3. Capítulo XII
Jantar em casa dos Gouvarinhos.
Objetivo:
Este jantar teve como objetivo juntar a aristocracia (nobreza) e a alta burguesia,
bem como a camada dirigente do país, e “desmascarar” a sua ignorância.
Permitiu, através das conversas, observar a subvalorização dos valores sociais, o
atraso intelectual do país e a mediocridade mental de algumas figuras de alta
burguesia e da aristocracia.
Relação com a intigra central:
Sabendo que a intriga central se foca nos amores de Carlos Eduardo e de Maria
Eduarda, a relação do capítulo XII com esta mesma intriga está no que acontece
a seguir ao jantar: Carlos, depois de sair da casa da tia da Condessa (onde o
mantiveram “aprisionado” durante a tarde), foi visitar Maria Eduarda, onde lhe
declarou o seu amor, que é, por sua vez, correspondido..
4. Críticas à sociedade Portuguesa:
Durante o jantar, houve momentos onde se discutiu assuntos como a
escravatura (Ega) – “A mulher só devia ter duas prendas: cozinhar bem e
amar bem”; (Conde) – “Decerto o lugar da mulher era junto ao berço, não
na biblioteca”), onde se fez paradoxos e onde se presenciou a
reconciliação entre Carlos e a Condessa. Ao longo da discussão dos vários
temas, o carácter impiedoso e crítico, a ignorância e a superficialidade nas
opiniões foram aspetos que se fizeram notar.
São aspetos como estes que sustentam a crítica que Eça faz à sociedade
portuguesa do século XIX, o qual a caracteriza como fútil, superficial e
ignorante. O facto de se prezar demasiado a importação de modas
estrangeiras também contribui para esta crítica, uma vez que impede o
progresso e a renovação das mentalidades. Assim, constitui uma verdadeira
caricatura da antiga sociedade portuguesa que, apesar de os contextos
serem diferentes, está ainda conservada.
Ambos se envolvem pela primeira vez. Perante o desejo de Maria Eduarda de
viver num lugar mais calmo, longe das coscuvilhices e dos vizinhos, Carlos
compra a Quinta dos Olivais a Craft – Afonso aprova o investimento,
desconhecendo, contudo, o motivo do mesmo.
5. Personagens intervenientes:
Neste jantar, intervêm os personagens Carlos da Maia, Sousa Neto e sua mulher,
João da Ega, conde e Condessa de Gouvarinho, D. Maria da Cunha e a
baronesa de Alvim, de entre os quais se destacam João da Ega, o Conde e
Condessa de Gouvarinho e Sousa Neto.
João da Ega
Apresentando uma função naturalista e realista na
obra, João da Ega era uma personagem
contraditória.
João da Ega por um lado, mostra-se romântico e
sentimental. Por outro, crítico e sarcástico.
Excêntrico, exagerado, ateu, leal aos seus amigos,
diletante, amigo inseparável de Carlos e um falhado
corrompido pela sociedade.
6. Conde do Gouvarinho
Conde de Gouvarinho era deputado. Era voltado para o
passado. Tem falhas de memória e revela uma enorme
falta de cultura. É fútil, vaidoso, maçador e
incompetente. Para além disso, não compreende a ironia
sarcástica de Ega. Representa a incompetência do
poder político.
Condessa de Gouvarinho
A condessa de Gouvarinho é uma mulher fútil, que
despreza o marido pelo seu fraco poder económico e
que desenvolve uma paixão por Carlos (até este se fartar
dela). É imoral, provocadora, sem escrúpulos, sensual e
anda sempre vestida de forma exuberante. Representa
as mulheres adúlteras.
7. Sousa Neto
Sousa Neto é representante da instrução pública. É
um homem ignorante, defende a imitação do
estrangeiro e não tem opinião própria. É uma
personagem-tipo da burocracia, mostra ineficácia na
Administração.
8. Críticas à sociedade Portuguesa:
Critica-se, nestes episódios, a decadência do jornalismo português, pois os
jornalistas deixam-se corromper, motivados por interesses económicos (é o caso
de Palma Cavalão, do jornal A Corneta do Diabo) ou evidenciam uma
parcialidade comprometedora, originada por motivos políticos (é o caso de
Neves, diretor do jornal A Tarde).
Capítulo XV
9. Capítulo XV - A Corneta do Diabo
Carlos dirige-se, com Ega, a este jornal, que publicara uma carta escrita por
Dâmaso Salcede, insultando Carlos e expondo, em termos degradantes, a
sua relação amorosa com Maria Eduarda, Palma Cavalão revela o nome do
autor da carta e mostra aos dois amigos o original, escrito pela letra de
Dâmaso Salcede, a troco de “cem mil réis”;
Personagens intervenientes:
Neste capítulo, intervêm os personagens Carlos da Maia, João da Ega, Palma
Cavalão e Dâmaso Salcede.
Palma Cavalão
Palma Cavalão surge como um jornalista
corrupto, facilmente “agitado com o tinir do
dinheiro”. O nome de “Cavalão” fora
atribuído ao Palma para o distinguir de outro
benemérito chamado Palma Cavalinho.
10. Dâmaso Salcede
Dâmaso Salcede era presumido, cobarde e sem
dignidade. Mesquinho e convencido, provinciano e
tacanho. Este tem uma única preocupação na vida,
o “chic a valer”.
Capítulo XV – Jornal A Tarde
Neves, o diretos do jornal, acede a publicar a carta em que Dâmaso Salcede
se confessava embriagado ao redigir a carta insultuosa, mencionando a
relação de Carlos e de Maria Eduarda, por concluir que, afinal, não se tratava
do seu amigo político Dâmaso Guedes, o que o teria levado a rejeitar a
publicação.
11. Personagens intervenientes:
Neste capítulo, intervêm os personagens João da Ega, Dâmaso Salcede, Neves
e Vitorino Cruges.
Vitorino Cruges
Vitorino Cruges era maestro e pianista patético, era amigo de Carlos e ìntimo do
Ramalhete. Era demasiado chegado à sua velha mãe. É desmotivado devido ao
meio lisboeta – “ Se eu fizesse uma boa ópera, quem é que ma representava”.
12. Capítulo XVI
Antes do Sarau.
Em casa de Maria Eduarda, Carlos tenta convencer Ega a não ir ao Teatro .
Enquanto isto, Maria Eduarda toca piano.
Carlos e Ega deixam a casa e dirigem-se ao Teatro pela Rua de S. Francisco, Maria
Eduarda fica em casa, estes para em frente ao Teatro da Trindade e avistam o Sr.
Guimarães.
Durante o Sarau.
Ega conhece Sr. Guimarães, o tio de Dâmaso que vivia em Paris e trabalhava no
jornal, que lhe viera pedir explicações sobre a carta que Dâmaso escrevera, que lhe
disse ter sido Ega a obrigá-lo a fazer. Ega e Guimarães acabam por resolver tudo e
ficam amigos.
13. Depois do Sarau.
Mais tarde, quando Ega se ia embora, Guimarães aparece dizendo-lhe que tem
um cofre da mãe de Carlos para entregar à família, que esta lhe tinha pedido
para entregar antes de morrer. No meio da conversa, Ega descobre que Carlos
tem uma irmã, e Guimarães diz tê-los visto aos três numa carruagem: Carlos, Ega e
a irmã, Maria Eduarda. Depois, Guimarães conta a Ega o passado de Maria
Monforte inclusive a mentira que ela dissera a Maria Eduarda sobre o seu pai, e diz
que Maria é filha de Pedro da Maia, pois ele era amigo da família e nessa altura já
os visitava. Fala também da fuga da Monforte com Tancredo, da filha que eles
tiveram e morreu em Londres, e depois, da vida de Maria Eduarda no convento,
que ele próprio visitara. Guimarães entrega o cofre a Ega, que chocado com a
verdade, decide pedir a Vilaça para contar tudo a Carlos.
14. Personagens intervenientes:
Neste capítulo, intervêm os personagens Rufino, Guimarães, Prata, Maria Eduarda,
Carlos da Maia, João da Ega , Sousa Neto, Gonçalo, Marquês, Vargas, Mendonça,
Pinheiro, Neves, Gouvarinho e esposa, Alencar, Joaninha Vilar, D. Maria Cunha.
Rufino
Rufino é um deputado por Monção. É um
símbolo da oratória parlamentar, utilizando uma
retórica balofa e oca com uma mentalidade
profundamente provinciana e retrógrada.
15. Guimarães
Guimarães conheceu a mãe de Maria Eduarda, que lhe confiou um cofre
contendo documentos que identificavam a filha. Guimarães é, portanto, o
mensageiro da trágica verdade que destruirá a felicidade de Carlos e de Maria
Eduarda.
16. Ana Pereira;
Catarina Sousa;
Sandra Carvalho;
Vânia Silva.
Trabalho elaborado por:Trabalho elaborado por: