2. Atenção Integral à Mulher no
Climatério
Conselhos práticos
Profa. MSc. Ana Paula Oliveira Gonçalves
3. Climatério
O CLIMATÉRIO é definido pela
Organização Mundial de Saúde
como uma fase biológica da vida
da mulher que compreende a
transição entre o período
reprodutivo e o não reprodutivo,
portanto é o período que abrange
toda a fase em que os hormônios
produzidos pelos ovários(estrogênio e progesterona) vão
progressivamente deixando de ser fabricados.
Corresponde ao período que se
inicia a partir dos 35 anos de idade e vai até os 65 anos,
quando a mulher é considerada idosa.
4. Climatério
A MENOPAUSA é um marco desta
fase, correspondendo ao último ciclo
menstrual, somente reconhecido depois de
passados 12 meses da sua ocorrência e
acontece geralmente em torno dos 50 anos
de idade. Assim, a menopausa é um evento
que acontece durante o climatério.
climatério
O Brasil passa por um acelerado processo de
industrialização urbanização, o que se reflete em um
profundo impacto na dinâmica populacional, cultural e
sanitária do país. Como resultado da queda da mortalidade
e da fecundidade, a população envelheceu.
6. Dados estatísticos sobre a expectativa
de vida da mulher brasileira(IBGE - senso 2000)
• Na época de Cristo a média
de anos vividos pelas
mulheres era de 29 anos.
• em 1958 (média) 50,2 anos a
vida pós-menopausa era
nenhuma.
• em 2000 (média) 70,4 anos
são 20,4 anos anos pós-
De acordo com estimativas do
menopausa. Hoje estima-se Datasus, para o ano de 2006, a
que o número de mulheres população feminina brasileira
totalizava mais de 94 milhões
brasileiras no climatério de mulheres. Neste universo,
(período que entre 35 e 65 cerca de 30 milhões estava
entre 35 e 65 anos, o que
anos), é de mais de 13,5 significa que 32% das mulheres
milhões. no Brasil estavam na faixa
etária em que ocorre o
• em 2020 (previsão) 100 anos climatério.
7. A expectativa de vida para as
mulheres brasileiras, segundo dados
de 2009 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), está
em torno dos 76 anos. Após a
menopausa as mulheres
dispõem de cerca de 1/3 de suas
vidas, que pode e deve ser vivido de forma saudável,
lúcida, com prazer, atividade e produtividade. A crença de
que distúrbios do comportamento estavam relacionados
com as manifestações do trato reprodutivo feminino,
embora muito antiga, persistiu em nossos tempos. Dados
atuais têm mostrado que o aumento dos sintomas e
problemas na mulher de meia idade reflete circunstâncias
sociais e pessoais, e não somente eventos endócrinos do
climatério e menopausa.(Ministério da Saúde)
8. ETIOPATOGÊNIA
O estrógeno é um hormônio produzido
pelos ovários da mulher da puberdade até o
climatério, a partir desse momento começam a
diminuir os níveis hormonais e os ciclos ficam
irregulares, o número de folículos ovarianos vão
diminuindo à medida que avança a idade da mulher,
provocando declínio da fertilidade, esta queda
repercute sobre os tecidos e órgãos, provocando
alterações funcionais e anatômicas dos mesmos
(MASTROROCCO, 2001).
9. Ovário jovem e ovário em falência
Hipoestrogenismo
No nascimento – 2.000.000 de folículos
Puberdade – 300 a 400.000
Menopausa – 10.000
10. • O climatério é o período da vida da mulher em que ocorrem
alterações importantes na endocrinologia, decorrentes da redução
do patrimônio folicular ovariano, as quais conduzem a diminuição
da produção de estradiol e inibina (hipoestrogenismo) e esterilidade
definitiva, que corresponde a última menstruação. Observa-se, com a
queda do estradiol e da inibina por mecanismo de retroação negativa,
aumento inicialmente do FSH, enquanto os níveis sangüíneos de
LH ainda permanecem normais. Nessa fase a mulher ainda tem
possibilidade de ocasionalmente menstruar, ovular e engravidar.
12. .
Definições clássicas de:
• MENOPAUSA PREMATURA: é quando a menopausa ocorre antes dos
PREMATURA
40 anos.
. PRÉ-MENOPAUSA: É o período que precede a menopausa, que pode
PRÉ-MENOPAUSA
começar a partir dos 35 anos e perdura até parada das menstruações.
Este período se caracteriza por irregularidades do ciclo menstrual ou
aumento do fluxo menstrual e aumento dos sintomas de tensão pré-
menstrual.
. MENACME: esta etapa é o intervalo da fase reprodutiva da mulher.
MENACME
Período máximo da atividade menstrual; período de vida da mulher
caracterizado por atividade menstrual.
• MENOPAUSA: É caracterizada pela ausência da menstruação por um
MENOPAUSA
período de 12 meses. Geralmente ocorre entre 40 e 60 anos.
• PÓS - MENOPAUSA: Compreende o período após a menopausa e
MENOPAUSA
perdura por 10 anos.
• CLIMATÉRIO: Do grego KLIMACTON que significa “crise” e engloba
CLIMATÉRIO
os períodos de pré-menopausa, menopausa e pós-menopausa.
13. O que ocorre no Climatério ?
• Durante o climatério, a diminuição do
estrogênio faz com que os ciclos
menstruais se tornem irregulares, até
cessarem completamente. Nessa fase
de transição, ocorrem alterações
físicas e psíquicas importantes, que
prejudicam a qualidade de vida da
mulher.
• Ao contrário do que muita gente
pensa, essas alterações podem e
devem ser tratadas.
14. Quando começa o climatério?
• Na maioria das mulheres, a menopausa ocorre
entre os 45 e os 55 anos de idade, em média aos
50 anos. Por outro lado, os primeiros sinais do
climatério, que são os ciclos menstruais irregulares,
podem ocorrer vários anos antes da menopausa.
• Dividimos o climatério em 3 fases:
dos 35 aos 45 anos - menacme ou pré-menopausa,
dos 45 aos 55 anos - menopausa e
dos 55 aos 65 anos pós-menopausa.
15. O que se observa nestas três
fases:
• Dos 35 aos 45 anos – período em que surgem
• os primeiros sinais de esgotamento folicular do
• ovário com aumento da incidência de ciclos
anovulatórios. Clinicamente é caracterizado por
irregularidades menstruais, episódios de hemorragia
uterina disfuncional e Síndrome da Tensão Pré-menstrual.
Apesar da queda significativa da fertilidade natural da
mulher nesse período, ainda é necessária anticoncepção
adequada. A maioria das irregularidades menstruais e
hemorragias disfuncionais se corrigem com administração
de progesterona por 12 a 14 dias na 2ª fase do ciclo
(Acetato de Medroxiprogesterona 10 mg/dia). Também
nessa época começa a aumentar a incidência de câncer
de mama, sendo importante a intensificação das ações de
prevenção conforme protocolo específico.
16. O que se observa nestas três fases:
• Dos 45 aos 55 anos – na maioria das
• mulheres brasileiras, é a época em que
• ocorrerá a menopausa.
Também é o período de maior incidência da síndrome
climatérica onde se destacam as ondas de calor
(fogachos), a sudorese noturna e os sintomas próprios da
atrofia urogenital (dispareunia, sensação de ressecamento
vaginal, incontinência urinária, etc). A anticoncepção, se
necessária, poderá ser mantida até que o diagnóstico de
menopausa esteja bem estabelecido, com método
adequado a essa faixa etária. Caso necessário e se não
houver contra-indicações absolutas, poderá ser instituída a
terapia de reposição hormonal (TRH).
17. O que se observa nestas três fases:
• Dos 55 aos 65 anos – nessa fase,
• nosso objetivo é aumentar o número de
• idosos saudáveis e independentes,
• capazes de manter as funções físicas e
mentais; predominam as ações de prevenção secundária
do processo de envelhecimento, prevenção da
osteoporose, das doenças cardiovasculares e do câncer
de mama. A incidência de câncer de colo uterino diminui
acentuadamente nessa fase, podendo haver maior
espaçamento na coleta de citologias. Após os 70 anos, a
diminuição de incidência do câncer de mama já não
justifica a manutenção dessas pacientes nos protocolos
de rastreamento.
18. Sinais e sintomas do climatério
• É importante não confundirmos as alterações
que o corpo apresenta possivelmente
decorrentes da falta de hormônio (tabela 1), com
aquelas que são fruto do próprio
envelhecimento (tabela 2), para que não
criemos uma falsa expectativa de
rejuvenescimento, quando nos propomos a
realizar o tratamento de reposição hormonal no
climatério. E isso nem sempre é possível,
porque muitas vezes os sinais e sintomas se
confundem, não sendo possível distinguir
aqueles que sejam definitivamente do climatério
daqueles decorrentes do envelhecimento.
19. Sinais e sintomas do climatério
(deficiência hormonal)
• Fogachos (ondas de calor) que, freqüente,
estão associados a suores intensos e, às
vezes, a tonturas e palpitações.
• Suores noturnos, que fazem a mulher
acordar à noite, prejudicando-lhe o sono.
• Depressão e irritabilidade, que podem ser
agravadas por problemas domésticos e no
trabalho.
• Alterações nos órgãos sexuais, como por
exemplo, coceira e secura vaginal, que
causam dor e desconforto durante as relações
sexuais.
20. Sinais e sintomas do climatério
(deficiência hormonal)
• Durante o climatério, ocorrem sintomas
desagradáveis, como os que seguem:
• Diminuição do tamanho das mamas e perda de
sua firmeza.
• Perda de elasticidade da pele, principalmente da
face e a do pescoço.
• Além disso, a longo prazo, a falta de hormônios
femininos leva a outras alterações que não
causam sintomas imediatos, mas que têm
conseqüências graves, a saber:
– Os ossos ficam mais porosos e frágeis
(osteoporose), o que leva ao encurvamento da
coluna (a chamada "corcunda da viúva") e ao
aumento do risco de fraturas, principalmente nos
quadris.
– Aumentam as gorduras que circulam no sangue e
que se depositam na parede das artérias, levando à
aterosclerose, o que aumenta o risco de doenças
cardiovasculares como infartos, "derrames" cerebrais
e hipertensão.
21. Alterações relativas ao climatério
Tabela 1 - Principais alterações clínicas provavelmente relacionadas ao
climatério
neurogênicas
ondas de calor, sudorese noturna, calafrios,
palpitações, dor de cabeça, insônia, distúrbio de
memória, fadiga, tontura, formigamento nas mãos
psicogênicas diminuição da libido, depressão, ansiedade,
irritabilidade
metabólicas dor nas articulações, dor óssea, dor muscular,
osteoporose, aterosclerose
mamárias dor nas mamas
genitais redução da lubrificação vaginal, dor à penetração vaginal,
prurido vulvar, corrimento, sintomas urinários (síndrome
uretral, incontinência urinária, dificuldade de esvaziamento
vesical), hemorragia uterina disfuncional
22. Alterações próprias do envelhecimento
Tabela 2 - Alterações próprias do envelhecimento
órgão/sistema manifestações clínicas
Sistema nervoso central hipotensão postural (queda da pressão ao se levantar),
perda de memória recente, lentidão de movimentos,
depressão, lentidão de aprendizado, dificuldade
auditiva e visual
Sistema cardiovascular
diminuição da reserva cardíaca
Sistema gastrointestinal
dor à deglutição, obstipação intestinal
Sistema imunológico
aumento da suscetibilidade às infecções, diminuição
da resposta à imunização
Endócrino/
intolerância relativa à glicose hipotireoidismo relativo
metabólico
Sistema tegumentar
rugas, cicatrização mais lenta
Gênito-urinário mucosa vaginal mais fina e menos elástica, sintomas
urinários
23. Impacto do climatério na mulher
e nas organizações
Físicos Funcionais
• irritabilidade • falta de
• ansiedade concentração
• angústia • falta de motivação
• indisposição • falta de cooperação
• insônia • menor
• depressão produtividade
• • maior absenteísmo
calores
24. Assistência ao climatério
• a)tratamento das irregularidades menstruais e
hemorragias disfuncionais, tratamento dos
sintomas climatéricos,
• b)ações de prevenção e rastreamento de
doenças cardiovasculares, osteoporose, câncer
ginecológico e mamário e
• c) apoio às alterações psicológicas próprias do
período, além de orientações às medidas de
manutenção geral de saúde como dieta,
exercícios físicos e apoio para superação de
hábitos como sedentarismo, tabagismo,
alcoolismo e outros.
25. Assistência ao climatério
• Tal abrangência é conseguida através de
ações educativas, orientações higiênico-
dietéticas, estímulo a atividades físicas e
mentais, exames clínicos e laboratoriais
periódicos conforme o preconizado pelas
últimas evidências científicas voltadas
para a atenção primária, e TRH quando
indicado.
26. Exames necessários no climatério
• São exames laboratoriais de rastreamento para todas as mulheres
climatéricas ou menopausadas acima de 45 anos:
• √ Glicemia de jejum
• √ Dosagem de colesterol total e HDL-colesterol*
• √ Mamografia (conforme protocolo específico).
• * O intervalo ótimo para o rastreamento é incerto. Com base em
protocolos e opinião de especialistas (Cholesterol Education
Program’s of Health, American Heart Association e American
College of Obstetricians and Gynecologists), uma opção razoável
seria repeti-los a cada cinco anos naquelas mulheres de baixo
risco para doença coronariana e naquelas com níveis lipídicos
normais. Intervalos menores devem ser feitos nas de alto risco
para doença cardiovascular (fatores de alto risco: diabetes, história
familiar de doença cardiovascular antes dos 50 anos em homens e
antes dos 60 anos em mulheres, tabagismo e hipertensão) e
naquelas em controle de dislipidemia (US Preventive Services Task
Force Update, 2001).
27. Outros exames indicados no
climatério
• Época de começar uma avaliação ginecológica
mais intensa, no sentido de investigar as linhas
de corte para podermos comparar com futuras
consultas e exames. Por exemplo, mamografia,
exames laboratoriais, densitometria, ultra-
sonografia, tomografia, ressonância magnética.
Exames invasivos como videolaparoscopia,
histeroscopia, biópsias, histerosonografia.
28. O Tratamento Hormonal na menopausa
deve ser ofertado às mulheres que:
• √ Apresentam sintomas importantes do
hipoestrogenismo, como fogachos, que afetam a
qualidade de vida. Pelas evidências atuais, o
uso da terapia hormonal deverá ser
administrado por um período de até cinco anos
e na menor dose possível, individualizada para
cada paciente.
• √ No tratamento e prevenção da atrofia genital
(via tópica).
29. Cuidados prévios à introdução
da terapia hormonal:
• √ Mamografia;
• √ Ausência de contra-indicações à terapia
hormonal.
30. Contra-indicações à terapia
hormonal na menopausa:
• (Antecedentes/patologias que contra-indicam o uso da
reposição hormonal mesmo naquelas mulheres onde
seria inicialmente indicado.)
• √ Antecedente de neoplasia maligna dependente de
hormônios femininos como mama e endométrio;
• √ Doença hepática recente ou em atividade, insuficiência
hepática;
• √ Antecedente de tromboembolismo, infarto de
miocárdio ou acidente vascular cerebral;
• √ Hipertensão arterial moderada/grave;
• √ Diabete melito não compensado;
• √ Sangramento vaginal de origem não determinada;
Contra-indicações Relativas: miomatose uterina,
colelitíase, enxaqueca, endometriose. Nestes casos, a
indicação deve ser discutida individualmente.
31. Esquemas de Terapia de reposição
hormonal (TRH) na menopausa:
• Oral Combinada (mulheres com útero)**:
√ Cíclica: Estrogênios conjugados eqüinos
0,3-0,625 mg (contínuo) + acetato de
medroxiprogesterona 5mg (10-14 dias/mês);
√ Contínua: Estrogênios conjugados eqüinos
0,3-0,625 mg (contínuo) + acetato de
medroxiprogesterona 2,5mg (contínuo) ou
noretisterona 0,35mg (Micronort )(contínuo).
32. Esquemas de Terapia de Reposição
Hormonal (TRH) na menopausa:
• Oral Isolada (mulheres histerectomizadas) **:
√ Estrogênios conjugados eqüinos 0,3-0,625 mg
(contínuo);
• **A alternativa ao uso dos estrogênios conjugados
eqüinos (ECE) por via oral é o 17R-estradiol nas doses
de 1 - 2 mg/dia tanto no esquema cíclico quanto no
contínuo, entretanto, esta medicação não faz parte das
disponibilizadas nos Centros de Saúde.
• Tópica Intravaginal (sintomas genitourinários):
√ Estrogênios conjugados eqüinos (Premariná ) em
creme vaginal 1-2 vezes/semana ao deitar ou estriol
creme vaginal (Ovestrions ) 1-2 vezes/semana ao deitar.
33. Acompanhamento de mulheres
em uso de terapia hormonal:
• √ Primeiro retorno em 3 meses após o início da medicação para a
consulta
médica e de enfermagem posteriormente retorno anual;
• √ Verificar peso, pressão arterial, padrão de sangramento, sintomas
climatéricos e qualquer outra queixa;
• √ Reforçar orientações como o auto-exame das mamas, hábitos de
alimentação e atividade física;
• √ Não há necessidade de Ultra-Som transvaginal no
acompanhamento de
rotina de pacientes sob terapia hormonal.
• √ Lembrar de reforçar que, para prevenir algumas das neoplasias
mais
freqüentes e manter a boa saúde, particularmente três medidas em
saúde
pública tem evidências comprovadas atualmente:
» Manter o peso adequado (com dieta e exercícios físicos),
» Parar de fumar e praticar sexo seguro (task force, 1996).
34. Quais os resultados da terapia de
reposição hormonal?
• Depois de iniciado o tratamento com hormônios (terapia de
reposição hormonal), as ondas de calor e os distúrbios do sono
começam a diminuir, dentro de duas ou três semanas. Os sintomas
vaginais adversos também diminuem e o envelhecimento da pele é
retardado.
• Quando a terapia de reposição hormonal se realiza no momento
adequado, ela também pode prevenir o enfraquecimento dos ossos
(osteoporose) e diminuir os riscos de infarto, pressão alta e
"derrames" cerebrais.
• A terapia de reposição hormonal "combinada" (que associa a
administração de estrogênio com progestogênio), indicada para
mulheres com útero intacto, pode causar um sangramento a cada
ciclo, justamente por simular o funcionamento normal dos ovários.
Esse sangramento assemelha-se a uma pequena menstruação,
prevenindo que o útero venha a desenvolver hiperplasia
endometrial.
35. CLIMATÉRIO E REPOSIÇ√O HORMONAL
• Um estudo randomizado, desde 2002, o Women's
Health Initiative, com 16 mil mulheres, apresentou
evidências científicas de que o estrogênio,
combinado ou não com a progesterona, não
previne o desenvolvimento de doença
coronariana. Pior! Aumenta o risco dessa doença,
de derrame cerebral e de câncer de mama.Com
base no resultado desse e de outros estudos, em
2003, o Food and Drug Administration (FDA),
agência de regulamentação americana,
recomendou não usar os hormônios para prevenir
doenças do coração, mas usá-los apenas para
melhorar alguns sintomas, e por tempo limitado.
Assim, há pelo menos nove anos, os médicos
deveriam ser muito cautelosos, evitando indicar a
terapia hormonal sistematicamente, para todas as
Comentários de mulheres, informando detalhadamente suas
Dora Chor e Suely Rozenfeld, vantagens e desvantagens. Prometer o milagre de
Pesquisadoras Titulares do "retardar o envelhecimento" e o "desenvolvimento
Departamento de Epidemiologia da Escola da qualidade de vida que a mulher perde nesse
Nacional período" (seja lá o que isso signifique), sem alterar
de Saúde Pública - Fundação Oswaldo Cruz /
para o risco de doenças graves e fatais, é um
Comissão de Epidemiologia da Associação desserviço à medicina e à saúde pública.
Brasileira
de Saúde Pública (Abrasco)
36. Alternativas Fitoterápicas:
• ISOFLAVONAS: segundo estudos, as isoflavonas da soja possuem
o poder de prevenir a osteoporose e os sintomas desagradáveis
que afligem as mulheres na menopausa. As isoflavonas ainda
reduzem o colesterol, protegem contra alguns tipos de câncer,
como o de próstata..
• CIMICIFUGA RACEMOSA (BLACK COHOSH): é uma planta do
Canadá que contém princípios fitoestrógenos que têm a estrutura
similar aos estrógenos naturais ou sintéticos e agem como
modulares hormonais. Eles demonstratam em estudos, uma
acentuada melhora dos fogachos, suores, insônia, nervosismo e
irritação, depresssão, vertigem, palpitações e na atrofia vaginal.
Pode ser usado também para alívios da Tensão Pré-
Menstrual(TPM) em adolescentes.
• YAM MEXICANO: um dos remédios fitoterápicos mais vendidos
nos EUA para mulheres na menopausa. Trata-se de uma planta
rica em Diosgenina, conhecida como precursor hormonal vegetal,
que pode ser convertida em progesterona e estrogênio após
ingerida pela mulher.
37. CONSULTA DO ENFERMEIRO
NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO
• √ Orientar quanto a dieta, exercícios físicos, sol e
atividade intelectual.
• √ Realizar atividades em grupo para integração das
mulheres e educação preventiva.
• √ Assistir às suas necessidades psíquicas e de
sexualidade.
• √ Orientar sobre o uso adequado da reposição
hormonal, quando prescrito pelo médico.
• √ Referenciar para outros profissionais quando
necessário.
• √ Promover ações educativas individuais e coletiva.
38. SISTEMATIZAÇ√O DA
ASSIST NCIA DE ENFERMAGEM
http://enfermagem-sae.blogspot.com/2009/10/climaterio-o-climaterio-se-apresenta.html
• A promoção da saúde ocorre por meio da instituição de medidas
para incorporar hábitos saudáveis na rotina dessa população,
visando melhorar a qualidade de vida imediata, evitando assim que
possam surgir doenças ou acentuar-se no climatério e na velhice.
Entre as ações de promoção da saúde aplicadas ao climatério
estão a adoção da alimentação saudável, estimulo a atividade
regular, implementação de medidas antitabagistas e para o controle
do consumo de bebidas alcoólicas, os cuidados quanto ao tempo e
a qualidade do sono, pele e outras recomendações de auto
cuidado, como exame da mama, atividades psicoeducativas etc...
Instruções que devem ser apresentadas as pacientes com suspeita
de sintomas referentes ao climatério, no momento da triagem.
Alguns exemplos...
39. • Problema: ANSIEDADE
• Diagnóstico de enfermagem:Fadiga relacionado a ansiedade,
caracterizado por libido comprometido
• Assistência de enfermagem:
a) Esclarecer sobre as alterações da menopausa e descrevê-lo
como um período normal na vida de uma mulher
b) Orientar quanto à diminuição das atividades que levam o
estresse
c) Proporcionar um ambiente seguro, confortável, agradável
d) Organizar encontros com parceiros abordando o tema para
melhor esclarecimento
• e) Encaminhar ao profissional específico, caso os sintomas sejam
agravados.
40. SISTEMATIZAÇ√O DA ASSIST NCIA
DE ENFERMAGEM
• Problema:FOGACHOS
Diagnóstico de enfermagem:Termorregulação
ineficaz relacionado ao envelhecimento,
caracterizado por flutuações na temperatura
corporal acima ou abaixo dos parâmetros
normais.
Assistência de enfermagem:
• a) Orientar quanto ao uso de roupas livres
• b) Esclarecer que as alterações de temperatura
fazem parte desse período da vida da mulher
• c)Orientar a realização de banho mais vezes ao
dia.
41. SISTEMATIZAÇ√O DA ASSIST NCIA
DE ENFERMAGEM
• Problema: GANHO DE PESO
Diagnóstico de enfermagem:Risco de nutrição
desequilibrada: mais do que as necessidades corporais
relacionando a comer em resposta a estímulos internos
que não fome (p. ex. ansiedade).
Assistência de enfermagem:
a) Orientar quanto à necessidade ou exercícios físicos
com regularidade
b) Orientar para uma dieta nutritiva e o controle de peso
aumentarão o bem estar físico e emocional
c) Encaminhar a nutricionista para controle de dieta e
peso
d) Atentar para o cumprimento das orientações
nutricionais
e) Encaminhar ao setor de psicologia para apoio.
42. SISTEMATIZAÇ√O DA ASSIST NCIA
DE ENFERMAGEM
• Problema:INSÔNIA
Diagnóstico de enfermagem:Privação do sono
relacionado a mudanças de estágios de sono
relacionadas ao envelhecimento, caracterizado por
ansiedade, irritabilidade
Assistência de enfermagem:
a) Realizar atividades menos estressantes no período
próximo ao repouso
b) Manter o ambiente tranqüilo, livre de ruídos que
possam interferir
c) Atentar para repetição do quadro de insônia com
freqüência
d) Encaminhar ao médico para suporte medicamentoso,
se necessário.
43. SISTEMATIZAÇ√O DA ASSIST NCIA
DE ENFERMAGEM
• Problema:ESTRESSE
Diagnóstico de enfermagem:Síndrome do
estresse por mudança relacionado a isolamento,
caracterizado por medo.
Assistência de enfermagem:
• a) Estimular atividades que proporcionem prazer
• b)Incentivar o auto-cuidado, valorizando a auto-
estima
• c)Proporcionar o envolvimento em atividades
externas como benefício na redução da
ansiedade e tensão.
44. SISTEMATIZAÇ√O DA ASSIST NCIA
DE ENFERMAGEM
• Problema:ISOLAMENTO
Diagnóstico de enfermagem:Interação social prejudicada
relacionada a processos de pensamento perturbados,
caracterizado por comportamentos de interação social
malsucedidos
Assistência de enfermagem:
a) Promover eventos na comunidade com assuntos
direcionados ao climatério para esclarecimentos sobre o
assunto
b) Descrever essa fase da vida como marcada por
potencial de conhecimento intelectual pessoal e de
comprometimento e iniciação em novas atividades
c) Inferir as alterações que freqüentemente ocorrem na
meia vida: afastamento dos filhos,envelhecimento,
dependência dos pais, possível perda de parentes e
outros.
45. SISTEMATIZAÇ√O DA ASSIST NCIA
DE ENFERMAGEM
• Problemas:DISFUNÇ√O SEXUAL
Diagnóstico de enfermagem:Padrões de sexualidade
Ineficazes relacionados a relacionamento prejudicado
com uma pessoa significativa, caracterizado por
dificuldades relatadas nas atividades sexuais.
Assistência de enfermagem:
a) Esclarecer que a atividade sexual freqüente ajuda a
manter a elasticidade da vagina
b) Orientar quanto ao uso de lubrificantes diminuindo o
desconforto, evitando a dispareunia (relação sexual
dolorosa)
c) Orientar quanto ao tono diminuído da musculatura
perineal, encorajando a praticar exercícios perineais
como parasse a micção:manter por 5-10 segundos e
soltar:repetir com freqüência
46. Alimentos Importantes na Menopausa
• Seguir uma dieta rica em peixes, legumes
e gorduras boas e diminuir o consumo de
carne vermelha ajuda a preservar os ossos
das mulheres que tem tendência à
osteoporose.
• Mudar a alimentação é uma das formas
mais fácies de trazer benefícios para a
saúde feminina. É importante ingerir cálcio
para manter os ossos fortes.
Importante:
• A eliminação de certos alimentos da dieta,
pode ser ainda mais importante que um
único nutriente para a saúde da mulher.
• Peixes, folhas e o azeite de oliva, são
fundamentais para a manutenção da
densidade óssea feminina. Reduzir o
consumo de carne vermelha, álcool e
determinados laticínios também tem um
efeito positivo, principalmente nas
mulheres que já entraram na menopausa.
47. Ações complementares
Todas as pacientes deverão ser estimuladas a:
• √ Dieta hipossódica, hipocalórica com baixo teor de colesterol e rica
em cálcio e fibras;
• √ Procurar utilizar os alimentos possíveis de serem consumidos
pela família, buscando reposições similares e baratas para o consumo.
De nada adianta uma dieta ideal se a mulher não puder consumi-la;
• √ Manutenção de peso ideal. Se sobrepeso/obesidade deve-se
dispensar orientação e acompanhamento individualizado para
aproximação da meta de peso ideal;
• √ Estabelecer rotina diária de atividade física, idealmente ao sol,
como caminhada diária de 30 a 60 minutos, 5 vezes/semana;
• √ Estímulo à participação em grupos de trabalho voluntário na
comunidade ou outra atividade se houver disponibilidade na Unidade
de Saúde.
48. Alimentos Ricos Em Cálcio:
• √ Derivados lácteos: leite desnatado, ricota, coalhada de
leite desnatado, iogurte desnatado;
• √ Peixes em geral, sardinha em lata;
• √ Verduras: broto e folha de abóbora (cambuquira), folha
de beterraba, couve verde, agrião, couve-flor, rabanete,
brócolis, rabanete, salsinha, cenoura, repolho e vagem;
• √ Sucos de laranja e abacaxi;
• √ Outros: soja, azeitonas verdes, rapadura, chocolate;
• Fonte:Serviço de Nutrição, Ambulatório de Menopausa/
DTG /CAISM/UNICAMP.
49. Orientação alimentar para
diminuição do Colesterol Sérico:
• √ Evitar/diminuir consumo: carnes gordas, retirar gordura da carne de vaca
E porco, retirar pele do frango e do peixe antes de prepará-los;
• √ Devem ser evitados/diminuir consumo: miúdos de frango (coração,
fígado) e boi (fígado, coração e miolo), banha, toucinho, torresmo, bacon,
rabada, lingüiça, salsicha;
• √ Evitar/diminuir consumo: frios como mortadela, presunto gordo, paio,
queijos amarelos;
• √ Evitar/diminuir consumo: gema de ovo, chocolate, manteiga, creme de
leite, frituras, creme de chantilly, frutas como abacate e côco;
• √ Evitar bolachas doces, roscas, sonhos, croissants e os pães doces de
padaria;
• √ Preferir na dieta: leite desnatado, queijo branco, pães comuns ou
integrais, grãos (feijão, lentilha, grão de bico, ervilha), frutas, legumes e
verduras. Alho, cebola e óleo vegetal (soja, milho, canola e azeite de oliva),
desde que não aquecidos, elevam o bom colesterol;
50. Observa-se que:
• Devemos usar de sensatez no momento de
orientação aos alimentos.
• Lembrar de que nada servirá orientar
alimentos aos quais a pessoa não tenha
acesso, isso só servirá para intimidá-la.
Pergunte antes seu hábito alimentar e tente
fazer substituições ou reposições possíveis.
Não esqueça da orientação à caminhada e
exercícios físicos, pois essa medida a
melhora retenção de cálcio e queima
gorduras.
51. Amenize a Menopausa
• Dieta.
• Praticar atividades físicas.
• Evitar o desgaste (stress) é
importante realizar práticas que
envolvam o relaxamento
durante o dia.
52. Atividade física em mulheres no climatério
• Promove redução na massa
gorda, melhora nos parâmetros
metabólicos, diminuição de
risco cardiovascular, melhora
/www.unipe.br/
da resistência imunológica,
aumento da densidade mineral
óssea, bem-estar psíquico e
redução do risco de câncer de
mama.
53. Outras recomendações
• Beber bastante água, principalmente
após exercícios físicos.
• Adotar uma dieta rica em cálcio,
ingerindo laticínios e vegetais verdes.
• Usar roupas leves e procurar
ambientes frescos e ventilados.
• Fazer refeições mais freqüentes e mais
leves.
• Praticar exercícios leves regularmente.
As caminhadas, a natação e a dança
ajudam a fortalecer músculos e ossos.
• Evitar fumo e álcool em excesso.
• Seguir as recomendações da equipe
de saúde.
• Colaboração: Sociedade Brasileira do Climatério.
• luciananobile@brevesdesaude.com.br
• http://www.ccs.ufsc.br/~med7002/2-fase.htm#seminários
54. Para a saúde integral o importante
não é acrescentar anos à vida e
sim vida aos anos vividos.
vilanogueiradeazeitao.olx.pt
55. Fotos extraídas de laurabmartins14.blogs.sapo.pt
/.../1081406.html
• O grande desafio ainda continua sendo
entender os transtornos psíquicos associados
ao processo menstrual.
http://gestarparirenascer.
blogspot.com/2009/06/ev
olucao-das-politicas-de-
saude-da_11.html
56. Leia mais sobre o assunto:
• http://www.comunique-
se.com.br/images/mail/release_mm/sbc_20040827/declaracao.htm
http://www.menopausa.org.br/pacientes/carta.php
http://www.comunique-
se.com.br/images/mail/release_mm/sbc_20040827/consenso.htm
http://www.comunique-
se.com.br/images/mail/release_mm/sbc_20040827/index1.htm
http://www.comunique-
se.com.br/images/mail/release_mm/sbc_20040827/th.htm
http://www.comunique-
se.com.br/images/mail/release_mm/sbc_20040827/whi.htm
http://lucianompompei.sites.uol.com.br/climater.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1413-81232004000300026
http://gballone.sites.uol.com.br/mulher/menopausa.html
60. Alimentos funcionais
• Alimentos funcionais – Parte III
• Nov.17, 2008 in Dicas, Informação & Saúde, Jana
• Depois da primeira e da segunda parte sobre alimentos funcionais, falaremos hoje sobre soja, tomate e uva vermelha.
•
• Soja (Principal substância: flavonóides):
• - Seu consumo regular pode diminuir os níveis de colesterol LDL;
• - Ajuda a reduzir o risco de doenças do coração;
• - Ajuda a regular o intestino;
• - Pode ajudar a amenizar incômodos da menopausa e a prevenir o câncer de mama e de cólon.
• Quantidade recomendada:
• 150 gramas de grão de soja por dia (uma xícara de chá).
•
• Tomate:
• - Auxilia na prevenção do câncer de próstata.
• Quantidade recomendada:
• 1 colher e meia (sopa) de molho de tomate por dia.
• OBS: Outros alimentos fontes de licopeno – melancia, goiaba, mamão, caqui.
•
• Uva vermelha:
• - Substância: Resveratrol – presente no vinho tinto seco ou no suco de uva vermelha;
• - Ajuda a aumentar o colesterol bom;
• - Evita o acúmulo de gordura nas artérias, prevenindo doenças do coração.
• Quantidade recomendada:
• - Dois copos de suco de uva por dia.
61.
62. Quais os tratamentos para o climatério?
Todos os sintomas e as conseqüências da
carência hormonal podem ser tratados, com a
orientação médica, pela terapia de reposição
hormonal, ou seja, a substituição dos
hormônios, que antes eram produzidos pelos
ovários, por hormônios administrados através da
pele (adesivos transdérmicos), por via oral
(comprimidos) e, mesmo, por injeções
intramusculares ou por cremes vaginais.
A) A administração de hormônios em
comprimidos por via oral é a forma mais antiga
utilizada na prática clínica. Modernamente, vem-
se utilizando a via transdérmica com a mesma
finalidade.
63. Quais os tratamentos para o climatério?
(cont)
B) Os sistemas transdérmicos são constituídos por adesivos
colocados sobre a pele, que liberam diretamente para o sangue o
estrogênio e o progestogênio, ou seja, os hormônios que deixaram de
ser fabricados pelo ovário.
Como não há passagem inicial pelo fígado, as doses transdérmicas
utilizadas são muito menores (12 vezes menor, no caso do estrogênio)
do que quando se compara com as doses necessárias dos
medicamentos orais. Além disso, os hormônios são liberados para a
corrente sangüínea através da pele, de forma constante, gradual e
uniforme, da mesma maneira como ocorre quando os ovário estão
funcionando.
Por isso, esse método é considerado "fisiológico", pois se assemelha à
fisiologia normal do ovário. Os sistemas de adesivos são trocados só a
cada 3 ou 4 dias, permitindo maior comodidade no tratamento.
C) Os cremes vaginais são muito úteis no tratamento dos sintomas
locais (por exemplo, secura vaginal), mas não têm efeito no restante
dos sintomas. Já os medicamentos injetáveis, praticamente não são
mais utilizados.