O documento discute planos para apoiar comunidades rurais em Anápolis que estão sendo desapropriadas para a construção de um parque. Detalha a situação de alguns agricultores como o Sr. Oscar e o Sr. Pio, que plantam em suas propriedades e vendem os produtos. Também menciona planos para apoiar a comunidade do bairro Novo Paraíso, originalmente formada por pessoas com hanseníase, através de programas esportivos e educacionais.
Campanha De Natal Na Valec - Campo Limpo de Goiás/GO
Programa de Horta Urbana
1. Com relação ao Horta Urbana, Mary,
O interesse é justamente garantir continuidade com melhoria de qualidade ao
trabalho de alguns chacareiros que estão sendo desapropriados do Residencial
Morumbi, zona sul de Anápolis, para construção do Parque Nacional das Antas, junto à
Ferrovia Norte Sul.
Olha um pouco deles aí:
2. Acima, o Sr. Oscar e seus compradores (da direita para a esquerda). Ele tem 04
estufas e planta também aos seus arredores. Conta como chegou e com muita luta, aos
poucos foi se estabelecendo e ampliando seu negócio. Terá problemas para se
restabelecer, devido o espaço que tem atualmente.
Abaixo, o Sr. Pio, que planta em 04 lotes e sabe de onde veio cada pé que tem
neste quintal. Aí ele aparece procurando um moranguinho do que sobrou, mas garante
que rendeu muito, nesta primeira safrinha, mas só para o uso da casa mesmo... Das
coisas que ele planta e vende, ele tira cerca de R$ 600,00 mensais. Ele tem em seu
quintal, alfaces, couve, agrião, cheiro verde, coentro, espinafre, taioba, mangas, goiaba,
chuchu, tomate, mandioca, mamão, limão, mexerica, feijão, banana, abacate, laranja,
cenoura...
3. A comunidade do Morumbi está muito ansiosa com as negociações, pois como
ainda devem as imobiliárias algumas parcelas dos lotes, estão com terríveis problemas
para negociar o valor que já pagaram. Depois, posso explicar melhor.
Têm por lá pequenas criações de peixes, porcos, galinhas, também.
Tem um outro chacareiro que é amigo da escola; toda a comunidade se beneficia
das hortas, por lá. Ali, “ninguém passa fome”.
Por outro lado, estamos junto a uma outra comunidade com uma história muito
incrível.
Um dia precisávamos de um lugar para fazermos uma reunião e fomos até a
escola Lar São Francisco de Assis; fomos muito bem recebidos, fizemos a reunião e nos
solidarizamos com uma causa: CONSEGUIR RECURSOS MATERIAIS E
HUMANOS PARA QUE ALUNADO E COMUNIDADE TENHAM, ALÍ,
EDUCAÇÃO FÍSICA.
A escola é fruto de parceria entre o município e a maçonaria. A Diretora Adriana
é ótima. É escola de 1º grau. Lá, ela também quer ter uma “Horta Pedagógica”.
4. Na comunidade, rola muita droga, tem muito jovem sem atividade; é uma
comunidade que não se percebe como tal. E a história dela?
Bem, há muitos anos atrás, lá era um lixão para onde ia um ou outro portador de
hanseníase, passar o dia sem ser amolado... começou a virar point, levavam comida,
passaram a dormir, fazer barraca... casinhas... virou amontoado – ali, ao lado do lixão.
Em uma época em que não se podia sepultar hanseniano no cemitério da cidade e eles se
enterravam por ali mesmo, também. Até que a prefeitura e loteadores perceberam,
quiseram retirar; os hansenianos fizeram um movimento que hoje se chama MORHAN.
Hoje o bairro se chama Novo Paraíso e o movimento dos hansenianos tem lá, um
hospital com 30 moradores sequelados, sem parentes, e atendem, em trânsito, 115
pacientes. Muita história.
Aí vieram outros bairros, outras pessoas...
Temos planos de dar início, junto à Diretora Adriana da escola Lar São
Francisco de Assis e a comunidade, a um processo de valorização do bairro, de seus
moradores, através de um programa de incentivo ao esporte e ao lazer, à coleta seletiva,
às artes, à educação ambiental...
Penso que se a historinha deste bairro fosse em SP, o mesmo teria uma praça
com monumento à causa e à luta dos hansenianos, não?...
Bem, sei que ocupei muito espaço, mas ando mesmo repleta e agradeço o canal
aberto,
Longa vida!
Alexandra Machado Costa
Assistente Social