1. Marcas Gráficas
O diálogo, que se encontra com muita frequência nos textos
narrativos, é uma forma de discurso directo, já que é a reprodução
exacta da fala das personagens.
O diálogo no texto narrativo apresenta normalmente três marcas
gráficas:
Então a rainha perguntou :
dois pontos (:);
- Espelho meu, quem no mundo há
parágrafo;
mais bela do que eu?
travessão (—).
Verbos Introdutores
O narrador, para introduzir o diálogo, utiliza verbos chamados
verbos introdutores, adequando-os à intensidade da voz e aos
sentimentos expressos nas falas das personagens, evitando as
repetições.
O verbo introdutor aparece:
a) Antes da fala da personagem
Exemplo:
A mãe do Miguel exclamou:
- Esse, já é do meu tempo!
Neste
caso,
colocam-se
dois
pontos (:) depois do verbo introdutor
e abre-se parágrafo para a fala da
personagem,
que
é
antecedida
de
travessão (-).
b) No meio da fala da personagem
Exemplo:
- Luísa – perguntou o Miguel -, tu sabes esta adivinha?
Desta vez, a frase que contém o verbo introdutor
intercalada na fala da personagem e coloca-se entre hífen.
está
c) Depois da fala da personagem
Exemplo:
- Eu também a conheço – disse o Miguel.
Neste último parágrafo, a frase que contém o verbo introdutor
e que aparece depois da fala da personagem está separada por
travessão.
2. Alguns Verbos Introdutores do Diálogo
Dizer
Perguntar
Espantar-se
Explicar
Desejar
Declarar
Inquirir
Surpreender-se
Emendar
Aconselhar
Afirmar
Indagar
Lamentar-se
Esclarecer
Exigir
Troçar
Interrogar
Suspirar
Assegurar
Recomendar
Informar
Responder
Admirar-se
Confirmar
Ameaçar
Anunciar
Retorquir
Gritar
Acrescentar
Reclamar
Comentar
Replicar
Berrar
Continuar
Lembrar
Indicar
Hesitar
Murmurar
Pedir
Propor
Contar
Duvidar
Segredar
Solicitar
Sugerir
Referir
Saudar
Confidenciar
Ordenar
Concordar
Corrigir
Exclamar
Sussurrar
Mandar
Discordar
Reflectir
Reconhecer
Aprovar
Ripostar
Contestar
Repetir
Concluir
Gemer
Aplica
Lê o diálogo seguinte.
Ri melhor quem ri por último
Numa farmácia de aldeia, falava-se de remédios antigos. Alguém
falou no óleo de lacrau. Um camponês, que assistia à conversa,
disse:
- Pois se forem precisos lacraus, lá para os meus sítios há
muitos.
- Arranje uma canastra deles! – disse um dos presentes.
- E por bom preço – disse, com malícia, o dono da
farmácia.
Todos riram à socapa do campónio.
Quando ele saiu, alguém disse:
- Arre que é burro!
Passados dias, apareceu o campónio com um cesto de lacraus.
- Bom dia! – disse ele – Aqui estão os lacraus.
-O quê? – disse o dono da farmácia.
- Os lacraus – disse o campónio.
-Os lacraus?! – disse o farmacêutico.
- Sim senhor, e todos vivos, como encomendou! – disse o homem.
Então o farmacêutico não se conteve e disse:
- Você é parvo. Não viu que era troça?!
-Ah! Era troça?!... Então tome-os lá de graça! – disse o
lapuz.
E despejou o cesto.
3. - Pobre de mim – dizia com as mãos na cabeça, o dono da
farmácia, fugindo dos lacraus.
Adaptação de um texto de Teixeira Gomes
Substitui, no texto, o verbo dizer por sinónimos que introduzam o
diálogo, tais como:
afirmar, informar, repetir, pedir, concluir, saudar, gritar,
espantar-se, perguntar, gemer, exclamar, acrescentar.