1) Os primeiros moinhos de vento surgiram para auxiliar nas atividades agrícolas, substituindo a força humana ou animal.
2) Historicamente, as rodas d'água foram usadas antes dos moinhos de vento, mas estes se tornaram uma alternativa onde não havia cursos d'água.
3) Atualmente, procura-se a auto suficiência energética através de fontes alternativas como a eólica, para suprir a demanda caso faltem combustíveis fósseis.
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Energia Eólica
1. A primeira forma primitiva de um moinho de vento surgiu com o avanço da
agricultura e a necessidade de ferramentas auxiliassem o homem a realizar as
diversas etapas do seu dia a dia, como o beneficiamento dos produtos agrícolas.
Historicamente, o uso das rodas d’água precede a utilização dos moinhos de
ventos devido a sua concepção mais simplista de utilização de cursos naturais
de rios como força motriz. Como não se dispunha de rios em todos os lugares
para o aproveitamento em rodas d’água, a percepção do vento como fonte
natural de energia possibilitou o surgimento de moinhos de ventos substituindo
a força motriz humana ou animal nas atividades agrícolas (Aneel -Agência
Nacional de Energia Elétrica, apud
http://www.revistaecoenergia.com.br/images/revistas/edicao13/pg14a19.pdf ).
O interesse pela energia dos ventos reapareceu, na década de 70, por dois
motivos principais: a alta dos preços do petróleo nesse período e as dificuldades
encontradas na operação segura das centrais nucleares. Essas razões fizeram
com que muitos países se lançassem à procura de novas fontes de energia,
como alternativas viáveis às fontes tradicionalmente utilizadas. A energia eólica
apresentou-se como uma das mais viáveis e vários países formularam
programas muito bem elaborados para o aproveitamento racional dessa fonte de
energia (VENTOS DO SUL ENERGIA, 2007).
Atualmente em termos de geração de energia, procura-se auto suficiência em
geração de energia, aliada a fontes de energias alternativas que supram a
demanda interna dos países, no caso de uma escassez de combustíveis fósseis
(IGNATIOS, 2006).
Esta questão energética vem gerando uma apreensão mundial e ganhando
sempre mais importância, seja pela questão ambiental, com a necessidade de
se reduzir a emissão de gases poluentes, e, conseqüentemente, o consumo de
combustíveis fósseis, seja pelo fato de uma possível e não muito distante,
diminuição significativa das fontes de energia não-renováveis, o que ocorre com
o petróleo, um bem finito e que atualmente não mais consegue acompanhar o
crescimento da demanda (PACHECO, 2006).
Denomina-se energia eólica a energia cinética contida nas massas de ar em
movimento.
A evolução da energia eólica ao longo dos últimos 20 anos mostrou
significativos progressos tecnológicos e importantes reduções no custo da
energia gerada.
O fato de que a energia eólica necessite de políticas específicas para o seu
desenvolvimento é justificável por duas razões inerentes à sua tecnologia. A
primeira razão está na sua característica de Fonte Alternativa de Energia –
FAE e, como já apresentado, a maioria das barreiras que uma FAE precisa
superar para adquirir amadurecimento no mercado energético de fontes
convencionais também se enquadra para a energia eólica. A segunda razão é
que a energia eólica apresenta vantagens que justificam o seu incentivo,
principalmente as vantagens relativas às externalidades positivas1 da energia
eólica. Assim, não se deve incentivar a energia eólica somente porque existem
barreiras para seu desenvolvimento, mas também porque ela apresenta
2. vantagens que trazem benefícios ao meio ambiente, à otimização do sistema
de geração de eletricidade, à geração de empregos, entre outras.
A energia eólica apresenta-se como uma importante opção energética visto os
baixos impactos ambientais por ela produzidos. O aproveitamento dos ventos
para geração de energia elétrica apresenta impactos ambientais desfavoráveis
como por exemplo: impacto visual, ruído, interferência eletromagnética,
ofuscamento e danos à fauna (EWEA, 2003; DEWI, 1996, 1998; EWEA, 2004;
ISET, 2004). Essas características aparentemente negativas podem ser
significativamente minimizadas, e até mesmo eliminadas, através de
planejamento adequado e também da aplicação de novas tecnologias. Das
características ambientais positivas da energia eólica podem ser citadas a não
necessidade do uso da água como elemento motriz ou mesmo como fluido de
refrigeração, e também a não produção de resíduos radioativos e emissões de
poluentes atmosféricos. Além disso, 99% de uma área usada em um parque
eólico pode ser utilizada para outros fins, como a pecuária e atividades
agrícolas (DEWI, 1996, 2005; CUSTÓDIO, 2004; CARVALHO, 2003).
Além da utilização de um recurso renovável e abundante, a energia eólica
também apresenta uma importante característica da não emissão de gases de
efeito estufa2 durante sua operação. Estudo apresentado pela European Wind
Energy Association – EWEA (1997) mostra que, quando comparada a outras
tecnologias renováveis, a turbinas eólicas mostra-se como uma das
alternativas mais baratas de redução das emissões de CO2 emitido em centrais
termelétricas convencionais (entre 10 – 12 €/ton CO2 evitados para turbinas
eólicas acima de 500 kW).
1 O termo externalidade é utilizado para definir os benefícios ou danos
causados pela geração de energia elétrica que não são contabilizados nos
custos privados e consequentemente nos preços da eletricidade gerada. A não
contabilização de tais custos pode mascarar o real custo da geração, desta
forma, uma ponderação das externalidades ambientais do mercado
convencional de energia deve ser realizada de forma a agregar valor aos
benefícios ao meio ambiente advindos do uso de fontes renováveis como a
energia eólica.
2 Gases de efeito estufa são assim denominados porque têm a propriedade de
reter o calor irradiante da Terra.Existem mais de 70 desses gases, sendo os
mais importantes, pelas características que possuem, o vapor d’água (H2O), o
dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), o ozônio
troposférico (O3), o hexafloureto de enxofre (SF6), os clorofluorcarbono
(CFCs), os hidrofluorcarbonos (HFCs) e os perfluorcarbonos (PFCs) (REIS,
2004).
Muitas das limitações tecnológicas da energia eólica no que diz respeito a
aspectos ambientais foram superadas tornando-a ainda mais favorável sob
aspectos ambientais. Novas concepções de sistemas de geração e o
desenvolvimento de ferramentas computacionais para otimização dos
componentes aerodinâmicos das turbinas eólicas possibilitaram o surgimento
de máquinas mais potentes, mais silenciosas e mais eficientes4. O
3. desenvolvimento de ferramentas computacionais possibilita ao projetista uma
avaliação dos impactos ambientais antes da execução do projeto. Desta forma,
questões como ruído (turbinas eólicas que utilizam caixa multiplicadora
apresentam ruído na faixa de 90 a 100 dB no alto da nacele5, (OHDE, 2004))
efeito sombra (projeção da turbina eólica no solo ao longo do dia) e impacto
visual (mudança na paisagem local) podem ser avaliadas e seus impactos
minimizados através de uma melhor adequação do posicionamento das
turbinas eólicas no parque.(EWEA, 2004; MANWELL, 2002; RISO, 2006; EMD,
2006; RESoft, 2006).
4 Maiores informações sobre o desenvolvimento de turbinas eólicas podem ser
obtidas através do tutorial tecnológico apresentado no Anexo 1.
A utilização de ferramentas computacionais de planejamento que apresente
banco de dados sobre a fauna também possibilita a redução dos riscos de
mortandade de pássaros através de colisões nas turbinas eólicas. Segundo
MANWELL (2002), alguns critérios adotados na fase inicial de projeto podem
reduzir significativamente as probabilidades de ocorrência de mortandades de
pássaros em turbinas eólicas tais como: evitar corredores migratórios, evitar
instalações de plantas eólicas em micro-habitats ou reservas; uso de torres
apropriadas e o uso de transmissão de energia de forma subterrânea. Apesar
dos dois exemplos mais críticos de mortalidade de pássaros por impactos
devido a turbinas eólicas em Altamont Pass Califórnia - USA e La Tarifa –
Espanha onde o planejamento dos projetos não levou em consideração as
rotas migratórias (BIRDLIFE, 2003; SEGRILLO, 2003; WEC, 1993), a questão
da mortalidade de pássaros é sujeita à grande discussão (YOUTH, 2003,
EWEA, 2004). A Western EcoSystems Technology Inc. (2001) mostra estudos
que entre 100 milhões e 1 bilhão de aves mortas nos Estados Unidos são
provenientes de colisões em estruturas artificiais como veículos, prédios,
janelas e torres de comunicação e transmissão de energia. Os valores
apontados para plantas eólicas representam cerca de 0,01 a 0,02% das
mortalidades anuais de pássaros nos Estados Unidos. Apesar de ser um
percentual reduzido, a questão dos pássaros pode ser minimizada através de
boas práticas já consagradas (EWEA, 2004; UNITED NATIONS, 2002; EU
Directive 85/337/EEC).
Ademais, uma importante característica da energia eólica é a possibilidade de
que, em alguns sítios, o regime dos ventos complemente o regime hídrico de
rios e bacias nos períodos de seca. Esta complementaridade entre o recurso
eólico e o hídrico, já constatado em vários países, possibilita que a oferta de
energia elétrica a partir de hidrelétricas possa ser regulada também por uma
fonte renovável.
Apesar de não ser a fonte energética que mais gera empregos, o
desenvolvimento de indústrias locais para o fornecimento de turbinas eólicas
pode ser realizado a partir da adoção de políticas de longo prazo.
Finalmente, uma das mais importantes qualidades da energia eólica está
justamente da geração de energia elétrica a partir do recurso renovável vento.
A utilização de recursos renováveis provenientes dos diversos ciclos da
natureza tem assumido relevância, principalmente devido aos conflitos
4. geopolíticos que envolvem as fontes de origem fósseis e pelos efeitos de
aquecimento global. A energia eólica tem se mostrada madura o suficiente para
uma participação mais agressiva na matriz de geração de energia elétrica
mundial. Estudos realizados por EWEA e GREENPEACE (2004) mostram a
viabilidade tanto na disponibilidade de recursos quanto no desenvolvimento
tecnológico, sendo a energia eólica capar de prover 12% da demanda mundial
por energia elétrica até 2020.
Atualmente, as fontes renováveis de energia elétrica, de uma forma geral,
mostram-se como uma das soluções energéticas para as mudanças climáticas
globais. Durante o último século, as concentrações de CO2 na atmosfera têm
aumentado substancialmente. Isto ocorre, em grande parte, devido ao
incremento do uso dos combustíveis fósseis ao longo do processo do
desenvolvimento humano, bem como por outros fatores que estão relacionados
com o aumento da população e ampliação do consumo de bens e serviços,
além das mudanças registradas quanto ao uso do solo (SILVA, 2006).
A energia eólica é uma fonte de energia abundante, limpa e renovável, ou seja,
não existem restrições de extinção do recurso e não causa nenhum tipo de
impacto ao meio após a implantação de sua estrutura, seja estrutura individual
ou um parque eólico. No que se refere, a energia eólica, cabe ressaltar que
pode ser implementada em praticamente todo o planeta, sendo de relativa
facilidade de implantação, dependendo, é claro, do potencial de ventos,
incidência solar da região e outras características do espaço geográfico. Esta
fonte, assim, pode atender tanto a países desenvolvidos quanto a
subdesenvolvidos.
No campo legislativo, existem diversas leis, inclusive a Constituição Federal,
que prevêem que o ambiente deve ser preservado e definem o que é impacto
ambiental e crime ambiental. Além disso, o Governo Federal, através do
Ministério de Minas e Energia, possui programas de incentivo, como o
PROINFA – Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica5
– a introdução de fontes alternativas renováveis na matriz energética
(Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Escola De Administração
Departamento De Ciências Administrativas Ana Carolina Lourenzi Barbosa
AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO USO DA ENERGIA EÓLICA PARA
USUÁRIOS DE PEQUENO PORTE Porto Alegre 2008).
O termo eólico vem do latim aeolicus, pertencente ou relativo a éolo, deus dos
ventos na mitologia grega e, portanto, pertencente ou relativo ao vento. A
energia dos ventos é uma abundante fonte de energia renovável, limpa e
disponível em todos os lugares10. O vento pode ser entendido como
deslocamentos de massas de ar causados pelas diferenças de aquecimento da
Terra pela radiação solar, o que constitui, de maneira indireta, uma forma de
energia solar e representa o resultado da transformação de energia térmica em
cinética. O aproveitamento da energia dos ventos é chamado de energia eólica.
O vento usado pela energia eólica é o vento próximo a superfície terrestre
(CARVALHO, 2003). O vento, atmosfera em movimento, tem sua origem na
associação entre a energia solar e a rotação planetária. Os regimes de ventos
são causados pela desigual distribuição de incidência de energia solar na
superfície da Terra. Todos os planetas envoltos por gases em nosso sistema
5. solar demonstram a existência de distintas formas de circulação atmosférica e
apresentam ventos em suas superfícies (MINISTÉRIO DE MINAS E
ENERGIAS, ELETROBRÁS, 2001).
Os ventos são gerados pela diferença de temperatura da terra e das águas,
das planícies e das montanhas, das regiões equatoriais e dos pólos do planeta
Terra. A quantidade de energia disponível no vento varia de acordo com as
estações do ano e as horas do dia. A topografia e a rugosidade do solo têm
grande influência na distribuição de freqüência de ocorrência dos ventos e de
sua velocidade em um local. No caso eólico, o relevo exerce distintas
influências conforme o caso e a região: como obstáculo ao movimento da
camada atmosférica inferior, como indutor de fenômenos de mesoescala
(brisas montanha-vale) e como gerador de ondas e acelerações orográficas.
Pela sua extensão em latitude, o Brasil apresenta diferentes climas que variam
do equatorial, na região Norte, ao subtropical, na região Sul. Entre os grandes
fatores que influem no clima brasileiro estão a Zona de Convergência
Intertropical ao norte, móvel ao longo do ano e para a qual convergem os
ventos alísios; as distintas ações exercidas pelo relevo continental, incluindo-se
a formidável muralha à circulação atmosférica exercida pelo maciço dos Andes
no extremo oeste do continente sul-americano; a ação contínua da alta pressão
do Anticiclone Tropical Atlântico; e a ação periódica irregular das massas de ar
polares que adentram as regiões Sul e Sudeste em maior intensidade
(MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIAS, ELETROBRÁS, 2001).