2. Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão. Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
(Fonte: QUINTANA, Mário.Esconderijos do tempo.
Porto Alegre: L&PM,1980.)
3. O poema é um texto literário, geralmente escrito na
forma vertical, isto é, um verso embaixo do outro. Pode
ocupar o espaço do papel de variadas maneiras, por ser
possível formá-lo utilizando versos e estrofes de
tamanho e números diferentes.
.
12. Sentido literal : nesse caso, o sentido da palavra é
exato, direto, simples, não deixa dúvida.
Geralmente, nos textos em que deve predominar
uma linguagem clara e objetiva, como os jornalísticos
e científicos, as palavras aparecem com um único
sentido, aquele que aparece nos dicionários.
O sentido literal também é chamado denotativo.
13. Sentido figurado: quando o sentido da palavra
aparece com um sentido ampliado ou alterado no
contexto, sugerindo idéias diferentes do sentido literal,
dizemos que a palavra está no sentido figurado.
O sentido figurado também é chamado conotativo.
14. Observe essas duas definições:
Poemas são Pássaros – Mário Quintana
Poema é obra, texto em verso - Dicionário
15. Agora escreva uma definição científica e uma poética
para CORAÇÃO
Científica
A intenção de comunicação do cientista é explicar o
órgão vital ao corpo humano
Poética
A intenção comunicativa do poeta é criar outros
significados para uma palavra que já existe e tem seu
significado.
16. Dona cômoda
Dona Cômoda tem três gavetas.
E um ar confortável de senhora rica.
Nas gavetas guarda coisas de outros tempos, só para si.
Foi sempre assim, dona Cômoda:
gorda, fechada, egoísta.
17. Ritmo e musicalidade
Rima:é a repetição de sons no final de palavras. O
que dá musicalidade ao poema
18. DUAS DÚZIAS DE COISINHAS À-TOA QUE DEIXAM A
GENTE FELIZ
(Otávio Roth)
Passarinho na janela, pijama de flanela, brigadeiro na panela.
Gato andando no telhado, cheirinho de mato molhado, disco
antigo sem chiado.
Pão quentinho de manhã, dropes de hortelã, grito de Tarzan.
Tirar a sorte no osso, jogar pedrinha no poço, um cachecol no
pescoço.
Papagaio que conversa, pisar em tapete persa, eu te amo e
vice-versa.
Vagalume aceso na mão, dias quentes de verão, descer de
corrimão.
Almoço de domingo, revoada de flamingo, herói que fuma
cachimbo.
Anãozinho de jardim, lacinho de cetim, terminar o livro
assim.
19. Canção do Exílio (Gonçalves Dias)
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
20. Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.