3. INICIANDO A CONVERSA...
Dispomos, atualmente, de uma série de teorias e
pesquisas demonstrando que o alfabeto é um sistema
notacional, com propriedades que o aprendiz precisa
compreender, reconstruindo-as em sua mente.
4. Em função de tais evidências precisamos garantir um
ensino sistemático através de atividades reflexivas que
desafiem o aprendiz a compreender como a escrita
alfabética
funciona,
convenções letra-som.
para
poder
dominar
suas
5. A criança precisa perceber que a escrita nota os sons da
fala e os nomes dos objetos. É assim que o processo da
construção do conhecimentos acontece de acordo com a
psicogênese.
6. Escreve-se
com
letras,
que
não
podem
ser
inventadas, que têm
um repertório finito e
que são diferentes de
números e de outros
símbolos.
A ordem das letras
no
interior
da
palavra não pode ser
mudada.
As letras têm formatos
fixos
e
pequenas
variações
produzem
mudanças
na
identidade
das
mesmas (p, q, b, d),
embora uma letras
assuma
formatos
variados (P, p, P, p).
7. Uma letra pode se repetir no
interior de uma palavra e em
diferentes palavras, ao mesmo
tempo
em
que
distintas
palavras
compartilham
as
mesmas letras.
Nem todas as
letras
podem
ocupar
certas
posições
no
interior
das
palavras e nem
todas as letras
podem vir juntas
de
quaisquer
outras.
8. As
letras
notam
ou
substituem a pauta sonora
das
palavras
que
pronunciamos e nunca levam
em conta as características
físicas ou funcionais dos
referentes que substituem.
As letras têm valores
sonoros fixos, apesar
de muitas terem mais
de um valor sonoro e
certos sons poderem
ser notados com mais
de uma letra.
As letras notam
segmentos
sonoros
menores
que
as sílabas orais
que
pronunciamos.
9. Além de letras, na escrita
de
palavras,
usamse, também, algumas
marcas (acentos) que
podem
modificar
a
tonicidade ou o som das
letras ou sílabas onde
aparecem.
As sílabas podem variar
quanto às combinações
entre
consoantes
e
vogais (CV, CCV, CVV,
CVC,
V,
VC,
VCC,
CCVCC...),
mas
a
estrutura predominante
no português é a sílaba
CV (consoante – vogal), e
todas as sílabas do
português contêm, ao
menos, uma vogal.
10. Segundo a teoria da Psicogênese, toda criança
passa por algumas etapas de desenvolvimento da
escrita no seu processo evolutivo. Por isso, a
importância dos professores compreenderem cada
uma dessas etapas.
12. PERÍODO PRÉ-SILÁBICO
A criança ainda não entende que a escrita registra a
sequência de “pedaços sonoros” das palavras;
Num
momento
inicial,
começa
a
produzir
rabiscos, bolinhas e garatujas para distinguir desenho de
escrita;
À medida que tem contato com palavras e seu próprio
nome, ela começa a usar letras, mas sem estabelecer
nenhuma relação;
13.
Sem que o adulto lhe ensine, a criança cria 2 hipóteses
originais: Hipótese de quantidade mínima (escrevendo
2 ou 3 letras para que algo possa ser lido) e Hipótese de
variedade (varia a quantidade e a ordem das letra que
escreve para apresentar outras palavras);
Apresenta o que alguns estudiosos chamam de realismo
nominal: pensando que coisas grandes se escrevem com
muitas letras e vice versa.
14. PERÍODO SILÁBICO
A criança descobre que seus registros no papel tem a ver
com o que fala;
Não deixa sobrar letras no que escreve, buscando coincidir
as sílabas orais que pronuncia com as letras que colocou no
papel;
Sofre uma série de conflitos necessários
amadurecimento de sua aprendizagem;
No início, para cada palavra só registra as vogais. Ex.: sopa
ela escreve AO.
Começam a perceber que os pedacinhos das palavras
podem ter um número variado de letras.
para
o
15. PERÍODO SILÁBICO-ALFABÉTICO
A criança começa a perceber que seus registros precisam
ser de acordo com os pedaços sonoros das palavras, mas
que é preciso “observar os sonzinhos no interior das
sílabas”;
Ao notar uma palavra, ora a criança coloca duas ou mais
letras para escrever determinada sílaba, ora volta a
pensar conforme a hipótese silábica e põe apenas uma
letra para uma sílaba inteira;
Alguns estudiosos consideram que tal etapa de transição
não constitui em si um novo nível ou nova hipótese, mas
uma clara fase “de transição”.
16. PERÍODO ALFABÉTICO
Nesse período a criança escreve com muitos erros
ortográficos, mas já seguindo o princípio de que a escrita
nota a pauta sonora das palavras, colocando letras para
cada um dos “sonzinhos” que aparecem em cada sílaba;
A criança já acredita que a escrita é a transição exata da
fala;
Mas ter alcançado a hipótese alfabética não é sinônimo de
estar alfabetizado. É necessário a consolidação da
alfabetização no segundo e terceiro ano, para que a
criança domine as convenções da nossa língua.
25. LEMBRETE IMPORTANTE:
Reconhecer os conhecimentos que os alunos já
construíram ou não sobre a escrita alfabética é mais
relevante que apenas classificar as escritas infantis
em um dos níveis da teoria psicogenética.
No início do ano 3, as crianças podem apresentar
notações distintas, apesar de estar na hipótese
alfabética.
27. • Escritas alfabéticas sem predomínio de valor sonoro
convencional: a criança usa, na maioria das vezes, grafemas não
pertinentes para representar os fonemas.
• Escritas alfabéticas com algumas falhas na utilização do valor
sonoro convencional: a criança usa predominantemente grafemas
com valor sonoro convencional, ainda que, às vezes, recorra a
letras não pertinentes por desconhecimento do grafema
convencional que nota determinado fonema.
• Escritas alfabéticas com valor sonoro convencional: além de
escrever de acordo com as regras do nosso sistema de
escrita, ainda que com ortografia não totalmente convencional, a
criança aprendeu o valor sonoro convencional da maioria dos
grafemas da língua.
28. Escrita de Ester – Hipótese Alfabética com algumas
falhas na utilização do valor sonoro convencional.
Ver caderno 3, unid. 3, pág. 22
29. Escrita de Rita de Paula - Hipótese Alfabética com
valor sonoro convencional
Ver caderno 3, unid. 3, pág. 23
30. Escrita de Ana Lúcia - Hipótese Alfabética
com valor sonoro convencional
Ver caderno 3, unid. 3, pág.23