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Revista Canavieiros - Junho de 2016
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Intensidade do fenômeno La Niña poderá inluenciar o desenvolvimento dos canaviais que
já sofreram déicit hídrico e, agora, são castigados por chuvas intensas
Safra canavieira:
à mercê do clima
Safra canavieira:
à mercê do clima
A
s condições climáticas apresen-
tadas no início da safra atual
passaram a ser um sinal ama-
relo para produtores de cana-de-açúcar.
Os períodos secos ou com excesso de
chuvas enfrentados até o momento, po-
dem impactar a produtividade dos ca-
naviais, culminando em uma moagem
menor do que a projetada no início da
temporada.
“No ano de 2015, tivemos boas
condições climáticas para o desenvol-
vimento do canavial; entretanto, em
janeiro de 2016, em algumas regiões
foram registradas altas precipitações e
baixa insolação. Se não bastasse, em
abril, ocorreu uma alta demanda hí-
drica, devido a altas temperaturas e
baixas precipitações, e agora, no inal
de maio e início de junho, ocorreram
Andréia Vital
baixas temperaturas e o registro acima
da média em termos de precipitação”,
explica o professor doutor Maximiliano
Salles Scarpari, pesquisador do Centro
de Cana – APTA/IAC, que é também o
coordenador do PREVCLIMACANA,
um projeto do IAC (Instituto Agronô-
mico), que desde 2006, faz o monito-
ramento da estimativa de produtividade
em função dos fatores climáticos.
“Com esse cenário novamente atípi-
co e não previsto, vemos uma cana que
foi impactada pela seca e pela alta de-
manda hídrica de abril de 2016 e agora,
com o excesso hídrico de inal de maio
e início de junho, veremos também a
queda do ATR (Açúcar Total Recu-
perável), airma ele, pontuando que o
produtor deve se preocupar com o fato,
visto que os cenários climáticos cons-
36
Maximiliano Salles Scarpari,
pesquisador do Centro de Cana – APTA/IAC
truídos para a simulação da produtivi-
dade dos próximos meses estão sendo
desconstruídos pelo clima realizado.
Revista Canavieiros - Junho de 2016
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Reportagem de Capa
La Niña poderá alterar a paisagem nas lavouras
Solo úmido, máquinas paradas na lavoura
De acordo com Paulo Sentelhas, pro-
fessor de agrometeorologia da Esalq/
USP, as condições climáticas da safra de
2015/16 favoreceram as canas precoces
e médias, porém a ausência de chuva e
as altas evapotranspirações de abril che-
garam a causar alguma preocupação ao
setor com relação às canas tardias. “No
entanto, esse quadro vem sendo ameni-
zado com as chuvas de maio, que ocorre-
ram em boa parte do estado de São Paulo
e da região Centro-Sul”, disse ele, aler-
tando que, se as chuvas persistirem nes-
te inal de outono e começo de inverno,
poderão causar grandes prejuízos, tanto
pela redução da taxa de moagem como
pela redução do ATR.
O especialista airma também que o
evento La Niña, que já vem se manifes-
tando, deverá manter uma tendência de
clima mais úmido e com temperaturas
amenas neste inverno. O fato minimi-
za os problemas decorrentes do deicit
hídrico, entretanto é um ponto de alerta
As chuvas têm atrapalhado a colhei-
ta, como no caso do produtor Rogério
Consoni Bonaccorsi, que tem uma fa-
zenda em Luiz Antônio - SP e está há
mais de 10 dias (inal de maio) parado
com as colhedoras contratadas de uma
usina, na lavoura, esperando o solo se-
car para dar continuidade à colheita.
O impacto do excesso de chuva é
sentido no bolso, diz o produtor. “Di-
minui o ATR e aumenta o peso. Resul-
tado: pago mais CCT (corte, carrega-
mento e transporte) e recebo menos por
toneladas”, airmou, ressaltando que
ainda perderam o maturador aplicado
no canavial. “Não teremos, portanto, o
resultado esperado, mas ganhamos em
brotação”, argumentou.
Bonaccorsi faz parte do Programa
“+Cana, Mais Produtividade no Ca-
navial”, criado a partir da parceria do
IAC (Instituto Agronômico), da Co-
plana (Cooperativa Agroindustrial) e
da Socicana (Associação dos Fornece-
na questão da colheita, do controle de
doenças e pragas e na possibilidade de
ocorrência de geadas. “A partir do meio
do ano o La Niña deve se acentuar e,
com isso, favorecer a passagem das
frentes frias com mais rapidez sobre
o Centro-Sul do Brasil, aumentando a
possibilidade de chuvas mais irregula-
res durante o período primavera-verão
de 2016-17. Por outro lado, nos esta-
dos produtores do NE, as chances são
de chuvas mais regulares e intensas,
levando a melhores condições para os
canaviais”, explica.
Em anos anteriores, que tiveram a
presença do fenômeno, as chances maio-
res de geadas ocorreram nos estados do
Centro-Sul, especialmente no sul de São
Paulo e do Mato Grosso do Sul e no Pa-
raná. “Uma vez estabelecido o fenôme-
no La Niña deverá trazer chuvas mais ir-
regulares nessas áreas, mas ainda não há
prognósticos assertivos sobre isso”, pon-
derou Sentelhas, ressaltando que a bai-
Paulo Sentelhas, professor de
agrometeorologia da Esalq/USP
Marcos Landell, pesquisador do IACRogério Consoni Bonaccorsi, produtor
xa intensidade das chuvas pode ser um
fator negativo para o desenvolvimento
da cana. “Pode levar a uma maior fre-
quência de déicits hídricos, reduzindo o
crescimento dos canaviais e afetando as
produtividades do inal desta safra e do
início da próxima”, alertou.
dores de Cana), iniciado em março de
2015. “Estávamos justamente colhen-
do, pela primeira vez, a cana-planta
de 13 meses cultivada em uma área de
60 hectares, onde foi aplicada a matriz
desenvolvida pelo Marcos Landell, do
IAC”, diz ele, contando que a previ-
são é colher sete mil toneladas nesta
área. A matriz citada é uma maneira
de conduzir as colheitas, antecipando
o primeiro corte para o início da safra
e postergando os seguintes, por cerca
de 30 dias, colhendo os três primeiros
cortes sempre com 13 meses. “Com
isso, o canavial tem uma maior produ-
tividade média”, conclui.
Revista Canavieiros - Junho de 2016
38
Reportagem de Capa
Apesar de atrapalharem a colheita,
chuvas são favoráveis neste período
Preços faz safra atual ser melhor
do que a do ciclo passado
Para a DATAGRO, as pancadas de
chuva previstas para os próximos dias
não deverão causar grandes estragos
nos canaviais do Centro-Sul do Brasil.
“Embora as condições climáticas pos-
sam provocar interrupções no ritmo de
moagem, as chuvas, neste momento,
são favoráveis para as usinas atuali-
zarem o calendário de plantio, após a
forte estiagem entre março e abril. O
volume pluviométrico no período foi
de 182,9 mm, 24,3% abaixo da média
histórica”, explica Plínio Nastari, pre-
sidente da consultoria.
O consultor ressalta, porém, que a
falta de umidade no mês de abril traz
a perspectiva de quebra no rendimento
agrícola nos canaviais a serem colhidos
no inal da safra. “O clima mais seco,
neste período, resultou na formação de
Mesmo com a inluência do clima
adverso nas lavouras canavieiras, a sa-
fra atual é considerada mais positiva
do que da temporada passada pelo pre-
sidente da Canaoeste, Manoel Ortolan.
“De um modo geral, a safra 2016/17
é melhor, já que tem melhor teor de
açúcar, melhor preço e previsão de
produtividade igual ou melhor do que
a de 2015/16, embora, em relação ao
volume, deva ser igual”, airmou.
O executivo ressaltou que a chuva,
neste período de maio e início de ju-
El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aqueci-
mento anormal das águas supericiais no oceano Pacíico Tropical e que pode
afetar o clima regional e global, mudando os padrões de vento a nível mundial e
afetando, assim, os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias.
La Niña representa um fenômeno oceânico-atmosférico com características
opostas ao EL Niño e caracteriza-se por um esfriamento anormal nas águas su-
periciais do Oceano Pacíico Tropical. Alguns dos impactos do La Niña tendem
a ser opostos aos do El Niño, mas nem sempre uma região afetada pelo El Niño
apresenta impactos signiicativos no tempo e clima devidos ao La Niña.
internódios (termo botânico que designa
o intervalo entre o crescimento do caule
da planta) mais curtos, fato que inluen-
cia na produtividade”, airma Nastari.
Diante deste cenário, a consultoria
estima que estes canaviais devam apre-
sentar uma produtividade baixa, caso
as condições climáticas não voltem ao
normal. Com menos cana em campo,
a safra 2016/17 tende a ser encerrada
mais cedo que na anterior, restando
poucas usinas operando no início de de-
zembro – e menos cana bisada para a
safra 2017/18.
Segundo o presidente da DATA-
GRO, para o bom desempenho dos ca-
naviais, o clima ideal é o quente e úmi-
do no verão, e frio e seco no inverno.
“Sendo assim, a temperatura e a pre-
Plínio Nastari, presidente da DATAGRO
Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste
cipitação são elementos fundamentais
para o crescimento isiológico da cana-
-de-açúcar”, elucida.
nho, não impactou tanto os canaviais
da região de Sertãozinho-SP, mas,
sim, garantiu a brotação. “No oeste
do estado de São Paulo, choveu bem
mais e isso começa a prejudicar a ma-
turação da cana, mas, mesmo assim, a
maturação está melhor do que foi no
ano passado. Agora é preciso aguardar
e veriicar se o La Niña será mais ou
menos intenso e como irá reletir no
canavial”, alegou.
Outro ponto citado pelo presidente
da Canaoeste foi a surpresa em relação
à produtividade, que vem se apresentan-
do bem abaixo das expectativas. “Acana
verde, com visual bonito, aparentava ter
uma produtividade maior, mas, na saída
de safra, surpreendeu, pois estava aquém
do que se estimava. Entretanto, com as
chuvas neste período, há espaço para a
cana se desenvolver”, explicou.
38
Revista Canavieiros - Junho de 2016
39
PIB Agropecuário mais baixo devido ao clima
Tendências climáticas para a temporada atual
O PIB (Produto Interno Bruto) da
Agropecuária teve queda de 0,3% nos
primeiros três meses deste ano, em re-
lação ao trimestre anterior, somando no
período R$ 88,6 bilhões. Os números
foram divulgados no dia 1º de junho,
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Ge-
ograia e Estatística).
O Produto Interno Bruto é a soma
de todas as riquezas do país. O PIB to-
tal brasileiro (R$ 1,47 trilhão) também
teve o mesmo percentual de retração
que o do setor agropecuário, 0,3%. Na
comparação com o primeiro trimestre
do ano passado, a agropecuária sofreu
uma queda de 3,7% nos três primeiros
meses deste ano, enquanto o PIB total
caiu 5,4%.
Segundo o coordenador geral de Es-
tudos e Análises do MAPA (Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
O engenheiro agrônomo e consultor
técnico, Oswaldo Alonso, deu uma en-
trevista exclusiva para a Canavieiros e
fala sobre os possíveis efeitos do clima
na lavoura canavieira. Conira:
Revista Canavieiros: O clima tem
impactado o desenvolvimento dos ca-
naviais positivamente até o momento?
Oswaldo Alonso: Antes mesmo de
oferecer respostas às questões formu-
ladas pela Revista Canavieiros, deve-
-se lembrar que a safra em andamento é
resultante de, pelo menos, quatro safras
anteriores, admitindo-se, como desejá-
vel, a média de cinco cortes de iguais
áreas de colheita.
Neste período de (mais de) quatro
safras anteriores (ou anos), estes ca-
naviais estiveram, também, sujeitos
a efeitos externos à atividade, como o
desarranjo inanceiro mundial em 2009
e fortes restrições ao crédito e à políti-
ca interna aos preços dos combustíveis
fósseis (gasolina, por exemplo) para o
controle da inlação.
Deste último (política governamen-
tal), o “tiro saiu pela culatra”, mas
mento), José Gasques, a seca e o exces-
so de chuvas nas regiões produtoras de
grãos contribuíram para a retração do
índice econômico.
O resultado da agropecuária se
deve, principalmente, à diminuição
na produção e na produtividade de al-
guns produtos com safra relevante no
primeiro trimestre deste ano, airmam
analistas do IBGE. De acordo com
o levantamento de safra do IBGE,
divulgado em maio, a produção de
milho reduziu 5% em relação à safra
anterior. Já a do arroz caiu 7,6% e a
do fumo, 20,9%.
O coordenador geral de Estudos e
Análises do Mapa citou também que o
levantamento de safra da Conab (Com-
panhia Nacional de Abastecimento),
órgão vinculado ao Ministério da Agri-
cultura, Pecuária e Abastecimento, tam-
José Gasques, coordenador geral de
Estudos e Análises do MAPA
Oswaldo Alonso,
engenheiro agrônomo e consultor técnico
bém apontou diminuição na safra do
algodão (-1,6%), arroz (-12,9%), feijão
(-7,3%), milho primeira safra (-10,6%)
e sorgo (-11,4%).
acertou em cheio produtores de cana,
de etanol e de bens duráveis indus-
triais, que sentiram seus efeitos preju-
diciais, os quais remuneravam, quando
muito, os custos diretos da atividade.
Este desarranjo levou ao empobreci-
mento tecnológico destas atividades,
esticando número de cortes, reduzindo
investimentos em manutenção em ca-
naviais e nas indústrias de açúcar, eta-
nol e nas de base.
Quase se chegou a um sucateamen-
to generalizado, não fossem a coge-
ração de energia em muitas delas e as
ações diretas de cooperativas de pro-
dutores e de associações de indústrias
para esticar ou buscar recursos inan-
ceiros. As indústrias de base, então,
quase desapareceram.
Logo, a presente safra carrega estes
traumas técnico-econômicos, na verda-
de mais econômicos que técnicos, pois,
as renovações foram reduzidas, resul-
tando em canaviais envelhecidos e mui-
tos deles sem a total aplicação dos re-
comendáveis tratos culturais. Soma-se
a isso, nos meses inais de safra, o ma-
nejo de colheita - quase que totalmente
mecanizada e em solos ainda úmidos
- deixando, para esta safra, signiicati-
vas áreas comprometidas por pisoteios
e grandes falhas.
Somente um bom tempo e recursos
inanceiros para amenizar os efeitos re-
sultantes, até que ocorram equilíbrios
agrícola e industrial.
Esta é uma das razões que se espera
39
Revista Canavieiros - Junho de 2016
40
do clima, considerado como responsá-
vel por quase 50% de todos os fatores
de produção.
Voltando à questão inicial, antes do
início efetivo desta safra, o clima foi
muito bom até inalzinho de março,
quando as chuvas cessaram quase de
vez durante abril até meados de maio,
para a Grande Região de Ribeirão Preto
e todo o estado de São Paulo, exceto a
região Sudoeste (Araçatuba e Presiden-
te Prudente, sem a região de Assis), que
anotou signiicativos volumes de chu-
vas ao inal de abril. Outro impacto ne-
gativo foi o rigor térmico, pois em qua-
se todos os dias ocorreram temperaturas
máximas ao redor dos 33° C.
Revista Canavieiros: Quais serão
as principais inluências do fenômeno
La Niña nos canaviais?
Oswaldo Alonso: O fenômeno La
Niña está no início, mas com previsões
um tanto diversas de semanas anterio-
res, pois a SOMAR Meteorologia, da
qual a Canaoeste é conveniada, prevê
que teremos junho (a conferir durante
a Feira de Agronegócios) com chuvas
acima das respectivas normais climá-
ticas para todo o mês somente na pri-
meira quinzena, reduzindo quase pela
metade na segunda quinzena; idem em
julho, mas com 50% das chuvas de ju-
nho e, durante agosto, possíveis repi-
ques de chuvas, também acima das mé-
dias do mês. Para a Região Centro-Sul
do Brasil, os volumes de chuvas serão
crescentes, à medida que alcançam o
Vale do Paranapanema e dos estados de
Mato Grosso do Sul e Paraná.
Para maiores coniabilidades, as
inluências do La Niña para os meses
seguintes serão dadas a conhecer nas
edições da Revista Canavieiros.
Revista Canavieiros: Os produtores
devem se preocupar com as tendências
climáticas para os próximos meses?
Oswaldo Alonso: Diria que devem
se programar para tirar maiores pro-
veitos possíveis das previsões, sempre
evitando “lutar” contra a natureza, con-
centrando colheitas nas segundas quin-
zenas de junho e julho, que poderão
ser menos chuvosas, e protegendo as
brotações de frios intensos, afastando a
palhada das linhas de cana.
Revista Canavieiros: Com relação
à temperatura, quais são as tendên-
cias? E consequências para o cana-
vial? Há possibilidade de geadas nos
próximos meses?
Oswaldo Alonso: Entradas de massas
polares - baixas temperaturas - ocorrerão
entre os meses de junho e julho. Possíveis
geadas poderão acontecer, mas, com ab-
soluta certeza, apenas (menos que) uma
semana antes de suas ocorrências.
Revista Canavieiros: Há pre-
visão de aumento da incidência de
florescimento?
OswaldoAlonso: Pelas nossas obser-
vações e informações recebidas, o lo-
rescimento nesta safra está “atrasado” -
apenas apontando as folhas bandeiras. A
forte estiagem de meados de março até o
início de abril segurou o desenvolvimen-
to vegetativo dos canaviais, bem como o
das inlorescências, mesmo em regiões,
ao inal de março, que evidenciavam
potencial de lorescimento. É necessário
aguardar mais duas a três semanas para
se ter um dado mais realista.
Revista Canavieiros: A baixa inten-
sidade das chuvas pode ser um fator ne-
gativo para o desenvolvimento da cana?
Oswaldo Alonso: Umidade do solo
abaixo da metade da capacidade de cam-
po já se torna negativa ao desenvolvimen-
to, em face da retração do sistema radicu-
lar. O mesmo ocorre com a temperatura,
pois temperaturas ambientes inferiores a
17-18° C paralisam o crescimento de ca-
naviais adultos e reduzem o dos mais jo-
vens (brotações iniciais). Capacidade de
campo é parâmetro de umidade de solo
quando se encontra com teor máximo que
o solo possa reter, sem percolar.
Revista Canavieiros: Se o La Niña
trouxer uma seca severa, a produtivi-
dade agrícola deverá cair e poderá me-
lhorar o ATR?
Oswaldo Alonso: Nestes casos, sem-
pre que houver estiagens, o desenvol-
vimento vegetativo será reduzido, com
consequente ganho em ATR. Mas, aler-
tando até, é melhor deixar para colher
em meses mais secos, via de regra, de
meados de julho a meados de setembro
– nem sempre o ganho de ATR compen-
sa perdas em produtividade. Consulte
sempre os técnicos Canaoeste ou através
do Fale Conosco, pois receberá informa-
ções mais precisas de como se compor-
tam as diferentes variedades.
Revista Canavieiros: Quais medi-
das preventivas os agricultores devem
tomar para evitarem perdas por secas?
Oswaldo Alonso: A resposta anterior
é uma das medidas a serem tomadas.
Além desta, a Canaoeste tem sempre
recomendado que evitem lutar contra a
natureza, efetuando operações de plan-
tios e de tratos culturais com qualidade
e nas épocas certas, a im de se evitarem
levantes de torrões, pois estes aceleram
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  • 1. Revista Canavieiros - Junho de 2016 36 Intensidade do fenômeno La Niña poderá inluenciar o desenvolvimento dos canaviais que já sofreram déicit hídrico e, agora, são castigados por chuvas intensas Safra canavieira: à mercê do clima Safra canavieira: à mercê do clima A s condições climáticas apresen- tadas no início da safra atual passaram a ser um sinal ama- relo para produtores de cana-de-açúcar. Os períodos secos ou com excesso de chuvas enfrentados até o momento, po- dem impactar a produtividade dos ca- naviais, culminando em uma moagem menor do que a projetada no início da temporada. “No ano de 2015, tivemos boas condições climáticas para o desenvol- vimento do canavial; entretanto, em janeiro de 2016, em algumas regiões foram registradas altas precipitações e baixa insolação. Se não bastasse, em abril, ocorreu uma alta demanda hí- drica, devido a altas temperaturas e baixas precipitações, e agora, no inal de maio e início de junho, ocorreram Andréia Vital baixas temperaturas e o registro acima da média em termos de precipitação”, explica o professor doutor Maximiliano Salles Scarpari, pesquisador do Centro de Cana – APTA/IAC, que é também o coordenador do PREVCLIMACANA, um projeto do IAC (Instituto Agronô- mico), que desde 2006, faz o monito- ramento da estimativa de produtividade em função dos fatores climáticos. “Com esse cenário novamente atípi- co e não previsto, vemos uma cana que foi impactada pela seca e pela alta de- manda hídrica de abril de 2016 e agora, com o excesso hídrico de inal de maio e início de junho, veremos também a queda do ATR (Açúcar Total Recu- perável), airma ele, pontuando que o produtor deve se preocupar com o fato, visto que os cenários climáticos cons- 36 Maximiliano Salles Scarpari, pesquisador do Centro de Cana – APTA/IAC truídos para a simulação da produtivi- dade dos próximos meses estão sendo desconstruídos pelo clima realizado.
  • 2. Revista Canavieiros - Junho de 2016 3737 Reportagem de Capa La Niña poderá alterar a paisagem nas lavouras Solo úmido, máquinas paradas na lavoura De acordo com Paulo Sentelhas, pro- fessor de agrometeorologia da Esalq/ USP, as condições climáticas da safra de 2015/16 favoreceram as canas precoces e médias, porém a ausência de chuva e as altas evapotranspirações de abril che- garam a causar alguma preocupação ao setor com relação às canas tardias. “No entanto, esse quadro vem sendo ameni- zado com as chuvas de maio, que ocorre- ram em boa parte do estado de São Paulo e da região Centro-Sul”, disse ele, aler- tando que, se as chuvas persistirem nes- te inal de outono e começo de inverno, poderão causar grandes prejuízos, tanto pela redução da taxa de moagem como pela redução do ATR. O especialista airma também que o evento La Niña, que já vem se manifes- tando, deverá manter uma tendência de clima mais úmido e com temperaturas amenas neste inverno. O fato minimi- za os problemas decorrentes do deicit hídrico, entretanto é um ponto de alerta As chuvas têm atrapalhado a colhei- ta, como no caso do produtor Rogério Consoni Bonaccorsi, que tem uma fa- zenda em Luiz Antônio - SP e está há mais de 10 dias (inal de maio) parado com as colhedoras contratadas de uma usina, na lavoura, esperando o solo se- car para dar continuidade à colheita. O impacto do excesso de chuva é sentido no bolso, diz o produtor. “Di- minui o ATR e aumenta o peso. Resul- tado: pago mais CCT (corte, carrega- mento e transporte) e recebo menos por toneladas”, airmou, ressaltando que ainda perderam o maturador aplicado no canavial. “Não teremos, portanto, o resultado esperado, mas ganhamos em brotação”, argumentou. Bonaccorsi faz parte do Programa “+Cana, Mais Produtividade no Ca- navial”, criado a partir da parceria do IAC (Instituto Agronômico), da Co- plana (Cooperativa Agroindustrial) e da Socicana (Associação dos Fornece- na questão da colheita, do controle de doenças e pragas e na possibilidade de ocorrência de geadas. “A partir do meio do ano o La Niña deve se acentuar e, com isso, favorecer a passagem das frentes frias com mais rapidez sobre o Centro-Sul do Brasil, aumentando a possibilidade de chuvas mais irregula- res durante o período primavera-verão de 2016-17. Por outro lado, nos esta- dos produtores do NE, as chances são de chuvas mais regulares e intensas, levando a melhores condições para os canaviais”, explica. Em anos anteriores, que tiveram a presença do fenômeno, as chances maio- res de geadas ocorreram nos estados do Centro-Sul, especialmente no sul de São Paulo e do Mato Grosso do Sul e no Pa- raná. “Uma vez estabelecido o fenôme- no La Niña deverá trazer chuvas mais ir- regulares nessas áreas, mas ainda não há prognósticos assertivos sobre isso”, pon- derou Sentelhas, ressaltando que a bai- Paulo Sentelhas, professor de agrometeorologia da Esalq/USP Marcos Landell, pesquisador do IACRogério Consoni Bonaccorsi, produtor xa intensidade das chuvas pode ser um fator negativo para o desenvolvimento da cana. “Pode levar a uma maior fre- quência de déicits hídricos, reduzindo o crescimento dos canaviais e afetando as produtividades do inal desta safra e do início da próxima”, alertou. dores de Cana), iniciado em março de 2015. “Estávamos justamente colhen- do, pela primeira vez, a cana-planta de 13 meses cultivada em uma área de 60 hectares, onde foi aplicada a matriz desenvolvida pelo Marcos Landell, do IAC”, diz ele, contando que a previ- são é colher sete mil toneladas nesta área. A matriz citada é uma maneira de conduzir as colheitas, antecipando o primeiro corte para o início da safra e postergando os seguintes, por cerca de 30 dias, colhendo os três primeiros cortes sempre com 13 meses. “Com isso, o canavial tem uma maior produ- tividade média”, conclui.
  • 3. Revista Canavieiros - Junho de 2016 38 Reportagem de Capa Apesar de atrapalharem a colheita, chuvas são favoráveis neste período Preços faz safra atual ser melhor do que a do ciclo passado Para a DATAGRO, as pancadas de chuva previstas para os próximos dias não deverão causar grandes estragos nos canaviais do Centro-Sul do Brasil. “Embora as condições climáticas pos- sam provocar interrupções no ritmo de moagem, as chuvas, neste momento, são favoráveis para as usinas atuali- zarem o calendário de plantio, após a forte estiagem entre março e abril. O volume pluviométrico no período foi de 182,9 mm, 24,3% abaixo da média histórica”, explica Plínio Nastari, pre- sidente da consultoria. O consultor ressalta, porém, que a falta de umidade no mês de abril traz a perspectiva de quebra no rendimento agrícola nos canaviais a serem colhidos no inal da safra. “O clima mais seco, neste período, resultou na formação de Mesmo com a inluência do clima adverso nas lavouras canavieiras, a sa- fra atual é considerada mais positiva do que da temporada passada pelo pre- sidente da Canaoeste, Manoel Ortolan. “De um modo geral, a safra 2016/17 é melhor, já que tem melhor teor de açúcar, melhor preço e previsão de produtividade igual ou melhor do que a de 2015/16, embora, em relação ao volume, deva ser igual”, airmou. O executivo ressaltou que a chuva, neste período de maio e início de ju- El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aqueci- mento anormal das águas supericiais no oceano Pacíico Tropical e que pode afetar o clima regional e global, mudando os padrões de vento a nível mundial e afetando, assim, os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias. La Niña representa um fenômeno oceânico-atmosférico com características opostas ao EL Niño e caracteriza-se por um esfriamento anormal nas águas su- periciais do Oceano Pacíico Tropical. Alguns dos impactos do La Niña tendem a ser opostos aos do El Niño, mas nem sempre uma região afetada pelo El Niño apresenta impactos signiicativos no tempo e clima devidos ao La Niña. internódios (termo botânico que designa o intervalo entre o crescimento do caule da planta) mais curtos, fato que inluen- cia na produtividade”, airma Nastari. Diante deste cenário, a consultoria estima que estes canaviais devam apre- sentar uma produtividade baixa, caso as condições climáticas não voltem ao normal. Com menos cana em campo, a safra 2016/17 tende a ser encerrada mais cedo que na anterior, restando poucas usinas operando no início de de- zembro – e menos cana bisada para a safra 2017/18. Segundo o presidente da DATA- GRO, para o bom desempenho dos ca- naviais, o clima ideal é o quente e úmi- do no verão, e frio e seco no inverno. “Sendo assim, a temperatura e a pre- Plínio Nastari, presidente da DATAGRO Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste cipitação são elementos fundamentais para o crescimento isiológico da cana- -de-açúcar”, elucida. nho, não impactou tanto os canaviais da região de Sertãozinho-SP, mas, sim, garantiu a brotação. “No oeste do estado de São Paulo, choveu bem mais e isso começa a prejudicar a ma- turação da cana, mas, mesmo assim, a maturação está melhor do que foi no ano passado. Agora é preciso aguardar e veriicar se o La Niña será mais ou menos intenso e como irá reletir no canavial”, alegou. Outro ponto citado pelo presidente da Canaoeste foi a surpresa em relação à produtividade, que vem se apresentan- do bem abaixo das expectativas. “Acana verde, com visual bonito, aparentava ter uma produtividade maior, mas, na saída de safra, surpreendeu, pois estava aquém do que se estimava. Entretanto, com as chuvas neste período, há espaço para a cana se desenvolver”, explicou. 38
  • 4. Revista Canavieiros - Junho de 2016 39 PIB Agropecuário mais baixo devido ao clima Tendências climáticas para a temporada atual O PIB (Produto Interno Bruto) da Agropecuária teve queda de 0,3% nos primeiros três meses deste ano, em re- lação ao trimestre anterior, somando no período R$ 88,6 bilhões. Os números foram divulgados no dia 1º de junho, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Ge- ograia e Estatística). O Produto Interno Bruto é a soma de todas as riquezas do país. O PIB to- tal brasileiro (R$ 1,47 trilhão) também teve o mesmo percentual de retração que o do setor agropecuário, 0,3%. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a agropecuária sofreu uma queda de 3,7% nos três primeiros meses deste ano, enquanto o PIB total caiu 5,4%. Segundo o coordenador geral de Es- tudos e Análises do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci- O engenheiro agrônomo e consultor técnico, Oswaldo Alonso, deu uma en- trevista exclusiva para a Canavieiros e fala sobre os possíveis efeitos do clima na lavoura canavieira. Conira: Revista Canavieiros: O clima tem impactado o desenvolvimento dos ca- naviais positivamente até o momento? Oswaldo Alonso: Antes mesmo de oferecer respostas às questões formu- ladas pela Revista Canavieiros, deve- -se lembrar que a safra em andamento é resultante de, pelo menos, quatro safras anteriores, admitindo-se, como desejá- vel, a média de cinco cortes de iguais áreas de colheita. Neste período de (mais de) quatro safras anteriores (ou anos), estes ca- naviais estiveram, também, sujeitos a efeitos externos à atividade, como o desarranjo inanceiro mundial em 2009 e fortes restrições ao crédito e à políti- ca interna aos preços dos combustíveis fósseis (gasolina, por exemplo) para o controle da inlação. Deste último (política governamen- tal), o “tiro saiu pela culatra”, mas mento), José Gasques, a seca e o exces- so de chuvas nas regiões produtoras de grãos contribuíram para a retração do índice econômico. O resultado da agropecuária se deve, principalmente, à diminuição na produção e na produtividade de al- guns produtos com safra relevante no primeiro trimestre deste ano, airmam analistas do IBGE. De acordo com o levantamento de safra do IBGE, divulgado em maio, a produção de milho reduziu 5% em relação à safra anterior. Já a do arroz caiu 7,6% e a do fumo, 20,9%. O coordenador geral de Estudos e Análises do Mapa citou também que o levantamento de safra da Conab (Com- panhia Nacional de Abastecimento), órgão vinculado ao Ministério da Agri- cultura, Pecuária e Abastecimento, tam- José Gasques, coordenador geral de Estudos e Análises do MAPA Oswaldo Alonso, engenheiro agrônomo e consultor técnico bém apontou diminuição na safra do algodão (-1,6%), arroz (-12,9%), feijão (-7,3%), milho primeira safra (-10,6%) e sorgo (-11,4%). acertou em cheio produtores de cana, de etanol e de bens duráveis indus- triais, que sentiram seus efeitos preju- diciais, os quais remuneravam, quando muito, os custos diretos da atividade. Este desarranjo levou ao empobreci- mento tecnológico destas atividades, esticando número de cortes, reduzindo investimentos em manutenção em ca- naviais e nas indústrias de açúcar, eta- nol e nas de base. Quase se chegou a um sucateamen- to generalizado, não fossem a coge- ração de energia em muitas delas e as ações diretas de cooperativas de pro- dutores e de associações de indústrias para esticar ou buscar recursos inan- ceiros. As indústrias de base, então, quase desapareceram. Logo, a presente safra carrega estes traumas técnico-econômicos, na verda- de mais econômicos que técnicos, pois, as renovações foram reduzidas, resul- tando em canaviais envelhecidos e mui- tos deles sem a total aplicação dos re- comendáveis tratos culturais. Soma-se a isso, nos meses inais de safra, o ma- nejo de colheita - quase que totalmente mecanizada e em solos ainda úmidos - deixando, para esta safra, signiicati- vas áreas comprometidas por pisoteios e grandes falhas. Somente um bom tempo e recursos inanceiros para amenizar os efeitos re- sultantes, até que ocorram equilíbrios agrícola e industrial. Esta é uma das razões que se espera 39
  • 5. Revista Canavieiros - Junho de 2016 40 do clima, considerado como responsá- vel por quase 50% de todos os fatores de produção. Voltando à questão inicial, antes do início efetivo desta safra, o clima foi muito bom até inalzinho de março, quando as chuvas cessaram quase de vez durante abril até meados de maio, para a Grande Região de Ribeirão Preto e todo o estado de São Paulo, exceto a região Sudoeste (Araçatuba e Presiden- te Prudente, sem a região de Assis), que anotou signiicativos volumes de chu- vas ao inal de abril. Outro impacto ne- gativo foi o rigor térmico, pois em qua- se todos os dias ocorreram temperaturas máximas ao redor dos 33° C. Revista Canavieiros: Quais serão as principais inluências do fenômeno La Niña nos canaviais? Oswaldo Alonso: O fenômeno La Niña está no início, mas com previsões um tanto diversas de semanas anterio- res, pois a SOMAR Meteorologia, da qual a Canaoeste é conveniada, prevê que teremos junho (a conferir durante a Feira de Agronegócios) com chuvas acima das respectivas normais climá- ticas para todo o mês somente na pri- meira quinzena, reduzindo quase pela metade na segunda quinzena; idem em julho, mas com 50% das chuvas de ju- nho e, durante agosto, possíveis repi- ques de chuvas, também acima das mé- dias do mês. Para a Região Centro-Sul do Brasil, os volumes de chuvas serão crescentes, à medida que alcançam o Vale do Paranapanema e dos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná. Para maiores coniabilidades, as inluências do La Niña para os meses seguintes serão dadas a conhecer nas edições da Revista Canavieiros. Revista Canavieiros: Os produtores devem se preocupar com as tendências climáticas para os próximos meses? Oswaldo Alonso: Diria que devem se programar para tirar maiores pro- veitos possíveis das previsões, sempre evitando “lutar” contra a natureza, con- centrando colheitas nas segundas quin- zenas de junho e julho, que poderão ser menos chuvosas, e protegendo as brotações de frios intensos, afastando a palhada das linhas de cana. Revista Canavieiros: Com relação à temperatura, quais são as tendên- cias? E consequências para o cana- vial? Há possibilidade de geadas nos próximos meses? Oswaldo Alonso: Entradas de massas polares - baixas temperaturas - ocorrerão entre os meses de junho e julho. Possíveis geadas poderão acontecer, mas, com ab- soluta certeza, apenas (menos que) uma semana antes de suas ocorrências. Revista Canavieiros: Há pre- visão de aumento da incidência de florescimento? OswaldoAlonso: Pelas nossas obser- vações e informações recebidas, o lo- rescimento nesta safra está “atrasado” - apenas apontando as folhas bandeiras. A forte estiagem de meados de março até o início de abril segurou o desenvolvimen- to vegetativo dos canaviais, bem como o das inlorescências, mesmo em regiões, ao inal de março, que evidenciavam potencial de lorescimento. É necessário aguardar mais duas a três semanas para se ter um dado mais realista. Revista Canavieiros: A baixa inten- sidade das chuvas pode ser um fator ne- gativo para o desenvolvimento da cana? Oswaldo Alonso: Umidade do solo abaixo da metade da capacidade de cam- po já se torna negativa ao desenvolvimen- to, em face da retração do sistema radicu- lar. O mesmo ocorre com a temperatura, pois temperaturas ambientes inferiores a 17-18° C paralisam o crescimento de ca- naviais adultos e reduzem o dos mais jo- vens (brotações iniciais). Capacidade de campo é parâmetro de umidade de solo quando se encontra com teor máximo que o solo possa reter, sem percolar. Revista Canavieiros: Se o La Niña trouxer uma seca severa, a produtivi- dade agrícola deverá cair e poderá me- lhorar o ATR? Oswaldo Alonso: Nestes casos, sem- pre que houver estiagens, o desenvol- vimento vegetativo será reduzido, com consequente ganho em ATR. Mas, aler- tando até, é melhor deixar para colher em meses mais secos, via de regra, de meados de julho a meados de setembro – nem sempre o ganho de ATR compen- sa perdas em produtividade. Consulte sempre os técnicos Canaoeste ou através do Fale Conosco, pois receberá informa- ções mais precisas de como se compor- tam as diferentes variedades. Revista Canavieiros: Quais medi- das preventivas os agricultores devem tomar para evitarem perdas por secas? Oswaldo Alonso: A resposta anterior é uma das medidas a serem tomadas. Além desta, a Canaoeste tem sempre recomendado que evitem lutar contra a natureza, efetuando operações de plan- tios e de tratos culturais com qualidade e nas épocas certas, a im de se evitarem levantes de torrões, pois estes aceleram o dessecamento do solo e aumentam as falhas de plantios e de soqueiras.RC 40