1) Priscilla Cardena revela os preconceitos que enfrentou como primeira locutora feminina na Rádio Serra do Mar.
2) Ela fala com orgulho sobre sua carreira de 14 anos, incluindo seu trabalho de 3 anos apresentando o programa MetroNight.
3) Apesar de ter saído do MetroNight, Priscilla afirma ainda se sentir presente no programa e disposta a voltar.
1. Entrevista PRISCILLA CARDENA Camila Soares e Thais Telezzi
“Sempre há espaço”
A locutora santista revela o motivo de sua saída do MetroNight, afirma ainda se sentir
presente no programa e disposta a voltar definitivamente.
A
radialista e ex apresentadora do
programa MetroNight, Priscilla
Cardena, começou sua carreira
há 14 anos com participação
no programa Ritmo da Noite – Rádio
Serra do Mar. Cardena foi a primeira
voz feminina da emissora e nos conta
os preconceitos que enfrentou. Chegou
a ser cartucheira da Rádio comunitá-
ria Digital FM e também nos revela a
experiência na qual, durante três anos,
ser âncora do programa MetroNi-
ght – Rádio Metropolitana FM, e seu
afastamento. Priscilla afirma ainda se
sentir presente no programa: “Quem
sai não volta, e estou lá ainda”. A san-
tista continua recebendo elogios por
ter apresentado o programa durante os
últimos anos, e os ouvintes pedem sua
volta. Diz que na época foi um susto,
mas que já superou o afastamento. Ain-
da é envolvida com sua produção, mas
garante ficar a parte ao que acontece.
Pioneira no rádio, hoje a locutora é
folguista da Rádio Metropolitana FM
e disponibiliza o restante de seu tempo
“
para cuidar mais de si mesmo e visi-
tar sua família que mora em Santos. Hoje brinco que fora a
Você se descobriu locutora muito
locução, seria aeromoça.
cedo. Não teve interesse por outra Adoro avião. Adoro voar.
profissão? Não. Desde pequena
Na verdade, nunca tive
”
escutava o rádio, e pensava: “Quero
ser locutora!”. Eu conversava com interesse por outra profissão
as locutoras ao lado da caixa de som.
Dizia: “Me deixa falar. Eu quero
falar!”. Hoje brinco que fora a locu-
ção, seria aeromoça. Adoro avião.
Adoro voar. Não viajo muito, mas
acho o máximo ter a oportunidade
de conhecer o mundo. Na verdade,
nunca tive interesse por outra profis-
são. Meu sonho sempre foi fazer o
que faço, e agradeço a Deus por ter
me proporcionado a realização.
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2. Entrevista PRISCILLA CARDENA
O que primeiro lhe interessa em sua
carreira? O espaço pra fazer meu
“ Ainda amo muito
o programa, no
entanto, não
porém, não sou baladeira. Enfim, fiz
o teste, passei, onde permaneci os
trabalho. O salário é uma conse- últimos três anos e com certeza, o
qüência. Não gosto de trabalhar me sinto bem programa foi o melhor que aconte-
em uma Rádio que não me sinta
bem. Graças a Deus, hoje me sinto
em ver pessoas ceu em minha vida profissional.
muito bem onde estou. Alias, nunca que não gostam Qual foi o motivo de sua saída do
trabalhei em um lugar onde não gos- MetroNight? É como um acordo.
tasse. Cheguei a trabalhar em Rádio do MetroNight. Quem sai não volta, e estou lá ainda.
Gospel, que não é minha paixão,
mas foi muito bacana. Tudo é valido.
Isso me incomoda. Foi muito marcante minha vida no
programa, pois permaneci três anos.
A experiência me acrescentou muito Eu defendo o As pioneiras foram Gigi Monteiro e
como pessoa e profissional. Dani Zanetti, ambas apresentaram o
programa com programa por cinco anos, respecti-
”
Aos 16 anos, sua primeira participa- vamente. O formato do Metronight
ção na Rádio Jovem Pan - Programa
unhas e dentes precisava ser mudado, inovado, bem
Ritmo da noite. Como foi? Maravi- como os de mais, de qualquer emis-
lhoso! Fiz com a Tatiana Fráguas – sora. A decisão da minha “saída”
grande amiga até hoje. Eu era ouvin- foram essas mudanças. Inovação na
te do programa, e ela me “conhecia” programação. Nunca fui contra. Pri-
por isso. Gostava tanto, que até sabia meiro sofri com o corte, porque amei
a vinheta de oferecimento. Certo dia em contar as pessoas essa fase da trabalhar no programa, mas depois
fiz no ar uma participação dizendo: minha vida. superei bem. Ainda amo muito o
“Ritmo da Noite, oferecimento DJ programa, no entanto, não me sinto
Sound, a única revista especializada Você nasceu em Santos e hoje tra- bem em ver pessoas que não gostam
em Dance Music no Brasil”. Adorei! balha em São Paulo. O que te trouxe do MetroNight. Isso me incomoda.
Não senti medo, sempre fui a esta cidade? Eu havia recebido Eu defendo o programa com unhas
muito falante. Tenho apenas que diversos convites para trabalhar em e dentes.
agradecer a Tati. Excelente pessoa, São Paulo. Cheguei a gravar tes-
grande profissional. tes, pilotos, mas nunca aceitava vir Você faz participações no MetroNight.
quando dava certo. Alguns fatores Quando isto ocorre? Esporadica-
Seu primeiro trabalho foi na Rádio impediam minha vinda – problemas mente. Normalmente quando há
Serra do Mar, onde foi a única locu- particulares. Quando cheguei a São transmissão simultânea. Quando pre-
tora. Houve preconceito? O maior Paulo, algo de fato me trouxe. Esta- cisam de mim, estou a disposição.
preconceito que enfrentei no início va disposta a encarar uma fase nova Adoro o bate bola no ar. A transmis-
da minha carreira foram as piadinhas da minha vida. Na época, uma amiga são masculina com a feminina dá
que sempre ouvia nos corredores me disse que a Rádio Vida FM um charme no ar. Acredito que seja
dos estúdios: “Ela é muito menina, estava em busca de locutoras para um diferencial.
muito nova”. O preconceito já era um programa vespertino. Fiz o teste,
notável por eu ser a única voz femi- passei, e permaneci dois anos. Logo Você já chegou a trabalhar em mais
nina da Rádio. Devido o fato de ser em seguida, fiquei sabendo que a de uma rádio simultaneamente?
nova, fez tudo aumentar. Metropolitana FM estava procuran- Como se prepara antes de entrar no
A maioria das pessoas me parabe- do uma apresentadora para um pro- ar? Sim. São 14 anos de rádio. Di-
nizam pela coragem e estão do meu grama de balada. Achei bacana, fiz versas vezes cobri falta de locutores,
lado até hoje. Confesso que todas o teste sem pretensão de dar certo, passando muitas horas no ar. Che-
as vezes que escutava essas frases, pois não imaginava que o Metroni- guei a fazer duas rádios ao mesmo
me entristecia. Porém, acredito que ght tivesse algo a ver comigo. Nunca tempo - jovem e popular, e até com
tudo na vida seja um aprendizado. havia apresentado um programa de TV junto! Para me preparar, durmo
Sinto orgulho pela determinação que Rádio e não frequento baladas cons- bem. Sempre me preocupo para não
sempre tive e não tenho vergonha tantemente. Adoro um bom lugar, beber gelado também, e um bom
02 24 DE MAIO, 2011
3. fonoaudiólogo sempre é bom. Entre-
tanto, amar o seu trabalho é a melhor
“ O maior
preconceito que
enfrentei no inicio
eclética e disposta a encarar novos
desafios. Já apresentei programas
forma de preparo para exercê-lo. românticos, de pagode, dance, etc.
da minha carreira Espero alcançar 100% o objetivo
Quem você tem como referência proposto pelo programa e estar feliz
profissional? foram as piadinhas comigo mesmo em fazê-lo. Eu amo
Tatiana Fráguas. Excelente pessoa e
profissional. Ensinou-me muito do
que sempre rádio. Pra mim o que vier, é
bem vindo.
que sei. Só tenho a agradecer. Quem ouvia nos
eu gosto, acho legal demonstrar. Qual é o próximo passo em sua
Para um bom profissional sempre há corredores dos carreira? Eu ainda não defini, acho.
espaço. Existe a oscilada ao decorrer
da carreira, mas faz parte. Cabe a
estúdios: Ela é Estou numa fase onde tenho que
fazer o que amo. Procuro aproveitar
cada um de nós aproveitar as oportu- muito menina, o momento e realizar minhas tarefas
”
nidades, e dar o melhor de si da melhor maneira possível.
para cumpri-las. muito nova
E Rádios AM? Nada contra, mas sem-
Já fez algo diferente a locução? pre fui bem extrovertida. Minha fala
Não. Nunca trabalhei numa loja no rádio é mais animada. Gosto de
ou escritório, por exemplo. Sou alternar a locução com as músicas.
muito realizada com minha escolha Ser mais expressiva, poder entrar em
profissional. Antes mesmo de entrar Digital FM. Como foi exercer estes contato direto com o ouvinte e sentir
no meio artístico, sabia que era esse trabalhos? No começo foi mágico. A a emoção dele em estar no ar durante
meu destino. Quando consegui meu Rádio Digital foi uma radio comu- determinado programa. Comparti-
primeiro contato com o Rádio, ape- nitária, simples. Havia a casseteira, lhar momentos com o ouvinte para
nas tive mais certeza do que queria. onde era preciso voltar os comerciais mim é maravilhoso.
Porém, sei fazer um bolo, doces, em uma fita cassete. No começo foi
uma boa escova no cabelo... difícil, porém, válido. É tudo passo Qual sua relação com o trabalho?
a passo. Hoje, trabalho numa rádio Não sou antiprofissional. Nunca me
Em 2010 você recebeu o prêmio bem equipada, de ultima geração. preocupei com quanto ganharia, indo
DJ Sounds Awards por ser apre- Faço a locução e operação. atrás de contraproposta. Errado, pro-
sentadora do MetroNight. Houve Apenas no MetroNight que fui fissionalmente. Para mim, meu tra-
reconhecimento? Quem ganhou apenas apresentadora. balho é amor, porque paixão acaba.
foi o programa, não eu. Estava a Às vezes estava mal, com assuntos
frente do MetroNight, mas ele não O que crê que seja o futuro do Rádio para resolver, mas quando chego no
se faz sozinho. Temos uma equipe FM? Por mais que falemos em con- Estúdio, tudo muda. Sinto-me feliz,
maravilhosa, com: técnicos, produ- corrências entre rádios, nosso maior disposta e deixo os problemas para o
tores, diretor, etc. Família unida. O inimigo é o Ipod. Principalmente lado de fora da porta.
programa ter recebido o prêmio foi devido ao público jovem, que tem
uma recompensa impagável. Inclusi- acesso direto às músicas disponí- Você, afinal, acredita em dom/desti-
ve, o troféu me foi dado pelas mãos veis na internet. Então, creio que as no? Acredito. Nada é por acaso. O
de um dos donos da rádio, e diretor rádios tenham que investir bastante amor pelo meu trabalho está ligado
do programa, Jayr Sanzone. O tenho nas promoções e no diferencial de ao dom. Rádio, você nasce ou não
guardado em casa, com o maior cari- apresentação dos programas. Infe- nasce para trabalhar nele.
nho. Este presente, sem dúvidas, foi lizmente, a programação musical já Ouvi do Jayr: “É Nato”. Meu amor
o mais marcante de minha carreira. não é apenas suficiente. pelo rádio é nato. Eu já cheguei a
cair da cadeira do estúdio, machucar
Você já trabalhou como operadora O que espera de um trabalho quan- o braço e precisar engessá-lo. Ainda
de mesa de som na Rádio Serra do do o aceita? Espero dar o melhor sim amo meu trabalho. Meu destino
Mar, e como cartucheira na Rádio de mim, e dou. Sou extremamente é rádio!
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