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Literatura Romântica e a Filosofia 3º C Amanda Nunes Ariadne Hamamoto Artur Cordeiro  Bianca Penner Bruna Bündchen Caio Monteiro Giovana Chevalier
Romantismo O Romantismo é um movimento literário e artístico surgido na Europa no inicio do século XIX, introduzido em Portugal por Almeida Garrett. É caracterizado fundamentalmente pela sua clara oposição ao neoclassicismo e ao arcadismo: a evocação de cenários melancólicos e ambientes exóticos, com o culto da fantasia e do mistério; a evocação de temas medievais, em contraposição ao classicismo grego; a exaltação do individualismo (do "eu" como medida do Universo), da expressão e emoção subjetivas, e o amor pela paisagem; e o aparecimento de um profundo misticismo e expressividade.  Busto de Almeida Garret
		Filosoficamente, os primeiros fundamentos teóricos do Romantismo foram desempenhados na Alemanha, graças aos filósofos do idealismo clássico (também chamado romantismo filosófico): Fichte, Schelling e Hegel, que conceberam uma profunda crítica em relação ao espírito racionalista do século anterior. A crítica idealista do iluminismo projetou para o futuro o desejo de perfeição e harmonia que até então se orientava para os cânones(lista de escritos ou livros considerados pelas religiões cristãs como tendo evidências de Inspiração Divina), resgatando o valor do sentimento como força espiritual. Hegel Fichte
	Alguns filósofos da história dizem que o Romantismo pode ser considerado como expressão de uma constante histórica. Ele, o Romantismo, tem estado presente em várias épocas e constitui uma das dimensões da alma fáustica e dionisíaca em oposição à alma apolínea. Assim, na cultura grega predominaria a componente clássica; na germânica, a romântica — embora em algumas ocasiões as duas concepções cheguem a fundir-se.
A importância do romantismo para a filosofia 		Sabendo que o homem não é movido somente pela razão e que este possui sentimentos e paixões que também o move, é necessário, portanto, verificar qual a importância do romantismo para a filosofia.  		“A importância da fantasia e do imaginário no ser humano é inimaginável; dado que as vias de entrada e saída do sistema neocerebral, que colocam o organismo em conexão com o mundo exterior, representam apenas 2% do conjunto, enquanto 98% se referem ao funcionamento interno, constitui-se um mundo psíquico relativamente independente, em que fermentam necessidades, sonhos desejos, idéias, imagens, fantasias e este mundo infiltra-se em nossa visão ou no mundo exterior”.
No campo da filosofia o maior filosofo desta época foi Friedrichi WilhelmSchelling(viveu de 1775 a 1854). Ele tentou acabar com a divisão entre espírito e matéria. Shelling dizia que a natureza inteira, tanto a alma humana quanto a realidade física, era expressão de um único Deus ou do "espírito do mundo". -> A idéia deste filósofo, portanto, é que: “o espírito do mundo deve ser procurado tanto na natureza quanto dentro de cada um”. Podemos então concluir que o espírito do mundo está tanto na natureza quanto na consciência do homem e estas seriam expressão única. Para Schelling, o Eu, como princípio da filosofia é o incondicionado do saber humano. Schelling
		Já para outros filósofos do Romantismo, ele é caracterizado como o movimento que, pelo culto da paixão, esvaziou de significado a dura luta racionalista pela objetividade da razão. Giambattista Vico (filósofo italiano) atacou amargamente Descartes, o seu racionalismo e o seu método dedutivo; Vico aprecia a importância do irracional na vida e enfatiza o papel da fé e da obediência religiosas, por oposição à reflexão filosófica, como o ingrediente essencial da vida social. Outro filósofo, Schopenhauer, conhecido, sobretudo, pelo seu pessimismo e pelo estilo sombrio, é apresentado como o verdadeiro filósofo romântico; tem a idéia de que a vida é essencialmente sofrimento, causado pelo desejo, pelo que a anulação do sofrimento é possível "eliminando todo o desejo". O otimismo de Hegel e o pessimismo de Schopenhauer são pontos de vista extremos, que manifestam, cada um, apenas um aspecto da realidade.
		Ao negar a distinção de sujeito e objeto, ao identificar a realidade como um todo vivo que inclui Deus, o Universo e o Homem, o Romantismo nega que a natureza humana seja a de um animal racional, composto de corpo animal e alma racional. Para o Romantismo, o homem é apenas o “sentimento” interior, entendido como uma força vital, princípio divino imanente e aprisionado num corpo animal e numa alma racional. Toda a redenção do Homem consistiria na tomada de consciência desta unidade única de Deus, do Mundo e do Eu. Redimir-se seria conhecer este princípio divino interior imanente que se expressa por meio do sentimento.
		É o sentimento que é o próprio homem, o sentimento é a alma. O sentimento envolve tanto a dúvida quanto a certeza; o sentimento não procura palavras, ele não precisa delas, ele acha sua satisfação em si mesmo, e o homem que atingiu isto, disto volta para até uma forma qualquer de fé, porque a fé e o sentimento são uma só”. Schleiermacheracaba por afirmar a especificidade do sentimento religioso como a intuição do infinito no finito. “Somente a religião é capaz, assim, de libertar o homem de sua limitação e de lhe conferir a universalidade, a infinitude; ela ultrapassa, portanto, a filosofia confinada no fenomenismo da ciência e no formalismo da moral. Se o idealismo é filosoficamente o ponto de vista do sujeito, a religião, no sentido em que Schleiermacher a entende, é um esforço para ultrapassar o ponto de vista do sujeito, sem, todavia, sair do sujeito, para elevar o sujeito à altura do Absoluto”.
		“Nietzsche será um dos mantenedores do sentido romântico da vida. Dilthey entreteve relações com Husserl, cuja tentativa ele considerava com simpatia; Heidegger interessou-se pela obra de Dilthey. O movimento fenomenológico, em sua abordagem da consciência, fora de todo idealismo redutor, põe em ação certos pressupostos da inteligibilidade romântica. O pensador que desenvolve uma filosofia da vida conforme a inspiração de Schelling, de Frédéric Schlegel e de Dilthey, mesmo guardando uma inteira independência de espírito, é Max Scheler, ao mesmo tempo Naturphilosophie e Kulturphilosophie; seu espaço mental abarca a ordem biológica e a ordem sociológica, e seu pensamento se preocupa em constituir uma ordem de valores a partir de uma análise existencial da realidade humana" 		No final do século XIX, a Gnose do Romantismo foi perpetuada através do pensamento de Bergson, Nietzsche, Blondel, e, mais tarde, continuado por Husserl, Max Scheller e Karol Wojtyla, já repleto de pensamento romântico pela leitura, estudo e interpretação teatral dos autores românticos poloneses.
		Não nos resta dúvida que na filosofia deve-se concordar que a racionalidade necessita “reconhecer a parte do afeto, de amor e de arrependimento"s. A verdadeira racionalidade conhece os limites da lógica. “A idéia principal, portanto, é que os filósofos não devem cair no verdadeiro racionalismo: que ignora os seres, a subjetividade, a afetividade e a vida”. Isso não quer dizer ser irracional.
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=romantismo_modernismo&lang=bra http://www.webartigos.com/articles/4674/1/O-Romantismo-Transormacoes-Na-Filosofia-Moderna/pagina1.html  http://www.dialogocomosfilosofos.com.br/category/shopenhauer http://www.infopedia.pt/$giambattista-vico Bibliografia

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Filosofia

  • 1. Literatura Romântica e a Filosofia 3º C Amanda Nunes Ariadne Hamamoto Artur Cordeiro Bianca Penner Bruna Bündchen Caio Monteiro Giovana Chevalier
  • 2. Romantismo O Romantismo é um movimento literário e artístico surgido na Europa no inicio do século XIX, introduzido em Portugal por Almeida Garrett. É caracterizado fundamentalmente pela sua clara oposição ao neoclassicismo e ao arcadismo: a evocação de cenários melancólicos e ambientes exóticos, com o culto da fantasia e do mistério; a evocação de temas medievais, em contraposição ao classicismo grego; a exaltação do individualismo (do "eu" como medida do Universo), da expressão e emoção subjetivas, e o amor pela paisagem; e o aparecimento de um profundo misticismo e expressividade. Busto de Almeida Garret
  • 3. Filosoficamente, os primeiros fundamentos teóricos do Romantismo foram desempenhados na Alemanha, graças aos filósofos do idealismo clássico (também chamado romantismo filosófico): Fichte, Schelling e Hegel, que conceberam uma profunda crítica em relação ao espírito racionalista do século anterior. A crítica idealista do iluminismo projetou para o futuro o desejo de perfeição e harmonia que até então se orientava para os cânones(lista de escritos ou livros considerados pelas religiões cristãs como tendo evidências de Inspiração Divina), resgatando o valor do sentimento como força espiritual. Hegel Fichte
  • 4. Alguns filósofos da história dizem que o Romantismo pode ser considerado como expressão de uma constante histórica. Ele, o Romantismo, tem estado presente em várias épocas e constitui uma das dimensões da alma fáustica e dionisíaca em oposição à alma apolínea. Assim, na cultura grega predominaria a componente clássica; na germânica, a romântica — embora em algumas ocasiões as duas concepções cheguem a fundir-se.
  • 5. A importância do romantismo para a filosofia Sabendo que o homem não é movido somente pela razão e que este possui sentimentos e paixões que também o move, é necessário, portanto, verificar qual a importância do romantismo para a filosofia.   “A importância da fantasia e do imaginário no ser humano é inimaginável; dado que as vias de entrada e saída do sistema neocerebral, que colocam o organismo em conexão com o mundo exterior, representam apenas 2% do conjunto, enquanto 98% se referem ao funcionamento interno, constitui-se um mundo psíquico relativamente independente, em que fermentam necessidades, sonhos desejos, idéias, imagens, fantasias e este mundo infiltra-se em nossa visão ou no mundo exterior”.
  • 6. No campo da filosofia o maior filosofo desta época foi Friedrichi WilhelmSchelling(viveu de 1775 a 1854). Ele tentou acabar com a divisão entre espírito e matéria. Shelling dizia que a natureza inteira, tanto a alma humana quanto a realidade física, era expressão de um único Deus ou do "espírito do mundo". -> A idéia deste filósofo, portanto, é que: “o espírito do mundo deve ser procurado tanto na natureza quanto dentro de cada um”. Podemos então concluir que o espírito do mundo está tanto na natureza quanto na consciência do homem e estas seriam expressão única. Para Schelling, o Eu, como princípio da filosofia é o incondicionado do saber humano. Schelling
  • 7. Já para outros filósofos do Romantismo, ele é caracterizado como o movimento que, pelo culto da paixão, esvaziou de significado a dura luta racionalista pela objetividade da razão. Giambattista Vico (filósofo italiano) atacou amargamente Descartes, o seu racionalismo e o seu método dedutivo; Vico aprecia a importância do irracional na vida e enfatiza o papel da fé e da obediência religiosas, por oposição à reflexão filosófica, como o ingrediente essencial da vida social. Outro filósofo, Schopenhauer, conhecido, sobretudo, pelo seu pessimismo e pelo estilo sombrio, é apresentado como o verdadeiro filósofo romântico; tem a idéia de que a vida é essencialmente sofrimento, causado pelo desejo, pelo que a anulação do sofrimento é possível "eliminando todo o desejo". O otimismo de Hegel e o pessimismo de Schopenhauer são pontos de vista extremos, que manifestam, cada um, apenas um aspecto da realidade.
  • 8. Ao negar a distinção de sujeito e objeto, ao identificar a realidade como um todo vivo que inclui Deus, o Universo e o Homem, o Romantismo nega que a natureza humana seja a de um animal racional, composto de corpo animal e alma racional. Para o Romantismo, o homem é apenas o “sentimento” interior, entendido como uma força vital, princípio divino imanente e aprisionado num corpo animal e numa alma racional. Toda a redenção do Homem consistiria na tomada de consciência desta unidade única de Deus, do Mundo e do Eu. Redimir-se seria conhecer este princípio divino interior imanente que se expressa por meio do sentimento.
  • 9. É o sentimento que é o próprio homem, o sentimento é a alma. O sentimento envolve tanto a dúvida quanto a certeza; o sentimento não procura palavras, ele não precisa delas, ele acha sua satisfação em si mesmo, e o homem que atingiu isto, disto volta para até uma forma qualquer de fé, porque a fé e o sentimento são uma só”. Schleiermacheracaba por afirmar a especificidade do sentimento religioso como a intuição do infinito no finito. “Somente a religião é capaz, assim, de libertar o homem de sua limitação e de lhe conferir a universalidade, a infinitude; ela ultrapassa, portanto, a filosofia confinada no fenomenismo da ciência e no formalismo da moral. Se o idealismo é filosoficamente o ponto de vista do sujeito, a religião, no sentido em que Schleiermacher a entende, é um esforço para ultrapassar o ponto de vista do sujeito, sem, todavia, sair do sujeito, para elevar o sujeito à altura do Absoluto”.
  • 10. “Nietzsche será um dos mantenedores do sentido romântico da vida. Dilthey entreteve relações com Husserl, cuja tentativa ele considerava com simpatia; Heidegger interessou-se pela obra de Dilthey. O movimento fenomenológico, em sua abordagem da consciência, fora de todo idealismo redutor, põe em ação certos pressupostos da inteligibilidade romântica. O pensador que desenvolve uma filosofia da vida conforme a inspiração de Schelling, de Frédéric Schlegel e de Dilthey, mesmo guardando uma inteira independência de espírito, é Max Scheler, ao mesmo tempo Naturphilosophie e Kulturphilosophie; seu espaço mental abarca a ordem biológica e a ordem sociológica, e seu pensamento se preocupa em constituir uma ordem de valores a partir de uma análise existencial da realidade humana" No final do século XIX, a Gnose do Romantismo foi perpetuada através do pensamento de Bergson, Nietzsche, Blondel, e, mais tarde, continuado por Husserl, Max Scheller e Karol Wojtyla, já repleto de pensamento romântico pela leitura, estudo e interpretação teatral dos autores românticos poloneses.
  • 11. Não nos resta dúvida que na filosofia deve-se concordar que a racionalidade necessita “reconhecer a parte do afeto, de amor e de arrependimento"s. A verdadeira racionalidade conhece os limites da lógica. “A idéia principal, portanto, é que os filósofos não devem cair no verdadeiro racionalismo: que ignora os seres, a subjetividade, a afetividade e a vida”. Isso não quer dizer ser irracional.