Este concerto apresentará obras musicais portuguesas e brasileiras do século XVIII para dois coros ou mais, mostrando uma vertente pouco conhecida da produção musical luso-brasileira deste período de transição entre estilos. O programa inclui obras de compositores portugueses e brasileiros que estudaram no Real Seminário da Patriarcal de Lisboa, traçando uma linha de influências musicais entre mestres e discípulos.
1. AMERICANTIGA & CORO OLISIPO
Ricardo Bernardes – director
Comentários: Cristina Fernandes
Músicos:
Músicos:
Sopranos:
Elsa Cortez
Mónica Monteiro
Susana Duarte
Altos:
Luísa Tavares
Lucinda Gerhardt
Catarina Saraiva
Tenores:
Carlos Monteiro
João Sebastião
Pedro Matos
Baixos:
Armando Possante
Hugo de Oliveira
Sérgio Silva
Diana Vinagre - violoncelo
Duncan Fox - baixo
António Esteireiro– órgão
Rodrigo Teodoro de Paula – cravo
2. Breves notas de programa:
Música Policoral na Capela Real e Patriarcal de Lisboa no Século XVIII
Este concerto pretende mostrar uma vertente pouco conhecida da produção musical
luso-brasileira do século XVIII que é sua produção policoral, ou seja, obras para dois
coros ou mais. Este repertório de transição agrega elementos do estilo antigo ainda
ligado ao contraponto praticado em Portugal nos séculos XVI e XVII às inovações
harmônicas e de escrita vocal solística do estilo concertado, típicas do processo de
italianização musical iniciado no reinado de D. João V. É portanto um repertório
belíssimo e singular, que faz deste anacronismo de fusão de técnicas e estilos como o
elemento mais precioso e característico da produção musical luso-brasileira do
período. O repertório do concerto é composto majoritariamente de obras escritas em
Portugal e no Brasil por compositores portugueses, dando também espaço para
compositores portugueses atuantes no Brasil ou de lá nativos como André da Silva
Gomes e José Maurício Nunes Garcia. Procura-se traçar uma linha imaginária de estilos
musicais, de mestres e discípulos do Real Seminário da Patriarcal de Lisboa e de como
esta música foi difundida no mundo português. José Joaquim dos Santos é o fim
condutor, o mestre da Patriarcal que tem José Alves, André da Silva Gomes, Marcos
Portugal e António Leal Moreira como discípulos, culminando na produção já de inícios
do século XIX com José Maurício Nunes Garcia que nunca deixou o Rio de Janeiro.
O concerto também pretender jogar espacialmente com os efeitos policorais,
propondo diferentes posicionamentos dos cantores na igreja em grupos de solistas ou
ripieno a cada grupo de obras, de modo a criar o desejado efeito de surpresas, assim
com o jogo de perguntas e respostas sugeridos pelas partituras.