O documento discute os conceitos de convergência midiática, cultura participativa e inteligência coletiva segundo Henry Jenkins. A convergência ocorre quando velhos e novos meios se cruzam e o poder de produtores e consumidores de mídia interagem de forma imprevisível. A cultura participativa envolve o público de forma mais ativa no processo de produção e distribuição de conteúdo. A inteligência coletiva se refere à soma do conhecimento gerado por muitas pessoas.
4. Henry é autor sobre diversos aspectos da mídia e cultura popular.
5. ▪ Convergência: fluxo de conteúdos através de múltiplos suportes midiáticos,
cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e comportamento migratório dos
públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca de
experiências de entretenimento que desejam.
▪ Sistemas de distribuição são apenas e simplesmente tecnologias; meios de
comunicação são também sistemas culturais.
▪ Um meio é um conjunto de “protocolos” associados ou práticas sociais e culturais
que cresceram em torno dessa tecnologia. Tecnologias de distribuição vêm e vão o
tempo todo, mas os meios de comunicação persistem como camadas dentro de um
estrato de entretenimento e informação cada vez mais complicado.
▪ A convergência implica transformações nos protocolos de produção e de consumo
midiático. Ela altera a relação entre tecnologias existentes, indústrias, mercados,
gêneros e públicos. Altera também as lógicas de operação da indústria midiática e
dos consumidores.
6. “A convergência dos meios de comunicação
impacta o modo como consumimos esses
meios. [...] Fãs de um popular seriado de
televisão podem capturar amostras de
diálogos no vídeo, resumir episódios, discutir
sobre roteiros, criar fan fiction, gravar suas
próprias trilhas sonoras, fazer seus próprios
filmes – e distribuir tudo isso ao mundo
inteiro pela internet”.
7. ● Expressão que define transformações, mercadológicas, culturais e
sociais.
● Onde as novas e velhas mídias colidem.
● Onde a mídia alternativa e a corporativa se cruzam.
● Onde o poder do produtor de mídia e do consumidor interagem de
forma imprevisível.
Cultura da convergência
8. Em 2001, Dino Ignácio,
um estudante
secundarista
filipino-americano criou,
no Photoshop, uma
montagem do Beto, de
Vila Sésamo (1970),
interagindo com o líder
terrorista Osama Bin
Laden, como parte de
uma série de imagens
denominada
" Beto é do Mal".
A imagem foi postada em
sua página na Internet.
9. ● Após o 11 de setembro, um editor de
Bangladesh procurou imagens de
Bin Laden na Internet para
produzir cartazes antiamericanos.
A imagem acabou impressa em
milhares de pôsteres e distribuída
em todo o Oriente Médio.
● Repórteres da CNN registraram o
que parecia improvável: uma
multidão enfurecida marchando
em passeata pelas ruas, gritando
slogans anti americanos e
agitando cartazes com Beto e Bin
Laden.
10. A colagem do estudante apareceu na cobertura da CNN
de protestos anti americanos logo após o 11 de setembro.
11. De seu quarto um
estudante desencadeou
uma controvérsia
internacional.
Suas imagens cruzaram o mundo,
algumas vezes veiculada por meios
comerciais, outras, por meios
alternativos e, no final, inspirou
seguidores de sua própria seita por
todo o planeta.
12. Segundo Jenkins, convergência é a colisão entre velhas e novas
mídias, onde mídia corporativa e mídia alternativa se cruzam,
onde o poder do produtor de mídia e o poder do consumidor
interagem de maneiras imprevisíveis.
14. ● Um serviço que no passado era oferecido
por um único meio, seja pelo rádio,
televisão ou impresso, agora pode ser
oferecido de várias formas diferentes.
● O processo de convergência não deve ser
compreendido apenas como um processo
tecnológico, mas como uma
transformação cultural.
● Os consumidores são incentivados a
procurar novas informações e fazer
conexões em meio a conteúdos de mídia
dispersos.
Convergência midiática
15. ● Cultura participativa é a mudança do
comportamento do consumidor na relação com o
produto.
● Em vez de falar sobre produtores e
consumidores de mídia em papéis
separados, podemos considerá-los como
participantes interagindo com novas regras
que nenhum de nós entende por completo.
● É importante citar que alguns
consumidores possuem mais
habilidades para participar dessa
cultura que outros.
Cultura participativa
16. ● Inteligência coletiva é uma expressão
cunhada por Pierre Lévy. Em “cultura da
convergência”, o termo é utilizado para definir
o consumo atual como parte de um processo
coletivo.
● “Nenhum de nós pode saber tudo; cada um de
nós sabe alguma coisa; e podemos juntar as
peças, se associarmos nossos recursos e
unirmos nossas habilidades”.
● A inteligência coletiva pode ser vista como uma
fonte alternativa de poder midiático. Estamos
aprendendo a usar este poder em nossas
interações diárias dentro da cultura da
convergência.
Inteligência coletiva
17. O mito da Caixa Preta
● Cedo ou tarde todos os conteúdos de mídia irão
fluir por um único aparelho, no qual vamos
poder assistir filmes, ouvir e gravar músicas,
ler textos e nos comunicar com outras pessoas;
● Claro que esses aparelhos já existem e se
multiplicam ao nosso redor. Os smartphones
são um grande exemplo disso;
● Parte do mito da caixa preta é reduzir a
transformação dos meios de comunicação a
uma transformação apenas tecnológica sem
considerar as mudanças culturais envolvidas;
● A convergência das mídias altera a lógica que
a indústria midiática opera e sua relação com
mercados e públicos. É uma transformação
tanto na forma de produzir quanto na forma
de consumir os meios de comunicação.
18. Conclusão
Convergência midiática traduz mudanças no relacionamento do público com os meios de
comunicação.
Estamos experimentando uma reconfiguração através da nossa relação com a cultura
popular e o entretenimento comercial.
Essas habilidades adquiridas durante esse processo de convergência vão acabar
implicando em mudanças no jeito como trabalhamos, aprendemos e como participamos
de procedimento político.
Habilidades desenvolvidas no entretenimento comercial aplicadas no:
Trabalho → Coworking, Crowdsourcing
Financiamento de projetos: Crowdfounding
Político/Social → criação de ferramentas com objetivo dentro da concepção política
19. Narrativa transmidiática
“A narrativa transmidiática refere-se a uma nova estética que surgiu
em resposta à convergência de mídias – uma estética que faz novas
exigências aos consumidores e depende da participação ativa das
comunidades de conhecimento. A narrativa transmidiática é a arte da
criação de um universo”.
Fortalecimento de uma economia afetiva que orienta consumidores de bens simbólicos e
criadores midiáticos + expansão de formas narrativas transmidiáticas.