do Mestre
Divino representava
uma das realizações
mais difíceis, no
desdobramento do
Evangelho: ...

26. Mas além disso, as
criaturas pareciam
igualmente
desinteressadas
da verdade e da
luz.

27. Os israelitas
agarravam-se à lei
de
Moisés, intensifica
ndo o regime das
hipocrisias
farisaicas; ...

28. Os seguidores do
“Caminho”
aproximavam-se
novamente das
sinagogas, fugiam dos
gentios, submetiam-
se, rigorosamente,
aos processos da
circuncisão. ...

30. Onde as vastas
esperanças que o
seu amor trouxera à
Humanidade
inteira, sem
exclusão dos filhos
de outras raças? ...

31. Concordavam em
que se fazia
indispensável
amar, trabalhar,
esperar,
entretanto, como
agir no âmbito de
forças tão
heterogêneas? ...

32. Como conciliar as
grandiosas lições
do Evangelho com
a indiferença dos
homens? ...

33. Abigail apertou-lhe
as mãos com mais
ternura, a indicar
as despedidas, e
acentuou
docemente: ...

34. - Perdoa!...”
• (Emmanuel, Paulo e Estêvão, 26.
ed., p. 308-309).