O documento discute o que faz o psicanalista e como ele lida com a transferência na clínica lacaniana. Ele explica que a transferência é essencial para o tratamento psicanalítico e que o analista deve gerenciar a transferência cuidadosamente, apresentando-se intensamente e ausentando-se quando necessário.
HOSPITAL SÃO JOÃO DE DEUS (parte 1): A ESCUTA PSICANALÍTICA NO HOSPITAL GERAL
CURSO O QUE FAZ O PSICANALISTA? 2012 – aula 1 e 2: abertura e a transferência na clínica lacaniana
1. O que faz o
psicanalista ?
Tema de abertura:
A transferência na clínica lacaniana
Alexandre Simões
ALEXANDRE
Coordenação
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2. Apresentação:
em uma série de seis encontros, abordaremos
circunstâncias relativas à direção da cura a partir das
perspectivas propostas aos analistas por Jacques Lacan.
Privilegiaremos a abordagem de fragmentos clínicos para
examinar questões cruciais que interpelam os psicanalistas
na cena contemporânea: o manejo do tempo na análise, o
dinheiro, a incidência da transferência, o ato analítico.
3. Programação
Setembro: a transferência na clínica
lacaniana
Outubro: o tempo e o dinheiro: seus
manejos na experiência analítica
Novembro: a estrutura do ato
analítico
4. Em todos os momentos em que Freud aborda o tema da
transferência, dois aspectos são sempre apresentados
(e problematizados):
• O vínculo ou as articulações que se constroem na cena analítica (e não
podemos deixar de perceber que uma articulação que se sobressai aqui é a
que se estabelece entre PACIENTE e ANALISTA);
• A PRODUÇÃO (mais especificamente, o que é produzido, o efeito do
processo) por meio da articulação estabelecida na transferência;
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5. Em função destas observações prévias, vale perguntar:
• O que se vincula na transferência ?
# em outros termos: quais elementos se articulam na transferência e
sob quais modos se dá esta articulação?
• O que é produzido a cada forma de vinculação ?
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6. Freud frisará constantemente que a transferência
(múltipla em suas faces) é a condição sine qua non do
tratamento psicanalítico
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8. Em outros termos, não há psicanálise sem
transferência
deve ser ressaltado que a transferência se
manifesta de modos bem diversos, bem como em
tempos distintos
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9. TRANSFERÊNCIA e
RESISTÊNCIA:
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10. “... a transferência é
uma relação
essencialmente ligada
ao tempo e a seu
manejo”
(Lacan, 1960, p. 858)
11. O manejo da transferência
“Todo principiante em psicanálise provavelmente
se sente alarmado, de início, pelas dificuldades
que lhe estão reservadas quando vier a
interpretar as associações do paciente e lidar com
a reprodução do recalcado. Quando chega a
ocasião, contudo, logo aprende a encarar estas
dificuldades como insignificantes e, ao invés, fica
convencido de que as únicas dificuldades
realmente sérias que tem de enfrentar residem no
manejo da transferência.”
(FREUD. Observações sobre o amor transferencial, p. 208)
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12. É uma situação desta ordem (o amor como
imperativo; a “exigência do amor”) que conduzirá
Lacan a propor a tese do „fechamento do
inconsciente‟
O analista deve estar atento aos descaminhos que são propiciados
por esta situação: “Nenhum médico que experimente isto pela
primeira vez achará fácil manter o controle sobre o tratamento
analítico e livrar-se da ilusão de que o tratamento realmente chegou
ao fim.”
(Observações sobre o amor transferencial, p. 211)
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13. Quanto ao manejo da transferência, vale lembrar o
que demarca mais amplamente o itinerário de uma
análise:
“... O que desejamos ouvir de nosso paciente
não é apenas o que ele sabe e esconde de
outras pessoas; ele deve dizer-nos também
o que não sabe.”
(FREUD. Esboço de psicanálise, p. 201)
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14. Quais são os movimentos ou estratégias que promovem o
manejo da transferência?
Fundamentalmente, compete ao analista apresentar-
se de forma mais intensa bem como, quando
necessário, ausentar-se:
• O intervalo entre as sessões;
• O tempo de duração da sessão; ALEXANDRE
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• A função do corte interpretativo; ® Todos os direitos
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15. Prosseguiremos no próximo encontro com o tema
o tempo e o dinheiro: seus manejos na
experiência analítica
Até lá!
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