Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
Preservar não basta, é preciso diversificar
1. SAIBAMAIS
QUEMÉA
PRESIDENTE
Proesp - Sociedade Protetora
da Diversidade das Espécies
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Okamura pelo telefone
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Entidade atua há quase 4 décadas na proteção das espécies
À frente de diversas ações,
mesmo antes de se tornar
presidente da Proesp, há 11
anos, a professora aposentada
Márcia Correa tem sua
imagem ligada à preservação.
Tanto que, muitas vezes,
quando surge uma situação de
risco à natureza, pessoas
costumam ligar para sua casa
antes de falar com qualquer
outro órgão. Márcia é membro
do Consema e a mais de uma
década de trabalhos
dedicados à natureza lhe
rendeu prêmios e conquistas.
“Conseguimos a proibição de
animais nos circos (lei
municipal de Campinas) e de
rodeios na cidade. A
instituição entrou com uma
ação civil pública e essas
práticas deixaram de existir
em Campinas. Ambas as
ações tornaram-se
jurisprudência para muitas
cidades fazerem o mesmo”,
afirma.
Vanessa Tanaka
ESPECIAL PARA A AGÊNCIA ANHANGUERA
meio.ambiente@rac.com.br
A luta pela
preservação
da flora e da
fauna não se
restringe a
um projeto
ou movimen-
to e sim a ações constantes, e
é dessa forma que a Socieda-
de Protetora da Diversidade
das Espécies (Proesp), organi-
zação não governamental
(ONG) e sem fins lucrativos,
trava sua batalha. Ela incenti-
va a criação e defesa de reser-
vas naturais, ampliação de
áreas de preservação, comba-
te à caça e ao aprisionamento
das espécies silvestres, recu-
peração das matas ciliares, es-
tratégias para programas de
proteção e controle e conser-
vação dos recursos hídricos
no estado.
A entidade participou ativa-
mente durante a elaboração
dos capítulos de meio am-
biente das constituições fede-
ral e estadual com sugestões
para a sua redação, na arbori-
zação campineira e na funda-
ção da Assembleia Permanen-
te de Entidades em Defesa do
Meio Ambiente (Apedema),
que mais tarde veio a se tor-
nar o Conselho Estadual do
Meio Ambiente (Consema).
Segundo a presidente da
Proesp, Márcia Correa, a
ONG foi uma das mais atuan-
tes na preservação da Mata
Santa Genebra e no processo
de doação da área verde para
Campinas. Sua importância
nesta luta foi tão efetiva que
hoje tem assento vitalício na
Fundação José Pedro Olivei-
ra. “Apesar de termos dado
um passo importante, as ativi-
dades continuam firmes e in-
cansáveis e esse reconheci-
mento só nos fortalece para
continuar o trabalho”, diz.
Também trabalhou por vá-
rios tombamentos junto ao
Conselho de Defesa do Patri-
mônio Cultural de Campinas
(Condepacc), da grande maio-
ria das matas e prédios históri-
cos, como o Instituto Agronô-
mico de Campinas (IAC) e seu
arboreto Fazenda Santa Eliza.
Da lista, também constam a
Mata de Santa Genebra e suas
áreas brejosas, mata da Fazen-
da Santana, mata do Ribeirão
Cachoeira, Bosque dos Jequiti-
bás e Serra do Japi, além de
processos de tombamentos
para a proteção do Recanto
Yara, em Barão Geraldo.
Exemplo
O IAC, devido à sua grande di-
versidade vegetal, o que propi-
cia substrato alimentar e con-
dições de sobrevivência para
os pássaros, se tornou o exem-
plo material que motivou a
criação da Proesp para esten-
der a outros parques e locais a
diversidade de espécies vege-
tais e possibilitar condições
de sobrevivência da fauna.
Em 13 de abril de 1977, foi
finalmente fundada por um
grupo de intelectuais e agrôno-
mos do IAC e cientistas da
Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), como
Condorcet Aranha, Hermóge-
nes Leitão Filho, o mesmo
que hoje dá nome ao Parque
Ecológico de Barão Geraldo, e
Hermes Moreira de Souza. Es-
te último, ambientalista res-
peitado, coletou e plantou
centenas de espécies de plan-
tas brasileira no município, co-
mo fez no parque do Instituto
Agronômico.
Além disso, dois hectares
de mudas foram espalhados
pela cidade e na Fazenda San-
ta Elisa, hoje denominada Nú-
cleo Experimental de Campi-
nas, o que constituiu o deno-
minado complexo do Monjoli-
nho, com mais de 2 mil espé-
cies de plantas preservadas.
Nesse local, cerca de 30 espé-
cies de pássaros, entre migra-
tórias e permanentes, conse-
guiram se estabelecer e pro-
criar face à diversidade vege-
tal existente.
N
o início de suas
atividades, as
reuniões semanais
da Proesp sempre foram
um mercado livre de troca
de sementes, nas quais
cada associado era um
produtor de mudas, seja
em sua casa, chácara ou
local de trabalho. As
mudas formadas eram
plantadas por membros e
voluntários em praças de
Campinas e região, como
aconteceu na porta do
Bosque dos Jequitibás.
Para ampliar a área verde
do parque, foi feito o
plantio de 200 espécies
vegetais arbóreas em um
único dia.
A instituição também
distribuiu mudas
gratuitamente para clubes,
escolas, parques infantis,
igrejas, indústrias e
propriedades particulares,
pois para ela, o intuito
dessas ações era mostrar
que não bastava arborizar,
e sim diversificar para
preservar. A arborização
urbana foi sempre uma
marca da entidade.
“Fomos pioneiros na
formação de viveiros na
cidade e na criação de
mudas de árvores nativas
diversificadas para
aumentar as áreas verdes
urbanas e atuar em
projetos educativos”,
conta a presidente da
entidade, Márcia Correa.
Desde sua fundação,
muitos contribuíram para
que a entidade fosse a
mais atuante e
vanguardista na questão
ambiental do Estado de
São Paulo, como Luiz
Pegoraro, major Pedro
Beraldo, Roseli Torres,
Carlos Vageler, Walmir
Geraldi, entre outros. Nos
dias atuais, a entidade
restringe suas atividades
mais à área
administrativa, na
fomentação de ações
preventivas, tombamentos
e apoio às ações ligadas ao
meio ambiente.
(VT/Especial para a AAN)
Preservar não basta,
é preciso diversificar
Troca de
sementes deu
muitos frutos
Fotos: Dominique Torquato/AAN
MEIO AMBIENTE ||| PLANTAS E BICHOS
A presidente da Proesp, Márcia Correa, junto a mudas em frente de estufa no Instituto Agronômico de Campinas: proteção ambiental
Imensas árvores cercam o edifício Conselheiro Antônio Prado, no IAC, um exemplo de diversidade arbórea que inspirou criação da ONG
Riqueza da flora
protege mananciais
e mantém a fauna
A8 CORREIO POPULAR
Campinas, quinta-feira, 16 de maio de 2013